sábado, 22 de maio de 2010

VIDA CRISTÃ EM AMARELO PISCANTE
Texto: Lucas 24.13-32
No trânsito, o amarelo piscante é atenção. Qual o perigo de estarmos na faixa e percebermos que a nossa vida cristã está no amarelo piscante?
A faixa pode ser o limite entre a crença e a descrença, entre o ficar e continuar.
Lendo o texto dos dois discípulos no caminho de Emaús, fiquei pensando nas crises que somos acometidos na jornada da vida cristã.
Vamos imaginar o caminho cristão como um caminho sinalizado. Vamos tentar perceber na passagem dois discípulos, as coisas que podem nos indicar que a trilha está ficando perigosa.

I – QUANDO AS COISAS QUE ACREDITAMOS PARECEM PERDER O SENTIDO
1. Para saber se algo perdeu o sentido, a razão de ser, é preciso dar um tempo e conversar a respeito (v.14). Os dois tinham onze quilômetros para por a conversa em dia.
2. Eles conversavam e discutiam a respeito dos últimos fatos ocorridos em Jerusalém.
3. Eles eram discípulos entristecidos (v.17 b). Eles alimentaram durante três anos, a certeza de que Jesus redimiria a Israel (v.21 a).
4. O drama deles: “o redentor continua sepultado a três dias” (v.21b).
5. “Para piorar, é notícia corrente que o corpo de Jesus não está mais no sepulcro” (v.22-24).
6. “Tudo o que acreditamos perdeu o sentido. Ter sido seguidores de Jesus por três anos não valeu a pena! Para nós as coisas não têm mais sentido!”
7. Será esse o quadro que podemos ver hoje nas igrejas? Seria grande o número daqueles que já perderam as esperanças, que não veem mais sentido em estar aqui? Ou se estão aqui, há sentido em estar, ficar e continuar?
8. Se a sua vida estiver sinalizada no amarelo piscante, se você perdeu o sentido das coisas, peça misericórdia a Deus.

II – QUANDO NÃO SENTIMOS QUE O SENHOR ESTÁ PRESENTE
1. A perda da visão, da sensibilidade, da percepção em relação ao Senhor é muito grave. É triste quando alguém não percebe mais o Senhor. É triste ver Jesus apenas como uma personagem bíblica, uma personagem da história.
2. O salmista disse: “Deus está perto de todos que o invocam...com sinceridade” (145.18); e, “O Senhor cuida de todos os que o amam” (v.20 a). Mas quando o crente perde o sentido da presença de Deus, ele já não consegue notar que está sendo cuidado pelo Senhor.
3. O homem que não percebe mais Deus, é alma em tormento, é alma sem paz, é como um barquinho nas ondas revoltas do furioso mar (canta Feliciano Amaral).
4. Para o cristão que não sente mais Deus, a igreja ou a pousada de fim de semana pode ter o mesmo sentido. Vale também dizer que, para o cristão que sente Deus, a pousada pode ser a extensão da igreja (não como comunidade, mas como motivo para adorar).
5. “Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles; mas os olhos deles foram impedidos de reconhecê-lo” (v.15,16). Por razões divinas, eles não reconheceram a Jesus. Atrevo-me a dizer que não há mais razões divinas para não sentirmos a presença do Senhor. O crente precisa sentir Deus presente em sua vida.
6. A razão de termos tanta gente fora da igreja, é justamente o fato delas não sentirem mais que o Senhor está perto. Você indaga ao crente faltoso: Por que você sumiu? Ele responde: É que eu quando vou a igreja, volto pior do que saí de casa! Das duas, uma: Ou Deus falou e ele não quer ouvir; ou Deus não falou o que ele quer ouvir.
7. Se a sua vida estiver sinalizada no amarelo piscante, se você perdeu o sentido da presença do Senhor, peça misericórdia a Deus.

