quinta-feira, 30 de abril de 2009

SALMO 6 -A BUSCA PELAS MISERICÓRDIAS DE DEUS

A BUSCA PELAS MISERICÓRDIAS DE DEUS

SALMO 6


v.1 – Nós que conhecemos as pessoas, temos muito receio da disciplina com ira. Alguns pais ‘pegaram pesado’ quando aplicaram a correção nos filhos em momento de raiva.
Talvez seja por causa disso que o salmista quer ser disciplinado quando Deus estiver com o coração brando e manso. Se é que podemos dizer isso a respeito de Deus.
v.2 – O regente do coro tinha a difícil responsabilidade de transformar toda essa dor em cântico. A Bíblia de Estudo Vida, traz que o acompanhamento deveria ser com instrumentos de cordas em tom de oitava. Não sei se oitava para baixo ou para cima.
Para baixo seria um som grave, chamado de peito, expressando a dor de Davi, para ser cantado quase em sussurros (Na verdade eu divaguei agora!). Para doer mais ainda a canção, é melhor que se toque em tom menor.
v.3 – O salmista Davi estava em petição de miséria, a sua alma estava perturbada; a sua vida emocional parece que estava um lixo. As emoções são verdadeiras gangorras: levam-nos para cima, e muitas vezes, rapidamente para baixo. Se fosse hoje, recomendaríamos um conselheiro emocional (psicólogo) para o rei Davi.
v.4 – “Volta-te”. Parece que Deus havia se virado contra o rei (não como seu inimigo); na verdade, o rei se sentia desamparado; e ele precisa ser rapidamente socorrido, senão as coisas iriam de mal a pior. “Salva-me”: O rei quer ser livre e ser salvo. Quando as muitas águas querem afogar alguém, o grito é apenas um sussurro para ser tocado em Lá menor. Ele não pediu pouco.
v.5 – Davi que não era nada pouco esperto (ops??), o que queria mesmo era viver um pouco mais. Parece até aqueles votos que fazemos do tipo: deixe-me viver que te servirei melhor. Faz-nos lembrar gente crente que não faz nada para Deus, mas insiste com Ele para continuar a viver.
v.6 – As dores muitas vezes querem nos fazer desistir. Como todo poeta, Davi se mostra exagerado. Por mais que ele morasse em uma região muito quente lá pelas bandas do Oriente, é difícil imaginarmos essas torrentes de águas lacrimosas. Ele estava mesmo destilando seu estado de alma.
v.7 – Consigo enxergar um rei melancólico; sem vontade de sair de casa; fechado em si mesmo; olhos marejados e vermelhos de chorar. Parabéns rei Davi, consigo vê-lo como um cara normal. É verdade, os adversários nos fazem envelhecer mais rápido porque pensamos mais tempo neles.
v.8 – Mas chega um momento de quebrar as cadeias, quebrar os maus relacionamentos, dizer um basta e arrumar a situação: “Apartai-vos de mim”. O rei sacudiu a poeira e deu a volta por cima; ele diz isso da seguinte maneira: “Porque o Senhor ouviu a voz do meu lamento”. O rei arrumou a desordem emocional em que esteve enfiado.
v.9 – Em tom de nova esperança, alegria e talvez até de desabafo, o rei espalha para meio mundo ouvir: “O Senhor ouviu a minha súplica; o Senhor acolhe a minha oração. Como é gostoso quando sentimos isso também; que depois de passarmos por dores e aflições dizermos como disse Davi: “O Senhor ouviu...o Senhor acolhe”.
v.10 – Já recuperado, o rei nem parece o chorão do versículo sete; ele quer mais é que seus inimigos paguem por terem sido seus inimigos. Davi agora está bem; está recuperado. Posso até parecer irreverente, mas eu diria que ele ‘já pode ir para a galera’.

Com tudo que refleti acima, chego à seguinte conclusão: não há nada melhor do que buscar pelas misericórdias de Deus.
(Amados, é que hoje estou desabafando o desabafo de Davi)
PR. Eli Rocha Silva
30/04/2009 (Casa da Iolanda)

terça-feira, 28 de abril de 2009

SALMO 4 (DAVI)- ORAÇÃO EM MEIO À ANGÚSTIA

SALMO 4 (DAVI)

ORAÇÃO EM MEIO À ANGÚSTIA


(v.1) Responde-me quando eu clamar, ó Deus da minha justiça! Na angústia me deste largueza; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração.

1. Davi apela ao Deus da sua justiça, Àquele que estabelece o seu direito. Deus é o juiz sobre toda a Terra, mas tem um cuidado especial com aqueles que o servem.
2. Os inimigos de Davi eram motivo de sua angústia, mas o Senhor alargou os seus horizontes, alargou os seus caminhos, deu-lhe um escape.
3. Davi pede que Deus o ouça porque o buscou em momentos de aperto, mas era comum buscá-lo nos melhores momentos. Assim deve ser a nossa atitude para com Deus


(v.2) Filhos dos homens, até quando convertereis a minha glória em infâmia? Até quando amareis a vaidade e buscareis a mentira?


1. Tem-se a impressão que Davi fala como um profeta de Deus: “Ó mortais, até quando convertereis minha glória em vexame?”. Como profeta, Deus falava através de Davi aos homens que não consideravam o poder da presença do Senhor.
2. Ao amarem a vaidade, os homens buscavam os prazeres fugidios da vida; a busca das coisas que passam rapidamente por nós, e no final, não sobra nada.
3. Ao buscar a mentira, os homens querem encontrar as coisas que possam favorecê-los sem se importar se atropelam ou não as outras pessoas.

(v.3) Sabei que o Senhor separou para si aquele que é piedoso; o Senhor me ouve quando eu clamo a ele.
1. Se Davi estava tinha problemas com os seus inimigos, eles deviam saber que Deus tem cuidado daqueles que separou para si; o piedoso é aquele que busca e teme ao Senhor.
2. Em meio aos bilhões de pessoas no mundo, Deus separa para si aqueles que têm fé Nele e o servem.
3. Havia uma certeza no coração de Davi: o Senhor atendia as suas petições. Não é demais nos lembrarmos, que Ele também atende as nossas.

(v.4) Irai-vos e não pequeis; consultai com o vosso coração em vosso leito, e calai-vos.

1. “Irai-vos e não pequeis” (Ef 4.26). Algumas atitudes nossas podem ser prejudiciais a nós e também a outros. Não é pecado termos certos tipos de emoções, inclusive a ira, mas todas devem estar sob controle.
2. Se nos deixarmos levar pela ira cairemos no mesmo erro de Caim. Nenhuma das nossas emoções devem nos levar ao descontrole das ações.
3. Se após um momento de ira, tivermos a oportunidade de respirarmos fundo, de chegarmos em casa, de sabermos que haverá um outro dia, a noite deve ser de reflexão: “Consultai o coração no travesseiro e aquietai-vos”. Uma boa noite de sono pode esfriar a nossa cabeça.

(v.5) Oferecei sacrifícios de justiça, e confiai no Senhor.


1. A NVI traz: “Ofereçam sacrifícios como Deus exige”. Aquele que teme e serve ao Senhor deve cumprir os mandamentos estabelecidos por Ele.
2. Todo sacrifício deve ser resultado de um coração arrependido que se volta confiante para Deus.
3. Podemos aplicar à nossa relação com Deus, na visão que temos do NT: adoração, evangelismo e contribuição.

(v.6) Muitos dizem: Quem nos mostrará o bem? Levanta, Senhor, sobre nós a luz do teu rosto.

