quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Lições em Romanos (6)_14.13-23

Lições em Romanos (6)_14.13-23

A liberdade e o amor (Subdivisão NVI- Nova Versão Internacional)


(v.13) - Portanto não nos julguemos mais uns aos outros; antes seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao vosso irmão.

1. Se o julgamento é de prerrogativa divina, não nos cabe continuar fazendo esse tipo de coisa. Paulo é categórico em sua posição: “Não nos julguemos mais uns aos outros”.
2. Há um propósito, que devemos estabelecer como atitude, que passa por um julgamento (krínate), ou uma disposição pessoal de não por tropeço ao nosso irmão.
3. Como se disséssemos: Você que julga, então julgue a você mesmo, deliberando não colocar diante do irmão qualquer armadilha para fazê-lo tropeçar.

(v.14) - Eu sei, e estou certo no Senhor Jesus, que nada é de si mesmo imundo a não ser para aquele que assim o considera; para esse é imundo.
1. Se nenhuma coisa por si mesma é impura, conclui-se que não há nada que deva ser rejeitado.
2. Aqueles que julgavam a si mesmos fortes na fé, como o próprio Paulo, pois ele mesmo diz: “Eu sei...que nada é de si mesmo impuro”, tinham a livre consciência de que de todas as coisas podiam participar.
3. Agora, aquele que acha que é imundo, tudo bem; não vamos entrar em discussões e muito menos dividir a igreja (v.1)

(v.15) - Pois, se pela tua comida se entristece teu irmão, já não andas segundo o amor. Não faças perecer por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu.
1. Todo crente maduro deve saber, que a sua liberdade não é motivo para a falta de amor para com o irmão; não devo fazer aquilo que entristece o meu irmão.
2. Mesmo que a discussão estava restrita às práticas e rituais do AT, em relação ao comer e beber, é possível aplicarmos a todas as coisas que possam fazer fraquejar o irmão.
3. Nestes dias de Carnaval, é sabido de muitos, que alguns grupos evangélicos saem com blocos na avenida. E aí, como julgar isso? Eu me julgo fraco diante disso. Ainda não sou suficientemente maduro para aceitar.

(v.16) Não seja pois censurado o vosso bem;
1. Aquele que julgar as ações dos fortes poderá partir para a censura, a blasfêmia e a difamação daquilo que o crente forte acha correto.
2. A minha atitude, em deixar de fazer algo que para mim não é motivo de recriminação, poderá ser muito útil, e até uma demonstração de maturidade. Na verdade, é melhor não criar no irmão uma atitude blasfema, o que seria muito ruim para o tal.


(v.17) porque o reino de Deus não consiste no comer e no beber, mas na justiça, na paz, e na alegria no Espírito Santo.
1. Precisamos ter plena consciência dos objetivos do Reino, que com certeza, passa longe da nossa dieta nutricional.
2. Ainda hoje há muita ‘briga’ entre os crentes quanto ao comer e ao beber. Toda a polêmica que gira em torno desse tema causa um distanciamento entre alguns.
3. O Reino consiste na justiça, na paz e na alegria no Espírito Santo. Como seria bom se vivêssemos a amplitude do Reino em nossas vidas. Crentes alegres têm prazer de estar juntos vivendo a comunhão da igreja. Por que estragarmos isso com as nossas rabugices religiosas?


(v.18) Pois quem nisso serve a Cristo agradável é a Deus e aceito aos homens.
1. Agradabilidade e aceitação. Temos que lembrar sempre que as nossas relações são tanto na vertical como na horizontal: Deus e o próximo.
2. Como servos (escravos) fiéis a Cristo, agradamos a Deus e somos bem vistos pelos homens. Mas, se formos infiéis daremos motivo para a censura e a reprovação (v.16).
3. Não que procuramos aprovação dos homens, mas temos responsabilidades com as nossas obras diante deles (MT 5.16).

(v.19) Assim, pois, sigamos as coisas que servem para a paz e as que contribuem para a edificação mútua.

1. Paulo prega o bom relacionamento entre os irmãos (e de nós para com os de fora). ‘Sigamos as coisas que servem para a paz’. Não é difícil sairmos de uma vida que promova a paz para a promoção da guerra; basta que deixemo-nos contaminar pelas coisas que nos cercam.
2. Devemos também nos esforçar pela busca do crescimento (edificação) mútuo. Por se tratar de mutualidade, o esforço que eu faço pelo meu irmão trará resultados para mim mesmo, e o dele para comigo, resultados para si mesmo. Com a mutualidade ninguém sai perdendo.



(v.20) Não destruas por causa da comida a obra de Deus. Na verdade tudo é limpo, mas é um mal para o homem dar motivo de tropeço pelo comer.
(v.21) Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outra coisa em que teu irmão tropece.
(v.22) A fé que tens, guarda-a contigo mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova.
(v.23) Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque o que faz não provém da fé; e tudo o que não provém da fé é pecado.

1. Ninguém destrua a si mesmo e nem o próximo por causa da comida. O mal não está naquilo que se come, mas no escândalo ou tropeço que podemos causa ou ser para o outro (v.20,21)
2. A fé com liberdade pode ser conservada pelo crente, entretanto, Paulo não deixe de advertir sobre o cuidado que devemos ter: “Feliz aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova” (v.22).
3. Se o crente fraco quiser imitar o forte, sem estar convicto do que deve ou não fazer pode cometer pecado. Ninguém deve fazer as coisas com base na fé dos outros, mas na sua própria convicção (v.23)

Que Deus nos abençoe.

