domingo, 19 de julho de 2009

IGREJA - DEIXE-SE CONHECER

IGREJA - DEIXE-SE CONHECER

FILIPENSES 4.1-7


I – ATRAVÉS DE SUA ALEGRIA

1. Antes de Paulo falar da alegria, da moderação e da dependência divina, ele falou de comunhão; falou da sua própria comunhão com os irmãos, através do amor que sentia por eles.
2. Aprendi nas palestras durante a Convenção, que o pastor deve ser amável, afetuoso, compreensivo, etc. Assim foi Paulo em relação aos crentes filipenses (v.1); gosto da tradução (NKJ): “Meus irmãos, a quem amo e de quem tenho saudades, minha alegria e coroa, permanecei assim firmes no Senhor, amados”.
3. Havia em Filipos duas irmãs na fé, Evódia e Síntique, que estavam em pé de guerra. Paulo que amava os irmãos escreve: “Suplico a Evódia e a Síntique que restabeleçam a boa convivência no Senhor” (v.2). As divergências que venhamos a ter em muitas questões não devem atrapalhar a nossa boa convivência no Senhor. O apóstolo ressalta a importância das duas irmãs, na cooperação do Evangelho (v.3).
4. “Regozijai-vos”. A Chave Lingüística Grega diz que Chaírete, está no Presente do Indicativo Ativo, demandando uma ação habitual e contínua. O texto paulino é reforçado por pántote, que significa sempre.
5. O crente deve deixar-se conhecer pela alegria cristã. Muitas são as dificuldades e as perseguições, mas nada disso deveria roubar dos crentes a alegria. A alegria é fruto das coisas que alcançamos tão-somente em Cristo; não há outro lugar onde podemos buscar a alegria que só se alcança Nele.




II – ATRAVÉS DA SUA MODERAÇÃO (v.5).

O que é moderação? s. f. 1. Ato! ou efeito de moderar; 2. Atenuação; 3. Afrouxamento; 4. Comedimento, prudência; 5. Mediania; meio-termo; 6. Diminuição.
1. Aprendemos com Ralph P. Martin que tal moderação acontece quando o crente apresenta o espírito pronto para abrir mão da retaliação, quando são ameaçados, ou provocados, por causa de sua Fe (Com. Filipenses Mundo Cristão).
2. A NKJ traduz: “Seja a vossa amabilidade conhecida por todas as pessoas”. As pessoas dirão do crente: ele enfrentou toda a provocação sem perder a moderação (ARA), a amabilidade (NKJ) e a bondade (NIBB); é também gentileza e paciência.
3. A Chave Lingüística Grega diz o seguinte a respeito da palavra que Paulo aplica à vida dos crentes em Filipos: “Denota uma firmeza paciente e humilde, capaz de submeter-se a injustiças, desgraças e maus tratos, sem ódio ou maldade, confiando em Deus a despeito de tudo”.
4. É possível que em algum momento o mundo mexa conosco, para saber até onde vai a nossa moderação e a nossa amabilidade.
5. O crente não deve cair em desespero, perder a alegria ou a paciência: “Perto está o Senhor”. Seja a vinda para toda a igreja, ou para algum membro em particular, o Senhor está nos ajudando em nossa paciência.


II – ATRAVÉS DA DEPENDÊNCIA DE DEUS (v.6, 7).