1. “Muitos dizem”. O mundo está cheio de incrédulos, de céticos. Mas quero acreditar que na igreja não encontramos tais tipos.
2. Davi roga a ação do Senhor no meio do povo; talvez o seu desejo fosse que toda a dúvida fosse dissipada; que o Senhor iluminasse as mentes dos incrédulos.

(v.7) Puseste no meu coração mais alegria do que a deles no tempo em que se lhes multiplicam o trigo e o vinho.

1. Davi descreve o seu estado pessoal: “Encheste meu coração de alegria”. O Senhor era a razão da alegria do rei.
2. Davi descreve o tipo de alegria que sentia, contrastando com a dos seus inimigos: “Alegria maior do que a deles que têm cereal e vinho à vontade.”.
3. A alegria que temos no Senhor é sempre maior do que a abundância de bens.

(v.8) Em paz me deitarei e dormirei, porque só tu, Senhor, me fazes habitar em segurança.

1. Depois de transitar entre a sua oração e fala aos seus adversários, Davi só quer descansar do dia estafante: “Em paz me deito e durmo”. Parece que não aconteceu nada; o rei deixa os seus temores com o Senhor e dorme como um bebê no seio da mãe.
2. Como seria bom se todos nós abandonássemos os tranqüilizantes, tranqüilizados pelos fortes braços do nosso Pai, sussurrando em seus ouvidos: “Porque só tu, Senhor, fazes com que eu viva em segurança”.

PR. Eli da Rocha Silva
IBJH (Dusolina) 28/04/2009

quarta-feira, 15 de abril de 2009

REFLEXÕES NA PRIMEIRA CARTA DE JOÃO (1.1-5)

REFLEXÕES NA PRIMEIRA CARTA DE JOÃO

CAPÍTULO 1

(v.1) O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, a respeito do Verbo da vida

1. João nos leva à lembrança os primeiros versículos do evangelho que leva o seu nome como autor: “No princípio era o Verbo” (v.1). Aqui temos a afirmação que o Verbo, conhecido historicamente como Jesus, já estava antes de todas as coisas.
2. O escritor elenca as prerrogativas do apostolado (Atos 1.21-22): “O que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam”.
3. “O Verbo da vida”. Nele todas as coisas foram criadas (João 1.3; Col. 1.16). O Verbo que se manifesta em carne, é o mesmo que dá vida e faz com que todas as coisas passem a existir.


(v.2) (pois a vida foi manifestada, e nós a temos visto, e dela testificamos, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai, e a nós foi manifestada);

1. “A vida foi manifestada”. Stott em seu comentário escreve: “O Eterno penetrou no tempo e foi manifestado aos homens” (pg.52).
2. Tendo vivido bastante (cerca de 100 anos), João passa a testemunhar do que ele mesmo viu a outro plenário, outra geração, outros novos discípulos, por volta dos anos ‘85 e 100 d.C’ (NIBB).
3. A proclamação evangélica de João tinha a força do testemunho de quem esteve com o Verbo manifestado em carne (João viu, sentiu, apalpou e esteve ao pé da cruz). O centro da sua anunciação era a vida eterna disponibilizada pelo Pai.


(v.3) sim, o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que vós também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo.

1. Os anunciadores precisam ser fiéis quando da transmissão do evangelho: “O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos”. Não podemos mudar uma vírgula da mensagem evangélica que deve pregada.
2. O propósito da pregação evangélica: “Para que vós também tenhais comunhão conosco”. A mensagem evangélica não é exclusivista, mas inclusivista. A mensagem é para pessoas de todas as épocas; a mensagem traz para a comunhão aqueles que estavam fora.
3. A comunhão que João propõe aos seus leitores não se reflete apenas em encontros de confraternização e de mesas abastecidas, que rapidamente caem no esquecimento, mas de participação nas coisas relacionadas ao Pai e ao Filho, tais como arrependimento, fé, salvação e posse da vida eterna.


(v.4) Estas coisas vos escrevemos, para que o nosso gozo seja completo.

1. As informações anteriores, e as que virão, têm um fim a ser alcançado: “Para que o nosso (vosso) gozo seja completo”. Não era do feitio de João escrever como alguém que praticava um hobby, um passatempo, mas sim, com um fim almejado: a comunicação da vida eterna e a comunhão.
2. O conhecimento de Cristo através do evangelho traz aos seus ouvintes alegria plena. Isso é o resultado da comunhão que passamos a desfrutar com o Pai e o Filho, na iluminação do Espírito Santo.
3. A alegria plena não é resultado das coisas que conseguimos na vida. Alguém pode perder tudo, mas não perder a alegria que é fruto do Espírito (1 Ts 1.6).
4. O gozo, ao qual João se refere, é fruto de uma vida dedicada a Deus, pois não foi sem sofrimento que os crentes de sua época vivenciaram a fé. O próprio João se viu privado da comunhão dos crentes quando preso na ilha de Patmos.

(v.5) E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e nele não há trevas nenhumas.

1. O apóstolo não formulou uma mensagem propriamente sua, mas se reservou a transmitir o que havia ouvido.
2. A mensagem que anunciou foi a que Deus é luz. João fala acerca de algo essencial de Deus; uma expressão de Si mesmo. Sendo luz, de Deus emana luz, não pode vir Dele algo diferente da luz: “Nele não há trevas nenhumas”.
3. Ao escrever o Evangelho, João descreve Jesus como a luz que veio iluminar a todo homem (1.6-9).
4. O próprio Jesus diz de si mesmo: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (João 8.12).

PR. Eli da Rocha Silva
IBJH 15/04/2009

terça-feira, 14 de abril de 2009

A PRESENÇA QUE NOS DÁ CORAGEM PARA ATRAVESSARMOS AS TEMPESTADES DA VIDA

A PRESENÇA QUE NOS DÁ CORAGEM PARA ATRAVESSARMOS AS TEMPESTADES DA VIDA


MARCOS 4.35-41

Não sei se realmente somos corajosos diante das dificuldades. É possível que a dificuldade crie em nós a coragem para lutar.
Ninguém está pronto para enfrentar qualquer coisa que seja, pois nunca se sabe de antemão, onde se dará o campo de batalha.
Podemos não saber como se dará a batalha, mas sabemos que temos em Jesus um forte aliado e um defensor presente.
Mas é preciso dizer que a sua presença não nos isenta das crises e das lutas. Isso tudo pode até ser usado para um fim útil.


I – A PRESENÇA DE JESUS NÃO AFASTOU A POSSIBILIDADE DA CRISE

1. Quem disse que os que têm a companhia de Jesus não entram em crise, não sofrem doenças, não ficam endividados e não passam por luto. Todos nós gostaríamos que fosse assim, mas sabemos que não é.
2. Marcos diz que os discípulos levaram Jesus com eles (v.36). Não levaram Jesus como um amuleto contra riscos e perigos, mas como Mestre.
3. A natureza seguiu o seu curso normal, e um grande vendaval se levanta, atingindo o barco e colocando em risco os seus ocupantes (v.37).
4. Aquele homem especial, que estava no barco com os discípulos, não impediu a natureza de se manifestar. O salmista mesmo disse: “Os céus manifestam a glória de Deus”.

