sábado, 31 de outubro de 2009

POR QUE DEVEMOS VIVER A VIDA CRISTÃ COM OBJETIVIDADE

POR QUE DEVEMOS VIVER A VIDA CRISTÃ COM OBJETIVIDADE

2ª TIMÓTEO 1.12


Será que devemos aprender como se vive a vida cristã ou já chegamos ao máximo que alguém possa chegar? Há ainda alguma coisa que devemos aprender? Será possível que alguém seja cristão, mas não saiba por que e para que entrou nessa?
É preciso que saibamos por que vamos à igreja, por que nos tornamos membros nela, por que contribuímos financeiramente com ela e o que aspiramos. Paulo nos ensina que a vida cristã não é um exercício de alienação.
Paulo ensina e encoraja Timóteo a viver a vida cristã e a exercer o ministério para o qual foi chamado. Paulo nos ensina como viver a vida cristã com objetividade.

I - VIVER A VIDA CRISTÃ COM OBJETIVIDADE NÃO NOS DEIXA ENVERGONHAR DO EVANGELHO NEM ENVERGONHÁ-LO

“Sofro, mas não me envergonho”

1. Podemos pinçar do texto esta primeira expressão de Paulo, como uma situação possível na vida de qualquer cristão. Observem que ele não diz ‘sofro e gosto’. Paulo não era masoquista; havia uma razão no seu sofrimento.
2. Ele diz a Timóteo o que Deus fez para que cristãos como ele pudessem suportar o sofrimento: “Porque Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (1.7). Vamos dizer assim: Por termos o Espírito não temos um espírito que tem medo, pelo contrário, o Espírito capacitou o nosso espírito com o seu poder (Atos 1.8). Complementarmente à coragem, o amor e a moderação.
3. Talvez Paulo estivesse querendo dizer que quando agimos com um espírito corajoso e resoluto ele não deve perder a afeição e a benevolência que é sempre em favor de outros, mas, sobretudo, amor ao evangelho; também, cheio de autodisciplina, controle das emoções.
4. Paulo apela ao seu discípulo Timóteo que também não se envergonhe do testemunho (do martírio) do Senhor, com o qual ele precisava se empenhar (“ser-me-eis testemunhas”), e nem dele, Paulo, prisioneiro de Jesus.
5. Paulo não queria ver aquele jovem crente cabisbaixo, estigmatizado por estar associado a um preso, embora por uma causa nobilíssima, o evangelho.
6. Parece que ouço Paulo gritar: “Pelo contrário, participa comigo dos sofrimentos do evangelho segundo o poder de Deus” (v.8). Continuo imaginando Paulo, agora mudando o tom da sua voz: “Ele nos salvou e nos chamou com uma santa vocação,...” (v.9-11).
7. Paulo é direto, sem meias palavras, ao dirigir-se a Timóteo e a todos que querem viver a vida cristã com objetividade: “Por essa razão sofro também essas coisas, mas não me envergonho” (v.12a).

II - VIVER A VIDA CRISTÃ COM OBJETIVIDADE NÃO NOS DEIXA INSEGUROS QUANTO À FÉ

“Eu sei em quem tenho crido”