1. “Não andeis ansiosos de coisa alguma” (v.6). Paulo nos faz lembra Jesus e Pedro. Na verdade, a ansiedade é uma grande perda de tempo e saúde; quem pode mudar o curso das coisas por estar ansioso?
2. O conselho é que não andemos ansiosos por coisa alguma, porque todas as coisas podem ser colocadas diante de Deus pela nossa oração e súplica e por fim, com gratidão em nossos corações.
3. Paulo escrevia em um contexto diferente do nosso, ele escrevia da prisão. O apóstolo não fora preso como um malfeitor, mas como alguém que soube sofrer por causa do evangelho, e sem retaliar.
4. O apóstolo fala de algo que ele estava experimentando na prisão. Não que ele precisou ser preso para experimentá-la, mas naquele lugar, ele aprendeu que de fato é possível: “E a paz de Deus, que excede a todo entendimento” (v.7). A paz que excede todo entendimento é possível na vida do crente, porque ela não depende de coisas fora dele.
5. Paulo estava preso, e com ele, presa a paz; os cristãos poderiam ser perseguidos, mas com eles, perseguida a paz; onde estiver o crente, a paz que não é limitada por explicações racionais está presente: é a paz de Deus.
6. Mas a paz, além de nos deixar serenos, é ativa, é funcional: “guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”. A paz se coloca com um vigilante ativo, como um guarda, a proteger coração e mente do cristão. A paz guarda o centro das nossas vontades (kardia) e das nossas ações (nóema).
7. A paz nos guarda Nele; nós estamos ligados a Ele; o crente recebe os benefícios da paz, pois está em Cristo Jesus.

CONCLUSÃO

Paulo queria ver em Filipos, uma igreja que:
Deixasse transparecer a sua comunhão
Que a sua alegria não fosse coisa circunstancial
e que vivesse em amabilidade diante das incertezas da vida
e mesmo diante de tais incertezas e se percebesse dependente de Deus.

Amém.

PR. Eli da Rocha Silva
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – São Paulo - SP

sábado, 11 de julho de 2009

O CUIDADO DE DEUS CONOSCO (OU O DEUS CONOSCO CUIDA DE NÓS)

O CUIDADO DE DEUS CONOSCO (OU O DEUS CONOSCO CUIDA DE NÓS)
1 PEDRO 5.6-11

Qualquer que seja a ordem da sentença não vai alterar a confiança que temos em Deus.
Pedro, que até fraquejou (talvez tenha se esquecido do Deus conosco), nos incentiva a acreditarmos no que ele sentiu e provou.

(v.6) Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte;

1. Pedro diz que devemos nos humilhar diante de Deus (v.6); como amadureceu o nosso querido irmão apóstolo. Quando Jesus quis lavar-lhe os pés, ele não consentiu. Logo depois, queria tomar banho (João 13).
2. Mas a nossa humilhação, segundo Pedro, deve ser sob um maravilhoso lugar: à sombra da poderosa mão de Deus (lembrei-me do Salmo 91). Que gostoso lugar para a nossa humilhação. Bendita humilhação que nos encaminha para a exaltação.
3. Exaltação que é no tempo próprio; no tempo de Deus. Trata-se de coisa theokairótica.
4. Tem que ser no tempo oportuno, pois trata-se de um tempo exato, que não acontece nem antes nem depois, em nenhuma menor medida de tempo que possamos imaginar.

(v.7) lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.
Pedro agora é salmódico: “Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele o fará”. (37.5).
1. A palavra entregar traduz gâlal, que é rolar. Então poderíamos ler: Role o teu caminho sobre o Senhor. Muitas vezes os problemas são tão enormes que não podemos carregá-los, administrá-los ou qualquer coisa que o valha.
2. Pedro diz que devemos lançar; o salmista diz que devemos entregar. Prefiro entender que no final dará no mesmo. O importante é que o problema não fique conosco.
3. Se você jogar tudo sobre Deus, não queira atalhar. Ah, também não diga como Ele deve ou não deve fazer. Não seria sensato de sua parte (de nossa parte).
4. “Porque Ele tem cuidado de vós”. Como é bom sabermos disso. Que o digam os distraídos e aqueles que pensam que atingiram a maioridade, aqueles que se dizem donos dos próprios narizes. Saibam todos: “Deus ‘se importa com aquilo que se passa na vida de vocês’ (Mueller)”.
(v.8) Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar;

1. Pedro aqui falou do que ele mesmo sentiu na pele. Quando devia apoiar o Mestre no cumprimento da missão, deixou-se influencia por Satanás (Mat 16.23);
2. No momento de orar, caiu em pesado sono, deixando o Mestre orando só.
3. A NIBB traduz assim a primeira parte do verso: “Tende bom senso e estai atentos”. Os crentes devem viver em alerta máximo, pois o inimigo não manda e-mail dizendo o dia e hora.