II – A PRESENÇA DE JESUS NOS DÁ ESPERANÇA DIANTE DA CRISE

1. Os discípulos eram homens simples, mas eram homens dos mares. Quantas vezes, mesmo antes de conhecerem a Jesus, já deviam ter eles navegado pelo Mar Mediterrâneo, Mar Morto e o Mar da Galiléia.
2. Jesus estava confortavelmente dormindo sobre uma almofada, e o barco indo a pique. Jesus não fazia nada antes da sua hora (João 2.4).
3. Os discípulos, mestres em navegação, já não tinham forças para conter a crise. Assim acontece conosco também: há um momento quando não mais suportamos a crise. Se não suportamos mais a crise, não adianta ficarmos tentando criar soluções. Não adianta alimentarmos quem não podemos domar.
4. Os discípulos tiveram que interromper o descanso de Jesus: “Mestre, não te importas que pereçamos?” (v.38). Quantas vezes nós já fizemos a mesma pergunta? Quantos já não sentiram a sensação de estarem sozinhos em meio a crise.
5. Mesmo que venham as tempestades, quando tudo parece que vai a pique, podemos recorrer a alguém que nos garante estar sempre presente.

III – A PRESENÇA DE JESUS DISSIPA A CRISE E ESPANTA OS TEMORES

1. Jesus toma o leme da situação; o barco não ficará mais à deriva. Os marinheiros-pescadores-discípulos não iam perecer; ainda não era a hora deles.
2. Jesus é a presença que repreende os ventos e cala os mares. As águas do mar da vida, mesmo que sejam gigantescas, não nos afogarão.
3. Jesus é a presença que faz cessar o vento e traz calmaria (v.39).
4. Mas Jesus é aquele que também nos chama à firmeza de fé: “Por que estais tão amedrontados Ainda não tendes fé?” (v.40). Jesus estava mal de acompanhantes! Além de medrosos, os discípulos não demonstraram que tinham fé; pelo menos Jesus não percebeu que tivessem.
5. Durante muitos anos cantamos: ‘Com Cristo no barco tudo vai muito bem, vai muito bem’. Hoje quase não cantamos mais. Será que já aprendemos a controlar o barco, a ponto de não precisarmos mais de Jesus? Creio que continuamos sendo péssimos pilotos; não dá para deixarmos Jesus fora do nosso barco.

CONCLUSÃO

Que possamos perceber sempre a presença gloriosa de Jesus em nossa vida.
Além de sabermos que Ele está presente, devemos deixá-lo como nosso timoneiro.
Amém

PR. Eli da Rocha Silva
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – São Paulo – SP – 14/04/2009

sábado, 11 de abril de 2009

PEDRO, JOÃO, MARIA MADALENA E OS DISCÍPULOS DE EMAÚS

PEDRO, JOÃO, MARIA MADALENA E OS DISCÍPULOS DE EMAÚS
JOÃO 20.1-18; LUCAS 24.13-35


I – TRAGADOS PELA FALTA DE ESPERANÇA


1. A notícia dada por Maria Madalena completava o quadro com a tristeza que faltava: “Tiraram do sepulcro o Senhor e não sabemos onde o puseram” (v.2). Se a tristeza da morte já é dolorosa, imagine somar a isso a falta do corpo daquele a quem se ama.
2. Alguns dos discípulos correram até o túmulo para se certificarem do ocorrido. A verem a cena, eles acreditaram em Maria Madalena; de fato, o corpo do Senhor não estava mais ali.
3. Até aquele momento os discípulos ainda não tinham compreendido a Escritura, que era necessário ressuscitar ele dentre os mortos (v.9). Parece que não compreender a Escritura não era um problema apenas dos discípulos daqueles dias; quantos entre nós ainda não compreendem as Escrituras, ou até nós mesmos.
4. Sem o corpo do Mestre; com completa falta de esperança, voltaram os discípulos outra vez para casa. Muitas vezes só nos resta o refúgio do lar quando não temos mais esperança. Quando já não há o refúgio do lar, as pessoas movidas pelo desespero, que é a falta da esperança, tomam atitudes que marcarão para sempre as suas vidas.
5. Os discípulos carregaram sobre si o peso das incertezas, das incompreensões dos fatos e da ausência real do Mestre. Eram poucas horas sem o Mestre, mas em suas mentes já estava projetada uma eternidade. A dor da ausência amplia a idéia de tempo. Foi assim com eles; não é diferente conosco.


II – A SOLIDÃO DO JARDIM AINDA É O MELHOR LUGAR

1. Nada como respirar os ares da manhã em um jardim! Não era bem isso que estava fazendo Maria Madalena naquele lugar silencioso, marcado pela frieza das circunstâncias. Mas voltar para casa não fazia muito sentido; as coisas estavam arrumadas desde a sexta-feira; as louças estavam todas brilhando e em seus devidos lugares. Por que voltar para casa?
2. Maria Madalena ficou ali, o choro era o seu consolo. A entrada do túmulo onde estivera Jesus era o ambiente propício para se desmanchar em lágrimas; ainda anestesiada por tudo o que havia acontecido, ela quer dar a última olhadinha antes de voltar para casa, afinal, não poderia ficar ali todo o tempo. Era preciso continuar vivendo a dor.
3. Ao olhar para dentro do túmulo (v.11), Maria Madalena viu dois anjos. Triste como estava, não sei se ela pode aperceber-se de quem eles se tratavam. Como também não pode aperceber-se que falava com Jesus, tendo-o como um jardineiro (vv. 13-15).
4. Jesus se dirige a ela, mas não a chama mais de Mulher (v.15), mas de Maria (v.16). Aquela não era a voz de um jardineiro, mas a doce e suave voz do Mestre. Maria extasiada pela suave presença de Jesus o chama de Raboni (expressão hebraica, que significa Mestre).
5. Mais uma vez Maria Madalena seria a portadora não só de novas notícias, mas de boas-novas: “Então, saiu Maria Madalena anunciando aos discípulos: Vi o Senhor!” (v.18).

III- O RESSURRETO ESTAVA ENTRE NÓS E NÃO O PERCEBEMOS.

1. Lucas escreve em seu evangelho a experiência vivida por dois discípulos de Jesus; texto que conhecemos como ‘Os discípulos no caminho de Emaús’ (Lc 24.13-35).
2. Eram dois discípulos que estavam entretidos com os últimos acontecimentos em Jerusalém; eram dois discípulos entretidos e entristecidos (v.17). Estavam tristes porque com Jesus, o Nazareno, havia morrido, e com ele, as esperanças de Israel (v.21).
3. Sem que eles percebessem de quem se tratava, aceitaram a companhia de um estranho que também se dirigia para Emaús. Mas aquele companheiro de viagem parecia ‘meio alienado’, pois só ele parecia não saber o que acontecera nos últimos dias (v.19).
4. Como o estranho ‘não sabia’ dos últimos acontecimentos, eles trataram de fazer o relatório completo (v.19-24).
5. O companheiro de viagem, que parecia não conhecer os fatos, mostra-lhes conhecer as Escrituras, começando por Moisés...(v.27).
6. Tendo chegado na casa, os discípulos convidam o estranho para pernoitar em sua casa ‘porque já é tarde e o dia declina’, o acompanhante aceita de pronto, ‘E entrou para ficar com eles’ (v.29).
7. O acompanhante, à mesa, toma o pão dá graças, abençoou-o e, tendo-o partido, lhes deu (v.30). Naquele exato momento eles se apercebem que durante todo o tempo tinham consigo a preciosa presença de Jesus (v.31). A eles restava apenas dizer: o ressurreto estava entre nós e não o percebemos.
8. Saber que Jesus estava vivo mudou o ânimo daqueles dois discípulos; já não havia razão de ficar à mesa; a noite que chegara com o declinar do dia já não causava tanto pavor, pois era preciso mesmo, descer rapidamente até Jerusalém (11 Km?) (v.33); eles precisavam, como fez Maria Madalena, contar as boas-novas de grande alegria: “O Senhor ressuscitou”.