1. Diferente de muitos, que apenas seguem a onda; que estão sem saber por que, que são sem saber se de fato são, Paulo reafirma a sua certeza, a sua firmeza de fé: “Eu sei em quem tenho crido”. Aconteça o que acontecer ‘eu sei em quem tenho crido’.
2. Em minhas palavras falo Paulo: “Timóteo e demais crentes, estou tranqüilo, não serei movido um centímetro das minhas convicções; eu não tenho dúvidas a respeito Daquele a quem direciono a minha fé; a minha convicção, a minha fé está alicerçada em bases sólidas, não pendem para qualquer coisa, mesmo que aparente piedade e visão angelical”. Muitos têm mudado tão facilmente as suas convicções.
3. Muitos têm levado a vida cristã, tão sem objetividade, que já não conseguem cantar a fidelidade do Senhor: “A Ti, ó Deus, fiel e bom Senhor” já não diz mais nada.
4. Outros estão tão distantes, que já perderam a ideia do que o Espírito Santo é capaz de fazer, por isso já não se encantam quando cantam: “A Ti, ó Deus, real Consolador, Divino fogo santificador. Que nos anima e nos acende o amor, Aleluia! Aleluia!”.
5. Aqueles que já não crêem como a princípio creram, que já se esqueceram dos atributos de Deus, tais como Onipotência, Onipresença e Providência, é impossível que se cante: “A Ti, Deus trino, poderoso Deus, Que estás presente sempre junto aos teus; A ministrar as bênçãos lá dos céus, Aleluia! Aleluia!” (Aliás, o hino 1 do CC é um compêndio teológico). Em uma época como a de hoje, onde se cantam tanta ‘droga’, seria bom voltarmos aos livros teológicos cantados (hinários).
6. Para nós todos Paulo grita a plenos pulmões: “Eu sei em quem tenho crido”.



III - VIVER A VIDA CRISTÃ COM OBJETIVIDADE NOS DEIXA SEGUROS QUANTO AO FUTURO

“Ele é poderoso para guardar o meu tesouro até aquele dia”

1. Paulo aqui está aludindo ao seu fiel depositário; Àquele que de modo algum perderá o controle sobre algo que lhe fora confiado. Ele o chama de poderoso.
2. O termo grego para poderoso é dunatós. Os hebreus quando se referiam a Deus como Todo-Poderoso, usavam El Shaddai, pois foi assim que Deus se apresentou a Abrão (Gn 17.1).
3. Estas duas palavras expressam que Deus é Todo-Suficiente e Onipotente. O conceito de Toda-suficiência e Onipotência de Deus é reforçado em João 10.29: “E ninguém pode arrancá-las da mão de meu Pai”.
4. O que Paulo tinha em confiança com Deus era o seu ‘tesouro’. O que seria o tesouro de Paulo? Era um conjunto de coisas: sua própria vida, a sua fé, o seu galardão, o seu ministério, o seu chamado e o próprio evangelho.
5. Sendo Deus o fiel depositário, o bem em custódia, será ‘devolvido’, entregue ao seu dono no dia aprazado. Qual o tempo determinado para a custódia? “Até aquele dia”.


CONCLUSÃO

Para o apóstolo Paulo a vida cristã deve ser vivida com objetividade, seja ela tranqüila ou cheia de sobressaltos.
Por saber em Quem cria, o apóstolo não pediu a Deus que mudasse um vírgula da sua história de sofrimentos por causa do evangelho.
Que Deus nos encha dessa mesma firmeza!

PR. Eli da Rocha Silva 01/11/2009
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – São Paulo - SP

domingo, 25 de outubro de 2009

OPERAÇÃO RADICAL

OPERAÇÃO RADICAL

ATOS 2.37,38

INTRODUÇÃO

Podemos chamar de operação radical, a retirada de tudo aquilo que atrapalha a saúde de alguém. A princípio, a operação radical é sugerida por quem dá o diagnóstico. Encarar ou não a operação depende somente do diagnosticado. A operação radical, no caso uma cirurgia, mudará o futuro daquele à qual submetido.
Portanto, a ideia de se tratar algo a partir da raiz visa mesmo uma alteração, uma modificação e um novo direcionamento.
Como evangélicos, precisamos falar de uma operação igualmente radical, chamada conversão. É dito sobre a palavra conversão que ‘é a transformação de uma coisa em outra’. Para os gregos a conversão era a metanoia, que significa a mudança da mente; termo usado por Lucas em Atos 2.38.
Mas, Pedro para arrependei-vos, usa em aramaico a palavra Teshuvah: é uma expressão geralmente traduzida como “arrependimento”, mas significa “retorno”, literalmente. Teshuvah para o judeu significa o retorno para casa. O filho pródigo, tendo retomado a sua consciência decidiu pela sua Teshuvah (Lc 15.17,18). Este é o conceito judaico de Teshuvah - um retorno às raízes, ao seu mais íntimo ser.
Em Joel 2.12,13, e em muitos outros textos do AT temos um chamado ao povo para que retorne (shûb em Hebraico) para Deus, mas é também o verbo clássico da conversão.
Como vimos, a expressão usada por Pedro para arrependimento, que em hebraico é "teshuvah", vem de "shub", que significa "dar meia volta e voltar". O próprio Jesus dizia ao povo: "Teshuvah (Retornem) de seus pecados para Deus, porque é chegado o reino dos céus" (Mat. 4.17). Teshuvah (arrepender-se, retornar é na verdade a restauração de relacionamento. Assim fez o filho pródigo, assim devem fazer todos os pecadores.
Como em toda operação radical, que exige o envolvimento de algumas pessoas, com estratégias e execução, no que se refere à conversão, em nada é diferente. Para que haja mudança no pecador, para que ele seja de fato uma nova criatura, é preciso que Deus substitua o seu coração, transforme a sua mente e o faça reviver.