III – QUANDO A PALAVRA DE DEUS NÃO FAZ ARDER O CORAÇÃO
1. O salmista disse (119): “Como eu amo a tua lei! Medito nela o dia inteiro (v.97). O salmista foi crítico consigo mesmo: “Embora eu seja como uma vasilha inútil, não me esqueço dos teus decretos” (v.83). O salmista é apegado até a alma à palavra: “A minha alma consome-se de perene desejo das tuas ordenanças” (v.20).
2. O que a Palavra tem sido em nossas vidas? Eu a encaro como uma manual de cobranças ou como um manancial? O que eu penso a respeito da Bíblia determina como ou devo tratá-la. O Neto, ex-jogador de futebol, disse que um dia, ao chegar em sua casa, havia um dos seus troféus colocado como aparador de porta. Entendeu?
3. Outro ponto na sinaleira (semáforo), que deve ser observado, é o quanto a Palavra fala ao meu coração; o prazer do contato com a Lei de Deus, que é perfeita e restaura a alma (Sl 19.7).
4. Voltamos aos dois discípulos, e vemos que o quadro mudou. Depois de terem os olhos abertos (v.31), eles perguntam um ao outro: “Não estava queimando o nosso coração, enquanto ele nos falava no caminho e nos expunha as Escrituras?” (v.32).
5. As Escrituras não falam mais ao seu coração? Se você entende que Deus não lhe fala através do seu pastor, deixe que o Espírito Santo fale através da sua leitura bíblica. Mas para que Ele fale é preciso ler a Bíblia. Não estou falando de passar o ano inteiro lendo só Manancial, ou Pão Diário ou outros tantos que existem por aí.
6. Se a sua vida estiver sinalizada no amarelo piscante, se você não sente mais arder o coração pela Palavra, peça misericórdia a Deus.

CONCLUSÃO
Continue firme: as coisas que você sempre acreditou não perderam o sentido.
Você não está só: o Senhor continua andando com você.
Deixe a Palavra arder seu coração; ela continua sendo lâmpada para os pés e luz para o caminho.

Pr. Eli da Rocha Silva 23/05/2010
Igreja Batista em Jardim Helena – São Paulo - SP
"O que Deus espera do jovem; o que o jovem espera de Deus".

Podemos dizer que não há da parte de Deus algo diferente para o jovem, das coisas que Ele espera de qualquer um. Não há um tratamento vip porque se é jovem. Há, aliás, uma universalização da humanidade em relação a Deus: “Porque todos peca-ram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23).
Em razão dessa universalização do pecado, a consequência é igualitária, isto é, con-denação e absolvição, são igualmente para todos (Rm 6.23).
Deus chama a todos, mas salva apenas os que atendem ao seu chamado. Fazer parte de uma igreja evangélica não garante que o indivíduo tenha sido chamado. Existem muitos evangélicos por tradição; tais pessoas não são diferentes daqueles que cresce-ram em uma tradição católica. Assim como muitos católicos têm resistência em deixar o catolicismo, muitos evangélicos têm de deixar as igrejas nas quais cresceram. Isso é fato, é constatação!
Podemos falar também do juízo de Deus sobre todos. O juízo não é estabelecido por faixa etária. A base do juízo é Romanos 6.23. Não há que se esperar que Deus seja menos grave com os mais jovens e mais duro, rígido com os de mais idade. Em razão de tal certeza, Deus espera do jovem, a compreensão das realidades eternas. Quando o jovem deixar esta vida, vai se deparar com o futuro que ele mesmo escolheu. Então, Deus espera que o jovem saiba escolher a vida e não a morte. Pregando no Salmo 119.9 no mês da juventude de 2009, eu disse:
1. A juventude é o tempo das definições e indefinições. Foi assim com todos os que passaram por essa fase. Alguns decidiram com mais firmeza o seu próprio caminho; outros viveram incertezas diante das muitas possibilidades e dos di-versos conselhos.
2. Desde muito pequenos somos induzidos à escolha dos melhores caminhos. Não raro os pais dizem para os seus pequenos: “Não passe por aí; passe por ali”. São as primeiras escolhas, e elas, por indução.
3. Mas nós crescemos, e os nossos pais já não nos induzem como faziam. Co-meçamos assim, a decidir pelo que julgamos ser o melhor para nós mesmos.