CONCLUSÃO

A morte nos traz tristeza, mas a ressurreição nos enche de alegria e esperança. Podemos concluir com as palavras de Paulo: “Assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma nova vida. Se desse modo fomos unidos a Ele na semelhança da sua morte, com toda a certeza o seremos também na semelhança da sua ressurreição” (Rm 6.4,5 KJ)
Amém.
Pr. Eli Rocha Silva
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – São Paulo –SP 12/04/2009

sexta-feira, 10 de abril de 2009

SÁBADO (DESCANSO); DOMINGO (RESSURREIÇÃO)

CAMINHANDO COM JESUS ATÉ A SUA ASCENSÃO


LUCAS 17.11-24.53 (SÁBADO E DOMINGO)


I – DESCANSAR PARA ACORDAR CEDO

1. O Sábado foi instituído para descanso. Mas aquele não era um sábado como os demais; parece que ele tem mais de 24 horas. As mulheres que viram aonde tinha sido colocado o corpo de Jesus (23.55) não conseguiam esconder a ansiedade.
2. Quantas vezes as mulheres pegaram nas vasilhas de especiarias, colocando-as daqui para ali e dali para aqui. E o perfume será que está como merece o nosso Mestre?
3. Ufa! Até que enfim é Domingo. As mulheres combinam se encontrar na primeira esquina que desce para o sepulcro de José de Arimatéia. – ‘Não percam a hora’, diz uma delas às demais. ‘Precisamos sair bem cedo’, dizem entre si. Fica combinado que sairiam “muito de madrugada” (24.1).
4. Só havia uma preocupação! Como não quisemos incomodar nossos maridos, quem vai remover a pedra da frente do sepulcro?! (Marcos) Joana diz às duas Marias: “Com certeza não seremos nós; seria preciso que todas as mulheres tivessem vindo!”
5. Quando elas chegam ao sepulcro, a pedra estava fora do lugar; ela já não era impedimento. Alguém veio antes de nós! Mas quem teria sido? Uma delas diz: ‘Quem foi não importa; vamos entrar’.
6. Mas, ao entrarem no sepulcro, viram que Jesus não estava ali (v.3). O que teria acontecido? Alguém veio antes, removeu a pedra, e levou o corpo de Jesus! Que tristeza. A KJ diz que elas “Ficaram pasmas, sem saber o que fazer” (v.4).



II – DANDO UMA REFRESCADA NA MEMÓRIA

1. Enquanto pensavam o que fazer, ‘dois homens com roupas que reluziam como a luz do sol se colocaram ao lado delas. Atemorizadas, as mulheres inclinaram o rosto para o chão’ (KJ v.4,5).
2. Os homens as questionam. Afinal, o que elas faziam ali. Já tinham se esquecido do que dissera Jesus? Que após ser rejeitado pelos religiosos, seria morto e no terceiro dia ressuscitaria (v.7) (Lc 9.22).
3. Por conta do que Ele já havia dito, o que vocês vêem hoje, é que tudo se cumpriu: “Ele não está aqui. Ressuscitou!”.
4. “Então, se lembraram das palavras de Jesus”. Foi uma algazarra total; uma alegria radiante toma conta das mulheres. Começam a pular, dar gritos de alegria. Fizeram uma tremenda festa nas proximidades do túmulo de José de Arimatéia.
5. Toda aquela alegria deveria ser espalhada. Era preciso contagiar a todos. O primeiro dia da semana era dia de alegria. Como o sábado, aquele não era um domingo como outro qualquer. “E, ao voltarem do sepulcro, elas compartilharam tudo o que lhes acontecera aos Onze e a todos os outros” (v.9). Elas foram falando uma após a outra (?!).
6. Parecia delírio. Como acreditar nestas mulheres?! Elas estão emocionalmente descontroladas! A dúvida pairou sobre a cabeça dos apóstolos e discípulos: “Entretanto, eles não acreditaram nelas” (v.11).Delírio traduz leros. Em português diríamos que elas deviam de deixar de lero-lero (conversa mole).
7. Pelo sim ou pelo não, é melhor verificar: “Pedro, porém, levantando-se,correu ao sepulcro” (v.12). Chegando ao sepulcro, Pedro não viu mais nada além dos lençóis de linho. “E retirou-se para casa, maravilhado do que havia acontecido”


III- O RESSURRETO ESTÁ ENTRE NÓS.

1. Da tristeza para alegria: a distância entre a morte e a ressurreição. Os dois discípulos de Emaús caminharam com o Mestre (Lc 24.13-31).
2. Medo e pavor. Tem um espírito entre nós! (Dizem que alguns manuscritos antigos aparece a palavra grega fantasma). Jesus prova que não era um fantsma ou um pneuma.Ele era de carne e osso: “Apalpai-me e verificai” (v.39).
3. Como os apóstolos ainda estavam fora de si, Jesus lhes pede algo para comer. Um espírito não precisa comer nada, mas Ele sim: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” (v.41).
4. Passado o trauma, Jesus lhes dá as últimas instruções e a responsabilidade da pregação, pois eles “eram testemunhas destas coisas” (v.48).
5. O Senhor lhes fez a promessa do revestimento especial (v.49).
6. Após todos esses fatos, os discípulos “estavam sempre no templo, louvando a Deus”.


CONCLUSÃO
Queremos concluir com as palavras de Paulo:
• “Portanto, visto que fostes ressuscitados com Cristo, buscai o conhecimento do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus” (Col 3.1 KJ).
• E ainda: “Portanto, fomos sepultados com Ele na morte por meio do batismo, com o propósito de que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma nova vida. Se desse modo fomos unidos a Ele na semelhança da sua morte, com toda a certeza o seremos também na semelhança da sua ressurreição” (Rm 6.4,5 KJ)
Amém.

Pr. Eli Rocha Silva

A PAIXÃO DO NOSSO MESTRE

A PAIXÃO DO NOSSO MESTRE

LUCAS 17.11-24.53 (SEXTA-FEIRA)

I – O MESTRE É NEGADO, ZOMBADO E ESPANCADO (22.54-71)

1. Após ter sido preso, Jesus é levado à casa do sumo sacerdote (v.54). As dificuldades encontradas por Jesus durante o seu ministério foram, principalmente , com os religiosos: sacerdotes, escribas e fariseus. A religião instituída não suportava a forma de Jesus ensinar o povo.
2. Pedro, como seu fiel escudeiro não arreda o pé de Jesus. O mesmo Pedro que o Senhor intercedera por ele (v.31,32). O mesmo Pedro que puxara a espada contra o servo do sumo sacerdote (v.50).
3. O Pedro que se julgava pronto a ir com Jesus para a prisão e morte (v.33), nega o seu Senhor. Ele diz: “Mulher, não o conheço” (v.57). Quando acusado de ser um deles, temendo diz: “Homem, não sou” (v.58). Outra vez alguém diz: “Também este verdadeiramente estava com ele, porque também é galileu”. Mas Pedro insistia: Homem, não compreendo o que dizes” (v.59,60).
4. Pedro agiu como Jesus disse que agiria: “Hoje três vezes me negarás que me conheces, antes que o galo cante” (v.34). E o galo cantou (v.60).
5. Começa a agonia física do Senhor. Os homens que o detinham zombam de Jesus e lhe dão pancadas (v.63). Acostumados a judiar de profetas, judiaram de Jesus. Queriam que Ele profetizasse quem estava lhe batendo (v.64). Para eles, tratava-se apenas Jesus, um homem qualquer; mas para nós Ele é Senhor.
6. O Sinédrio reunido (v.66), que ao texto parece indicar, ser constituído dos anciãos, principais sacerdotes e escribas. O Sinédrio julgava questões religiosas, portanto não poderia impor a Jesus a pena capital.
7. Eles queriam que Jesus se incriminasse dizendo-lhes ser o Messias (eles falavam em aramaico). Mesmo que Jesus lhes dissesse que sim, eles não acreditariam no seu messiado (v.67).
8. Estava chegando a hora do Filho do homem assumir o seu lugar de honra (v.69,70). Não podendo julgá-lo, o Sinédrio apela a Pilatos.