Pr. Eli da Rocha Silva 25/02/2009
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – São Paulo - SP

sábado, 21 de fevereiro de 2009

PELO SIM, PELO NÃO, O MELHOR É DESCER ATÉ O JORDÃO

PELO SIM, PELO NÃO, O MELHOR É DESCER ATÉ O JORDÃO

MATEUS 3.5-12



João não suportou a ‘cara de pau’ dos fariseus e saduceus que desciam até ele para serem batizados.
Era muito fácil descer até o Jordão, como também é fácil descer às águas do batistério.
Parece que os religiosos queriam mesmo era estar bem; pelo sim, pelo não, o melhor é ver de perto o que ensina João.
Não é muito diferente nos dias de hoje. Quantas igrejas estão abarrotadas de pessoas que são batizadas, mas com o nível de comprometimento com a vida cristã próximo, ou até abaixo de zero.
O crente nível zero é aquele que não faz, mas também não atrapalha; estando ou não, a diferença não se faz notar. Não estou dizendo que todos devam ter cargos na igreja, mas que todos têm funções a desempenhar nela.
O crente nível abaixo de zero, é o oposto, ele não faz, mas sabe muito bem atrapalhar. E quando faz, deve ser notado, elogiado e enaltecido. O seu compromisso com o Reino de Deus é menos que o compromisso com o time do coração (ou qualquer outra coisa).
João teve que falar duramente contra os religiosos que queriam estar bem com o céu. Ou seja, pensavam que o cumprimento de algumas obrigações religiosas lhes daria salvo conduto; que poderiam passar os portais do céu sem serem incomodados.
Se eles pensavam que já estavam bem, João faz saber que é preciso mais que descer até o Jordão.

I – É PRECISO PRODUZIR FRUTOS (V.8).

1. Não era o bastante ser batizado, nem no Jordão e nem em lugar algum. O Jordão para muitos crentes hoje é um rio de águas sagradas; ser batizado nele dá ao batizando um ‘quê’ especial, que se perguntar do que se trata, nem ele mesmo sabe.
2. É certo que, daqueles que iam até João, muitos eram batizados porque tiveram genuíno arrependimento, com confissão de pecados.
3. Ocorria, entretanto, que muitos dos fariseus e saduceus não demonstravam nenhum arrependimento ao virem ao batismo; outros fariseus e saduceus, certamente, arrependeram-se de seus pecados. O que João fazia não se tratava de iniciação em uma nova religião; havia um propósito muito maior.
4. João, ao perceber (horao)(NIBB), o que estava acontecendo, dá aos fariseus e saduceus o devido tratamento: “Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira futura?” (v.7). João não só os via descer até o Jordão, como também percebeu as reais intenções daqueles candidatos.
5. Após chamá-los de filhos do Diabo, a serpente enganadora, João disse o que eles deviam fazer: “Produzi frutos próprios daqueles que realmente mudaram a mente”. As intenções, de estarem bem com Deus e com o povo, não eram de gente que renunciava uma vida de pecados.
6. Isto é o que se espera de todo crente, que ele produza frutos dignos de alguém que realmente mudou. Se não houve mudança, não houve conversão. Alguém ou alguma coisa, sempre convertida de algo que era para algo que é.

II – É PRECISO SABER QUE HÁ UMA SENTENÇA (V.10).

1. João que conhecia bem os seus compatriotas fariseus e saduceus, diz a eles que não adiantava se apegarem à descendência Abraâmica.
2. Os filhos de Abraão também eram pecadores. Assim disse Davi: “Em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51.5). Davi não estava defamando sua mãe, mas dizendo o que Paulo escreveu mais tarde: “(Todos pecaram”) (Rm 3.23).
3. Como pecadores que eram, aqueles religiosos, mesmo filhos de Abraão, deviam saber que a sentença estava decretada. Deviam saber que o algoz estava pronto para entrar em ação: “Já está posto o machado à raiz das árvores” (v.10). Há pouco tempo. É preciso ser decisivo. Basta apenas uma ordem para que rolem as árvores.
4. Não dá mais para investir em árvores que não produzem bons frutos. Qual agricultor vai gastar tempo e dinheiro com plantas ruins? O fruto é parte da natureza da árvore; portanto, o fruto definirá o seu destino.
5. Uma vez extirpada a árvore que não produz bons frutos, ela não deverá ficar à vista; não deverá tomar espaço: “É...lançada no fogo” (v.10).
6. Um juízo terrível paira sobre as cabeças daqueles que não dão bons frutos. Não estamos pensando em evangelização, em número de pessoas que alguém alcançou para Cristo, mas de testemunho de vida cristã.

III – É PRECISO SABER QUE HAVERÁ A APLICAÇÃO DA PENA (V.11-12)

1. João entra imediatamente em um novo tema. Ele passa a explicar algo sublime, que com toda a certeza, de difícil compreensão para aqueles seus ouvintes.
2. Primeiro, ele explica o seu batismo: era com água, para arrependimento.
3. Em seguida, falou a respeito do outro batizador, mais poderoso que ele, que batizaria com o Espírito Santo e com fogo.
4. João era pequeno diante do outro batizador; ele não se sentia digno nem de levar as suas sandálias.
5. O outro batizador, que é Jesus, batizará com o Espírito Santo. Ele imprimirá na vida do crente o selo de legítimo proprietário. O Espírito Santo daria uma nova dinâmica à religião, ou melhor, criaria uma religião com uma nova dinâmica.
6. A obra de Jesus demarcaria, de forma muito evidente, aqueles que fazem parte do novo grupo, daqueles que não fazem.
7. Os batizados com o Espírito fariam parte do grupo seleto: “Recolherá o seu trigo no celeiro”. Há para os salvos uma gloriosa expectativa quanto ao fim do mundo.
8. Embora haja várias interpretações sobre a expressão fogo, em relação ao tipo de batismo, vamos ficar com o contexto: “Mas queimará a palha com fogo que não se apaga” (NIBB). Há para os perdidos uma horrenda expectativa quanto ao fim do mundo.


CONCLUSÃO

Se alguém pensa como os fariseus e saduceus, que entendiam que o melhor era estar bem com todos, as coisas são mais sérias do que se possa imaginar.
Em nossos dias, como naqueles dias, é preciso saber a respeito do final dos tempos. João apregoa o início de um novo tempo, mas introduz temas relativos ao fim de todas as coisas.
Jesus mesmo se encarregara de separar as pessoas em dois grupos: os reservados ao celeiro e os reservados para o fogo.
É preciso que demos frutos, que mostrem a mudança radical que foi operada em nossa vida.