(v.9) ao qual resisti firmes na fé, sabendo que os mesmos sofrimentos estão-se cumprindo entre os vossos irmãos no mundo.

1. Saber que Deus cuida de nós não deve ser estímulo à negligência, ao desleixo e a manutenção da guarda baixa: sobriedade e vigilância, prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.
2. Pedro não manda que a gente chame o diabo para a briga, assim como Tiago (4.7), só manda que o resistamos; ao que Pedro acrescenta: “firmes na fé”.
3. Pedro não nos manda praticar outro exercício, que não seja a firmeza na fé. A fé não permite que abandonemos a fé (fé que tivemos quando cremos, e a fé que conservamos porque um dia cremos).
4. Existem crentes sofrendo em todos os lugares do mundo. Não eram apenas os leitores de Pedro que sofriam; os não leitores também passavam pelas mesmas aflições por conta do Evangelho que professavam.
(v.10) E o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, confirmar e fortalecer.

1. O Deus de toda graça não abandona os seus chamados para a vida eterna e, mesmo que haja sofrimento, será por um pouquinho de tempo.
2. O sofrimento cristão não é motivo de desistência, mas de resistência. Deus mesmo se encarrega de nos aperfeiçoar (nos completa); de nos confirmar (nos estabelece, somos ‘concretados’, fixados); e, de nos fortalecer (pela força do seu poder nos anima e capacita).

(v.11) A ele seja o domínio para todo o sempre. Amém.

1. A Deus, que toma para si as nossas ansiedades,
2. Que nos faz, por seu próprio poder, capazes de pela fé, vencermos o maligno;
3. “Domínio para todo o sempre”.

Amém.

PR. Eli da Rocha Silva 12/07/2009
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – S.Paulo - SP

VIVENDO SOB O PRISMA DA ESPERANÇA

VIVENDO SOB O PRISMA DA ESPERANÇA

FILIPENSES 3.15-21

Viver sob o ponto de vista da esperança consiste em caminharmos contra qualquer coisa que se possa medir com a régua do previsível.
Quando Abrão deixou Harã, ele fugia do previsível
Quando Moisés deixou o Egito, deixou o previsível (ser filho da filha de Faraó), para cuidar do rebanho que não era seu.
Quando os primeiros discípulos abandonaram as redes, deixaram o previsível (negociantes de peixes), para aprenderem sob uma nova proposta.
Quando Jesus deixou os céus, deixou o previsível (continuar com a glória que tinha), para acreditar na proposta do Pai: que eu e você aceitaríamos o seu sacrifício (João 3.16).
Quando Paulo deixou um futuro, humanamente brilhante (ser um medalhão no Sinédrio), para correr riscos através dos mares.
Quando eu e você, deixarmos de acreditar apenas no que vemos, e passarmos viver sob o prisma da esperança.


I – VIVEMOS SOB O PRISMA DA ESPERANÇA, QUANDO NÃO PERDEMOS O FOCO

1. Parece muito comum dizer o que a esperança faz conosco, mas não é comum dizer o que a falta de esperança faz com os demais. Mas, a princípio é bom dizer o que ela faz conosco.
2. A esperança nos encaminha para o alvo, que a princípio, pode não ser visto e nem conhecido (Abrão): “Vai para a terra que eu te mostrarei”. Abrão saiu e foi.
3. Paulo disse: “Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão” (v.13). O apóstolo reafirma com outras palavras, que de fato, para ele, as coisas velhas já passaram. Pena que a mulher de Ló não teve a mesma percepção e decisão.
4. Crio aqui (ou relembro um neologismo): ‘Mulherdelósismo’. É uma pena que muitos se deixam levar pela fraqueza de amar o que se deixou para trás. Imaginem Abrão, a cada parada, olhando o seu álbum de fotografias para lembrar Harã; ou Moisés, para lembrar o Egito! Lamentavelmente, como a mulher de Ló, o povo de Israel não esquecia os pepinos e os melões do Egito.
5. Paulo diz, o que serviu para ele, e serve para nós também: que nós fomos conquistados para nos conformarmos com Cristo (na morte, na ressurreição e na glorificação) (v.10-12).