II – NEM PILATOS E NEM HERODES, MAS O PRÓPRIO POVO (23.1-25).

1. Do ponto de vista do Sinédrio, o crime de Jesus era blasfêmia, pela alegação de ser Filho de Deus. O tribunal romano, junto com o governador não aplicaria a pena de morte por esse crime.
2. Então, “Levantando-se toda a assembléia, levaram a Jesus a Pilatos” (23.1), tecendo contra Ele falsas acusações: “Encontramos este homem pervertendo a nossa nação, vedando pagar tributo a César e afirmando ser ele o Cristo, Rei” (v.2). Mas era justamente o contrário, conforme registra o próprio Lucas (20.19-25).
3. Após interrogá-lo, Pilatos diz não ver nele crime algum (v.4). Diante da insistência da assembléia (v.5), o jeito é deixar que Herodes resolva (v.6,7).
4. Herodes não teve nenhuma preocupação em resolver a questão, e divertindo-se com a guarda, devolveu-o a Pilatos (v.11).
5. Nem Pilatos e nem Herodes viram em Jesus os crimes políticos que o acusavam (v.14). Por não haver nada que o pudesse condená-lo a morte, após castigá-lo, Pilatos o soltaria (v.16).
6. Mas a multidão gritava: “Solta-nos Barrabás” (v.17) “Crucifica-o! Crucufica-o! (v.21).
7. Pilatos novamente disse que após açoitá-lo o soltaria, mas a multidão insistia “com grande gritos pedindo que fosse crucificado. E o seu clamor prevaleceu” (v.22,23). Pilatos cedeu à grita do povo e dos principais sacerdotes judaicos (v.25).







III – A ÚLTIMA FASE DA SUA PAIXÃO: JESUS É CRUCIFICADO (V.26-49).

1. O Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho, hoje pastor em Campinas-SP., em Ponto Salientes de 1990, escreve que a paixão de Cristo teve três fases: (1) A paixão interior, o momento do sofrimento íntimo (Getsêmani) Lc 22.39-46; (2) A paixão física v.47-53 (22.47-23.25); e, (3) paixão conclusiva (v.33-49).
2. “Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram” (v.33). A crucificação era um método cruel e espetacular de execução. Era prática corrente naqueles dias, pois juntamente com Jesus, foram crucificados dois malfeitores.
3. Cumpre-se no Calvário a essência e o fundamento do plano divino de redenção (1 Cor 1.23,24). Na cruz foi paga a nossa dívida (Col 2.14). As forças do mal, que pensavam vencedoras, são vencidas por Jesus, que triunfa sobre elas na cruz (v.15). Naquela cruz foi crucificado o nosso velho homem (Rm 6.6).
4. A versão KJ traz: “Apesar de tudo, Jesus dizia: ‘Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo’” (Lc. 23.34) . O Senhor intercede por seus algozes. A cruz seria o grande benefício daqueles homens. Cumpre-se ali o Salmo 22 (v.18).
5. Na própria cruz, ainda em vida, Jesus assegura a um dos criminosos, mediante a sua pública profissão de fé, que após ambos morrerem, encontrar-se-iam no paraíso (v. 39-43). Aquela não era uma sentença de morte, mas uma palavra de salvação. Podemos dizer que aquele homem estava no lugar certo na hora certa.
6. Foram seis horas de agonia. Jesus sofreu na cruz das 09:00 às 15:00 horas. E nesta última hora Ele clama em grande voz: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (v.46). A morte não podia vencê-lo; Ele voluntariamente se entregou. Naquela hora Ele reassume a sua posição diante do Pai.

CONCLUSÃO
Com a sua morte na cruz Jesus nos confere (v.43):
• A salvação que é imediata: Hoje
• Garante todos nós sua maravilhosa companhia: Comigo
• E um lugar eterno, para uma vida que é eterna: Paraíso.
Amém.
Pr. Eli Rocha Silva

CAMINHANDO COM JESUS ATÉ A ASCENSÃO

CAMINHANDO COM JESUS ATÉ A SUA ASCENSÃO
LUCAS 17.11-24.53

I – PRIMEIRA SEXTA-FEIRA ANTERIOR
Ele ensinou que é preciso orar sem esmorecer (Lc. 18.2-6). Ensinou sobre aqueles que se julgam superiores aos demais (v.9-14). Que o Reino é para aqueles que o recebem com a simplicidade de uma criança (v.15-17). Que o apego às coisas deste mundo pode tornar-se um obstáculo para aqueles que desejam o Reino (v.13-25), pois: “Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!” (v.24).

II – PRIMEIRO SÁBADO - NA CASA DE ZAQUEU
1. Quando Jesus passa naquele lugar, olhando para cima, diz a Zaqueu: “Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa” (Lc 19.5) Zaqueu recebeu-o gostoso.
2. Falando a Zaqueu, e respondendo aos murmuradores: “Então Jesus lhe disse: Hoje houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão” (v.9). Em Zaqueu Jesus cumpria a sua missão: “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido” (v.10).
3. Passado o Sábado é preciso prosseguir para Jerusalém.

III – DOMINGO ANTERIOR - NOSSO SALVADOR CHEGA A JERUSALÉM.
1. Montado naquele jumentinho emprestado, Jesus entra triunfante em Jerusalém (19.28-44)
2. Mateus diz que as multidões que estavam à frente do Senhor, como os que o seguiam clamavam: “Hosana ao Filho de Davi!” (Mt 21.9). Eles estavam clamando: Salva, agora!

IV – SEGUNDA-FEIRA - JESUS PÕE ORDEM NA CASA (19.45-48)
1. O templo não é outra coisa senão casa de oração (v.46).
2. Jesus ensinava no templo, e o povo ficava dominado (enlevado, fascinado) por ele. Ele ensinava diferente dos demais (Mt 7.29).

V – TERÇA-FEIRA - ELE FALA DE DESAPEGO (20.1-21.38)
1. Mas também Jesus viu uma viúva pobre lançar ali duas pequenas moedas (v.2). A palavra pobre (penichram) significa que ela trabalhava para sobreviver.
2. Jesus comparou as duas entregas, e sobre a mulher, chamando-a de pobre (ptochè) viúva, denotando pobreza extremada, disse que ela havia dado mais pois, da sua pobreza deu tudo o que possuía, todo o seu sustento (v.4).Literalmente: deu tudo o que tinha para viver.

VI – QUARTA FEIRA - É HORA DE PREPARAR O MESTRE ; JUDAS FAZ NEGOCIATA (22.1-6)
1. Uma mulher, que Marcos deixa no anonimato, “trazendo um vaso de alabastro com preciosíssimo perfume de nardo puro, e quebrando o alabastro, derramou o bálsamo sobre a cabeça de Jesus” (Mc 14.3).
2. Judas concorda em entregar Jesus.

VII – QUINTA-FEIRA - O MESTRE ENTRE OS APÓSTOLOS (A PÁSCOA E A CEIA DO SENHOR) (22.7-53).
1. Na Páscoa, o pão é o seu corpo (v. 19), e o vinho, o novo pacto no seu sangue derramado por nós (v.20). Aquela cena, aquele momento não deveria cair no esquecimento.
2. O Getsêmani (no Monte das Oliveiras), que significa “prensa do óleo”, é para Jesus, lugar de oração. Como de costume, Jesus se dirige para esse lugar. Se o Pai quisesse o pouparia daquele cálice. Mas ali, no jardim ‘prensa do óleo’, Jesus diz submeter-se à vontade do Pai.
3. A HORA E O PODER DAS TREVAS (V.53). Judas que era templo de Satanás (Lc 22.3), em contraste com o crente que é templo do Espírito (1 Cor 6.19), aproximou-se de Jesus para o beijar. Judas cumpriu o seu contrato de serviço: ele entregou o seu Mestre.