PR. Eli da Rocha Silva – 22/02/2009
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera - São Paulo - SP

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Lições em Romanos (5)_14.1-12

Lições em Romanos (5)_14.1-12
Texto: Almeida Revista e Corrigida
Os Fracos e os Fortes (Subdivisão NVI- Nova Versão Internacional)

(v.1) - ORA, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas.
1. Como traz a subdivisão, há na igreja os crentes fortes e os crentes fracos na fé. A fraqueza, fragilidade ou debilidade, por ser motivo de alguém se novo na fé, ou de ser imaturo, mesmo sendo crente ‘velho’.
2. Paulo estava escrevendo para uma igreja de crentes novos. Fossem judeus de Roma, ou gentios, a verdade é que a fé evangélica era coisa nova entre eles. Embora, é possível, que já houvesse entre eles crentes já experimentados.
3. A preocupação era de relacionamento (comunhão uns com os outros) e também doutrinária; de usos e costumes e forma de alimentação.
4. Na igreja de hoje alguns crentes podem também levantar situações controvertidas tais como o levantar de mãos, bater palmas, fechar os olhos enquanto louva, dar um ‘glória a Deus’, ou dizer Aleluia, etc
5. A idéia principal é que a igreja, com os crentes amadurecidos, deve ser agente de agregação dos que ainda são, ou que sempre serão fracos na fé.
6. Quantos aos fracos por serem novos na fé, podiam ficar desanimados, perdendo o ânimo para continuar; e os fracos, mesmo de há muito na fé evangélica, podiam permanecer na igreja, mas alijados dos demais.

(v.2) - Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes.
1. Havendo os fortes e os fracos dentro do grupo, a primeira divisão se dá quanto à comida.
2. “Um crê que de tudo se pode comer”. O crente forte não vai gastar o seu tempo discutindo se come ou não come. A sua fé é a sua base. Tendo Deus criado todas as coisas, o crente que participa de tudo que se coloca na mesa, participa sem restrições.
3. O que é fraco alimenta-se apenas de legumes. Aqui o foco são as restrições impostas pelo Antigo Testamento, que alguns ainda não tinham melhor discernimento (Ver Nota NKJV).

(v.3) - O que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu.
1. Os crentes devem praticar a tolerância. Não era preciso que os crentes entrassem em discussões amalucadas, querendo cada um ser melhor que o outro.
2. Os crentes fracos não deviam ser desprezados, e nem os que se julgavam fortes ser julgados. Uma comunidade em pé de guerra e fonte de escândalo para os descrentes.
3. Imaginem após o término dos cultos, os crentes saindo carrancudos (os desprezados) e os fortes, indignados por terem sido julgados.
4. Paulo dá um cala-a-boca: “Deus o aceitou”. Na verdade, havia um julgamento de ambas as partes.

(v.4) - Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio SENHOR ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar.
1. Este versículo me leva a lembrar, quando alguns crentes (denominações) nos criticavam por termos televisão, ou por sermos batistas. Eles se julgavam melhores em todos os sentidos, e tentavam nos depreciar.
2. Paulo está censurando os crentes chamados de fracos, que tinham o costume de criticar e julgar os fortes, que viviam a fé cristã com muito mais liberdade.
3. Deus é Senhor de ambos, seja forte ou fraco. Não nos cabe julgar aqueles a quem Deus aceita, senão incorremos no erro de sermos juiz do próprio Senhor.
4. Quando eu era jovem, entrei na casa de um pastor e o vi deitado no sofá assistindo futebol. Achei o cúmulo. Pensei comigo mesmo: ‘Ele devia era estar evangelizando’. Eu o julguei, e se pudesse, a condenação estava decretada. Coitado de mim!

(v.5) - Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.
(v.6) - Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o Senhor o não faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come, para o SENHOR não come, e dá graças a Deus.

1. O que Paulo espera dos crentes é que ajam com convicção, pois tudo que não é por fé é pecado (v.23).
2. Quem entende que não deve guardar o sábado (como entendia o judeu), ou que comer carne de porco (costelinhas salgadas!) não afeta a sua fé, muito bem; mas que esteja seguro em sua própria mente, ou seja, que ela mesma (a mente) não lhe condene. Comendo ou não, o importante era ter um coração grato.
3. Eu por exemplo, tenho dificuldade em comer galinha ao molho pardo; mas não julgo a quem come. Até os quarenta e sete anos, nunca tinha ido ao cinema (fui ensinado a não ir), mas não condenava quem ia (já fui uma vez).

(v.7) - Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si.
(v.8) - Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor.
(v.9) - Porque foi para isto que morreu Cristo, e ressurgiu, e tornou a viver, para ser Senhor, tanto dos mortos, como dos vivos.


1. O que cada crente deve ter em mente é que está sob o senhorio de Cristo, assim sendo, a sua maior dedicação está em agradá-lo.
2. A morte e a ressurreição de Cristo, à vista de todo poder ou principado, ratificou o Seu direito de soberania sobre todas as coisas.

(v.10) - Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo.
1. Tenho a impressão que Paulo queria mesmo era trazer a paz entre os crentes de Roma.
2. Os fracos e os fortes foram questionados. Eles pensavam ser mais do que realmente eram.
3. Com qual cara haveremos de comparecer diante do tribunal de Cristo, se diante de coisas menores não conseguimos conservar a comunhão?

(v.11) - Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, e toda a língua confessará a Deus.
(v.12) - De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.

1. Aplicando Isaías 45.23 ao julgamento que virá sobre todos, Paulo quer mostrar aos dois grupos de crentes, quer seja o dos fracos ou dos fortes, cada pessoa dará conta de si mesmo a Deus.
2. Repito o que já disse em outra oportunidade: Na verdade, somos apenas pessoas carentes de Jesus. É por isso que, quando nos achamos tão fortes, basta uma única palavra que nos magoe, o nosso castelo parece ruir.

Que Deus nos abençoe.

Pr. Eli da Rocha Silva 15/02/2009
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – São Paulo - SP

QUANDO DECIDIR PODE TRAZER UMA DESCONFORTÁVEL SENSAÇÃO

QUANDO DECIDIR PODE TRAZER UMA DESCONFORTÁVEL SENSAÇÃO

MATEUS 16.24-27

Muitas vezes nos levantamos de manhã com a nítida sensação de perda; talvez alguns a chamariam de ‘angústia sem explicação’. E, se alguém nos perguntasse o que está acontecendo, certamente não teríamos nenhuma resposta.
Qual a sensação de alguém que, quando se vê diante de Jesus e precisa Lhe responder ao convite? O que será que passa na cabeça de tal pessoa? É possível que seja um instante de muitas inquietações.
No entanto, chega um momento que é preciso descer do muro. Decidir por Cristo é a decisão mais importante na vida de alguém; mas na mentalidade capitalista, as decisões são baseadas no ‘ o que eu vou ganhar com isso?’.
Por se tratar de uma decisão nitidamente pessoal, Jesus dá aos seus ouvintes a possibilidade de tomarem uma posição.
Jesus diz: “Se alguém quiser vir após mim...” (v.24).