I – A SUBSTITUIÇÃO DO CORAÇÃO

1. Essa cirurgia é de alto risco; a própria situação do indivíduo já mostra o perigo que se avizinha, é preciso um transplante imediato.
2. Para capítulo 36 de Ezequiel, como subtítulo temos dos versos 16 até 38 o seguinte: Restauração de Israel. No verso 22 o profeta escreve: “Assim diz o Senhor”. Fica muito claro o desejo de Deus em relação ao seu povo: “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne” (Ezequiel 11.19-21; 36.26).
3. Deus faria uma cirurgia de grandes proporções no peito de Israel: “Tirarei de vós o coração de pedra”. O coração de pedra é sinônimo de insensibilidade, de falta de sentimentos (daí a expressão coração duro!).
4. Todo aquele que vive na prática do pecado tem o seu coração endurecido, seja ele religioso ou não (Ver Marcos 3.1-6).
5. Alguém com o coração endurecido corre o risco de não ouvir o que Deus lhe fala, que Deus o chama: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o coração” (Hb 4.7); e, “Irmãos, cuidado para que nunca se ache em qualquer de vós um coração perverso e incrédulo, que vos desvie do Deus vivo” (Hb 3.12).

II – A TRANSFORMAÇÃO DA MENTE

1. Nunca ouvimos dizer da troca de um cérebro por outro, de uma mente por outra, mas Pedro diz aos seus ouvintes da possibilidade da mente renovada (Atos 2.38). Para um público em paranóia (v.37), Pedro sugeriu a metanóia (v.38). (Paranóia é um termo utilizado por especialistas em saúde metal para descrever desconfiança ou suspeita altamente exagerada ou injustificada).
2. Como já sabemos, Metanóia é uma palavra de origem grega e significa arrependimento, conversão (tanto espiritual, bem como intelectual), mudança de direção e mudança de mente; mudança de atitudes, temperamentos.
3. Embora pareça que por si só o homem seja capaz de decidir mudar, na verdade não é o que ocorre, o que acontece de fato, é que Deus opera no homem que se expõe à Sua Palavra a possibilidade de chegar a crer (“A fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo” Rm 10.17).
4. A conversão, como ato imprescindível, para quem quer escapar do inferno e ir para o céu é explicado (pelo menos se tenta!) pelos teólogos da seguinte forma: “Há dois lados da compreensão da conversão, o ato livre e soberano da misericórdia divina e a decisão humana consciente de voltar-se para Deus, o que vai além da contrição e tristeza” (DITAT pag. 1533).
5. Paulo diz aos leitores de Éfeso que o homem é salvo pela graça, mediante a fé, e que nada procede dele mesmo, mas que tudo é dom de Deus (Ef 2.8).
6. Ao pecador só resta uma coisa a fazer: crer. É difícil crer? Deixe que o Espírito Santo trabalhe a crença em você. É dito que o único momento que o Espírito age no incrédulo é para convencê-lo que é pecador (João 16.8); convencido que é pecador, o próximo passo é arrepender-se e em seguida crer em Cristo para a salvação.