VIII – SEXTA FEIRA - O MESTRE É NEGADO, ZOMBADO E ESPANCADO (22.54-71)
1. Pedro que andou três anos com o Mestre, na pressão do mundo o negou
2. NEM PILATOS E NEM HERODES, MAS O PRÓPRIO POVO (23.1-25). Mas a multidão gritava: “Solta-nos Barrabás” (v.17) “Crucifica-o! Crucufica-o! (v.21).
3. JESUS É CRUCIFICADO (V.26-49). Mas, “Apesar de tudo, Jesus dizia: ‘Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo’” (Lc. 23.34 KJ) . O Senhor intercede por seus algozes. A cruz seria o grande benefício daqueles homens.

IX - SÁBADO E DOMINGO – REPOUSO E RESSURREIÇÃO (23.56-24.53
1. O Sábado foi instituído para descanso.
2. No Domingo. Os homens junto ao túmulo dão a notícia às mulheres: “Ele não está aqui. Ressuscitou!”.

CONCLUSÃO
A última advertência: “Esse Jesus, que dentre vós foi elevado ao céu, retornará do mesmo como o viste subir” (Atos 1.11).
Qual a razão da sua vinda? Jesus explica: ”Vos levarei para mim mesmo” (João 14.3). Paulo também: ”Seremos arrebatados como eles (com os mortos ressuscitados) nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E, assim, estaremos com Cristo para sempre!” (1 Ts 4.17).


Pr. Eli Rocha Silva
Igreja Batista em Jardim Helena

sábado, 4 de abril de 2009

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ NA IGREJA LOCAL

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO CRISTÃ NA IGREJA LOCAL

Neemias 8.1-12; Mateus 28. 19,20

I – A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA PALAVRA NO CONTEXTO DO ANTIGO TESTAMENTO

1. Em Neemias, podemos observar a importância do ensino da Bíblia (muito embora não existisse esse conceito), quando notamos a que o povo se reuniu para ouvir (v.1).
2. É interessante que houve real interesse pelo Livro da Lei, pois nos diz o texto que: “Eles pediram a Esdras, o escriba, que trouxesse o Livro da Lei de Moisés, que o Senhor dera a Israel” (v.1).
3. A Palavra de Deus para trazer resultados à vida é preciso que as pessoas se reúnam em torno dela; que as pessoas tenham quem lhes possa ensinar e que se queira ouvir.
4. A Palavra não é discriminadora, pois seus ensinos são para homens mulheres e para todos que a possam entender (aqui, possivelmente, trata-se de crianças) (v.2). Deve-se dar grande importância a expressão ‘entender’, pois é isso que faz alguém mudar.
5. Qual o melhor lugar para se ensinar as Escrituras? No caso de Esdras, na praça em frente a portas das Águas (v.3); de Filipe, na carruagem do servo etíope; em nosso caso, podemos ensiná-la na empresa, nas esquinas ou nas dependências da igreja; todo lugar é lugar.
6. Quem pode ensinar e qual o tempo adequado? Esdras era escriba, logo sabia o que estava falando. Havia com Esdras outros que tinham capacidade e conhecimento para ensinar, pois eram levitas (v.8,9). Quanto ao tempo de estudo, eles foram instruídos da alva ao meio-dia, isto é, das seis às doze horas.
7. A postura dos que receberam os ensinos da Palavra de Deus naquele dia: “E todo o povo ouvia com atenção a leitura do Livro da Lei” (v.3).
8. A leitura do Livro da Lei trouxe comoção geral: “Todo povo estava chorando enquanto ouvia as palavras da Lei” (v.9). O povo pode perceber o quanto havia errado contra Deus.
9. Mas aquele dia de leitura da Palavra de Deus devia ser de alegria e não de choro (v.9); era dia de se contar que ‘a alegria do Senhor é a vossa força’ (v.10)

II – A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA PALAVRA NO CONTEXTO DO NOVO TESTAMENTO

1. Jesus pretendia que a sua igreja fosse uma igreja didática. A religião que fundou é uma religião de ensino. Este fato está explícito na Grande Comissão, em todas as partes da qual convocam para um programa de educação e instrução.
2. Neste programa, o fazer discípulos é o primeiro passo. A própria palavra discípulo significa aprendiz e, por conseguinte, invoca um processo educacional. Não existe melhor maneira de fazer discípulos do que ensinar a verdade que é Jesus (“Eu sou a verdade”, disse Ele - Jo 14.6).
3. O segundo passo é o batismo dos discípulos (integração). O próprio batismo é um instrumento visual no ensinamento do poder salvífico da morte, sepultamento e ressurreição de Cristo. Esse ato simbólico deve ser interpretado e esclarecido para todos os candidatos ao batismo.
4. O estágio final do programa de educação e treinamento é um processo contínuo – a saber, ensinar os discípulos a praticarem o que Jesus mandou. Isto requer um programa que envolve todos os membros da igreja. A conversão e o batismo não são o final do processo, pelo contrário, marca o seu início. Ao batismo, deve-se seguir um programa contínuo de educação, caso contrário, os convertidos permanecem bebês em Cristo, e as consequências serão sérias, para eles, para a igreja e para a Causa de Cristo. Cometemos um erro grave quando supomos que a Grande Comissão trata apenas da conversão. Esta é somente a sua parte inicial.

III – A IMPORTÂNCIA DE ORGANIZARMOS NA IGREJA UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

1. A Educação Religiosa tem como base o conceito de que Deus se revela como verdade infinita e que o ser humano é capaz de conhecê-lo em parte, mesmo que redentivamente. Isso deve levar a pessoa humana a crescer na graça e no conhecimento de Cristo, até alcançar o pleno conhecimento da verdade.
2. A Educação Religiosa tem por objetivo, a formação de uma consciência, que oriente a conduta do cristão à luz da Palavra de Deus; o seu desenvolvimento, de modo a reproduzir nele o caráter de Jesus Cristo, na adoração, no comportamento ético, em todos os aspectos do seu viver e na submissão ao propósito redentivo do amor de Deus (Gl 4.19).
3. O objetivo final da Educação Religiosa é levar o educando a alcançar a plena maturidade como ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus.
4. A Educação Religiosa, ou Cristã ,como prefere a CBB, tem duas divisões importantes: 1) Divisão de Escola Bíblica Dominical e 2) Divisão de Crescimento Cristão.
5. A divisão de Escola Bíblica Dominical: Cuida da integração, formação e busca da maturidade de cada crente, desde o seu nascimento espiritual.
6. Muitos consideram que a EBD deve ter caráter evangelístico, muito embora, penso que a função dela seja formar discípulos já alcançados (MT 28.20). Quanto ao evangelismo, as igrejas têm departamento próprio para esse tipo de trabalho (MT 28.19). Então reafirmo, a EBD trabalha com os alcançados pela evangelização. Mas não é demais dizer que, na ministração das aulas, o professor pode e deve levar os seus alunos a uma decisão ao lado de Cristo.
7. Para terminar: A EBD, na sua função formativa do caráter cristão no novo aluno, precisa ter no seu quadro docente pessoas qualificadas para o ensino (Rm 12.7).
Que Deus nos abençoe.

