sábado, 31 de dezembro de 2011

PREOCUPAÇÕES E DESPREOCUPAÇÕES CRISTÃS
MATEUS 6.32a-33


I- A DESPREOCUPAÇÃO EM SABER DO REINO


1. Jesus nos faz ver, pensar e saber, que nos preocupamos com muitas coisas que não podemos resolver. Por outro lado, pode haver em nós muita despreocupação com as coisas que verdadeiramente deveríamos nos preocupar.
2. Em relação às necessidades naturais, Jesus nos faz saber o que o Pai sabe a respeito de nós: que necessitamos de todas elas (v.32 a).
3. Jesus nos faz saber o que o Pai sabe a respeito de nós, para que não achemos que Deus não sabe do que precisamos, e que Ele não tem cuidado de nós.
4. O muito cuidado com as coisas que não deveriam nos preocupar, roubam o tempo que deveria ser investido no que deve preocupar mais.
5. Para Jesus a preocupação maior deve ser em busca o reino de Deus em primeiro lugar. Não sei em que grau os crentes têm buscado primeiro o Reino; não sei também em que grau está o interesse dos crentes pelo Reino; já não sei também se de fato os crentes estão preocupados em saber do Reino ou não.
6. Pelas minhas observações, tem muito crente que não está ligando a mínima para o Reino. Digo que Deus não ligará a mínima para os que desprezaram o Seu Reino. Deus não vai chorar o leite derramado!
7. A vida no Reino deve obedecer às regras do Soberano. Digo também, que as regras do Reino são colocadas diante dos súditos pela igreja. A igreja é a agência conhecida do Reino. A negação da igreja e das regras do Reino trará à luz quem serve a Deus e quem não serve (Ml 3.18).
8. O próprio sentido do Reino trará também à luz quem serve para Deus e quem não serve para Deus. Se quisermos ser crentes que valham à pena, devemos querer servir ao Reino, sendo úteis no serviço aos nossos irmãos.
9. Outra opção é ser crente qualquer, ou, qualquer coisa crente, ou, qualquer nada que seja, ou, agir como se fosse não sendo nada, ou, sei lá o quê, ou, imagine você mesmo!
10. Lamento ter que dizer! Estamos vivendo um tempo de igreja onde muitos crentes não estão muito ligados no que Deus quer ou não, no que Ele pensa ou deixa de pensar.


II – AOS PREOCUPADOS COM O REINO

1. Eu gosto muito da figura do remanescente. Deus ama o remanescente. O remanescente é o pequeno grupo com o qual Deus pode contar.
2. Deus não conta com as grandes massas; talvez não conte cem com as grandes igrejas. Hoje é dia de igreja cheia de vazio. Hoje é dia de crentes réveillon.
3. Hoje é dia de crentes afro-religiosos; crentes que se vestem branco e vão à beira da praia; crentes que dão os seus pulinhos sobre as ondas e alguns que vestem roupas íntimas de cor picante, para dar sorte no amor.
4. Mas destes aí, que eu disse acima, muitos entre eles não sabem amar. Quem faz o amor dar certo não são roupas de cores picantes ou quentes. Estes crentes que preferem a praia à alegria da oração na igreja, já perderam há muito o sentido de igreja e Reino.
5. Volto a dizer: Deus espera muito do remanescente. Os que querem agradar a Deus em todas as coisas, e em primeiro lugar, têm a promessa de que todas as coisas vos serão acrescentadas (v.33). E o que age diferente, não terá nada acrescentado, ou até o que tem lhe será tirado? (Mt 25. 28,29).
6. Acredito que tem crente que vai hoje à igreja. Eu prefiro acreditar que tem crente que vai agradecer pelo ano 2011 e suplicar por um ano 2012 feliz, na igreja. Acredito que tem muito que acredita que a oração do justo pode muito em seus efeitos; imagine um montão de justos orando juntos na igreja! Que bênção; que alegria!
7. Para os preocupados em agradar ao Senhor do Reino eu repito o que disse Jesus: “Vosso Pai celeste sabe que vocês precisam de todas as coisas necessárias para a vida” (Mt 6.32a).
8. Para não nos preocuparmos com as coisas em demasia, Jesus disse: “Não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal” (v.34).
9. Que não comecemos o ano de 2012 plantando o nosso próprio mal. Que comecemos o ano de 2012 crendo que o que precisarmos, segundo a vontade de Deus, o Senhor acrescentará.

Pr. Eli Rocha Silva
31/12/2011 – Igreja Batista em Jd Helena

sábado, 24 de dezembro de 2011

Desejo a todos os irmãos e amigos um Feliz Natal e um próximo ano cheio de realizações.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

DEUS CUIDA DE NÓS

Deus cuida de nós de modo diferenciado; Ele cuida de nós melhor que cuidamos das nossas crianças, dos nossos filhos. Nós não saímos um instante sequer do raio de visão de Deus. Deus vê de todos os lados; não há nada que Deus não veja.
É tão importante sabermos isto; é tão importante pregarmos isto; é tão importante vivermos disto.
Dois homens viveram este cuidado permanente de Deus. Cada um deles viveu os cuidados na proporção dos propósitos de Deus. Cada um deles pode verbalizar em oração o que entendia a respeito de Deus e de si mesmo.
Muitas vezes não fazemos este paralelo ‘eu e Deus’. Quando fizermos o paralelo gritaremos como Isaías: “Ai de mim! pois estou perdido”.
Parece que não gostamos de dar o braço a torcer nem para Deus; mas se dermos, Ele torce, mas Ele mesmo cura. O Profeta Oséias escreveu isto de modo glorioso: “Vinde, e tornemos para o Senhor, porque ele despedaçou e nos sarará; fez a ferida, e no-la atará. Depois de dois dias nos ressuscitará: ao terceiro dia nos levantará, e viveremos diante dele. Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra” (6.1-3).

I – O QUE DISSE JACÓ?

Gên 32:10 Não sou digno da menor de todas as tuas beneficências e de toda a fidelidade que tens usado para com teu servo; porque com o meu cajado passei este Jordão, e agora volto em dois bandos.

1. Jacó se coloca diante de Deus crente da sua pequenez; hoje está muito difícil crer na própria pequenez. Tem gente que só falta querer mais que ‘imagem e semelhança’ de Deus.
2. Do que Jacó não era digno? Das mesmas coisas que nós também não somos: da Sua misericórdia e da sua fidelidade.
3. Outra coisa que vemos no crente Jacó, era a crença de que era servo. Quem crê que é servo se satisfaz em servir. A relação servo-senhor nem sempre era marcada por misericórdia e fidelidade; nenhum servo cobra isso do seu senhor.
4. Deus, diferente de qualquer senhor, trata os seus servos com beneficência e fidelidade.
5. O servo que é feliz por ser servo sabe que não merece nada. De Deus é a graça, de Deus é o favor.

II – O QUE DISSE JEREMIAS?

1. Jeremias não desistiu mesmo não sendo fácil ser profeta. Os profetas modernos talvez não lembrem em nada Jeremias.
2. Muitos de nós, pastores, estão desistindo do pastorado quando ele parece não ser fácil. É verdade que existem pastorados mais fáceis que outros. Principalmente, quando o número de ovelhas com DNA de ovelha é maior.
3. Um pastor amigo nosso brincava ao falar da ovelha híbrida, aquela que não é puro sangue. Pode acontecer de ser encontrada a ovelha com rabo de cabra, casco de bode e para piorar, cheiro de lobo.
4. O ministério de Jeremias não foi fácil (Leia Jr 11.18,19; 16.1; 18.18; 26.8; 37.15). Mesmo não sendo um ministério fácil, Jeremias fez de tudo que viu e viveu na pele, um poema dividido em cinco partes.
5. Jeremias não reclamou não maldisse o seu chamado profético; ele saiu mais forte do que entrou na vida e no ministério.
6. Ele pode dizer do que sentiu: Lam 3:22 A benignidade do Senhor jamais acaba, as suas misericórdias não têm fim; Lam 3:23 renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.
7. A alma sabia muito bem que o Senhor era a sua herança a sua porção, a sua parte. Assim, colocava no Senhor toda a sua esperança: A minha porção é o Senhor, diz a minha alma; portanto esperarei nele. Lam 3:24
8. Terminamos este pequeno trecho com a palavra de Jeremias que nos dá plena confiança: Bom é o Senhor para os que esperam por ele, para a alma que o busca. Lam 3:25
9. Podemos viver na mesma confiança que viveram Jacó e Jeremias: Deus cuida de nós.