I – PARECE DESCONFORTÁVEL? DECIDA POR SI MESMO QUERER VIR.

1. Não há da parte de Jesus nenhuma imposição àquele que quer ser seu discípulo. Isso fica muito claro na forma como Jesus se dirige aos seus ouvintes.
2. Aqueles que ouviam o discurso deveriam avaliar qual decisão tomar. A paixão de Cristo se avizinhava; o Mestre seria entregue e morto (v.21). Pedro chama o Mestre para o canto para repreendê-lo (v.22), mas é imediatamente colocado em seu devido lugar (v.23).
3. Ir para Jerusalém era uma escolha de risco, mas também inadiável. Por isso Jesus começa a dizer aos discípulos que deveriam refletir sobre descer ou não com Ele: “Se alguém quiser vir após mim” (v.24).
4. Cada discípulo deveria avaliar e decidir. Para eles, podia parecia um contrato de risco, contendo a possível cláusula: ‘Qualquer que for encontrado com o carpinteiro chamado Jesus, que anda por aí ensinado contra César, será levado às barras do tribunal’.
5. Quando Josué decidiu, com sua casa, servir ao Senhor, disse ao povo de Israel: “Escolhei hoje a quem sirvais” (Josué 24.15). O povo deveria fazer a escolha por si mesmo; Josué já tinha feito a sua escolha.
6. Para Jesus, querer segui-Lo era só questão de vontade, de decisão e de avaliação. Descer a Jerusalém era questão de livre-arbítrio, livre vontade.
7. Seguir a Jesus é atender aos apelos do Espírito Santo ao coração quebrantado. Deus é Aquele que quebra os corações.

II – PARECE DESCONFORTÁVEL? NEGUE-SE A SI MESMO

1. ‘Eu me basto (me amo), eu não sei viver sem mim’. Eu sou o centro; todas as coisas têm que girar em torno de mim. Alguns querem tomar para si os atributos da divindade: “Sem mim nada podeis fazer” (Jesus, João 15.5).
2. Renúncia é a palavra que passa fazer parte do dicionário dos que seguem a Jesus. A renunciar a si mesmo é o que se espera de quem passa a seguir Jesus.
3. Muitos querem seguir a Jesus, desde que Ele os aceite sem que renunciem a nada. A vida cristã não é de lazer permanente, embora isso seja importante.
4. Por ser pastor, muitas vezes fico triste, quando vejo que alguns crentes vivem apenas de lazer e nunca do dever (A não ser que o seu lazer faça parte do seu dever).
5. Jesus tocou no ponto de maior dificuldade do ser humano: a auto-renúncia. Há muita gente que quer ser crente, mas acha muito difícil renunciar algumas coisas por Cristo.
6. Assim escreve Fenton: “As condições para o discipulado são, portanto, o rompimento de todos os elos que prendem um homem a si mesmo” (Mateus, NCBC, pg. 174).
7. Jesus estava dizendo que é preciso mudar as prioridades e rearranjar as pessoas, isto é, saia do centro e entronize o Senhor.

III – PARECE DESCONFORTÁVEL? TOME A SUA CRUZ E SIGA A JESUS

1. Ir a Jerusalém já era perigoso, imagine ter que tomar a cruz e seguir o Mestre. Foi justamente o que Jesus propôs aos seus discípulos.
2. Na cabeça dos discípulos aquilo tinha uma representação muita clara; todos já tinham visto alguém sendo crucificado, e ainda tendo que levar a sua própria cruz. Quando os pais podiam disciplinar os seus filhos, eu pedia que as meninas buscassem a minha cinta (Era um drama só!).
3. Levar a própria cruz era o início da dor da sentença. Primeiro, a dor moral, pois a pessoa era zombada e maltratada durante o trajeto até o local da crucificação; segundo, a dor física, pois a pessoa era cravada no madeiro.
4. Não que os discípulos tenham sido crucificados, mas significa que seguir a Jesus era tomar para si o compromisso de, se preciso for, sofrer pelo evangelho (o que certamente aconteceu com muitos deles).
5. João escreve o que Jesus disse aos seus discípulos: “No mundo tereis aflições” (João 16.33). Jesus não disse aos discípulos que segui-lo seria um mar de rosas. Mas disse e Mateus escreveu: “Quem perder a vida por minha causa, este a preservará” (Mateus 16.25b).
6. Mas é preciso saber que, aqueles que têm dificuldade em renunciar certas coisas da vida, ou até mesmo tentar poupá-la quando confrontado por causa de sua fé, Jesus diz: “Quem quiser preservar a sua vida, irá perdê-la” (Mateus 16.25a).
7. O próprio Jesus deixou um exemplo do perder e ganhar a vida, quando contou aos discípulos a parábola do Rico e Lázaro (Lucas16.19-31) .


CONCLUSÃO


Se tomar uma decisão parece ser uma desconfortável sensação, é preciso saber que não é possível passar todo o tempo em cima do muro.
Saiba que tudo dependerá de uma decisão pessoal (“Se alguém quiser”).
Que tudo passa pela autonegação, e a disposição de tomar a cruz como compromisso e seguir o Mestre.