II – VIVEMOS SOB O PRISMA DA ESPERANÇA, QUANDO SABEMOS A QUEM SEGUIR

1. Quem já não se viu perdido na cidade grande; ou, quem devia falar e não sabia o que dizer; ou, quem não já se viu em apuros? Quando vivemos sob o prisma da esperança, sabemos quais os exemplos que devem ser seguidos.
2. Paulo está propondo uma conformação em cadeia (série, sucessão): Paulo com todos os outros se conformando a Cristo (v.17).
3. Cristo é o exemplo a ser imitado e perseguido pelos crentes, mas Paulo tem a coragem de se apresentar também como modelo de imitação: “Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo” (1Co 11:1).
4. Havia o perigo dos crentes se deixarem levar por péssimos modelos: “Muitos andam entre nós...que são inimigos da cruz de Cristo” (v.18). Qualquer indivíduo, que ensine que é possível ir para o céu sem Cristo, torna-se inimigo da sua cruz.
5. “A glória deles está na sua infâmia” (v.19). É provável que Paulo estive falando a respeito dos gnósticos que ensinavam: “que qualquer coisa feita no corpo, até mesmo o pior dos pecados, não tem valor algum porque vida verdadeira existe no reino espiritual apenas (Internet)”. Diziam que: “o conhecimento e superior à virtude” (Bíblia Anotada).
6. “O fim deles é a perdição” ( v.19). Paulo observa que esses doutrinadores, que estão no meio da igreja, mas que não são do grupo dos salvos, terão como destino a perdição. Não será diferente com aqueles que se deixarem levar pelos seus ensinos.




III - VIVEMOS SOB O PRISMA DA ESPERANÇA, QUANDO CREMOS NO EVANGELHO.

1. Crer no evangelho é crer em Cristo e nos ensinos dos apóstolos. Os apóstolos não inventaram um evangelho, mas ensinaram como recebido do Senhor. Os primeiros apóstolos in loco; e Paulo, ele mesmo diz: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei” (1 Co 11.23 a).
2. As palavras de Jesus, ditas aos discípulos quando da sua despedida (João 14.2,3), são agora relembradas por Paulo:
• Assim disse Jesus: “Na casa de meu Pai há muitas moradas, vou preparar-vos lugar”
Assim disse Paulo: “Pois a nossa pátria está nos céus” (v.20);
• Jesus: “Voltarei e vos receberei para mim mesmo”;
Paulo: “de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo”.
• Jesus: “Para que onde eu estou estejais vós também”.
Paulo nos ensina que, para podermos estar com Jesus, que é o nosso Salvador, Ele: “transformará o corpo da nossa humilhação, para ser semelhante ao corpo da sua glória” (v.21).
3. Paulo ensina uma esperança que só há no crente: a vida na pátria que está no céu. Muitos estão lutando pela pátria daqui mesmo. Que dó! (Alguns certamente dirão), deixar aqui tudo que conseguimos com tanto esforço?
4. Mas para o verdadeiro crente, o céu é inegociável. O evangelho, que nos ensina viver sob o ponto de vista da esperança, não nos deixa cair nessa horrenda troca.


CONCLUSÃO


Como começamos terminamos: a esperança nos ensina a viver fora das realidades aparentes.
Nós aprendemos pela esperança, a tirar o foco do que se pode ver, para as coisas que não vemos, mas sabemos que estão lá (Hb 11.1).
A esperança também nos ensina seguir o modelo por excelência: Jesus
A esperança nos alivia do fardo que deixaremos aqui, porque o que nos faz feliz, e a pátria que está lá.
Amém.