Amém

Pr. Eli da Rocha Silva
20/12/2011 - Culto no lar da irmã Dusolina

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

DIAS DE RECONCILIAÇÃO
TEXTO: 2 CORÍNTIOS 5.14-21

O Natal e o Ano Novo parecem marcar uma vida nova; temos uma sensação de término de período e início de outro. Não estou falando do calendário, mas sim de sensações internas, da psique, das emoções.
Talvez seja também o tempo de darmos um basta às coisas que precisam ser deixadas para trás, de modo que não venham a interferir no período que está próximo a ser iniciado.
Caso em não queira fazer a ruptura com o velho, estarei fadado a iniciar o novo com os velhos vícios, as mesmas intrigas e desavenças e as mesmas inimizades.
Estes últimos dias são dias de reconciliação; mas, a reconciliação não começou hoje, ela é antiga, ela é de iniciativa divina. Podemos até dizer que divinos são também os que buscam a reconciliação. Não divinos por natureza, mas divinos por retratar a imagem e a semelhança de Deus.
Temos alguns casos de reconciliações na Bíblia que mudaram a história de todos os envolvidos. Falarei apenas de dois.

I – JACÓ E SUA RECONCILIAÇÃO COM ESAÚ (GN 32.1-33.20)

1. Não vou mover uma palha para buscar reconciliação com fulano! Talvez seja esta a palavra de que sofreu quando lhe fizeram tanto mal. Na história de Jacó e Esaú, de que lado você quer ficar? Jacó aproveitou o momento de maior fragilidade de seu irmão para ficar com o que era dele (Gn 25.29-34).
2. Tendo feito o acordo sob juramento, tempos depois, de modo fraudulento, Jacó se apossa do bem comprado (Gn 27.1-29).
3. Esaú, a parte cedente do contrato de compra e venda chega logo após Jacó ter sido abençoado; queria ele também a bênção que vendera tempos antes. Mas Isaque diz que não há mais bênção (27.36-41).
4. Jacó parte para Harã para fugir da ira homicida do seu irmão Esaú. Em Harã constituiu família, ficou rico, e por fim, resolveu voltar. O triste na história: reencontrar o seu irmão Esaú.
5. Somos assim também: sofremos o trauma de reencontrar as pessoas que ferimos. Tais traumas acontecem em família, em amizades e igreja. Mas dia menos dia temos que recolocar as coisas em bons termos. Não foi diferente com Jacó. Não será diferente conosco.
6. Jacó começou a criar situações em sua mente marcada pela dívida (Gn 32. 4-8). Mas Jacó também orou a Deus; cria ele que o Senhor lhe faria bem naquelas horas de dificuldades (v.9-12). Ele não só ora por livramento, mas lembra Deus das promessas feitas a ele (v.12).
7. Podemos dizer que aprendemos com Jacó o seguinte: é preciso orar antes para depois buscar a reconciliação.
8. Depois da oração foi preciso agir; Jacó continua a jornada rumo a Esaú. Jacó sabia e sentia: Deus está comigo. E Deus foi mesmo com ele e tudo aconteceu em clima de plena harmonia. Nada lembrava as circunstâncias dos temos de desarmonia (33.1-11).
9. Não há barreira que não possa ser transposta; não há dor que não possa ser superada; não há amargura que não possa ser curada; não há inimizade ou desavença que não possa ser perdoada.
10. Estamos em dias de reconciliação.

II – A HUMANIDADE RECONCILIADA COM DEUS

1. O texto que lemos fala também de reconciliação; o pecado nos intrigou com Deus. Ficamos intrigados com Deus e com todo mundo. Quando estamos intrigados e alguém olha para nós, perguntamos com cara de poucos amigos: Tá olhando o que?
2. Deus é amor; nós somos a imagem de Deus (Gn. 1.27). O triste é que não conservamos todo esse amor; não somos tão cheios de amor assim.
3. Para o nosso bem Deus é amor. Para o nosso bem Deus não se deixou levar pelo nosso desamor. Para o nosso bem Deus tomou a iniciativa: “Tudo provém de Deus” (2 Co 5.18). Somos ruins nas tomadas de iniciativa, então: “Deus nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo”.
4. A reconciliação é traumática: de um lado a morte de Cristo, do outro, a minha luta no reconhecimento que sou pecador, e que tal morte foi culpa minha. Mas Deus considerou que devia ser assim e nos reconciliou por meio do Filho na sua carne, isto é, na sua morte substitutiva.
5. Teologicamente é dito que Deus agiu por graça para não jogar sobre a humanidade a sua ira e a sua justiça (Colin Kruse). A graça manifesta foi na carne do Filho, o que nos libertou do acréscimo da pena: “não imputando aos homens as suas transgressões” (v.19).
6. Os nossos pecados não foram somados, mas poderiam ser somados se Deus assim quisesse, mas Ele não quis que fosse assim. Significa dizer que não temos mérito nenhum em todo este acontecimento de salvação. Nós éramos na verdade pessoas que deviriam ser condenadas, mas Deus preferiu não somar as nossas transgressões, e assim, perdoá-las de fato.
7. Celebrada a reconciliação é restabelecido o relacionamento e, em lugar de ira, a paz que excede todo entendimento. Não basta dizer que houve reconciliação; é necessário que a paz celebrada seja verificada por atos.
8. Para nós, a reconciliação promovida por Deus nos tirou do inferno, a casa que nós mesmos íamos preparando; para nós, a reconciliação promovida por Deus nos coloca na casa de muitos aposentos preparada pelo próprio Senhor (Jo 14.2).
9. Estamos em dias de reconciliação.

CONCLUSÃO
Deus trabalhou para que Jacó tivesse um excelente encontro com o seu irmão Esaú
Deus trabalhou para que nós tivéssemos um excelente encontro com Ele através de Jesus o Seu Filho.
Estamos em dias de reconciliação. Por que deixar para amanhã o que você precisa fazer hoje!?
Amém

Pr. Eli da Rocha Silva
18/12/2011 – Igreja Batista em Jd Helena

sábado, 8 de outubro de 2011

QUE DEVO FAZER PARA IMPACTAR A VIDA DE OUTROS
Atos 17.6b

I – SABER EM QUEM SE CRÊ

1. Quem não sabe em quem crer não pode impactar ninguém. Não estou falando daqueles que crêem em alguém ou alguma coisa; estou falando dos que dizem que crê, mas ficam tomados de dúvida diante dos que lhe questionam a própria fé.
2. Disse Paulo: Eu sei em quem tenho crido. Saber em quem se crê: este é o primeiro passo para impactar outros.
3. O carcereiro de Filipos precisou para crer para ser salvo, e consequentemente, proporcionar que a salvação chegasse aos seus (Atos 16.27-34).
4. O alto oficial de Candace, etíope, teve que declarar primeiro a sua crença para depois ser batizado. Não qualquer crença, mas a crença Naquele que foi o motivo do diálogo, a partir do profeta Isaías (At 8.36-37).
5. Característica notável em quem crê foi demonstrada pelo novo crente e novo batizado: “Foi seguindo o seu caminho, cheio de júbilo” (v.39b).
6. Quem sabe em quem crê professa a sua fé com alegria, porque, “não pode ser triste o coração que ama a Cristo”. E ainda, “a alegria está no coração de quem já conhece a Jesus”.
7. Se você pretende impactar pessoas que estão ao seu redor, saiba em Quem você crê e, viva a vida cristã com alegria.