Pr. Eli da Rocha Silva – 15/02/2009
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – São Paulo - SP

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Lições em Romanos (4)_13.8-14

Lições em Romanos (4)_13.8-14
Texto Almeida Revista e Corrigida
(Sub-divisão NIBB- Nova Versão Impressa Bíblica Brasileira)




v.8 - A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei.
1. Se no verso v.7 a sentença é pagarmos a todos o que lhe é devido, aqui no v.8, Paulo volta a ratificar a nossa postura em outras palavras: “A ninguém fiqueis devendo coisa alguma”.
2. Mas parece sugerir que há uma conta impagável: “Exceto o amor com que vos ameis uns aos outros”.
3. Ninguém chega ao outro e diz: Amei você até ontem, agora não devo mais nada. Os relacionamentos pessoais são marcados pelo amor praticado de modo constante. Os discípulos foram ensinados por Jesus a amarem os seus inimigos. Em que momento os discípulos deixaram de ter inimigos? Fosse o Estado ou os inimigos naturais da fé, os discípulos tinham que demonstrar amor sempre. Por extensão, já que adotamos como crentes a Bíblia como regra de fé e pratica, o imperativo paulino é para nós também.
4. Os preceitos da Lei não são abolidos na prática cristã, isto é, os mandamentos estão resumidos no fato de amarmos a Deus e ao próximo. (Mateus 22.34-40).

v.9 - Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
1. Aqui, Paulo explicita a extensão do amor ao próximo. Lamentavelmente, o que mais vemos em nossos dias é a falta de cumprimento desses mandamentos bíblicos.
2. A tônica do amor ao próximo como amor a nós mesmos, se dá pelo fato, de não querermos que os outros façam estas coisas contra nós.


v.10 - O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.
1. Se a Lei é expressa no cuidado com o próximo, Paulo entende que, por amarmos, a nossa tendência será sempre a prática do bem em relação aos que nos rodeiam.
2. Escrevendo aos crentes de Corinto (1 Cor 13), o apóstolo ressalta a superioridade do amor.
3. Resumidamente: Quem ama não tem dificuldade em cumprir os mandamentos relacionais contidos na Lei.

v.11 - E digo isto a vós outros que conheceis o tempo: já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos.
1. “Conheceis o tempo”. De difícil interpretação, podemos pensar algumas coisas a respeito do tempo referido pelo apóstolo:
• Kairós, como temos aprendido, refere-se ao tempo (ocasião) ligado aos acontecimentos estabelecidos por Deus (aliás, todos são!). Assim, como podiam aqueles crentes conhecer tal tempo?
• Os gentios, crentes de Roma, eram participantes diretos desse kairós divino; o evangelho havia chegado até eles.

2. Por conhecerem o tempo, os crentes devem ficar vigilantes. Há muitos que estão dormindo; não acreditam que haverá o chamado ‘até o fim dos séculos’. Como diz Paulo: “A nossa salvação está, agora, mais perto”. A cada dia, o fim dos tempos está mais próximo.

v.12 - Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz.
1. A noite muitas vezes na história é retratada como um período de dificuldades. Mas as trevas são também, um tempo de desconhecimento de Deus. Alguns crentes chamam o tempo que não tinham Cristo de tempo de trevas.
2. Parece que havia entre os crentes em Roma, aqueles que, mesmo convertidos, continuavam a viver sob as inclinações da carne. Paulo trata das práticas da carne no próximo versículo.
3. Não era questão de só deixar de fazer algo (‘as obras das trevas’), mas de começar a fazer outras (‘revistamo-nos das armas da luz’). Há muita gente que diz que não faz mal a ninguém, mas se formos verificar, elas também não se dispõem a fazer o bem.

v.13 - Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e ciúmes;
1. O andar cristão deve ser o mesmo em qualquer situação. O apelo é que o crente ande de modo decente e honesto em todo tempo e circunstância.
2. Paulo faz a lista daquilo que devemos, a todo custo, não fazer:
• orgias (komos). (Aurélio: festim licencioso, bacanal). Na Mitologia Grega, Komos era o deus de festividades e folia. Tudo muito parecido com o que vemos no carnaval. As orgias eram também, práticas em rituais religiosos.
• Bebedeiras: Noitadas e outras.
• Impudicícias (koite). Imoralidade sexual e depravação (NIBB). Pecados relacionados ao sexo.
• Contendas: Disputas entre pessoas; Litígios; Discórdias.
• Ciúmes (Inveja NIBB): Espécie de zelo desmedido por pessoas ou coisas. Muitas tragédias são causadas por causa do ciúme.

v.14 - mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências.
1. O crente recebe uma nova vida, o revestimento de Cristo. Não que Paulo duvidasse da conversão dos crentes em Roma; mas, se eles mesmos não conseguiam dar um bom testemunho, o melhor era fazer o que ele ensinou aos Coríntios: “Examine-se cada um a si mesmo”.
2. “Nada disponhais”. O grego traz o verbo poieo, que tem o sentido de fazer. A sentença ficaria: “Nada façais para a carne”. Não devemos atender ao apelo da carne quanto aos seus desejos (Ver Gl 5.19-21).

Pr. Eli da Rocha Silva – 11/02/2009
Igreja Batista em Jardim Helena –Itaquera – S.Paulo - SP

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Lições em Romanos (3)_13.1-7

Lições em Romanos (3)_13.1-7
Texto Almeida Revista e Atualizada
(Sub-divisão NIBB- Nova Versão Impressa Bíblica Brasileira)


Submissão à autoridade (vv. 1-7)

Romanos 13:1- Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas.
1. Algo que a Bíblia não nos ensina é a rebeldia contra as autoridades. Pelo contrário, ela nos faz ver que toda e qualquer autoridade vem de Deus.
2. A NIBB traduz: “Todos devem sujeitar-se às autoridades do governo”. Os governos que temos sobre nós são: Municipal, Estadual e Federal. Temos ainda as instâncias do poder judiciário.
3. Muitas vezes não paramos para atentar para as autoridades como agentes autorizados por Deus. Com isso Paulo não quis dizer que o abuso de autoridade seja sancionado por Deus. As autoridades são livres em sua atuação, saibam, porém, que ao hão de dar contas a Deus do bem e do mal que fizerem.

v.2 - De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação.
1. Repito que, muitas vezes não paramos para pensar que, sendo as autoridades agentes a serviço de Deus, ao fazermos oposição a elas, nos opomos Àquele que lhes deu delegação.
2. Há uma diversidade de exigências, já a partir do nosso nascimento. Devemos ser registrados em Cartório de Registro Civil; nossos pais devem nos matricular em escolas de alfabetização; aos dezoito anos, tiramos nosso Título de Eleitor; os meninos devem alistar-se em uma das Forças Armadas; se quisermos constituir família, devemos retornar ao Cartório de Registro Civil, e temos muitas outras obrigações a cumprir (RG, CPF e outras).
3. Aquele que se opor à autoridade constituída trará sobre si mesmo condenação. Porém, quando as leis conflitam com a nossa regra de fé e prática, julguemos tudo segundo o conselho de Pedro (Atos 5.29).