Deus espera que os jovens só façam boas escolhas. Mas as escolhas acontecem no meu julgamento particular, no máximo, deixo alguém dizer alguma coisa; mas no final de tudo, eu decido.
O que o jovem espera de Deus? O jovem não deve esperar de Deus coisas que Ele não disse que faria. O jovem mesmo deve buscar conhecer a vontade de Deus (Rm 12.2). A dica paulina, para que se comece uma boa história com Deus é: “Não se amoldem ao padrão deste mundo” (NVI). O jovem que quiser receberá de Deus di-recionamento. Digo ‘que quiser’, porque Deus não violentará a vontade, que é pes-soal, intransferível e responsabilizadora. O que você decidir será eternamente res-peitado.
O jovem que espera algo de Deus deve querer ouvi-Lo. Muitas vezes temos medo das respostas de Deus, então, fugimos da Sua presença para tomarmos as nossas decisões sem interferências externas.
Confesso que não sei o que o jovem espera de Deus. Nem sei se o próprio jovem sabe. Também não sei o quanto de tempo o jovem para pensar sobre Deus e a Sua vontade. Arrisco-me em dizer o seguinte: é até possível que algum jovem já nem creia em Deus. Espero que não seja o caso de alguém que está aqui hoje!

Terminado, eu até entendo que um tema interessante para pensarmos futuramente será: "O que a igreja espera do jovem; o que o jovem espera da igreja".
Fim.

Pr. Eli da Rocha Silva

sábado, 15 de maio de 2010

VOCÊ ENTENDE QUE VALE A PENA CORRER A CARREIRA?
HEBREUS 12.1-11

É possível que para esta pergunta a resposta direta de muitos será, vale a pena correr a carreira.
Outros, entretanto, talvez parem um pouco para pensar se vale ou não a pena continuar na carreira; em outras palavras, se vale a pena continuar sendo crente. O mundo nos leva a repensar conceitos e preconceitos. Para muitos, o que pensava ser certo agora é errado e o errado agora é certo.
Jesus ao conversar com os seus discípulos precisou em determinado momento colocá-los contra a parede, ao ver que muitos dentre eles voltaram atrás e deixaram de segui-lo (João 6.66): “Então Jesus perguntou aos doze: Vós também quereis retirar-vos?” (v.67).
É possível que alguns crentes estejam vivendo essa crise abordada por Jesus. A resposta que Pedro deu a Jesus (v.68) pode não ser a sua resposta.
Caso você pense como Pedro, o texto que lemos pode nos indicar algumas coisas.


I – ELIMINE TUDO QUE O IMPEDE DE PROSEGUIR (V.1)

1. Quais são as coisas que estão impedindo você de prosseguir, que podem ser deixadas de lado? O que você deve eliminar para prosseguir? O verbo eliminar aqui não deve ser levado ao pé da letra, como é correntemente conhecido e pronunciado.
2. Ninguém vai eliminar pai e mãe, esposa e sogra, para depois ser crente. Mas pode ser bem possível ter que enfrentá-los para prosseguir. Neste caso, é preciso eliminar o seu medo e a sua covardia para seguir a carreira cristã. Alguns gostariam de ser crentes só não são, porque os pais, que são de outra lei, não vão entender.
3. Não é incredulidade minha, mas, eu não consigo enxergar Jesus insistindo com aqueles que não queriam nada com Ele. Aos discípulos, que eram próximos, tratava-se dos doze, Ele perguntou se eles também queriam deixar o barco; ao mancebo de qualidade, Ele lhe impôs o que para o jovem era algo impossível: “Vai vende tudo o que tens e dá aos pobres, depois, vem e segue-me”.
4. O que tem impedido muitos de prosseguirem é a malquerença, isto é, não querem nada com nada. Você convida para alguma coisa, a resposta é: Ah, não quero não! Outro dia você diz: quer ir conosco? O malquerente diz: Dá não, hoje não!
5. É a malquerença que impede o prezado irmão? Seja corajoso, deixe de lado toda e qualquer malquerença. Solte suas amarras. Tire todo o peso. Corra a corrida da fé.
6. “A carreira que nos está proposta” não é uma carreira que não ofereça dificuldades. Alguns não entram na corrida se houver dificuldades. Corrida boa é aquela que oferece só facilidades. A questão é que não há corrida que ofereça só facilidade. O autor diz: “Corramos a corrida com perseverança”.