II – TER DISPOSIÇÃO PARA TESTEMUNHAR

1. Testemunhar nem sempre é falar; testemunhar pode ser só viver o que se crê. A nossa vida cristã pode chamar a atenção dos outros sobre nós; surge daí uma possibilidade.
2. Disposição pode ser vista em dois sentidos: disposição como ânimo, entusiasmo e boa vontade. Mas também podemos considerar a disposição em relação ao nosso tempo. Quando de tempo eu quero deixar à disposição para testemunhar?
3. Pode acontecer de sermos empurrados para a disposição, seja de ânimo ou de tempo. Não sei em qual situação estavam os crentes de Jerusalém, só sei que eles foram empurrados para testemunhar, e fizeram isso com ânimo e disposição (Atos 8.1, 4-8).
4. Não sei o que está acontecendo com alguns de nós: falta tempo ou ânimo? Faltando tempo ou ânimo, isso pode ser resolvido com algumas injeções de horas com Deus e de organização. O problema quando é falta de vida; aí, só nascendo de novo da água e do Espírito.
5. Talvez precisemos entender que testemunhar não é opção, e sim obrigação daqueles que foram chamados para serem crentes. Jesus disse aos discípulos que eles seriam testemunhas: ser testemunha fazia parte do chamado de cada um deles. Jesus disse aos discípulos: “Indo, façam discípulos em todas as nações”. O Mestre não perguntou se eles estavam dispostos ou se queriam ir ou não; eles deveriam ir aos novos campos (Mt. 28.19).
6. Assim, todo crente pode testemunhar indo a novos campos ou ficando nos campos onde já estão instalados (não acomodados!): vizinhos, família, colegas de trabalho e escola.
7. Se você pretende impactar os que estão ao seu redor, crie situações para testemunhar.


III – VIVER NA TERRA O QUE ESPERAMOS PARA O CÉU

1. Soa esquisita a expressão ‘viver na terra o que esperamos para o céu’. Talvez não seja tão esquisito assim. Um teólogo diz que vivemos o ‘já, mas ainda não’.
2. É verdade que no céu teremos corpos glorificados; tudo que sofremos aqui neste mundo, em termos de tentação e sofrimentos físicos, não será nem mera lembrança.
3. Mesmo não sendo possível viver aqui o que será lá, Paulo diz que é possível vivermos a vida daqui, na expectativa da que é de lá (Col 3.1-4). Ele diz também que haverá uma mudança naqueles que pautaram a vida daqui pela de lá (v.4).
4. Diante da proposta paulina, entendemos que se quisermos impactar a vida dos outros, não podemos viver a vida daqui com os conceitos só desta vida. O cenário da vida daqui é de luta e provação. Por isso Paulo mesmo diz: “Fazei morrer a vossa natureza terrena” (v.5).
5. “Se quisermos impactar”. O problema é que nem sempre queremos impactar os outros; ou no mínimo, não temos esta preocupação e não encaramos como obrigação.
6. Mas, não tem como, não há escapatória: de alguma forma os outros serão impactados por nós. Alguns serão impactados de forma muito negativa; e nos acusarão dizendo: ‘Eu hein! Ser crente desse jeito?’. E não adianta dizermos: “O que pensam de mim não interessa!”. Pior que interessa sim; Deus nos chamou para uma vida de testemunho.
7. O nosso testemunho é definido pela vida que almejamos no ‘ainda não’, no céu que ainda não chegou e nele ainda não chegamos (Jo 14.3; 1 Ts 4.17).

CONCLUSÃO

Se nós pretendemos impactar pessoas que estão ao nosso redor, precisamos saber em Quem cremos.
Se nós pretendemos impactar pessoas que estão ao nosso redor, precisamos viver a vida cristã com alegria.
Se nós pretendemos impactar pessoas que estão ao nosso redor, precisamos viver aqui como se lá estivéssemos


Pr. Eli da Rocha Silva
09/10/2011 I B Jd. Helena - Itaquera

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

A SUPERIORIDADE DA PALAVRA DE DEUS
2 Pedro 1. 16-21


v. 16 - Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade,

1. “A vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”. Pedro está falando da segunda vinda, da parousia.
2. O que os apóstolos não ensinaram coisas inventadas por eles, mas falaram coisas vistas por eles.
3. “Nós fomos testemunhas oculares”. Os discípulos, pelo menos três deles, estavam presentes com Jesus no ato da transfiguração: Pedro, Tiago e João (Mt 17.1-8 e paralelos).


v. 17 - pois ele recebeu, da parte de Deus Pai, honra e glória, quando pela Glória Excelsa lhe foi enviada a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.
v. 18 - Ora, esta voz, vinda do céu, nós a ouvimos quando estávamos com ele no monte santo.


1. “Ele recebeu, da parte do Pai, honra e glória”. Parece que Pedro estava falando como uma resposta à oração de Jesus cf. João 17.1.
2. “Glória Excelsa”. Esta expressão nos remete para Êxodo 24. 15,16 que diz: “A glória do Senhor pousou sobre o monte Sinai” (ARA); na ARC, “habitava a glória do Senhor”. A palavra hebraica é Shakhan, verbo que significa instalar-se, habitar. A glória (kabhôdh) do Senhor veio instalou-se, pousou (shakhan) sobre o monte. Moisés foi envolvido em todo aquele momento de glória, da marcante presença do Senhor (v.16).
3. “O meu Filho amado, em quem me comprazo” (cf. Mt 3.17). Pedro fala da confirmação que o Pai dera a respeito de seu Filho (Mt. 17.5).
4. “Esta voz...nós a ouvimos”. Pedro falava das coisas que tinha visto e ouvido (At 4.20).


v. 19 - Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração,

1. “Confirmada a palavra profética”. Tudo o que foi dito a respeito de Jesus no Antigo Testamento.
2. A Palavra é a candeia que ilumina os nossos caminhos (Sl 119.105). Jesus é a Palavra que ilumina o caminho (Jo 1.4-9).
3. “Até que o dia clareie...”. Haverá um dia quando todas as coisas serão consumadas, é o dia da vinda do Senhor. É o dia da realização das coisas que os crentes nutrem em seus corações. É o que sentiu o poeta quando escreveu: “Vai ser esplendida, alvorada, tão sonhada” (Melodias de Vitória).


v. 20 - sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação;

1. “Sabendo, primeiramente, isto”. Os crentes deveriam ser firmes em suas convicções para se safarem dos falsos mestres.
2. Pedro está fazendo uma “Advertência relacionada aos falsos mestres do cap. seguinte; cf. 2Pe 3.16” (B.E.Almeida).


v. 21 - porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.

1. Os profetas de Deus falaram da parte Dele. Tão diferente dos dias de hoje, que profetas falam o que querem, e muitos baseados em seus interesses pessoais, e com o que as pessoas gostariam de ouvir.
2. Paulo escrevendo a Timóteo fala da utilidade da Palavra inspirada por Deus (2Tm 3.16).
3. Deus quis usar homens, muitos em fraqueza, mas fortes no Espírito; homens que foram movidos pelo Espírito; tiveram a Palavra ‘soprada’ pelo Espírito.



Pr. Eli da Rocha Silva
28/08/2011 - Igreja Batista em Jd. Helena – José Bonifácio – São Paulo - SP

terça-feira, 23 de agosto de 2011

TÁ NA LEI (É BOM SABER).

LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998


Art 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

CAMINHOS DA ALMA
SALMO 27

O ESTADO DA ALMA

1. A primeira coisa que o salmista Davi fala é da segurança que ele tem em Deus. Tal segurança é resultado de ter em Deus a sua salvação. Deus é luz; Deus salva (v.1).
2. O Senhor é a garantia, é a proteção. O Senhor é a fortaleza aonde se refugia o servo. O crente sabe que existem inimigos ao redor, mas “eles tropeçam e caem” (v.2).
3. Essa firmeza e proteção nós podemos ver de modo pleno nos versos 2 e 3.
4. Tranquilidade e confiança eram o que sentia o servo do Senhor (v.3): “Não se atemorizará o meu coração (...) terei confiança”.


O DESEJO DA ALMA

1. Não sei quantos fazem a mesma oração do salmista. Sei apenas que ele nutria um grande desejo; não era apenas um desejo, mas uma busca. Muitas vezes desejamos algo, mas não buscamos. E até nos apegamos ao pessimismo e dizemos: Isso não é para mim, ou, isso é um sonho grande demais.
2. O seu desejo não tem sido o de muitos nos últimos tempos: “morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida”. (v.4).
3. Mais duas coisas faziam parte do desejo do salmista: “Contemplar a beleza do Senhor”. Não significa que Davi via o Senhor, mas que estar ali era sentir a Sua doce presença.
4. Também, o silêncio do templo era o melhor lugar para fazer as suas meditações.
5. Nós também temos muitos desejos na alma. Mas quantos deles fazem parte de um coração voltado para Deus? Quantos dos nossos desejos serão abençoadores se forem realizados?