v.3 - Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela,
1. Quem não deve não teme, não é mesmo? Se andarmos corretamente, não temeremos se formos convocados às barras dos tribunais.
2. O temor é resultado da má conduta, por culpa ou por omissão. Você já saiu de casa e esqueceu os documentos do carro? Qual é a sensação que temos quando nos apercebemos da falha? Digo eu, terrível!

v.4 - visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal.
1. A primeira parte do verso quatro é continuação do terceiro. Talvez não seja tão comum as pessoas serem elogiadas pelas autoridades, mas isso não é impossível de acontecer. Alguns recebem o título de cidadão pela prestação de bons serviços.
2. Este versículo nos faz lembrar Rm 12.19, onde Paulo escreve a respeito da ira de Deus. Em Lições em Romanos (2) dissemos: “Não precisamos pensar que Deus fará cair a casa sobre a cabeça dos que nos fazem males, mas que, as Leis do país estão aí para protegerem o nosso direito. As autoridades são de instituição divina”.


v.5 - É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência.

1. A sujeição às leis, às autoridades, aos governos não é apenas por alguém temer a punição, mas por dever de consciência.
2. Pedro nos manda: “Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor” (1 Pd 2.13,14). O dever de consciência é o que todo crente deve ter. O dever de consciência se dá pelo fato de sermos filhos de Deus, sendo Ele o Senhor das autoridades, pois estas lhe prestam diakonia (são ministros) (v.4).

v.6 - Por esse motivo, também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo, constantemente, a este serviço.
1. Paulo entra em uma matéria que muitas vezes rejeitamos: o pagamento de tributo. Quando as autoridades cobram impostos, taxas e contribuições, devemos entender que fazem isto como “ministros de Deus”.
2. A palavra ‘ministros’ não é a mesma do versículo quatro (diakonos), mas leitourgos, dando a idéia de servidor público. Assim como era Zaqueu, um publicano.
3. Através dos impostos, os governos podem prestar vários serviços como educação, saúde, aposentadoria, saneamento básico e outros. É bom ou não é pagarmos impostos?

v.7 - Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra.
1. Murray traz: “O ‘tributo’ corresponde ao nosso termo ‘imposto’, que recai sobre indivíduos e propriedades; e ‘imposto’ corresponde a taxas incidentes sobre mercadorias”.
2. O nosso Código Tributário Nacional especifica as nossas obrigações em Impostos, Taxas e Contribuições. As entidades civis de direito privado, sem fins lucrativos, são imunes ou isentas de impostos, mas não de taxas e contribuições. As igrejas são imunes do pagamento de impostos.
3. A palavra respeito é a tradução de phobos, que é medo, terror, temor, como reverência aos superiores, mas principalmente o temor a Deus.
4. Timen (honra),é aplicado para preço de coisas (Atos 5.2) ou pessoas (Mt. 27.6), e o pagamento de honorários (1 Tm 5.17). A mesma palavra aparece em Efésios 6.2, em relação à honra devotada a pais e mães.


Pr. Eli da Rocha Silva
IBJH 08/02/2009

E QUANDO A PORTA FOR FECHADA?

E QUANDO A PORTA FOR FECHADA?

GÊNESIS 7.16; MATEUS 25.10

INTRODUÇÃO


É muito decepcionante quando precisamos estar em algum lugar, e ao chegar lá deparamos com as portas fechadas. É possível que já tenha acontecido conosco, pelo menos uma vez. Os estudantes quando prestam as provas da FUVEST, já chegam estressados ao local, e alguns perdem a oportunidade por chegarem com alguns minutos de atraso.
Estar na hora certa no lugar certo, não é apenas questão de sorte, mas também, de planejamento, precisão e vontade.
Existem pessoas que não ‘se ligam’ às questões de horário, cumprimento de obrigações, ou de respeito com aqueles que marcaram hora.
A palavra porta é muita significativa no contexto do Reino. Podemos colocar as expectativas do Reino desde o Gênesis até o Apocalipse. Aliás, o Reino é a herança preparada desde a fundação do mundo (Mt. 25.34).
Vamos relembrar dois momentos onde, a porta fechada tornou-se dramática para os que ficaram do lado de fora.

I – A PORTA FOI FECHADA AOS CONTEMPORÂNEOS DE NOÉ

1. A maldade foi crescente, desde Caim até os dias de Noé (e até hoje). Quando a Bíblia diz que Enoque andou com Deus (Gn 5.24), podemos inferir que havia grande número de pessoas que não andavam.
2. Moisés nos informa que a maldade do homem se multiplicou, e que dia a dia só pensavam o que era mau (Gn 6.5).
3. A terra estava corrompida e cheia de violência (v.11). Qualquer semelhança com os dias de hoje não são mera coincidência.
4. Noé, semelhante a Enoque, ‘andava com Deus” (v.9). Quando Lameque gerou a Noé disse: “Este nos consolará dos nossos trabalhos, e das fadigas de nossas mãos, nesta terra que o SENHOR amaldiçoou” (Gn 5.29). Lameque viveu mais 595 após ter gerado Noé; tempo suficiente para ensinar o seu filho (e também aos demais) a temer ao Senhor.
5. Por temer ao Senhor, Noé foi estabelecido por Deus como aquele que preservaria o remanescente (Bíblia Anotada, Nota de Gn 5.29). O remanescente dos fiéis. Metusalém (avô) e Lameque (pai) morreram próximos aos dias da entrada de Noé na arca. Portanto, puderam assistir os esforços de Noé no cumprimento da ordem de Deus.
6. Terminada a arca, entraram Noé e esposas, seus filhos e suas noras (Gn 7.13). Como Lameque teve mais filhos e filhas (Gn 5.30), não é demais especularmos que seus irmãos e sobrinhos tenham ficado de fora. A salvação por ser individual, não está atrelada a níveis de familiaridade e consangüinidade.
7. Entraram também na arca, pares de animais, macho e fêmea; “e o Senhor fechou a porta após ele” (Gn 7.16). Kidner diz que: “A expressão mostra lindamente o toque paternal de Deus no limiar mesmo do juízo. O mesmo cuidado aqui demonstrado encaminha a nossa salvação à sua conclusão (Gênesis, Mundo Cristão pg. 85).
8. Qual seria a reação de Noé diante do desespero de seus parentes, caso ele tivesse o domínio de abri e fechar a porta? Como somos afetados pelas relações de família, é possível que faríamos de tudo, se pudéssemos, para salvar os nossos parentes.
9. Mas, a porta foi fechada, e qualquer oportunidade de mudança de caráter, de fé, de Deus foi encerrada.