Pr. Eli da Rocha Silva
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – 05/04/2009


HINETO PARA O MÊS DA EBD

Título: A EBD
Falarei Salmos, Cantarei Hinos
Eu louvarei ao Senhor (2 x)

Em nossa escola há alegria
Em nossa escola há prazer
Em nossa escola aprendemos mais de Jesus conhecer

Bebês e crianças, jovens e adultos,
Venham louvar ao Senhor (2 x)

JEREMIAS 2.2-13 - ATITUDES QUE ATÉ DEUS PARECE DUVIDAR

ATITUDES QUE ATÉ DEUS PARECE DUVIDAR
JEREMIAS 2.1-13

INTRODUÇÃO
Quantas atitudes das pessoas nos deixam pasmos; porque não dizer, até algumas atitudes nossas que deixam os outros boquiabertos. Quem alguma vez não fez algo de deixar outros assombrados. Quem não fez que atire a primeira pedra. Basta olharmos fielmente para o que já fomos.
Talvez você possa me contestar (respeito sua contestação!), e dizer a mim, a si mesmo e a todos, que nunca tomou uma atitude autorreprovável.
Não quero parecer sacrílego, mas algumas vezes as pessoas tomam ‘atitudes que até Deus parece duvidar’. Talvez não seja o nosso caso.
Jeremias nos deixa escrito em livro (caso ele o tenha escrito, vamos deixar a discussão para a alta crítica), que Israel tomou esse tipo de atitude que deixou até Deus pasmado.

I- AS PRIMEIRAS ATITUDES NÃO SÃO PARA ESQUECER

1. As primeiras palavras do capítulo mostram Deus saudoso dos primeiros dias do relacionamento: “Eu me lembro de sua fidelidade quando você era jovem: como noiva, você me amava e me seguia pelo deserto” (v.2). Para muitos o tempo de namoro e noivado e mesmo coisa de dar saudades.
2. Havia da parte de Israel, naqueles dias, dedicação exclusiva ao Senhor: “Israel, meu povo, era santo, para o Senhor, os primeiros frutos da sua colheita” (v.3 a). Além de ser um povo separado para Deus, havia no relacionamento a alegria das primeiras coisas, de tudo aquilo que é novo, apreciável, belo.
3. Como acontece quando casamos: o uso das primeiras panelas, os lençóis, o cheiro de coisa nova. Ficamos fora de nós mesmos nos primeiros dias de casamento. Assim parecia ser a relação Deus-Israel.
4. Deus, além de provedor, era também o protetor de Israel. Como tesouro precioso (NVI), ai de quem mexesse com a noiva apaixonada (Israel): “Todos os que o devoravam eram considerados culpados, e a desgraça os alcançava” (v.3 b). Era inconcebível mexer com a noiva e ser inocentado ou passar ileso.
5. O relacionamento era perfeito. O casamento ia às mil maravilhas. Tratava-se do matrimônio ideal. O tipo de relacionamento que todos querem construir no casamento: Lado a lado o Amado e a amante (sentido ideal); o Protetor e a protegida; o Provedor e a provida.

II – ALGUMAS ATITUDES SÃO DIFÍCEIS DE SEREM COMPREENDIDAS

1. O marido estava inconformado (3.14). Que falta foi achada Nele? O que Ele teria feito para que a esposa se distanciasse? (v.5 a).
2. Onde a esposa estava com a cabeça para trocá-lo por um traste? Como trocar a segurança que há do lado do marido, por algo (ídolos) que não tem nada a oferecer, e de fato, nada podem fazer?
3. Por deixarem o esposo dedicado, Israel como esposa, faz baixar o seu próprio nível: “Eles se foram atrás de coisas inúteis e tornaram-se inúteis” (v.5 b NIBB).
4. Israel, para tristeza de Deus (antropopatia), não parou para pensar nos velhos tempos, quando era guiado pelo Protetor (v.6). Não se deu ao trabalho de lembrar-se da jovem noiva que foi e O seguia pelo deserto (v.2).
5. Além de esquecida, a Nação-esposa não soube ser grata: “Eu trouxe vocês a uma terra fértil, para que comessem dos seus frutos e dos seus bons produtos. Entretanto, vocês contaminaram a minha terra; tornaram a minha herança repugnante” (v.7 NVI).
6. A liderança cruzou os braços. Os que deviam cuidar da religião: sacerdotes, escribas e profetas, deixaram de lado as suas responsabilidades. A nação de Israel deixou Deus verdadeiro, ‘indo atrás de ídolos imprestáveis’ (v.8).
7. Mas Deus não ficaria se lamentando eternidade afora; e Ele, deixa isso bastante claro para o povo e a sua liderança: “Trarei acusações contra vós” (v.9)

III – AS ATITUDES QUE GERARAM ESTUPEFAÇÃO

1. Pasmo diante das atitudes de Israel, Deus manda que se envie emissários às outras nações, parece que se veja em seus anais, em seus livros de história, se já acontecera algo parecido: “Por acaso houve alguma nação que tenha trocado os seus deuses, posto que nem são deuses?” (v.11 a).
2. Deus declara o fato triste, lamentável, o disparate cometido por Israel: “Mas o meu povo trocou a sua glória por aquilo que é imprestável” (v.11 b).
3. Diante da assombrosa e tresloucada decisão, como um de ‘incredulidade’ e estupefação, Deus convoca os céus para que observem a escolha feita por Israel: “Espantem-se diante disso, ó céus! Fiquem horrorizados e abismados!” (v.12 NVI).
4. Para Deus, dois males: Abandoná-lo e buscar seus próprios caminhos. De que maneira? Deixar de lado a fonte de águas vivas (Jr 17.13). Israel não quis dessedentar-se em Deus.
5. Deixar Deus é deixar as delícias e os prazeres do banquete espiritual (Sl 36.7-9).
6. A loucura da troca: Israel trocou a segurança que há em Deus, pela fragilidade das coisas. O MANANCIAL DE ÁGUAS VIVAS POR CISTERNAS ROTAS (CISTERNAS RACHADAS).
7. Alguém, como Israel, que peregrinou no deserto, conhece bem a força desse argumento.

IV – MESMO DIANTE DE TAIS ATITUDES PERMANECE A PROMESSA QUE É ESTENDIDA A TODOS OS HOMENS

1. Existe da parte de Deus a promessa de um dia de águas vivas, que favoreça o povo, que sem sombra de dúvida, é rebelde.
2. Haverá para Israel um dia especial do Senhor, onde se verá abundância de águas (Joel 3.18) Ver Isaías 35. 1-7; 12.1-3; 58.11.
3. Mesmo em um contexto diferente, a promessa de restauração é estendida a todos os homens por meio de Jesus Cristo. JESUS, O DEUS-FILHO, É O NOSSO MANANCIAL.
4. Jesus veio para preencher as expectativas dos sedentos, pois Ele mesmo diz: “Aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede” (João 4.14). Jesus se apresenta como servo: “que eu lhe der”. O aspecto atemporal do ato: “Nunca mais terá sede”.
5. Resultados de dessedentar-se em Jesus: “A água que eu lhe der SERÁ NELE uma fonte a jorrar para a vida eterna”. SERÁ NELE= Permanente em homens e mulheres cristãos.
6. Para os que crêem a água é abundante e de graça (Apoc. 21.6; 22.17).

CONCLUSÃO:
Israel não soube valorizar a presença e as bênçãos de Deus; não sejamos como ele.
Quaisquer pessoas, ou, todas as pessoas têm a possibilidade de mudar as suas atitudes; só não pode mudar quem já morreu. Não é demais lembrar que, enquanto há vida há esperança.
Tome esta atitude: deixe a vida seca e sem razão e participe do manancial inesgotável que é Jesus.