A CERTEZA DA ALMA

1. A certeza de ser um adorador (v.6b).
2. A certeza de que Deus pode ouvi-lo quando clamar (v.7-9).
3. A certeza da segurança em todo o tempo (v.10).
4. A certeza que os ensinos do Senhor proporcionam uma caminhada segura (v.11).
5. A certeza que a bondade do Senhor é o seu futuro (“verei”) (v.13).
6. O conselho para os demais:
• “Espera pelo Senhor”. Quanta gente desesperada sem saber qual caminho tomar;
• “Tem bom ânimo”. Quanta gente desanimada, sem coragem para continuar;
• “Fortifique-se o teu coração”. Quanta gente caída sem forças para se levantar (v.14).

Pr. Eli Rocha Silva



Aniversário irmã Dusolina 22/08/2011 (95 anos)

quinta-feira, 18 de agosto de 2011


What Happens to Infants Who Die? ¿Qué pasa con los niños que mueren?

What Happens to Infants Who Die?


¿Qué pasa con los niños que mueren?

Creo que están todos guardados. En otras palabras, yo no compro el principio que dice que los niños nacidos en "familias pacto" son seguros, y los niños nacidos en el "pacto de no-familias" no lo son. Yo no voy allí.

Mi razón para pensar que están todos guardados es debido al principio en Romanos 1, donde Pablo afirma que todas las personas que conocen a Dios, y están "sin excusa", ya que no le honra o glorificar a él como Dios.

Su argumento es que no tienen excusa , porque ellos saben las cosas, como si la responsabilidad en la presencia de Dios en el Juicio Final se basará, al menos en parte, de si tuvo acceso a los conocimientos necesarios.

Y Dios dice que todos tenemos acceso al conocimiento, porque se pueden ver en las cosas que ha hecho y ver su poder y su deidad. Pero suprimir ese conocimiento en lugar de someterse a ella, por lo tanto, todos están condenados.

Así que la pregunta: OK, es el principio de ser criados en la que, si usted no tiene acceso a los conocimientos que le hace ser responsables, por lo tanto, usted no tendrá que rendir cuentas? Y creo que ese es el caso.

Creo que los bebés y los imbéciles, es decir, las personas con discapacidades profundas-no mentales tienen acceso a los conocimientos que serán llamados a explicar. Por lo tanto, de alguna manera, de alguna manera, Dios, por Cristo, cubre a estas personas.

Así que, en pocas palabras, por eso creo que todos los niños que mueren en la infancia son los elegidos y será, por medio de Jesucristo, guardan de manera que yo no sepa cómo, honra a Dios el principio de rendición de cuentas.

John Piper

Jornal Folha Nova Folha AD Joinville: Médicos podem agora orar com seus pacientes na Inglaterra

Jornal Folha Nova Folha AD Joinville: Médicos podem agora orar com seus pacientes na Inglaterra

Uma reflexão metafísica

Uma reflexão metafísica

quarta-feira, 27 de julho de 2011

UM POVO DADO A FESTAS, BANQUETES E DIVERSÃO
Êxodo 24.12-18; cap. 32

I – UM POVO QUE NÃO DEIXOU DE SER INSTRUÍDO PARA O BEM

1. A respeito da instrução dada ao povo podemos ver já em Êxodo 20. Em 24.12 a 18, vemos Moisés subindo até ao Senhor no monte, para ali receber instruções para transmitir ao povo.
2. No monte o Senhor daria a Moisés tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos (24.12). O que Deus estava entregando a Moisés devia ser ensinado ao povo.
3. O verso 16 diz: “A glória do Senhor pousou sobre o monte Sinai” (ARA); na ARC, “habitava a glória do Senhor”. A palavra hebraica é Shakhan, verbo que significa instalar-se, habitar. A glória (kabhôdh) do Senhor veio instalou-se (shakhan) sobre o monte.
4. Moisés foi envolvido em todo aquele momento de glória, da marcante presença do Senhor (v.16), ficando com o Senhor quarenta dias e quarenta noites recebendo instruções para o povo (v.18).
5. A visão que o povo tinha: “O aspecto da glória do Senhor era como um fogo consumidor” (v.17) (Ver Hb 12.28,29).

II – UM POVO QUE ESQUECIA COM MUITA FACILIDADE

1. Passados os quarenta dias, Deus entrega as duas tábuas escritas por Ele a Moisés (31.18).
2. Mas, enquanto Moisés conversava com Deus e recebia as suas instruções, o povo, ao pé do monte, parecia que não tinha visto nada da glória e da presença de Deus. O povo “(kahal - acercou-se de, ajuntou-se a Arão”, isto, era uma assembléia para tomar decisões (32.1). De forma debochada referiram-se a Moisés como “este Moisés”.
3. Arão mostrou-se diante do povo que era um líder confuso, um líder inseguro em relação ao que acreditava, e imediatamente concordou com o povo (v.2-5).
4. Aquele povo se mostrou dado a festas, banquetes e muita diversão (v.6). Eles fizeram um culto bizarro (esquisito, extravagante); uma festa tipo “uma para o santo e outra para o capeta”. Eles misturam um ídolo à tentativa de honrar a Deus (MacArthur).
5. Há problemas quando pensamos que tudo deve ser festa e diversão. O povo perdeu o limite da decência: “e levantou-se para se entregar à farra” (NVI). A NVI traz a seguinte nota: “O verbo hebraico muitas vezes tem conotações sexuais” (Ver 1 Co 10.7,8).
6. O povo esqueceu muito rápido o que tinham visto no Egito, na travessia do Mar e ao pé do monte.

III – UM POVO, QUE POR UM FIO, NÃO DEIXOU DE SER POVO

1. Por muito pouco aquele povo não foi riscado do mapa. Deus que de todas as coisas sabe, manda que Moisés desça imediatamente do monte para ver o povo que havia se corrompido (v.8).
2. Deus pede que Moisés que não tente impedi-lo de descarregar a sua ira sobre o povo (NTLH); assim, todo o povo seria consumido (“Deus é um fogo consumidor”) (v.10).
3. Moisés humildemente se coloca na brecha; ele passa a ser o intercessor em favor do povo; Moisés faz a sua intercessão com um interessante argumento (v.11-13). O verso 14 nos diz que Deus ouviu o seu servo que se colocou na brecha; Deus ouviu o intercessor.
4. O povo não viu a ira de Deus (o que foi bom para ele), mas sentiu na pele a ira de Moisés (v.19).
5. Moisés não cessou de interceder pelo seu povo (v.30-35). Por causa de Moisés aquele povo não deixou de ser o povo de Deus.

CONCLUSÃO

Aquele povo recebeu as primeiras instruções. Estavam sendo preparadas novas instruções para a jornada até a terra prometida. Mas o povo rapidamente afastou-se da palavra de Deus.
O afastamento da palavra de Deus gerou no povo uma vida de corrupção, que levou Deus a querer rejeitá-lo.
Devemos aplicar o que se passou com o povo a nós mesmos. Será que muitas vezes não rejeitamos as instruções do Senhor? Será que outras vezes não queremos uma vida cristã apenas de festa e diversão?
Que Deus possa ter misericórdia de nós para que não venhamos a falhar com Ele. Que nunca troquemos a sua santa presença pelos apelos do mundo.

Pr. Eli da Rocha Silva
24/07/2011 – Igreja Batista em Jd Helena - Itaquera

sábado, 9 de julho de 2011

TÁ NA LEI (É BOM SABER!)

Marcos Ehrhardt
Direito das Coisas
Temos um novo tipo de usucapião, criado pela Lei 12.424/11. Problemas à vista...

24/06/2011

Sob o pretexto de disciplinar a regularização fundiária de assentamentos localizados em áreas urbanas e alterar dispositivos da Lei no 11.977/09 (aquela que instituiu o Programa Minha Casa, Minha Vida – PMCMV), a Lei nº 12.424/11, promulgada no dia 16 de junho de 2001, introduziu no Código Civil, o art. 1.240-A, assegurando a aquisição do domínio a quem exercer por apenas por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados). Para tanto, o interessado deverá provar que dividia a posse do mesmo com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família.

Como ocorre nas demais modalidades de usucapião com prazos reduzidos, também se faz necessária a comprovação de que o autor da ação não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. Além disso, o direito aqui previsto não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.

Eis a redação do novel dispositivo, devendo-se destacar que o art. 12 da referida Lei nº 12.424/01 estabeleceu que a norma entre em vigor na data de sua publicação:

“Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.


§ 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.