III – DEPOIS DE ELIMINAR OS EMPECILHOS SAIBA COMO CORRER A CORRIDA (V.2).

1. Ao corredor não basta o preparo técnico, é preciso saber para que lado correr. Correr contra a multidão é suicídio.
2. O mesmo princípio vale para o corredor da carreira cristã. Quem no trajeto da corrida, hora olha para Cristo, outra hora para as circunstâncias (o vento que arruinou Pedro), pode estar concluindo, por si só, que nem devia ter começado correr.
3. Para termos êxito em nossa corrida, é necessário tirarmos os olhos das coisas que embaçam a nossa visão, que nos impedem trilhar o trajeto que nos levará até o almejado prêmio.
4. O autor da carta fala sobre fixação. Crente é mesmo pessoa com fixação. O nosso olhar deve estar fixo em Jesus, “o Autor e Consumador da nossa fé”.
5. Quando temos fixação por alguém queremos sempre fazer o que lhe agrada. O aficionado é alguém devotado. É um admirador, um seguidor, um fã. Tem gente crente que é fã de muita gente ruim, que são péssimos exemplos; só não consegue ser admirador, seguidor e fã de Jesus.
6. Muitos não são fãs de Jesus porque querem uma vida sem cobranças. Se você não quer ser cobrado não seja mesmo fã de Jesus. Ele disse aos discípulos: “Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando” (João 15.14). Você não gosta de amigo mandão? Ser amigo de Jesus é aceitar que quem manda é Ele. Se você não aceitar que Ele mande, o risco é de nunca ter sido seu amigo.
7. Saber correr a corrida é saber que Jesus deve receber toda a nossa admiração e aceitação.

III – CORRENDO BEM A CORRIDA, NO FINAL, SÓ ALEGRIA (V.11).

1. O corredor deve ser disciplinado. Deve ter uma alimentação balanceada. Deve dormir e descansar o tempo necessário. Dever abrir mão de algumas coisas para chegar onde quer.
2. O autor diz que “Nenhuma disciplina parece no momento motivo de alegria” (v.11). Nós crentes precisamos ser disciplinados nessa corrida que nos foi proposta.
3. Novamente podemos observar que Jesus é o exemplo de constância: “Considerai aquele que suportou tal oposição dos pecadores contra si mesmo”. Pode ser que em algum momento o cansaço e o desânimo queiram nos embaraçar. Jesus é o exemplo de perseverança (v.3).
4. Este Jesus, a quem voltamos e fixamos os nossos olhares, “Em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz”. Nessa alegria de Jesus está a nossa própria redenção. Alegria de ter cumprido Nele o propósito do Pai.
5. Para seu consolo, e meu, está escrito: “No combate contra o pecado, ainda não haveis resistido a ponto de derramar sangue” (v.4).
6. Nesta nossa caminhada, é preciso que nos recordemos daqueles que não retrocederam na fé, por conta daquilo que aguardavam (11.39).
7. Nós também, como aqueles, devemos prosseguir para o alvo, para o prêmio que nos aguarda.

CONCLUSÃO

Você entende que vale a pena correr a carreira?