PR. Eli da Rocha Silva 12/07/2009
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – São Paulo - SP

quarta-feira, 8 de julho de 2009

REFLEXÕES NA PRIMEIRA CARTA DE JOÃO (8)

REFLEXÕES NA PRIMEIRA CARTA DE JOÃO (8)

CAPÍTULO 2. 24-29

(v.24) Portanto, o que desde o princípio ouvistes, permaneça em vós. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também vós permanecereis no Filho e no Pai.

1. João não quer passar pela mesma tristeza de Paulo, quando este, reprova o comportamento dos crentes da Galácia, por terem se desviado tão depressa do verdadeiro Evangelho (Gl 1.1-9).
2. Os ensinos que os crentes receberam no princípio da fé, quando foram convertidos pela ação do Espírito Santo, deviam permanecer neles; eles receberam o mesmo ensino dos primeiros crentes (Atos 2.42), e nesse ensino deviam permanecer.
3. O Evangelho de Cristo, pregado pelos apóstolos e evangelistas, permanecendo nos crentes, significa que eles conservam a comunhão com o Filho e com o Pai. Mas o contrário disso também é verdade: aquele que deixar o evangelho deixa também o Filho e o Pai. De vez em quando a igreja, infelizmente, precisa desligar do seu rol aqueles que abandonaram o evangelho.

(v.25) E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna.


1. “Como resultado dessa lealdade ao Filho e ao Pai e dessa comunhão com Eles, gozaremos “a vida eterna” prometida. A terrível conseqüência da herética negação do Filho era a perda da vida, bem como do Pai” (Stott).
2. Para os que permanecem no Evangelho (no Filho e no Pai) permanece a promessa. O autor da carta aos Hebreus nos permite fazer a seguinte ponte com o texto de João: “Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança: porque fiel é o que prometeu... E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna” (Hebreus 10.23 e 1 Jo 2.25).

(v.26) Estas coisas vos escrevo a respeito daqueles que vos querem enganar.

1. Tudo o que João escreveu até agora (e a continuidade da carta), tem como objetivo, alertar os crentes do perigo de darem ouvidos aos falsos mestres.
2. Os falsos mestres, os falsos apóstolos, os falsos pastores ou qualquer um (até anjos) que ensine algo diferente do evangelho de Cristo devem ser evitados.
3. João não diz que eles quiseram seduzir, e pararam porque não tiveram êxito, ele diz: “querem vos seduzir”. Trata-se de uma atividade constante, continuada. E hoje, o engano está muito mais facilitado de entrar sorrateiramente em nossas casas: pela TV, pelo rádio, Internet e outros meios de comunicação.

(v.27) E quanto a vós, a unção que dele recebestes fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como vos ensinou ela, assim nele permanecei.

1. A unção é o próprio Espírito que recebemos (Ver Comentário Reflexão 7 sobre o v.20).
2. João não está dizendo que devemos abrir mão dos verdadeiros mestres; pois assim não havia necessidade de Cristo estabelecer na igreja apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres (Ef 4.11).
3. O que devemos entender da sua afirmação, é que o próprio Espírito ilumina aqueles que servem a Deus através da proclamação e do ensino do Evangelho de Cristo.
4. “Permanecei nele”. Há uma indicação de permanência Nele, assim como Ele mesmo disse, e João escreveu em seu Evangelho (João 15.1-10).




(v.28) E agora, filhinhos, permanecei nele; para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança, e não fiquemos confundidos diante dele na sua vinda.