Anote-se que havia a previsão de um parágrafo segundo para o dispositivo, com a seguinte redação: “§ 2o No registro do título do direito previsto no caput, sendo o autor da ação judicialmente considerado hipossuficiente, sobre os emolumentos do registrador não incidirão e nem serão acrescidos a quaisquer títulos taxas, custas e contribuições para o Estado ou Distrito Federal, carteira de previdência, fundo de custeio de atos gratuitos, fundos especiais do Tribunal de Justiça, bem como de associação de classe, criados ou que venham a ser criados sob qualquer título ou denominação.”. Ocorre que tal benefício foi vetado pela Presidente, ao argumento de que violaria “o pacto federativo ao interferir na competência tributária dos Estados, extrapolando o disposto no § 2o do art. 236 da Constituição.”

Se a constituição já consagrava um prazo diferenciado para as modalidades de usucapião especial urbano e rural, essa nova modalidade parece ser uma forma “sumaríssima” de aquisição da propriedade, com repercussões interessantes, que me saltam aos olhos num primeiro momento, vejamos:

a) parece não haver nenhuma preocupação quanto à simplificação dos procedimentos processuais para reconhecimento da usucapião. Todas as iniciativas recentes voltadas ao tema visam apenas à criação de novas formas para exercício de tais direitos, criando uma miríade de requisitos distintos que apenas dificulta a aplicação e conhecimento do instituto.

b) diferentemente do que disciplina o art. 1.240 do CC/02, o solteiro ou aquele que vive com sua família (não importa se regularmente casado ou vivendo em união estável) necessita de posse por cinco anos ininterruptos e sem oposição para adquirir a propriedade de imóvel que já lhe serve de moradia. Parece que é mais interessante um dos integrantes da entidade familiar abandonar o lar, pois, neste caso, o prazo de cinco anos é reduzido para dois anos. Temos aqui um desafio para a isonomia, incluindo nessa reflexão os casais do mesmo sexo que vivem em união estável. O separado de fato terá mais vantagens do que aquele que ainda vive com sua família? Não parece que esse seria o melhor sentido para aplicação da norma...

c) considerando que os efeitos da ação de usucapião são declaratórios, temos uma interessante questão relativa a partilha dos bens. O novel dispositivo (art. 1.240-A) determina que o possuidor que ingressar com a ação adquirirá o domínio integral do bem. Ocorre que os efeitos da sentença, neste particular, retroagem ao primeiro dia do início da posse, quando havia a convivência com o cônjuge ou companheiro. Já podemos antever as disputas sobre o bem em ações de divórcio e as possíveis tentativas fraudulentas de separação de casais para adquirir o bem por usucapião um intervalo temporal bem menor.Não teria sido mais fácil simplesmente ter reduzido o prazo do art. 1.240 de cinco para dois anos, ao invés da criação de mais uma espécie de usucapião? Resta ainda outra pergunta, de cunho processual: o ex-cônjuge ou companheiro terá que integrar a lide?

d) Se se ambos ingressarem com a demanda? Basta que o imóvel sirva de residência para a família, não necessariamente para o autor da ação. O texto da lei parece não permitir que a propriedade seja conferida a ambos...

e) resta ainda a questão temporal. O novo prazo já pode ser utilizado por quem dissolveu seu casamento, digamos, há dois anos e alguns meses anos e aguardava o completar 5 anos de posse mansa, pacífica e sem oposição para ingressar com a ação? Para mim a resposta é negativa. O prazo para exercício desse novo direito deve ser contado por inteiro, a partir do início da vigência da alteração legislativa, afinal não se deve mudar as regras do jogo no meio de uma partida.

f) se a ideia era proteger o hipossuficiente, os menos favorecidos e cuidar da regularização fundiárias em áreas de grande adensamento populacional, mas com grandes dificuldades de formalização dos títulos de propriedades (loteamentos e condomínios irregulares, áreas de invasão, etc....) por que manter a área até 250 m²?


g) fico pensando quantos apartamentos de alto padrão, em áreas nobres de qualquer capital possuem área privativa maior do que essa. Dentro do projeto Mina Casa, Minha Vida, os imóveis não costuma ultrapassar 80 m² em minha região, e acredito que isso reflita o cenário nacional da construção civil desse nicho de mercado.

A discussão não termina por aqui.

Na busca de uma melhor interpretação para o dispositivo, veja o texto do post seguinte: http://bit.ly/jYmgdp.

Será que a melhor interpertação para o dispositivo não seria limitar seu alcance aos intergrantes da entidade familiar?

Esse é o tema do próximo texto.

Autor: Marcos Ehrhardt Júnior

sábado, 25 de junho de 2011

CRENTES PRONTOS PARA TESTEMUNHAR

EFÉSIOS 5.1-12

I – TESTEMUNHAR A PARTIR DE UM MODELO (v.1).

1. O que é um modelo. Ter um modelo não significa que copiaremos, significa que seguiremos um padrão.
2. A KJ traduz mimetai (imitar) como seguidores. Mas um seguidor nem sempre assume as características, o procedimento daquele que segue. Mas, por outro lado, imitar também parece estabelecer um distanciamento do original. Nós, nem sempre gostamos de adquirir um produto que seja imitação de outro.
3. É preciso, por outro lado, observarmos outra palavra do texto grego: agapeton teknon. As nossas bíblias traduzem como filhos amados e a KJ como crianças (children) amadas. Assim como a criança aprende por imitação, vendo os que os seus pais fazem, os crentes devem aprender com Deus pelo que Ele fez e faz.
4. De Deus somos todos crianças prontas para aprender; nos tornarmos crianças de Deus quando nascemos de novo (Jo 1.12 e 2 Co 5.7). Não nascemos sabendo; somos crianças nascidas na igreja para aprender de um único pai: Deus.
5. Deus é o modelo. Sendo Deus o modelo, quais são as características do modelo que devemos imitar? Perdoar (4.32) e amar (5.2).
6. Nosso aprendizado de Deus nos coloca em uma situação sem volta: perdão e amor. Quando não perdoamos e amamos uns aos outros, corremos o risco de não termos o DNA do nosso Pai celestial. O DNA é sempre feito para estabelecer uma relação de hereditariedade, de consangüinidade.
7. A relação de parentesco por DNA é natural, não precisa de documento para estabelecer uma relação de direitos; o direito também é natural. A figura do pai é presente na relação por DNA; ficamos dia a dia parecidos com o nosso ele. Sendo assim na relação de pessoas naturais, o é também no parentesco espiritual com Deus.
8. Somos convidados a testemunhar a partir do modelo que é Deus.

II – TESTEMUNHAR EM UM NÍVEL EXTREMADO

1. Mas o aprendizado é muito mais que palavras, ele é ação pura e simples. Para compreensão desse amor extremado, sem limites, Paulo usa o próprio Cristo para ser a sua pessoa, a materialização e personalização do amor.
2. O apóstolo estabelece a nossas ações em um parâmetro que indica continuidade: andai em amor (v.2). Está se falando aqui de um padrão de vida. Deus, como o nosso modelo, em tudo demonstrou amor (Jo 3.16); também não cobrou de nós nada que não fosse possível fazer.
3. Como crianças de Deus, vamos sendo ensinados como deve ser o nosso amor pelos irmãos. É um preço caro para esse amor que somos ensinados; o limite da demonstração desse amor está Naquele que não traçou nenhum limite: Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós (v.2).
4. A grande prova do meu amor pelo irmão é fazer morrer a mim mesmo; é fazer morrer o velho homem e as suas características nefastas, que causam danos ao próximo. É demonstrar pelos meus atos que o homem velho é uma figura do passado; e como passado ruim deve ser esquecido.
5. Quando faço morrer a mim mesmo, na força do poder que é de Deus, eu mesmo sou o sacrifício agradável a Deus (Rm 12.1). Mas sem esquecermos que o exemplo de sacrifício definitivo é Cristo mesmo.
6. Mas o nosso sacrifício pessoal (Rm 12.1) corre lado a lado com o de Cristo, sendo o Dele ‘oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave’; o nosso, igualmente, sacrifício agradável a Deus.
7. Aprendemos que o nosso procedimento tem o seu início em uma atitude extremada de amor: faço morrer a mim mesmo em favor do meu irmão.