Pr. Eli da Rocha Silva
IBJH 16/05/2010

sábado, 8 de maio de 2010

QUANTO DEVO À MINHA MÃE!

Uma paráfrase: Salmo 116.12 e de 1 Coríntios 13
Que darei eu à minha mãe por todas as coisas que ela tem feito por mim?


Por mais que pensemos em como pagar uma mãe, jamais chegaremos ao valor ideal. Não há preço que pague o amor e a dedicação de uma mãe. Maior que ele, só o amor de Deus pelo mundo (João 3.16).

Caso pensemos em lhe dar um caro presente, ela dirá que não devemos ‘entrar’ em dívidas.
Caso façamos dívidas, uma mãe está sempre pronta a nos ajudar na quitação delas.

Quantas noites em claro! Sarampo, catapora, caxumba, asma, bronquite e pequenos machucados. Quem está lá? Ela, a nossa mãe.

O nome mãe e tão suave, gostoso de dizer, que me via em muitas situações gritando: Maiiiiiiiiiêêêê!!!!!!!!!

Quanto devo à minha mãe!
Devo e não nego, mas nunca vou pagar. Ela insiste em não querer receber nada em troca pelo seu amor.
Parece que em relação às mães o verbo dever será sempre conjugado no Presente do Indicativo: eu devo, tu deves, ele deve, nós devemos, vós deveis, eles devem
Mãe é tão importante, que Deus a coloca no início dos relacionamentos horizontais no Decálogo: “Honra a tua mãe, para que você viva bastante” (Êxodo 20.12).
Quanto devo à minha mãe!
Por saber que devo digo o que Paulo disse e o que ele não disse:
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e näo honrasse a minha mãe, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e näo honrasse a minha mãe, nada seria.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e näo honrasse a minha mãe, nada disso me aproveitaria.
Continuo, parafraseando Paulo:
O amor de mãe é sofredor, é benigno;
O amor de mãe näo é invejoso;
O amor de mãe näo se vangloria, näo se ensoberbece.
O amor de mãe prima pela decência,
näo busca os seus interesses, näo se irrita, näo guarda ressentimento do mal;
O amor de mãe näo se alegra com a injustiça, mas congratula-se com a verdade;
O amor de mãe tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor de mãe nunca falha.

Digo o que já disse antes, agora só em relação às mães:

O amor do filho e da filha para com a sua mãe está intimamente ligado ao mandamento de honrar pai e mãe. A honra tem a ver com o respeito e a consideração, e também com:
1. Gratidão. Por tudo o que a sua mãe jaz fez e certamente irá fazer.
2. Compreensão. Compreenda as falhas e valorize os esforços dela. Mães não são perfeitas (Embora a nossa seja!).
3. Tratar com respeito. Palavras duras e atitudes grosseiras produzem feridas profundas no coração de uma mãe (Mas, por amar demais, ela sempre nos perdoa!).
4. Amizade. A melhor amiga deveria ser sempre a mãe. Diálogo franco e aberto é um bom começo para uma grande amizade.
Concluo como comecei:
Quanto devo à minha mãe!

Pr. Eli da Rocha Silva
Igreja Batista em Jardim Helena 09/05/2010
O LAR É O MELHOR AMBIENTE DE ENSINO

Textos: DEUTERONÔMIO 6. 1-9

INTRODUÇÃO

A quem delegarei a educação cristã dos meus filhos? A resposta definitiva é: A ninguém, pois o lar é o melhor ambiente de ensino. Dizendo o lar, subentendesse que aos pais cabe a educação dos filhos.
Educar não é pouca coisa, educar não é fácil, educar exige do educador empenho. Educação provém de duas palavras latinas - educare e educere -, tendo o primeiro o significado de orientar, nutrir, decidir num sentido externo, levando o indivíduo de um ponto onde ele se encontra para outro que se deseja alcançar; e o segundo, educere, se refere a promover o surgimento de dentro para fora das potencialidades que o individuo possui (Internet). Os pais são os primeiros educadores.
Não sei se alguém aqui já ouviu a expressão: ‘Esta criança não tem educação!’. Sendo isso verdade, então, quem não educou? A deficiência está no lar, na escola ou na igreja? É até possível que alguns pais digam que os outros estão falhando na educação dos seus filhos. Os outros são a escola e a igreja, não eles mesmos.
Devemos repetir: o lar é responsável direto pela formação dos filhos.
A Bíblia traz diversos conselhos de sabedoria para a boa educação das crianças.