1. Tendo insistido para os crentes permanecerem Nele, João deixa algumas linhas escatológicas para os seus leitores.
2. O Cristo pregado por João há de manifestar-se, e aqueles que permanecerem Nele vão encontrá-Lo de cabeça erguida, com confiança.
3. Jesus se manifestará na sua vinda (parousia), e os que estiverem Nele não ficarão envergonhados; estarão de pé diante do Senhor, ou estarão reverentemente ajoelhados, para receberem-No ou serem por Ele recebidos (ambas as coisas estarão acontecendo).
4. Os outros, aqueles que não permaneceram Nele, não terão a mesma confiança dos crentes fiéis; ficarão confundidos, envergonhados e cairão em desgraça, afastados para sempre do Senhor.



(v.29) Se sabeis que ele é justo, sabeis que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele.

1. Os crentes, leitores de João, e os crentes de todas as épocas, sabiam e sabem que Deus é justo, e por sermos filhos de Deus, devemos refletir a sua imagem e semelhança (Gn 1.26).
2. O que se espera dos crentes é a prática da justiça, do contrário, tal indivíduo não pode dizer que é crente. Como está a nossa prática da justiça?


PR. Eli da Rocha Silva
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – São Paulo – SP
(Nota: as reflexões 1 a 7 podem ser lidas em: www.pastor-elirocha.blogspot.com)

sábado, 4 de julho de 2009

NA SUA OPÇÃO O SEU DESTINO

NA SUA OPÇÃO O SEU DESTINO
(CADA CABEÇA UMA SENTENÇA)

ROMANOS 8.1-18

Há uma guerra freqüente, e dessa guerra podemos sair vivos e sem ferimento algum. A guerra é espiritual; Paulo nos diz que é guerra de ‘gente’ grande; guerra entre a carne e o Espírito.
É a guerra das incompatibilidades: a carne não se compatibiliza com o Espírito, e nem este com ela. Essa incompatibilidade, que nunca será resolvida, vai fazendo os seus estragos séculos após séculos. Não que o Espírito assim queira!
Paulo lamentou a sua vida conflituosa (Rm 7.18). Como não somos melhores que Paulo em nada, aliás, somos bastante parecidos, só temos é que também lamentar.
Não é demais dizer que podemos fazer a nossa opção.

I – A OPÇÃO DE VIVER SEGUNDO A CARNE

Por estar infectada pelo pecado, ao fazer esse tipo de escolha, o que se consegue é estar exposto a três coisas em relação a Deus:
1. Tornar-se incapaz de agradá-lo (v.8). Por querer agradar a si mesmo, nenhum homem é capaz de, ao mesmo tempo, agradar a Deus. O próprio Jesus disse que não é possível servir a dois senhores, pois há o risco de agradar a um e desagradar ao outro.
2. Tornar-se inimigo de Deus. Não é da natureza da carne fazer amigos: basta que leiamos a carta aos Gálatas. A vida na carne empurra o homem para a inimizade contra Deus, queira ou não queira o homem (v.7). Quem é inimigo de Deus é também inimigo de seus semelhantes. Viver a inimizade é ultrapassar o carro e ferir aquele que atrapalhava.
3. Tornar-se forte candidato à morte. A morte é o pensamento natural daqueles que vivem na carne, porque a carne cogita a morte (v.6 a). E a morte é o destino fatal dos que não têm Deus. Não é se trata da morte física, mas da morte espiritual. A nossa inclinação natural é para o afastamento eterno de Deus.

II – A OPÇÃO QUE NOS AFASTA DE QUALQUER CONDENAÇÃO


Cristo é a opção que muda o nosso destino, uma vez que somos senhores dele, e ele, fruto da nossa vontade livre e soberana.