III – A RESTAURAÇÃO DA VIDA (EF. 2.1-7)

1. Para completar o processo, ou pelo menos a reflexão, vamos abordar o que Paulo escreve aos efésios: “1.Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, 2. nos quais outrora andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos de desobediência, 3. entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. 4. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, 5. estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), 6. e nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas regiões celestes em Cristo Jesus, 7. para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco em Cristo Jesus” (Ef 2.1-7).
2. A ação de Deus no pecador é admirável. Primeiro Ele agiu como Supremo médico cardiologista: transplantou um coração de carne no lugar do de pedra; Segundo Ele agiu como Supremo médico neurologista: fez uma intervenção na nossa mente (mudou a nossa mente); e, Terceiro: Cristo modificou o nosso estado por um processo de ressuscitação, dando-nos a vida eterna: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados” (v.1). (Ver Rm 6.4).
3. Em João 6.63, Jesus diz e João escreve: “O espírito é o que vivifica”. Esteja em foco o espírito do homem ou o Espírito Santo, a verdade é que sem espírito e sem o Espírito não há vida.
4. Em Ezequiel 37.1-10, temos nesse texto a ideia da vivificação, ou o retorno à vida. John Taylor (Com. Ezequiel) diz a respeito do verso 5: “Abrange não somente o fôlego vital do homem, que lhe é dado ao nascer e deixa seu corpo no seu último alento, como também o Espírito de Deus que outorga este fôlego”. Sobre os versos 9 e 10 ele diz: “A obra de reavivamento é de Deus, do começo ao fim. Se o homem pessoalmente desempenha qualquer papel, é somente em obediência à orientação de Deus”.
5. Algo importante e excelente acontece por temos recebido de novo a vida: “Nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus” (v.6); somos colocados em posição de destaque. E aqui, cabe ressaltar, que a posição de destaque está reservada apenas aos que foram vivificados.
6. Aos demais, os não vivificados, está reservada uma expectação horrível de afastamento de Deus, longe das regiões celestiais, caminhando a passos largos para as regiões infernais.


CONCLUSÃO

Deus em Cristo fez em nós a obra completa através de uma operação radical.
Assim concluímos com o que já dissemos:
A ação de Deus no pecador é admirável. Primeiro Ele agiu como Supremo médico cardiologista: transplantou um coração de carne no lugar do de pedra; Segundo Ele agiu como Supremo médico neurologista: fez uma intervenção na nossa mente (mudou a nossa mente); e, Terceiro: Cristo modificou o nosso estado por um processo de ressuscitação, dando-nos a vida eterna.
Amém

25/10/2009 - PR. Eli da Rocha Silva -
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – São Paulo - SP

sábado, 17 de outubro de 2009

É PRECISO INTERPRETAR CORRETAMENTE OS TEMPOS

É PRECISO INTERPRETAR CORRETAMENTE OS TEMPOS

LUCAS 12.54-59


I – OS EXPERTS EM MUDANÇAS DO TEMPO (CONHECIMENTO NATURAL)

1. O lavrador de antigamente seguia, por visualização ou por tradição, os tempos para que pudesse iniciar o seu plantio. Hoje, são usados mapas meteorológicos, índices pluviométricos e de aridez, registro de temperatura, indicação de ventanias e outros (Mesmo assim, muitas vezes as previsões vão por água abaixo).
2. Jesus diz (v.54) aos seus ouvintes que eles tinham a capacidade de entender as mudanças de tempo e clima apenas observando: Uma nuvem vinda do ocidente (Mar Mediterrâneo) era sinal de chuva; talvez estivesse aí o tempo de plantar (Ec 3.2).
3. (v.55) O vento sul, trazia o calor do Neguebe (denominação de uma região desértica que fica no Sul da Palestina, abaixo da linha das cidades de Belém e Hebrom. Este lugar é amplamente árido e seco); talvez fosse o tempo de colher (Ec 3.2).
4. Não há da parte de Jesus nenhuma crítica aos conhecimentos meteorológicos dos seus ouvintes, pelo contrário, Ele acentua o quanto eles são entendidos: “E assim acontece...e assim ocorre).
5. As pessoas são dadas a quererem saber coisas do futuro através da meteorologia (questão de segurança), outros pela astrologia (curiosidade e crendices). Recentemente ouvi algumas irmãs (de outra igreja) conversando, e uma irmã grávida falou de alguém que, através da lua na data da fecundação seria possível saber o sexo do bebê. Dá para acreditar? Vai orar minha irmã!
6. Esse tipo de gente crente é bem possível que Jesus mandaria plantar batatas. Aliás, era o tipo de gente que vivia querendo aprender com o Mestre, vivia querendo aprender, vivia querendo aprender...