I – PARA O LAR, A RESPONSABILIDADE DE ABSORVER O ENSINO (DT 6.1,2)

1. A educação a que se refere o deuteronômio tem caráter religioso e nacional; visava a formação do cidadão e da fé nesse cidadão.
2. No ensino a ser administrado deveriam constar: mandamentos, estatutos e juízos. (v.1). Fica claro que Deus estava dirigindo-se a um grupo de pessoas que deveria ter compromisso com a Sua Palavra. Sendo o governo teocrático, o que vem de Deus é uma ordem: “Que mandou o Senhor, teu Deus” (v.1); “Que eu te ordeno” (v.2).
3. Pela ordem, deviam cumprir os mandamentos (imperativos-legislativos): resumo substancial da Lei; deviam cumprir os estatutos (normativos); e os juízos (executivos, relacionados ao próprio direito). “Mishpatim – Juízos”. Segue logo após os Dez Mandamentos e trata principalmente da Lei Civil.
4. Os preceitos do Senhor deviam ser praticados através das gerações: “Tu, teu filho, o filho do teu filho”. A atemporalidade dos preceitos: “Todos os dias da tua vida”. Não havia um tempo na vida em que os mandamentos não deviam ser cumpridos.
5. Há da parte do Senhor uma promessa especial: “E que teus dias sejam prolongados” (v.2). Assim acontece com aqueles que temem ao Senhor e andam segundo os seus estatutos.
6. O povo deveria absorver as palavras que o Senhor ordenava: “Estarão no teu coração”. Os pais só poderão passar para os filhos as coisas que aprenderam; as coisas que gravaram em seus corações.

II – NO LAR, A RESPONSABILIDADE DE TRANSMITIR O ENSINO.

1. Os pais deviam adotar um sistema criado por Deus, que anos depois Bill Bright difundiu através da Cruzada Estudantil e Profissionais para Cristo, chamado Conceitos Transferíveis. A ordem de Deus era: “Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos”. (Dt. 6.4-7).
2. A periodicidade desse inculcamento: “E delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te”. O ensino deveria ser contínuo. Não devia existir tempo sem a palavra; corremos riscos quando nos ausentamos da Palavra. Disse o salmista: “Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti”.
3. Para Deus a responsabilidade da educação na palavra começa no lar. Os pequenos começam a aprender no lar. A Bíblia começa ser interessante no lar. Pais que amam a Bíblia terão filhos que também a amarão. O contrário disso é verdade também.
4. Outro princípio, ou conceito adotado por Deus: princípio da saturação ou impregnação: “Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas” (v.8,9).
5. O texto é rico em promessas de Deus para o povo, mas que o Senhor não deixa de insistir que sejam fieis: “Guarda-te, para que não esqueças o Senhor, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão” (v.12).
6. A casa, o lar, será sempre o lugar de lembrança da atuação de Deus na vida do povo: “Quando eu filho no futuro...” (Dt.6.20,21). Deus está falando de um relacionamento muito próximo, coisa de pai para filho.

III – DO LAR, A RESPONSABILIDADE COM CONDUTA PELO ENSINO.