1. Paulo diz que “já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (v.1). A não condenação é apenas para os que estão em Cristo, porque a condenação é a sentença daqueles que não estão Nele (João 3.18).
2. Por meio de Cristo, o crente foi liberto da morte para a vida (v.2). Essa libertação nos capacita a deixar a vida no pecado, que na verdade é morte, por causa natureza pecaminosa. Mas, não só nos capacita deixar uma, mas também a buscar outra; a outra que buscamos (e alcançamos!) é a vida por excelência.
3. O que a Lei, que se tornou inoperante (adunatov) para fazer, por “por estar enfraquecida pela carne (natureza pecaminosa, Deus o fez (operou)” (v.3). Deus fez como conhecemos por Jesus (João 3.16); Deus fez como ratifica Paulo: “enviando seu próprio Filho”. O que Deus fez? “Condenou o pecado na carne”. Em outro texto Paulo escreve sobre a vitória sobre a morte (1 Co 15.55-57).
4. O Filho enviado por Deus ao mundo deu do seu Espírito, conferindo apenas aos crentes os seguintes privilégios:
• Termos o próprio Cristo em nós (v.10);
• Sermos habitação do Espírito (v.11);
• Sermos filhos de Deus (v.14, 16, 17).
• Sermos herdeiros de Deus juntamente com Cristo (v.17)
• Participantes com Cristo do seu sofrimento e glória (v.17).





III – A OPÇÃO DE VIVER SEGUNDO O ESPÍRITO

Se de um lado, a carne afasta o homem de Deus, o Espírito o reabilita, trazendo-o para Deus. Como vimos, a reabilitação é concedida por meio de Cristo Jesus.
Se aqueles que são controlados pela natureza pecaminosa sofrem as conseqüências do pecado, os que são dirigidos pelo Espírito, podem viver em perfeita harmonia com Deus. Essa harmonia acontece porque:

1. Ao vivermos de acordo com o Espírito, a nossa mente estará voltada para as coisas que Ele deseja (v.5b). Será um absurdo, que não vejam em nós o fruto do Espírito; será um absurdo, que não vejam em nós os dons do Espírito; será um absurdo, que não vejam em nós a glorificação do Filho, coisa que o próprio Espírito faz (João 14.14).
2. Vida e paz é a mentalidade do Espírito (v.6b). 1) A vida não é uma expectativa para o futuro, ela é uma realidade presente. 2) A paz é mais que a ausência de guerra; a paz é a serenidade em meio às guerras. A paz não resulta da estabilidade econômica, social ou política; a paz é fruto do Espírito. Ter paz é saber ultrapassar o carro sem ferir aquele que atrapalhava.


CONCLUSÃO

Sendo nos foi dada a responsabilidade de optar, é imperativo que assim façamos. Ninguém poderá escolher por procuração.
A opção pela carne é o afastamento eterno de Deus;
A opção por Cristo afasta de nós qualquer condenação e nos habilita a andarmos pelo Espírito.
Assim seja.

PR. Eli da Rocha Silva
05/07/2009 – Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – S. Paulo - SP

quarta-feira, 1 de julho de 2009

REFLEXÕES NA PRIMEIRA CARTA DE JOÃO (7)

REFLEXÕES NA PRIMEIRA CARTA DE JOÃO (7)

CAPÍTULO 2. 18-23

(v.18) Filhinhos, esta é a última hora; e, conforme ouvistes que vem o anticristo, já muitos anticristos se têm levantado; por onde conhecemos que é a última hora.

1. Alguns autores concordam que havia uma expectativa da iminência da volta do Senhor, isto é, já no fim do primeiro século (Ver Rm 13.11).
2. Quando escreveu aos Tessalonicenses a sua segunda carta, Paulo disse que eles não deviam deixar-se enganar, “supondo tenha chegado o dia do Senhor” (2.2); um dos sinais da vinda do Senhor está em 2.3. Paulo escreveu a sua carta em 51 d.C.
3. Tendo João escrito a sua primeira carta em 90 d.C, com certeza o cenário político já não era o mesmo do tempo de Paulo.
4. João sentiu na própria pele (Ap. 1.9) o ódio daqueles que eram anticristos, e por conseguinte, anticristãos. O próprio Jesus alertou os seus discípulos de que estariam expostos às atividades anticristãs daqueles que odeiam o evangelho (João 17.6-26).


(v.19) Saíram dentre nós, mas não eram dos nossos; porque, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; mas todos eles saíram para que se manifestasse que não são dos nossos.