II – A PORTA FOI FECHADA ÀS VIRGENS LOUCAS.


1. Depois de um dia de correria nada como um gostoso cochilo. Há um ditado popular que diz que ‘se cochilar o cachimbo cai’. Em algumas culturas, até entre os evangélicos, o cachimbo é tolerado. Quantos crentes não deixaram o seu cachimbo cair! Não entro no mérito do uso ou não, afinal, trata-se de questão cultural!!!
2. Jesus dando instruções sobre os últimos dias, conta a parábola das dez virgens (Mt. 25. 1-13). As dez virgens eram as damas de honra que acompanhavam a noiva, mas aqui representam os crentes (a igreja).
3. As madrinhas eram as responsáveis pela iluminação do trajeto até o local das núpcias. Keener (Comentário Bíblico Atos NT pg. 119) discorrendo sobre o casamento em aldeias da Palestina escreve: “Após um dia inteiro de danças e brincadeiras, as madrinhas deixam a noiva com quem haviam estado, e vão ao encontro do noivo, erguendo as tochas. Então, o escoltam até a noiva, que, por sua vez, juntamente com as madrinhas, escolta o noivo até sua casa”.
4. Por tardar o noivo, elas adormeceram (Mateus 25.5). É possível que pelo costume cultural, passaram o dia em danças e brincadeiras, e algumas delas, esqueceram de suas responsabilidades. Algumas igrejas têm dormindo porque se tornaram igrejas de entretenimento (Leiam o capítulo “Igrejas Amigáveis” John MacArthur, Livro: Com Vergonha do Evangelho). Nada contra o lazer.
5. As madrinhas eram dez virgens. Porém o texto diz que cinco dentre elas eram néscias e cinco prudentes (v.2). Para as néscias, o grego traz morós, estulto, cabeça fechada (“cabeça de bagre?”), lento, imprudente. Para as prudentes, o grego traz phronimos, sábio, sensato, refletido. Keener lembra que ‘era costume o noivo atrasar-se’. “As prudentes, além das lâmpadas, levaram azeite nas vasilhas” (v.4). As néscias ficaram curtindo a vida, vendo a banda passar. Afinal, como alguns pensam, o que importa é o lazer, a cabeça sem muitas preocupações.
6. “Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! Saí ao seu encontro” (v.6). Foi um corre-corre, cada uma pegando a sua lâmpada e se preparando para o esperado encontro (para algumas, nem tanto). As néscias perceberam que dormiram no ponto, já não havia azeite suficiente; o jeito era recorrer às outras moças. As prudentes não forneceram o azeite porque eram sensatas: “Para que não nos falte a nós e a vós outras” (v.8,9). A reserva que as prudentes levavam não era suficiente para dez, mas apenas para cinco.
7. Há certas coisas que não podemos passar para os outros, e entre elas a nossa salvação. Diz Tasker: “A graça salvadora, ensina-se aqui, é uma possessão pessoal e intransferível. Quando chegar o dia final da salvação, ninguém poderá livrar o seu irmão. Cada qual será, com respeito a isto, o árbitro do seu próprio destino” (Mateus, Mundo Cristão pg. 185).
8. Assim que as virgens insensatas saíram para comprar o azeite que faltava o noivo chegou, “as que estavam apercebidas entraram com ele para as bodas; e fechou-se a porta” (v.10). Quando as outras voltaram, as portas estavam fechadas, e elas não tiveram outra chance (v.11, 12).

III – ATÉ QUANDO A PORTA PERMANECERÁ ABERTA PARA OS DE HOJE?

1. A porta pode ser o dilema de muitos. A porta fica aqui, fica ali; lisa ou trabalhada, camarão ou não?
2. Enquanto muitos não acham a porta, pois ela é estreita, os dias passam. Os dias passam tão rápidos, que a dor do parto é agora só uma lembrança (amanhã a Raíssa completa um mês).
3. Jesus disse: “Eis que estou à porta, e bato” (Ap 3.20). Ele disse isto à Igreja de Laodicéia, que o deixou do lado de fora. Era uma igreja cristã sem Cristo
4. A todos os que querem ouvir Jesus disse: “Eu sou a porta” (Jo. 10.9). A todos que estão sem rumo Jesus se apresenta como o caminho e também como a porta.
5. Mas, para andar pelo caminho e entrar pela porta nenhum homem será forçado. Não haverá ninguém que tenha entrado sem ter escolhido entrar no Reino.
6. Mas até quando a porta estará aberta aos que nos ouvem pregar ano após ano? Morrem os ouvintes e morrem os pregadores. Haverá um tempo que alguns não poderão mais ouvir. E aí?

CONCLUSÃO

Para Noé não foi fácil ver de dentro, os seus parentes que estavam fora.
Não foi motivo de alegria para as virgens prudentes verem as amigas excluídas da festa.
Não será dia de alegria quando a porta for fechada e os nossos ficarem fora. Não será para os que ficarem fora.
Que todos parem para pensar? E quando a porta for fechada?

Pr. Eli da Rocha Silva
IBJH 08/02/2009

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Lições em Romanos (2) 12.17-21

Lições em Romanos (2)




(Rom 12:17) a ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas dignas, perante todos os homens.
1. Paulo reedita, em outras palavras o que Jesus ensinou aos seus discípulos (Mt. 5.43,44). “A ninguém”: nem os da igreja e nem os de fora; é possível que alguém seja mais rigoroso com os da igreja.
2. O crente, por ter abandonado as coisas antigas (2 Cor 5.17), pode agora esforçar-se em fazer o bem, “aos olhos de todos os homens” (NIV) (Ver Mt. 5.16).
3. Em lugar de buscar a retaliação com o que lhe fez mal, deverá, perante os olhos de todos, fazer o bem, apesar do prejuízo sofrido.