1. A melhor herança é a melhor conduta. Conduta é a forma de conduzir-se, de proceder. No caso do pai crente, levar os filhos a terem um bom procedimento. Mas como se consegue isso?
2. Deus deu o norteamento, a forma de se proceder; na Bíblia temos a indicação: “Ensina a criança o caminho que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele (Pv.22.6). Ainda velho, conserva a boa conduta.
3. Alguém discorrendo sobre conduta disse: “Somos assim porque nosso pai nos ensinou assim”. No caso, ele discorria sobre bons procedimentos.
4. Paulo tinha preocupação com a boa conduta: “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes” (1 Cor. 15.33). A palavra costume é ethos, que se trata da moral. Também da ética.
5. A família, a igreja, a sociedade, precisam de pessoas que saibam se conduzir.
6. Os pais precisam ter boa conduta para imprimi-las nos seus próprios filhos. Os filhos não serão muito diferentes do que somos (não falo de aparência).

CONCLUSÃO

Concluo com um trecho do livro do pastor Arthur Walkington Pink (Os Dez Mandamentos Ed. Monergismo), sobre a responsabilidade que temos na formação dos nossos filhos: Instrua seu Filho: Este dever é sobremodo importante para ser transferido aos outros. Deus exige dos pais, e não dos professores da Escola Dominical, a responsabilidade de educarem seus filhos; Seja um bom exemplo: Que cuidado eles (os pais) precisam ter, para que, diante de suas crianças, não digam e façam coisas que tendem a corromper suas mentes ou produzam más conseqüências, se elas as imitarem!; Discipline seu filho: Uma criança malcriada representa um adulto ímpio – nossas prisões estão superlotadas com pessoas que tiveram a liberdade de seguir seus próprios caminhos durante a sua infância; observe os amigos de seus filhos; Ore por seu filho: O trono da graça tem de ser fervorosamente buscado, para que sejam coroados de sucesso os nossos esforços em educar os filhos para a glória de Deus.

Pr. Eli Rocha Silva
Igreja Batista em Jardim Helena 9/05/2010

sábado, 1 de maio de 2010

O JESUS DE ONTEM, DE HOJE E DE AMANHÃ

TEXTO: MATEUS 11.28-30; 25.31-46

Jesus foi uma pessoa admirável. Muitas pessoas dizem o que pensam sobre Jesus, e um dos pensamentos é que ele foi de fato admirável. Quando alguns ensinam o chamado ‘toma lá da cá’, Jesus diz: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (MT. 5.44). Jesus é ou não é, uma pessoa admirável?

I – O JESUS DE ONTEM É O MESMO QUE CONHECEMOS E PREGAMOS HOJE.

1. A respeito do subtítulo acima, refiro-me ao Jesus que andou pelas terras de Israel e arredores ensinando, curando e pregando o evangelho do Reino.
2. Refiro-me ao Jesus que sobe o monte para ensinar os seus muitos discípulos (Mt. 5.1); o Jesus que cura leprosos (Lc 17.11-19); o Jesus que acalma a tempestade (Mt. 8.23-27); o Jesus que se assenta com todos para juntos comerem os pães e os peixes multiplicados (14. 13-21).
3. Refiro-me também ao Jesus que é Senhor do sábado (12.8); ao Jesus que elegeu os seus seguidores como sua família: “Pois quem fizer a vontade de meu Pai que está no céu, este é meu irmão, irmã e mãe” (12.50); ao Jesus que ensinou sobre o divórcio (19.1-9); e ainda, ao Jesus que abençoou as crianças (19.13-15).
4. Jesus não mudou em nada; Ele continua fazendo todas as coisas através da igreja, na força do Espírito Santo, nos desígnios e vontade do Pai.
5. Jesus, em sua caminhada entre as pessoas, fez-lhes um solene convite para que fossem a Ele. Os que aceitassem tal convite receberiam o descanso para as suas almas (Mateus 28.11-30).
6. Tasker (Com. Mateus Mundo Cristão) diz: “Jesus não estava prometendo uma vida de inatividade, nem isenção de tristeza ou lutas, mas assegurando que achariam o alívio de esmagadores fardos, como os da angústia arrasadora, do sentimento de frustração e futilidade, e da desgraça de uma consciência sobrecarregada de pecados”.
7. Existem pesos que estão diretamente ligados à alma, que no texto grego aparece psichais. Esta palavra é bem conhecida por todos quando tratado pela psicologia, mas, desconhecido por muitos no que se refere à alma.
8. Jesus continua ainda estendendo o seu convite; o seu convite vale até o hoje, porque amanhã, você poderá estar se deparando com o outro Jesus (refiro-me ao ofício de Juiz).