PR. Eli da Rocha Silva
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – São Paulo – SP 05/04/2009

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quarta-feira, 1 de abril de 2009

8 - Lições em Romanos 15.14-21

8- Lições em Romanos 15.14-21

A explicação de Paulo (ARA)


(v.14) - Eu, da minha parte, irmãos meus, estou persuadido a vosso respeito, que vós já estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento e capazes, vós mesmos, de admoestar-vos uns aos outros.

1. Mesmo tendo escrito a uma igreja, onde os membros, de alguma forma, pareciam ser intolerantes uns com os outros, Paulo acredita que eles já tinham chegado a um nível de maturidade plenamente aceitável, ou, elogiável.
2. Mesmo que houvesse alguma divergência em alguns pontos quanto à prática de certas coisas (Lei), aqueles crentes estavam ‘cheios de bondade’. Não havia entre eles um espírito belicoso, mas sim de virtude e beneficência. As divergências não eram grandes o bastante para criar uma divisão do grupo.
3. Mesmo que pairasse algum tipo de discordância pontual, de algum modo (questão de graça mesmo v.13), Paulo estava convencido de que eles estavam ‘cheios de todo o conhecimento’.
4. John Murray diz o seguinte: “Bondade é a virtude que constrangeria os crentes fortes a se absterem daquilo que prejudicaria os fracos; e o conhecimento é aquela realização que corrigiria as debilidades da fé” (Comentário Fiel pg. 570).
5. Com certeza a carta não foi dirigida a um grupo seleto de crentes, mas a todos. Assim sendo, todos os crentes estavam aptos à admoestação mútua, uma vez que já estavam ‘cheios de todo o conhecimento’.


(v.15) - Mas em parte vos escrevo mais ousadamente, como para vos trazer outra vez isto à memória, por causa da graça que por Deus me foi dada,


1. Paulo escreve ousadamente alicerçado em seu chamamento (1.1). Se em algum momento o apóstolo pareceu rude, isso era somente fruto do zelo que nutria por aqueles irmãos.
2. Se ele escreveu mais ousadamente ‘sobre alguns pontos’ (NIV), era apenas para fazê-los relembrar aquilo que já estavam inteirados. Como se a sua preocupação não fosse passar coisas novas, mas trazer à prática possíveis coisas já esquecidas. Talvez fazê-los voltar à prática do primeiro amor (AP 2.4,5).


(v.15) - para ser ministro de Cristo Jesus entre os gentios, ministrando o evangelho de Deus, para que sejam aceitáveis os gentios como oferta, santificada pelo Espírito Santo.

1. Finalizando o verso quinze temos: “Por causa da graça que por Deus me foi dada”. Que graça é essa? Sabemos que Paulo foi perseguidor da igreja de Cristo, mas aprouve a Deus chamá-lo para o ministério; este chamamento foi por graça somente. A ficha corrida de Paulo não o habilitava para a obra. A minha ficha e a sua também não; mesmo assim, por graça, fomos todos convocados.
2. Mesmo sendo um perseguidor da igreja, ele foi chamado para ser ‘ministro de Cristo Jesus entre os gentios’. Paulo era um serviçal em favor do evangelho; um servo subordinado a Cristo Jesus (leit0urgos), especialmente, a favor dos gentios.
3. A sua função era ministrar o evangelho de Deus como um sacerdote do Antigo Testamento. E ele usa a expressão hierourgounta, dando a entender que ele estava na condição de um servidor do templo, de um sacerdote. Assim como o judeu era aceito por intermediação do sacerdote, da mesma forma os gentios, pelo ministério de Paulo, podiam alcançar os benefícios do evangelho de Cristo Jesus, que é o nosso Sumo sacerdote.
4. Gosto da tradução na NIBB: “Servindo ao evangelho de Deus como sacerdote, para que os gentios sejam aceitáveis a Deus como oferta santificada pelo Espírito Santo” (Ver Rm 12.1).

(v.17) - Tenho, portanto, motivo para me gloriar em Cristo Jesus, nas coisas concernentes a Deus;

1. Confesso que é difícil entendermos e aplicarmos a expressão ‘me gloriar’. Mas é possível pensarmos em termos de satisfação, realização por conta do dever cumprindo, ou em cumprimento.
2. Paulo vai explicar à frente, que ‘gloriar em Cristo’, é tão-somente o fato de ter sido instrumento na ministração do evangelho.

(v.18) - porque não ousarei falar de coisa alguma senão daquilo que Cristo por meu intermédio tem feito, para obediência da parte dos gentios, por palavra e por obras,

1. Paulo se limitaria a falar das suas próprias experiências. O próprio apóstolo era a prova viva da transformação que Deus efetua na vida do homem.
2. “Para obediência da parte dos gentios”. O que os gentios puderam ver na vida do apóstolo serviu como sinal e prova de sua transformação, o que os levaria à mesma condição diante de Deus, ou seja, a obediência ao senhorio de Cristo.
3. Os seus ensinos e as suas obras, que não eram propriamente suas, mas de Cristo que realizava através dele, eram a autenticação do seu apostolado. A marca do seu ministério era Cristo realizando através dele.

(v.19) - pelo poder de sinais e prodígios, no poder do Espírito Santo; de modo que desde Jerusalém e arredores, até a Ilíria, tenho divulgado o evangelho de Cristo;

1. O ministério de Paulo foi por palavras e obras, mas na unção do poder do Espírito Santo.
2. Não é demais repetirmos, que o próprio Espírito Santo, autenticou o ministério de Paulo através do dinamismo conferido ao seu ministério e apostolado.
3. Duas vezes, no mesmo trecho, o apóstolo usa a palavra dynamei como fonte, ou força do trabalho que realizara. Sem esse poder do Espírito Santo não havia como ser uma testemunha fiel e produtiva no evangelho (Atos 1.8).
4. O apóstolo atendeu a delimitação do alcance do evangelho, em conformidade com Atos 1.8: Ilíria, ou Ilírico, que segundo John Murray trata-se da ‘antiga Iugoslávia e a Albânia’. Aqui, fazemos apenas uma alusão ao evangelho que é para todas as nações.

(v.20) - deste modo esforçando-me por anunciar o evangelho, não onde Cristo houvera sido nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio;

1. “Esforçando-me por anunciar o evangelho”. A divulgação do evangelho exige empenho e esforço dos evangelizadores. Não é uma obra que se faça sem nenhum sacrifício. Podemos ver isso na vida dos missionários atuais, daqueles que são enviados pelas nossas Juntas Missionárias.
2. Ao falar que se esforçava, o apóstolo Paulo estava dizendo, que na verdade, cumpria o seu desejo, a sua ambição de ser um pregador do evangelho. Pregar o evangelho era também um prazer e uma honra para o apóstolo (Ver explicações sobre a palavra Philotimeomai).
3. O apóstolo era um plantador de igrejas, um desbravador. Como tal, ele queria iniciar trabalhos novos. Só havia razão de empreender uma viagem missionária, apenas se houvesse lugares aonde Cristo não tivesse sido anunciado e, por conseguinte, confessado o nome (onomaste) por aqueles que o aceitaram.


(v.21) - antes, como está escrito: Aqueles a quem não foi anunciado, o verão; e os que não ouviram, entenderão.

1. Conforme acima, Paulo “adotava uma política pioneira na pregação do Evangelho” (F F Bruce, Romanos pg. 212).
2. Os gentios de todas as épocas teriam ao seu alcance a pregação do evangelho.


PR. Eli da Rocha Silva
01/04/2009 Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – São Paulo - SP