(Rom 12:18) Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens.

1. Há situações que estão fora do nosso controle. Mas mesmo assim, no que depender de nós, a paz deve ser buscada sempre.
2. Existem pessoas que, onde houver conflito, podem ter certeza, elas estão envolvidas; amam a discórdia (Ver Gl. 5.20).
3. Recentemente, vizinhos nossos que freqüentam a CCB fizeram dois sábados de vigília, com o chamado fervor pentecostal. Foi preciso que eu falasse com o dono da casa que não era possível eles continuarem. Expliquei que, se preciso, falaria com o ancião deles. Não sou contra vigílias, mas cada coisa em seu lugar! A paz permaneceu entre nós vizinhos.
4. “...com a finalidade de manter a paz, devemos suportar muitas coisas, perdoar as ofensas, e remir bondosamente o pleno rigor da lei; e, no entanto, fazê-lo de tal maneira que possamos estar preparados, sempre que a necessidade exigi-lo, a lutar, com coragem. Porquanto é impossível que os soldados de Cristo mantenham uma paz perpétua com este mundo, cujo príncipe é o próprio Satanás”. (Calvino citado R.N. Champlin Vol. 3 pg. 822).
5. E o que falar então das mulheres cristãs que, muitas delas, suportam casamentos sofridos por terem maridos alcoólatras, violentos, mulherengos, viciados em jogos; elas não desistem porque buscam a paz na família e a recuperação dos seus esposos.

(Rom 12:19) Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor.

1. Mesmo que tenhamos buscado a paz com todos, e mesmo assim sofremos com o homem ímpio, o conselho paulino é: “Não vos vingueis a vós mesmos”.
2. Caso partamos para a vingança, quem delimitara a nossa própria justiça? Seremos capazes de colocarmos freio em nossa vingança? Cuidado, um abismo chama outro abismo.
3. “de Deus”. Não consta no texto grego, mas está subentendido na sentença bíblica. Ao invés de nos vingar devemos entregar tudo ao Justo juiz, que da sua maneira fará justiça (Ver Dt 32.35).
4. Não precisamos pensar que Deus fará cair a casa sobre a cabeça dos que nos fazem males, mas que também as Leis do país estão aí para protegerem o nosso direito. As autoridades são de instituição divina.

(Rom 12:20) Antes, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça.

1. Paulo aqui nos faz lembrar Jesus no Sermão da Montanha (Mt. 5.44). De modo ampliado, ele nos ensina como devemos amar os nossos inimigos.
2. Ainda bem (para os inimigos) que não aplicamos os textos bíblicos de forma literal, porque senão “amontoaríamos brasas de fogo sobre a cabeça dos inimigos”. Seria um modo bastante cruel de dar fim a um inimigo bem alimentado.
3. O fato de alguém estar sob a ira de Deus não nos isenta de fazermos o bem até para o inimigo. Toda retribuição sobre o inimigo virá do Senhor (v.19).
4. Alguns intérpretes veem na questão das “brasas de fogo”, uma forma de vergonha naqueles que fizeram o mal e foram pagos com o bem. Mercê de Deus, os homens maus poderão ser mudados quando virem o nosso testemunho cristão.

(Rom 12:21) Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.

1. O mal sempre estará presente (E olha que sou otimista!). O mal está em cada esquina. O mal é como o pecado que espreitava Caim. Se alguém pensa diferente, tire as trancas de suas portas!
2. Por causa disso vamos entregar os pontos? De modo nenhum (Diria Paulo).
3. Então caro irmão, “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”.
4. Em 8.37, Paulo nos ensina que somos mais que vencedores (hypernikomen), por meio daquele que nos amou.

PR. Eli da Rocha Silva
04/02/2009

Lições em Romanos (1) 12.9-16

Lições em Romanos (1)


Rom 12:9 O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem.
1. É impossível vivermos a fé cristã em um ambiente de falsidade, fingimento e hipocrisia. O mandamento de Jesus para todos é o amor, primeiramente a Deus e depois pelos irmãos. Se amamos a Deus de coração inteiro, o mesmo deve ser demonstrado para o meu irmão.
2. “Odiai, detestai, aborrecei o mal”. O mal não é ornamento adequado nas vestes dos crentes. Quem ama o mal, dizendo se crente, engana-se a si mesmo.
3. A questão positiva: “Apegai-vos ao bem”. Todo aquele que se apega ao bem vive incomodado em um mundo mau como o que vivemos hoje.
4. Podemos ver o mal em todas as esferas da vida humana. Ontem (02/02/09), pudemos assistir pela TV o quanto o homem demonstra a sua maldade (Paraisópolis).

Rom 12:10 Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros;
1. O amor devotado entre os crentes deve ser do tipo familiar. Assim como nos dedicamos aos nossos pais, mães e irmãos no lar, devemos transferir essa mesma dedicação à convivência na igreja. Paulo usa uma palavra que aparece uma única vez na Bíblia (filostorgos).
2. Esse amor dedicado nos faz dar a preferência da honra ao outro. Como o relacionamento é de mutualidade, todos são honrados.

Rom 12:11 não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor;
1. Três questões são levantadas em um único versículo: 1) A pressa (diligência) que devemos ter em relação ao cuidado, ao zelo pelas coisas de Deus; 2) O espírito fervoroso deve ser marca do cristão (Diz o hineto: ‘desanimados não, não, não’); 3) Tudo o que somos (1 e 2), será canalizado para o serviço ao Senhor.

Rom 12:12 a 15 (Constam em outra reflexão)

Rom 12:16 sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altivas mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios aos vossos olhos;
1. É possível que a unanimidade pedida refira-se ao mesmo sentimento que devemos nutrir uns pelos outros.
2. O orgulho, a soberba, o ‘querer ser’ não cai bem. Paulo diz: “Não sejais orgulhosos”.
3. A NIBB traz: “Mas prontos a acompanhar os humildes”. Sendo pessoas ou coisas, a verdade é que devemos deixar de lado qualquer tipo de arrogância.
4. Devemos saber que poucos sabemos, e assim nos abrirmos para novos aprendizados. Na igreja o conselho é: instruí-vos uns aos outros.


PR. Eli da Rocha Silva
03/02/2009