1. É possível que os anticristos (v.18) se levantaram e saíram da própria comunidade cristã.
2. Quando saíram da comunidade cristã, os falsos crentes puderam ser vistos como na verdade eram, pois a máscara da falsa piedade caiu.
3. A saída do grupo de falsos crentes (joio) possibilitou que, de modo muito mais visível, os verdadeiros crentes (trigo) professassem a Jesus como seu Senhor e Cristo.


(v.20) Ora, vós tendes a unção da parte do Santo, e todos tendes conhecimento.

1. A Bíblia de Estudo Vida traz a seguinte nota: “Aqui, a unção do Espírito Santo significa um tipo de certificado. A nossa unção sugere que estamos completos em Cristo. Essa unção também dá a entender uma contínua presença e ministério interno do Espírito, protegendo-nos de falsos mestres e líderes e auxiliando-nos a discernir entre o certo e o errado”.
2. Hoje há muita confusão em relação ao assunto ‘unção’. Tem muitos crentes rogando unção; mas, a qual unção eles estão se referindo? O recebimento do Espírito, sendo ato único e definitivo, acontece quando, pelo convencimento do próprio Espírito, reconhecemos nossos pecados e confessando-os, aceitamos o sacrifício e o senhorio de Cristo.
3. Os benefícios de termos o Espírito, entre muitos, são: o selo (Ef 1.13), o dinamismo (Atos 1.8) o fruto (Gálatas 5.22ss) e os dons (Romanos 12.6-8; 1 Co 12 e 14 e Efésios 4.11).


(v.21) Não vos escrevi porque não soubésseis a verdade, mas porque a sabeis, e porque nenhuma mentira vem da verdade.

1. João não teve a intenção de dar um ensino novo, mas reforçar na mente e coração da comunidade de crentes, as coisas que eles já sabiam.
2. O problema principal na igreja era a infiltração dos falsos ensinos, das heresias. Homens que se diziam cristãos, e tinham até cadeira de mestres na comunidade, quiseram implantar a heresia do gnosticismo e do docetismo.
3. Gnosticismo: “Gnósticos acreditam que a matéria é essencialmente perversa e que o espírito é bom. Como resultado dessa pressuposição, os Gnósticos acreditam que qualquer coisa feita no corpo, até mesmo o pior dos pecados, não tem valor algum porque vida verdadeira existe no reino espiritual apenas (Internet)”. Diziam que: “o conhecimento e superior à virtude” (Bíblia Anotada).
4. Docetismo: “Jesus já existia como homem quando o "espírito de Cristo" veio controlá-lo, não houve verdadeira encarnação de Cristo, nem o Cristo sofreu ou morreu, tão somente o Cristo Divino apossou-se de Jesus, quando de seu batismo, e o abandonou quando de sua morte na cruz. O homem Jesus em sentido algum seria Deus, mas tão-somente um homem um pouco melhor e mais sábio do que os demais” (Internet).


(v.22) Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse mesmo é o anticristo, esse que nega o Pai e o Filho.

1. A falsa doutrina ensinava ser inconcebível a possibilidade do Jesus, homem, ser o Cristo, sendo este divino.
2. Os falsos mestres eram a continuidade da semente da dúvida plantada pelo diabo: “Se é o Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães” (Mat. 4.3). Satanás falhou em sua tentação, mas mesmo assim conseguiu implantar a dúvida e a mentira.


(v.23) Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; aquele que confessa o Filho, tem também o Pai.

1. A negação do Filho é abrir mão do Pai; confessar o Filho, é ter também o Pai; qualquer exclusão de Um leva o indivíduo a não ter Nenhum.
2. Jesus mesmo se encarregou de explicar o estreito relacionamento Dele com o Pai, quando Filipe lhe pede que lhes mostre o Pai (João 14.8-11).



PR. Eli da Rocha Silva
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – São Paulo – SP
(Nota: as reflexões 1 a 6 podem ser lidas em: www.pastor-elirocha.blogspot.com)