III – TESTEMUNHAR A PARTIR DO NOVO QUE SOMOS

1. O novo frutifica em coisas novas, porque as coisas velhas já passaram. Viver com os olhos no retrovisor é prejudicar o futuro, é o risco de ver o que é bom depois que passou.
2. O novo que somos rompe com o velho que fomos. O apelo do apóstolo é pelo rompimento categórico e definitivo. É possível que alguns dos temas abordados por Paulo não tenha sido um dos nossos problemas, mas vale da mesma forma o ensino.
3. Para impudicícia (porneía) (v.3), podemos usar a palavra despudoramento, que é a falta de pudor. Vivemos em uma sociedade que sacraliza o profano. A lista de palavras relacionadas às atividades sexuais ilícitas: prostituição, adultério, fornicação e a promiscuidade.
4. Em seguida Paulo é geral, abrangente: toda sorte de impurezas ou cobiça (avareza). Alguns entendem que Paulo ainda está tratando de assuntos ligados à licensiosidade, ao desregramento, à licitude de tudo que é ilícito e imoral.
5. O que Paulo pede: (Que tais coisas) ‘nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos’, ou, ‘Não pode ser nem mesmo assunto de conversa entre vocês’ (NTLH). A linguagem dos santos deve ser outra.
6. Paulo dá agora uma lista grande de coisas que não podem ocupar lugar na vida dos crentes, são inconvenientes. Vou usar aqui a tradução católica chama Edição Pastoral: “O mesmo se diga a respeito de piadas indecentes, picantes ou maliciosas” (v.4). As nossas traduções trazem: “Nem conversação torpe, nem palavras vãs (tolas=pronunciadas por um louco; parvoíce=conversação de parvo, isto é, de um demente”). Também uma expressão que pode ser corrente entre os crentes, chamada insinuação suja.
7. O crente deve se mostrar novo como de fato é. Como: “Mas antes ações de graças”. A nossa fala deve ser eucarística, isto é, cheia de ações de graças. Palavras que promovam a comunhão. Comunhão é o prazer de estarmos juntos. Pessoas cheias de gracejos vãos ou indecentes, geralmente, não têm a nossa companhia (vv.6, 7 ARC).
8. Paulo vai encerrando o seu argumento (e eu também!), contrastando o que somos com o que fomos (v.8-12).
9. Devemos testemunhar a partir do novo que somos.


CONCLUSÃO

Que Deus nos dê a coragem de testemunhar Dele em qualquer circunstância. Chegaremos aos tempos que testemunhar vai exigir de nós muita coragem. O mundo não caminha para que seja diferente disso.
Mas o nosso testemunho deve partir do novo que somos; da vida plena e abundante que recebemos de Cristo. O mundo não compreenderá o que é a novidade de vida, e não precisamos esperar isso dele.
Que Deus nos abençoe neste mundo tão carente Dele.
Amém.

Pr. Eli da Rocha Silva
26/06/2011 – Igreja Batista em Jd Helena – Itaquera – S.Paulo

sábado, 4 de junho de 2011

OS DEVERES DO MINISTÉRIO
1 PEDRO 5.1-4 - NVI (Entre parênteses ARA)


v.1 - Portanto, apelo (Rogo) para os presbíteros que há entre vocês, e o faço na qualidade de presbítero como eles e testemunha dos sofrimentos de Cristo, como alguém que participará da glória a ser revelada:

1. O apelo inicial é para os anciãos da comunidade, para os líderes, que são presbíteros, que são pastores. Em nossos dias, nas igrejas batistas e outras mais tradicionais, são considerados os ‘pastores’.
2. Mesmo tendo se apresentado como apóstolo em 1.1, Pedro agora se coloca como igual entre os ministros (presbítero como eles). Fica ressaltada a importância daqueles que ministravam entre o povo de Deus.
3. Pedro teve o privilégio de estar com Cristo e ser Sua testemunha. Mas a participação não foi como testemunha, mas também como mártir, e no futuro, participará da glória que há de ser revelada.

v.2 - pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir.

1. O apelo aos líderes, é que pastoreiem (poimánate) o rebanho (poímnion=rebanhozinho) de Deus. O rebanho pertence a Deus, os líderes, são apenas apascentadores; eles têm responsabilidade em cuidar do rebanho, zelar por ele, alimentá-lo e protegê-lo. Pedro aprendeu do próprio Jesus a responsabilidade pastoral (Jo 21.15-17).
2. “Olhem por ele” (episkopountes). O pastor é o supervisor do rebanho; é aquele que vê vir o lobo e deve protegê-la, diferente do que é mercenário (assalariado) (Jo 10.12).
3. Pedro começa a discorrer sobre o modo de pastorear, de supervisionar, de cuidar das ovelhas do Senhor: não forçado, não por obrigação. Caso haja alguma obrigação ou algum constrangimento, que seja da parte de Deus.
4. “Sórdida ganância” (ARA) – lucro vergonhoso (Gr.). “Digno é o obreiro do seu salário” contrasta com a busca de vantagem em pastorear. “Desejo de servir”, isto é, com entusiasmo e zelo devotado (Chave lingüística NT grego).

v.3 - Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho.

1. Os pastores não devem ser dominadores, agir como dono do rebanho, exercer controle completo. É bem verdade que alguns gostam do domínio completo, vivem melhor se forem mandados. Aquele que nos confiou o rebanho foi para que dele cuidássemos com zelo, como quem há de dar contas (Hb 13.17).
2. Pedro, mesmo sendo apóstolo, não usou dessa credencial para dominar, machucar ou fazer sofrer aqueles que estavam aos seus cuidados. Pedro foi bem diferente dos ditos ‘apóstolos’ modernos.
3. A responsabilidade pastoral é grande. Pedro diz que os pastores devem servir como exemplos ao rebanho. Ser exemplo de alguém não é fácil; o futuro do outro pode depender do que ele vê em nós.
4. Em se falando de igreja, é muito provável que os líderes de amanhã serão como nós somos hoje. Cada um pode pensar por si mesmo se isso será bom ou será o naufrágio da comunidade.

v.4 - Quando se manifestar o Supremo Pastor, vocês receberão a imperecível coroa da glória.

1. Pedro não acha ruim que sejamos chamados de pastores; ele acredita na figura do pastor. Mas é preciso que cada pastor saiba que acima dele está o Supremo Pastor.
2. Conheço um pastor que gosta de dizer que ‘nós pastores somos reservas, o Supremo Pastor é o titular’. Podemos dizer como Paulo disse: somos apenas sinergoí (cooperadores) (1 Co 3.9).
3. Os pastores, que são presbíteros, que são anciãos, receberão o reconhecimento do seu trabalho quando Cristo vier em glória, na sua manifestação. Eles podem até não ser reconhecidos no tempo presente, podem até não ser respeitados como pastores que são.
4. O prêmio da soberana vocação? A imarcescível coroa de glória (Ver 1 Pd 1.4). A coroa de glória não se deteriora com o tempo, ela não murcha, ela não cai de moda, ela não vira peça de museu.


Pr. Eli da Rocha Silva
05/06/2011 – Igreja Batista em Jd. Helena

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A IGREJA E AS SUAS RELAÇÕES COM AS PESSOAS E COM O ESTADO
(Igreja, Cidadania e Estado Brasileiro)