II – OS IGNORANTES DO NOVO TEMPO QUE CHEGOU (DESCONHECIMENTO ESPIRITUAL)


1. Jesus que não era de ferro e nem tinha sangue de barata, não aguentou e mudou o tom: “Hipócritas! Vocês sabem interpretar o aspecto da terra e do céu. Como não sabem interpretar o tempo presente?” (v.56). Com certeza Jesus não falou hipócritas como se diz: eu te amo.
2. As multidões ainda não tinham entendido o que estava acontecendo naquele tempo (kairós): ‘A presença de Jesus é o sinal dos tempos, a conclamação urgente de Deus a uma decisão...a maior parte do povo ainda não percebeu o significado de sua presença entre eles’ (Tolbert comenta Lucas, Broadman).
3. Algumas pessoas nem percebem que coisas novas estão acontecendo, que as velhas já passaram. Presas às coisas do passado, alguns crentes ainda não conseguem discernir para as suas vidas o tempo de Deus. Jesus os questiona as multidões: “Como então não sabeis discernir este tempo?”
4. Tolbert (Broadman) comentando Lucas disse: “Este tempo, ou melhor, o tempo presente, é um novo e decisivo período no tratamento de Deus para com o homem. Tempo (kairós) é uma palavra que tem importantes conotações religiosas. Significa, basicamente, o importante momento decisivo, como é determinado por Deus. É um auspicioso momento de oportunidade, porque Deus chama o povo a arrepender-se. Mas é também um momento carregado de possibilidades de perigo e tragédia. O kairós é também um momento passageiro. Hoje Deus se comunica com eles na pessoa de Jesus; amanhã ele já se terá ido, e o kairós terá passado”.
5. O grande perigo em relação ao tempo é a procrastinação. Procrastinar é a mania de deixar para amanhã. Alguém escreveu o seguinte: “Há muitas maneiras de não atingir o sucesso, mas uma das mais seguras será a procrastinação. Quem procrastina está de fato a sabotar-se a si próprio”.
6. Procrastinar, empurrar com a barriga, deixar para amanhã, é o risco que ninguém pode correr quando o assunto é o seu destino eterno.




III – DECIDIR ENQUANTO SE ESTÁ A CAMINHO, POIS AINDA HÁ TEMPO

1. Jesus convida os seus ouvintes a uma reflexão: “E por que não julgais também por vós mesmos o que é justo?” (v.57).
2. Jesus usa outro termo para dizer aos ouvintes que é preciso aproveitar as oportunidades: “Quando, pois, vais com o teu adversário ao magistrado” (v.58) Temos aqui a palavra ‘adversário’, que para muitos intérpretes trata-se da figura do credor e do devedor.
3. A sugestão é que se faça as pazes ainda a caminho dos tribunais; enquanto ainda é tempo. Tolbert diz: “Um devedor inteligente devia fazer toda sorte de esforços para resolver o seu problema, com o homem a quem devia, antes que o caso fosse levado à corte”.
4. Jesus está alertando a todos quanto ao tempo de fazer acertos. O convite, ou a sugestão a todos, é que o momento é de promover a paz com Deus. Paulo disse algo a respeito disso: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1).
5. Aqueles que não aproveitarem o tempo da oportunidade para acertar as contas, se depararão com o Justo Juiz que decretará a sentença. Diz Leon Morris: “Os pecadores não deviam poupar esforço algum para ficarem de bem com Deus. Quando Ele finalmente condena um homem, a penalidade será aplicada até as últimas conseqüências”.
6. A proposta de Jesus é que todos devem livrar-se dos embaraços do pecado e procurar o perdão de Deus.

