sexta-feira, 12 de novembro de 2010

DIAS DE OUVIR E RECONSIDERAR

Ageu 1 e 2

Não se trata aqui de uma troca, mas de cumprimento da promessa feita aos antigos.
Quem era esse povo? Eram os judeus que vieram da Babilônia. O ano era 520 a.C e o dia era 29 de agosto (B. Genebra) (Detalhes da história em Esdras).
O profeta é usado por Deus para mexer com o brio do povo; o mesmo que dizia não ter gosto em cantar na Babilônia (Sl 137.1-4).
Nós também, muitas vezes, choramos as impossibilidades, mas não aproveitamos as oportunidades.
Deus vai usar Ageu para mudar o seu povo.

I – DIA DE MOSTRAR A REALIDADE

1. Deus precisou falar ao povo, por intermédio de Ageu (1.1) a dois líderes de importância em Judá: o governador, Zorobabel, e o sumo sacerdote, Josué.
2. A palavra do profeta ao povo era: “Assim fala o Senhor dos Exércitos” (v.2). O poder da palavra não era do profeta, mas Daquele que o comissionara para a função. Ao profeta cabe proferir; falar a mensagem.
3. A palavra de Deus ao povo era: “Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do Senhor deve ser edificada. A expressão “Este povo” mostrava o desagrado de Deus, a ponto de Ele não dizer “Meu povo”.
4. Aquele povo negligente com as suas obrigações desagradou a Deus. A ordem do rei Ciro era que o povo descesse até Jerusalém para edificar ‘a casa do Senhor, Deus de Israel’ (Ed 1.2,3). Mas, devido a campanha dos adversários (Ed 4) o povo precisou parar a obra de reconstrução do templo, e se acomodou, ficou indiferente, mudou as suas prioridades.
5. Novamente a palavra do Senhor vem através do profeta: “Acaso, é tempo de habitardes vós em casas apaineladas, enquanto esta casa permanece em ruínas?”. Talvez a melhor reflexão seria: se não é tempo para edificar o templo, não é tempo para edificar casas.
6. Deus não estava querendo estabelecer o movimento dos sem tetos; a repreensão estava no fato do povo deixar-se levar para o luxo e não ter mais tempo para pensar no templo. As casas apaineladas eram casas meticulosamente adornadas. Lambrisamento com cedros se encontravam em palácios de reis (veja I Reis 7:7; Jr. 22:14). Considerando que essa madeira era cara e não comum na Judéia, o seu uso era sinal de luxo (Com. Moody). Enquanto isso...a casa do Senhor permanece em ruínas.

II – DIA DE FAZER LEMBRAR O PASSADO.

1. Duas vezes o povo instado por Deus a considerar o passado (v.5,7). Naquele dia, o povo deveria observar o passado; são dezesseis anos sem um único tijolo no templo. Havia descaso total com a possibilidade do ajuntamento para adorar no templo.
2. Vamos fazer o povo pensar! (v.6). Vocês perceberam que semearam muito, mas recolheram pouco; comeram, mas continuaram com fome; estavam vestidos, mas ainda sentiam frio; e aquele que é assalariado, é pouco para as despesas do mês? Em Judá coexistiam ricos (tinham sementes para semear) e pobres (trabalhadores assalariados).
3. O que Deus estava dizendo ao povo é que não devia ter-se esquecido Dele. Quantos também em nossos dias estão esquecidos de Deus. O Senhor não é mais interessante para os seus projetos. Li nesta se que um líder evangélico atual disse ‘que não precisa de Jesus para ser próspero, pois trabalhou bastante para possuir o que tem’.
4. O povo devia mais uma vez considerar o passado (v.7) e tomar uma atitude; o povo devia voltar ao decreto de Ciro. A ordem era: “Subi ao monte, trazei madeira e edificai a casa; dela me agradarei e serei glorificado, diz o Senhor (v.8).
5. Deus também diz ao povo a causa da sua miséria: “Esperastes o muito, e eis que veio a ser pouco, e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu com um assopro o dissipei. Por quê? Diz o Senhor dos Exércitos;por causa da minha casa, que permanece em ruínas, ao passo que cada um de vós corre por causa de sua própria casa” (v.9).
6. Jesus mais tarde vai dizer aos seus discípulos: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra (...) porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6.19-21).
7. Quando servimos mais a nós mesmos do que a Deus, sabedores que somos dos ensinos da Bíblia, no final, só vamos colher o que plantamos: a derrota. Em muitos casos, não colheremos nem o que plantamos (v.10-11).

III – DIA DE CONSIDERAR E REAFIRMAR AS BÊNÇÃOS

1. Houve em Judá ‘um dia’ para ouvir a voz de Deus (v.12).
2. Foi também dia de ouvir a voz do profeta, pois havia algo da parte de Deus para ser falado (v.13).
3. Aconteceu um movimento espiritual, um levantar de ânimo da liderança e do povo. A presença do Senhor (v.13) foi significativa para renovar o povo (v.14).
4. E Deus continuou a animar o povo: “A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos exércitos; e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos exércitos” (2.9).
5. Mas o povo precisava ainda fazer reflexão antes de colocar qualquer pedra na edificação (v.15). Até aquele dia eles não tinham um procedimento correto diante de Deus; era preciso mudar para poder edificar (v.10-17).
6. O povo era pecador, mas decidiu fazer consertar-se diante de Deus; e Deus, fez concerto com o seu povo (v.18).
7. Quando o povo se voltou para Deus, a partir daquele dia (v.18), o Senhor se comprometeu abençoá-lo (v.19).
8. O final do livro de Ageu parece uma figura escatológica (v.20-23): abalos nos céus e na terra, vitória sobre as nações e a honra ao servo.

CONCLUSÃO

E nós, como estamos em relação ao interesse pelas coisas de Deus? Poderia Ageu pregar ainda hoje? (Ageu acabou de pregar!).
Estamos mais ligados em nós mesmos, ou temos dão tempo para Deus?
Se não temos agido corretamente, vamos fazer reflexão para vermos onde estamos errando, antes de colocarmos ‘pedra sobre pedra’ (v.15).

Pr. Eli da Rocha Silva
14/11/2010 – Igreja Batista em Jd. Helena - Itaquera