A igreja, embora seja de caráter espiritual, e esta é a proposta de Jesus ao edificá-la, é também um ente social com relações com o Estado de direito. Como tal, a igreja deve obrigações para com o Estado, e este, de acordo com a Constituição, conferir a ela os direitos e também as obrigações na Carta Magna exarados.
A Constituição Brasileira oferece aos seus entes religiosos a liberdade de cultuar, e a igreja usufrui o direito de cultuar com ampla liberdade; ela também tem o benefício da Imunidade Fiscal, isto é, sobre ela não pode o Estado atribuir obrigações tributárias, exceto contribuições e taxas.
Em relação à religião o Estado Brasileiro é laico, ele não impõe sobre ninguém qualquer tipo de religião, e dá o direito também de as pessoas não terem religião alguma, e até mesmo, divulgar, em ampla liberdade de expressão, que não acreditam em Deus, se assim achar que devem. O que não se admite é a violação do direito do outro de manifestar sua crença ou deixar de manifestar. Assim em o Estado de Brasileiro, e assim deve continuar sendo.
Como evangélicos, fica notório entre nós, um certo desejo de termos um Brasil cristão evangélico. Buscamos isso na expressão bíblica ‘Feliz é a Nação cujo Deus é o Senhor’; mas com tristeza vemos que a própria Nação que era do Senhor não o tinha como próprio Senhor.
Precisamos também, dentro da percepção de estado laico, que a igreja não pode impor sobre o Estado aquilo que ela entende como correto, moral e aceitável, já que apenas ela deixa-se reger com base em preceitos cristãos; o Estado não tem a Bíblia como regra de fé e prática. Também é fato, que nós evangélicos nem sempre escolhemos outros evangélicos para nos representarem nas Câmaras e no Senado Federal; e, quando os escolhemos, eles são conhecidos como minorias.
A igreja tem também responsabilidade social; ela não vive apenas com o pensamento no céu, como nos diria Paulo, pois o céu é uma realidade futura, embora possamos gozá-lo dentro do aspecto do ‘já e ainda não’. Assim sendo, a igreja tem que dar a sua contribuição à sociedade para minorar os problemas das pessoas, sejam elas evangélicas ou não, pois a necessidade e as carências são iguais para todos.
Temos visto nos últimos dias no Brasil, especialmente nas leis que tramitam no Congresso Nacional, as dificuldades que os crentes evangélicos têm em se posicionar por este ou aquele assunto polêmico. As discussões giram em torno de temas como aborto, homofobia, direitos de pessoas do mesmo sexo em união estável, entre muitos outros assuntos.
Quando digo ‘dificuldade em se posicionar’, lembro-me bem das muitas críticas recebidas pelo Pr. Ricardo Gondim, quando se disse favorável aos direitos dos homoafetivos em união estável. É isto ou não é uma dificuldade de posicionamento dos evangélicos? (Falo em relação às críticas dos evangélicos ao pastor). Pensemos o seguinte: quando estudamos Paulo, não o lemos tecendo criticas severas aos incrédulos, mas sim, aos crentes que quisessem viver como tais.
Quando dizemos que a igreja é uma entidade livre em seus pensamentos e práticas, e que o Estado é laico, não estamos com isso estabelecendo um conflito, mas dizendo que não somos favoráveis a todas as leis que nos são impostas. Devemos ter preservado, pela Constituição Federal, o direito de dizer não às leis que conflitem com o que cremos e praticamos.
A igreja deverá sempre respeitar as autoridades constituídas, é um preceito bíblico, mas ela não poderá dizer sim, quando a sua liberdade de viver segundo a Bíblia estiver em risco.



Pr. Eli da Rocha Silva
26/05/2011

sábado, 21 de maio de 2011

EM NOVIDADE DE VIDA OU COM O VELHO JEITO DE SER?
ROMANOS 6.4 “ANDEMOS EM NOVIDADE DE VIDA”.

I – A VIDA SEM NOVIDADE ALGUMA

É a vida do homem comum; o homem comum é o homem sem Deus; é o homem pós-desobediência. O homem comum é aquele que não entende as coisas de Deus, pois elas se discernem espiritualmente.
O homem em estado de obediência é aquele que vivia em permanente comunhão com Deus (Deus conversava com o casal no jardim). Infelizmente, o estado de inocência não durou muito tempo; é possível que o estado de inocência tenha sido menos que cem anos, visto que Adão gerou Sete com 130 anos (Gn 5.3).
Adão e sua família passaram a viver uma vida sem novidade alguma; a vida natural, a vida de todos os pecadores. A vida natural tem como base algumas características:
1. Em estado de espera de morte (Rm 6.23).
2. Em estado de provocar morte (Gn 4.5,8,9): Ira, Inveja, homicídio mentira e dissimulação.
3. Em estado de separação permanente de Deus (Gn 4.16). Caim afastou-se definitivamente da presença de Deus (Ver Gn 4.11-15).
4. O estado de separação prevaleceu para todos os homens. Canta Feliciano Amaral: ‘O homem sem Deus é alma em tormento é alma sem paz; é como a folha murcha que não pode voltar’.
5. A vida sem novidade é o que o autor aos Hebreus diz em 10.25 e o que Paulo diz a respeito de Demas (2Tm 4.10). A respeito de Demas, é preciso notar que ele voltou para a vida que tinha antes, para uma cidade que rejeitou o evangelho (Atos 17.1-14).
6. A vida sem novidade é a vida ausente de Deus, seja na igreja, seja no lar.

II – A VIDA IMPACTADA PARA SER DIFERENTE

Mas a vida pode ser diferente, e para sentirmos a diferença, ela deve ser impactada por algo. Todo impacto deixa marcas, e a vida impactada pela palavra de Deus tem marcas indeléveis (marcas que não podem ser apagadas).
A vida sem novidade pode ser resultado de uma vida sem marca indelével; o encontro não foi marcante, não fez diferença, não fez sair da rotina. O outro dia foi igual ao anteontem; entre eles, o dia que poderia ter feito a diferença.
A vida impactada pela Palavra de Deus, pela aceitação de Cristo, é o encontro que faz de alguém o que nunca tinha sido. Vamos ver algumas pessoas que foram impactadas pelo encontro com Cristo.

1. Quatro pescadores na Galiléia (Mt 4.18-22): “Eles deixaram tudo e o seguiram” (v.22).
2. O centurião que teve o seu servo curado (Mt 8.5-13): “Vai-te, e seja feito conforme a tua fé. E, naquela mesma hora, o servo foi curado” (v.13).
3. O paralítico em Cafarnaum (Mt 9.1-8): “(Jesus) disse, então, ao paralítico: Levanta-te, toma o teu leito e vai para a tua casa” (v.6).
4. Os judeus com a pregação de Pedro (At 2.14-41): “Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas” (v.41).
5. A pregação de Filipe em Samaria (At. 8.1-8): “E houve grande alegria naquela cidade” (v.8).
6. Saulo (Paulo) na estrada para Damasco (At. 9.1-19). O verso 20 nos diz a respeito de Saulo (Paulo): “E logo pregava, nas sinagogas, a Jesus afirmando que este é o Filho de Deus”. A diferença do Saulo (v.2) para o Saulo (v.22).
7. Quando alguém tem o encontro com Cristo, a sua vida não pode ser mais a que foi até ali; há de verdade, um divisor de águas (de vida): a.C e d.C.

III – RESULTADOS DA VIDA EM NOVIDADE

Paulo escreve aos Romanos e diz que devemos andar em novidade de vida. Aos coríntios diz que em Cristo tudo se fez novo. Com Cristo na vida é impossível continuar sendo o que fomos antes. Podemos então inferir, que quem continua igual não teve o encontro com Cristo.
Paulo escreve aos efésios e diz: “Quem furtava não furte mais” (4.28). O ‘mais’ de Paulo não significa que quem furtava deve continuar furtando o mesmo que furtava (atitude do velho homem); mas que deixasse definitivamente tal prática, que nunca mais furtasse.
Aos crentes em Roma, Paulo diz que o encontro com Cristo causa uma diferença radical: “Não ofereçam os membros do seu corpo ao pecado (...) mas a Deus” (Rm 6.13).
Aos crentes em Corinto, Paulo lembra a conduta antiga de alguns deles, para contrastar com a nova conduta em Cristo (1 Co 6.9-11): “lavados, santificados e justificados”.
Uma pequena lista das atitudes daqueles que foram salvos e receberam a novidade de vida:
1. Pensar nas coisas de cima (Col 3.1-3)
2. Pensar com a mente de Cristo (1 Co 2.16): “Nós porém temos a mente de Cristo”.
3. Viver a vida de Cristo (Gl 2.20): “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim”.
4. Viver a vida para Cristo (Fp 1.21): “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro”.
A lista pode ser acrescentada com muitas outras coisas que marcaram e marcam a nossa vida de convertidos, de salvos em Cristo. Cada um pode fazer a sua lista particular, e perceber o quanto Cristo mudou a sua vida. Mas é possível, também, fazermos uma lista, do quanto não deixamos Cristo mudar a nossa vida.

CONCLUSÃO

A vida sem novidade alguma é a vida do homem natural, que vive em função de si mesmo; vive na base do seu egoísmo. A pessoa egoísta pensa e age assim: ‘Se não for para mim não será para mais ninguém’.
A vida impactada para ser diferente foi o que aconteceu conosco, mas ainda não aconteceu com muitos outros. A vida impactada nos ensina que agora somos o que não fomos antes: deixamos a vida velha e fomos feitos novos.
Os resultados da vida em novidade são perceptíveis; alguém é capaz de dizer que não somos mais a mesma pessoa.
Antes de alguém perceber que você mudou, perceba-se outra pessoa. Note que os seus anseios não são mais os mesmos.
Quando vivemos em novidade de vida damos um basta ao velho jeito de ser. Mas o velho jeito de ser que tivemos no passado continuará tentando nos fazer retroceder; mas, para que isso não ocorra Paulo diz: “Andem no Espírito e jamais satisfareis a cobiça da carne” (Gl 5.16).