CONCLUSÃO

É importante que saibamos interpretar os tempos para podermos tomar atitudes enquanto é tempo.
Alguns, por faltar tempo, dizem que se tiver um tempinho pensarão a respeito das coisas de Deus.
É triste dizer que muitos, por não terem dado um tempo, já sem tempo estão para tomar decisão.

PR. Eli da Rocha Silva
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera –S.Paulo - SP

NOVO TEMPO - NOVO TEMPLO

AMADOS IRMÃOS E AMIGOS,
NÓS DA IGREJA BATISTA EM JARDIM HELENA ESTAMOS VIVENDO UM NOVO TEMPO, E ESSE NOVO TEMPO REQUER DE NÓS UM NOVO TEMPLO.
NO DIA O8 DE OUTUBRO FOI ASSINADO O CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE DOIS LOTES ADQUIRIDOS PELA IGREJA (500 M2).
ESPERAMOS QUE MUITO BREVE O NOSSO ENDEREÇO PASSE A SER AV. NAGIB FARAH MALUF (JD. HELENA)PROX. ESTAÇÃO JOSÉ BONIFÁCIO DA CPTM.
PEDIMOS AS ORAÇÕES DE TODOS, POIS DURANTE 35 MESES ESTAREMOS PAGANDO A PARTE FINANCIADA.
LOUVAMOS A DEUS PELAS BÊNÇÃOS CONCEDIDAS.
AMÉM
PR. ELI DA ROCHA SILVA
NOSSO ATUAL ENDEREÇO: RUA ENGº ROMEU BELLUOMINI, 142 - JD. HELENA - CJ. JOSÉ BONIFÁCIO - ITAQUERA

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

TEU CHAMAR NÃO VOU RESISTIR

TEU CHAMAR NÃO VOU RESISTIR
Êxodo 3, 4; Isaías 61-8; Atos 9.1-19

Quando alguém diz que não vai resistir ao chamado está querendo dizer o seguinte: 1) A chamada é irresistível, pois Deus chama definitivamente; assim, atenderá prontamente; 2) Poderá também significar que, mesmo que tente demover Deus de tal intenção, haverá um momento que o chamado cede.


I – MOISÉS E O DIREITO À CONTESTAÇÃO

1. Moisés disse ao próprio Deus da sua incapacidade (Êxodo 3.11). Deus ouviu, respeitou Moisés, mas não abriu mão dele.
2. Em dado momento, Moisés se coloca diante de Deus como alguém que poderia significar perda de tempo e investimento (Êxodo 4.10). Deus novamente insiste com Moisés com argumentos irrefutáveis (v.11,12). Deus propõe a Moisés o que Jesus proporia aos discípulos séculos mais tarde (Lucas 12.11,12). Na verdade, o que foi dito a Moisés valeu para os discípulos e vale para nós também.
3. Moisés estava decidido a não atender o chamado de Deus, e lhe diz: “Ah, Senhor! Peço-te que envies outro que queiras enviar” (4.13). Por cinco vezes Moisés relutou contra Deus e o chamado específico (Êxodo 3.11, 13; 4.1, 10, 13).
4. Mas parece que Moisés extrapolou no seu direito de contestar, e quase Deus ‘perde a paciência’ com ele: “Então a ira do Senhor acendeu-se contra Moisés” (Êxodo 4.14).
5. Mas Deus que é cheio de misericórdia e graça, fez algumas concessões a Moisés (v.14-16). Moisés por fim pode dizer: Teu chamar não vou resistir.