II – O JESUS DE AMANHÃ NÃO SE APRESENTARÁ COM A PROPOSTA DO JESUS DE HOJE.

1. Como já fiz referência no final do tópico anterior, o Jesus de amanhã, que pode até ser o de hoje mesmo, sem descartarmos que pode ser o de agora, apresentar-se-á como o juiz de toda a terra.
2. Paulo escrevendo ao filipenses diz: “Deus também o exaltou com soberania e lhe deu o nome que está acima de qualquer outro nome” (2.9); e ainda, “Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, na terra e debaixo da terra” (v.10).
3. O Jesus apresentado por Jesus no sermão escatológico, que Ele o denomina de ‘o Filho do homem’, não precisará mais de um jumentinho para descer até Jerusalém; Ele “se sentará no seu trono glorioso” (MT. 25.31).
4. Nesse momento, o Rei exercerá juízo sobre todas as nações. Jesus, como Soberano se assenta ‘no trono da sua glória’ (v.31). João escreve a respeito de um ‘grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu’ (Ap 20.11).
5. Jesus diz aos seus ouvintes: “E todas as nações serão reunidas em sua presença” (v.32 a). João diz: “Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono” (Ap 20.12 a).
6. Jesus mandou que seus discípulos pregassem para todas as nações (Mt 28.19). Na sua escatologia, todas as nações estarão em sua presença.
7. Todos os povos da terra verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu com poder e muita glória (Mt 24.30), e todos serão igualmente congregados.
8. Todas as pessoas, de todas as nações, comparecerão individualmente diante do trono. Esse comparecimento não será mediante procuração, mas face a face.

III – O JESUS DE AMANHÃ (AGORA) É O REI, É O JUIZ

1. Reunidas as pessoas em sua presença, “ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas” (v.32b).
2. Com a separação o Rei determinará o futuro de cada um. Ele porá as ovelhas à sua direita e lhes dirá: “Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo (v. 34 b). A herança é fruto do relacionamento com Cristo; é fruto da aceitação do convite do Jesus de ontem é de agora.
3. Do lado esquerdo serão postos os cabritos, e a eles o Rei dirá: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (v.41).
4. E a sentença é terrível: os que estiverem à sua esquerda devem apartar-se dEle, porque são malditos, amaldiçoados, e devem ir para o fogo eterno, que foi preparado para o Diabo e seus anjos.
5. Maldito é aquele de quem se diz o mal, de quem se profere o mal, de quem se declara o mal. Maldito é aquele que pela rejeição da palavra se perdeu.
6. A sentença é dolorosa; não é algo que esperamos para aqueles que amamos. Mas não podemos fazer mais do que temos feito pelos que nós amamos, e também pelos que não estão no nosso círculo de amizades.

CONCLUSÃO

Jesus, que é manso e humilde coração continua fazendo o seu solene convite.
Jesus, que é manso e humilde de coração continua convidando a todos para aprenderem Dele.
Jesus, que é manso e humilde de coração e está à destra de Deus, voltará, e como Rei, congregará a todos diante de Si, e estabelecerá para cada um o futuro com Ele ou longe Dele para sempre.
Mas agora, neste momento, Jesus ainda diz: Vinde a mim.
A igreja toda canta: Vem já, Vem já! Alma cansada vem já! (222 CC).

Pr. Eli da Rocha Silva
IBJH 2/05/2010