II – ISAÍAS, O ÚLTIMO DA LISTA

1. O próprio Isaías se coloca como o último da lista: “Sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de lábios impuros” (Is. 6.5). Qual igreja cometeria a loucura de chamar alguém assim para servir-lhe? Ainda bem que a igreja não se preocupa com o que fomos antes da conversão!
2. Houve da parte de Isaías coragem em dizer das suas origens; houve da parte de Deus o interesse de qualificá-lo mesmo sabendo das suas origens (v.6,7). A qualificação foi sem anestesia mesmo: “E tocou-me a boca com a brasa”(v.7). Algumas vezes o chamado é feito de forma dolorosa, e em nada diferente é o cumprimento da missão (profeta Jonas).
3. Aqui repito o que já disse em março de 2009: “Alguém devia ser enviado a cumprir uma tarefa. A questão era: A quem enviarei? Tudo era uma questão de disponibilidade, talvez não fosse tanto de capacidade. Podemos ver em Isaías a disponibilidade e a qualificação. Não quero confundir qualificação com experiência e maturidade no exercício da função. A qualificação de Isaías, para mim, está no versículo sete: “A tua culpa foi tirada, e o teu pecado, perdoado” (v.7)”.

III – PAULO, CREDENCIADO PELO SENHOR

1. O chamamento de Paulo é emblemático, é exemplar, é sui generis. Paulo, quando Saulo, era o tipo de gente que todo crente quer distância e muita distância.
2. Quando ainda era Saulo, ele esteve presente no apedrejamento de Estevão “E as testemunhas puseram as suas roupas aos pés de um jovem chamado Saulo” (At 7.58); “E Saulo aprovou a sua morte” (8.1).
3. Saulo era um jovem impetuoso no cumprimento das coisas em que acreditava: “Saulo, porém, assolava a igreja; entrando pelas casas, arrastava homens e mulheres e os colocava na prisão” (8.3).
4. Saulo parecia estar enlouquecido contra os crentes; ele estava decidido a dar um basta, um ponto final ao crescimento da igreja: “Saulo, porém, ainda respirando ameaças de morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote (9.1) e pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso encontrasse alguns do Caminho, tanto homens como mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém (v.2)”.
5. O que Saulo não sabia estava para acontecer: Deus mudaria o escrito da sua história. Vamos imaginar que Saulo já tenha se programado da seguinte forma: ‘Já liquidamos com o tal do Estevão e já coloquei muitos na prisão; agora vou a Damasco, sufoco esse movimento religioso, e estando bem na fita, logo chego a um posto de destaque entre os bons do Império’. Os sonhos do jovem Saulo.
6. Saulo não sabia que seria dirigido, não pelas coisas que pensava serem as melhores, mas pelas que diriam a ele que deveriam ser feitas (v.6). Mas o que houve com Saulo para tão radical mudança? O Caminho apareceu-lhe no caminho para Damasco (v.3-6).
7. Ao encontrar-se com Jesus, os planos e a vida de Saulo mudaram, e o próprio Senhor disse a respeito dele: “Porque ele é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios, reis e israelitas; pois eu lhe mostrarei quanto lhe é necessário sofrer pelo meu nome” (v.15,16).
8. Fico imaginado Saulo (Paulo) dizendo:
a. Dá-me paixão pelas almas, Senhor
b. Quero amar como amas, oh Deus
c. Eu abro mão dos meus sonhos e planos
d. Prá realizar tua vontade em mim.
e. Teu chamar não vou resistir
f. Meu querer é tua vontade cumprir
9. Depois de todas essas coisas Saulo pode dizer, já como Paulo: “Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte” (Fp 1.20). Por Ti, darei minha vida.

CONCLUSÃO

Deus nos chama para a salvação e para o serviço (modo geral).
Mas Deus chama alguns de um modo específico, irresistível e intransferível (Moisés até que tentou!).
Que possamos entender e atender quando Deus nos chamar.
Amém.

PR. Eli da Rocha Silva – 11/10/2009
Igreja Batista em Jardim Helena