Que Deus nos abençoe.

Pr. Eli da Rocha Silva
22/05/2011 – Igreja Batista em Jd. Helena – Itaquera – S.Paulo - SP

quinta-feira, 5 de maio de 2011

DE BOAS PALAVRAS TRANSBORDA O MEU CORAÇÃO
SALMO 45. 1 a

O salmo é conhecido como o relacionamento entre Cristo e a sua igreja.
Talvez se tratasse de uma canção nupcial.

Mas do salmo, vamos falar da intenção do salmista conforme nos diz na parte a do verso 1: “De boas palavras transborda o meu coração”.
Imediatamente nos lembramos de um hineto antigo: “Meu coração transborda de amor”.

I – GRATIDÃO PELO LAR – BOAS PALAVRAS QUE TRANSBORDAM DO CORAÇÃO

1. Ao nos reunirmos neste lar, o nosso coração também transborda de alegria e de boas palavras de gratidão para o Senhor;
2. A alegria não é de um só, mas de toda a comunidade dos crentes (Rm 12.15 a). A comunidade de crentes caminha com as dificuldades do outro, seja na oração ou na ação direta.
3. O lar é mais que a casa; existem casas que não são lares. Hoje não só estamos na casa, mas também em um lar.
4. Um dicionário define lar assim: Lugar em que se acende fogo na cozinha; (fig.) pátria; família; casa de habitação.
5. O dicionário de símbolos traz:

Lareira, Lar. Símbolo da vida em comum, da casa, da união do homem com a mulher, do amor, da conjunção do fogo com o seu receptáculo. Enquanto centro solar, que aproxima os seres, por seu calor e sua luz - além de ser também o local onde se cozinha a comida - a lareira é centro de vida, de vida dada, conservada e propagada. Por isso foi sempre honrada em todas as sociedades. Tornou-se, mesmo, um santuário no qual se pede a proteção de Deus, celebra-se o seu culto e guardam-se as imagens sagradas. (1) CHEVALIER, J., GHEERBRANT, A. Dicionário de Símbolos (mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números). 12. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998.

6. A casa só tem razão de ser e de alegria quando é um lar. A casa vazia não é um lar.
7. Uma Casa Não É Um Lar (A House is Not a Home)
-Glee

Uma cadeira ainda é uma cadeira
Mesmo quando não há ninguém sentado lá
Mas uma cadeira não é uma casa
E uma casa não é um lar
Quando não há ninguém lá para te abraçar,
E ninguém lá para você dar um beijo de boa noite.

A sala ainda é uma sala
Mesmo quando não há nada além de melancolia;
Mas uma sala não é uma casa,
E uma casa não é um lar
Quando nós dois estamos separados
E um de nós tem um coração quebrado.

De vez em quando eu chamo seu nome
E de repente, seu rosto aparece
Mas é apenas um jogo louco
Quando ele termina, ele termina em lágrimas.

Querida, tenha um coração,
Não deixe que um erro nos mantenha separados.
Eu não estou destinado a viver sozinho.
Transforme esta casa em um lar.
Quando eu subir as escadas e virar a chave,
Oh, por favor esteja lá ainda apaixonada por mim.


8. O filho pródigo também entendeu que o lar é o melhor lugar para se estar; a princípio ele queria ser apenas um servo da casa, mas o seu pai o restaurou como membro do lar, da família (Lc 15.19).
9. A gratidão a Deus pelo lar deve fazer parte da nossa vida.


II – GRATIDÃO PELA VIDA – BOAS PALAVRAS QUE TRANSBORDAM DO CORAÇÃO

1. A vida é um presente de Deus (Assim diria o Gabriel, que chama a Dani de Vida).
2. Mais uma vez a comunidade de crentes se faz presente no momento de agradecer pela vida.
3. O lar é um lugar de felicidade quando nele celebramos a vida. A vida pode ser celebrada nas pequenas coisas, nos pequenos acontecimentos.
4. A vida pode ser celebrada na busca de um coração sábio (Sl 90.12). Ou seja, usarmos sabiamente o tempo de que dispomos (Anotada).
5. Para o crente os anos de vida não são a sucessão de dias sem razão de ser; há um propósito da parte de Deus para os seus filhos. Assim pensava o salmista Moisés.
6. Viver os dias com sabedoria é apegar-se a Deus e à sua Palavra; é sábio dedicar a Deus os melhores anos da vida.
7. Os melhores anos são os anos produtivos. Mas nos rendemos também ao salmista que diz: “Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor” (Sl 92.14). Quem? Os justos (v.12).
8. Hoje é dia de ação de graças, é dia de festa, é dia de comunhão e celebração; é dia de deixar transbordar o coração de boas palavras.

Amém.

Pr. Eli da Rocha Silva
05/05/2011 - Culto Residência Gabriel e Daniela

sábado, 30 de abril de 2011

A CEIA DO SENHOR E AS SUAS LEMBRANÇAS

1 CORÍNTIOS 11.23-28

I - A CEIA LEMBRA O CRISTO ENCARNADO

1. Quando Jesus diz: “Isto é o meu corpo” (Mt 26.26), está lembrando aos seus discípulos que Deus encarnou; deixou sua glória para habitar entre nós.
2. Paulo escreve aos Filipenses na inspiração do Espírito Santo: “Cristo Jesus (...) a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana” (Fp 2.5-7).
3. Jesus é o cumprimento da promessa falada pelos profetas Miquéias (Mq 5.2) e Isaías (Is 7.14).

II - A CEIA LEMBRA O CRISTO CRUCIFICADO

1. O próprio Jesus previa (profetizava) a sua morte: quando da sua unção em Betânia (Mt 26.12; Lc 18.31-34).
2. Na Ceia, Jesus fala da sua morte: “Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós” (1Co 11.23,24; Mt 26.26).
3. Na carta aos Filipenses, Jesus fala da postura do servo sofredor: “A Si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.8).
4. Na cruz, Jesus derramaria o seu sangue para a nossa remissão (Mt 26.28); Ele apresenta aos seus discípulos o cálice que os faria lembrar o sangue derramado por todos (Lc 22.20).
5. Pedro mais tarde, chama todos os crentes à reflexão do valor da expiação no sangue de Cristo (1 Pd 1.18,19).

III - A CEIA LEMBRA O CRISTO RESSUSCITADO (“Até que Ele venha”)

1. “Até que Ele venha”, assim escreveu Paulo; a sua vinda é possível devido à sua ressurreição.
2. A ressurreição prevista pelo próprio Jesus (Lc 18.33, 34); também pregada por Pedro (1 Pd 1.21); reforçada por Paulo como tema da nossa anunciação (1 Co 11.26).
3. O Cristo ressuscitado é o tema da nossa pregação ‘até que Ele venha’. “O evangelho é apresentado por meio do culto da comunhão” (MacArthur).
4. A Ceia é também a confirmação do nosso compromisso com o Cristo ressuscitado: “de aceitarmos o Seu senhorio, de permanecermos leais a Ele, de resistirmos ao pecado e de nos identificarmos com a Sua missão” (BEP).

IV - A CEIA LEMBRA O CRISTO QUE VOLTA TRIUNFANTE (“Até que Ele venha”)

1. Ao tomarmos da Ceia do Senhor, estamos vivendo a expectativa da ceia que haverá no reino. A ceia no Reino será para os que participam dela aqui.
2. A Ceia no Reino do Pai é a promessa feita aos discípulos e estendida aos discípulos de hoje e de amanhã (Mt 26.29).
3. À medida que vamos participando da ceia vamos rememorando a promessa e aguardando com ansiedade esse novo tempo na vida igreja.
4. Na ceia de hoje, neste memorial, pode até acontecer de um ou outro irmão que não queira participar; não participa porque não refletiu, não examinou a si mesmo. Acredito, porém, que cada irmão que está aqui hoje não gostaria de ser deixado fora da grande ceia no Reino do Pai (Mt 8.11,12; 22.1-14).

CONCLUSÃO

A Ceia do Senhor é um momento todo especial na igreja. Não vamos dizer que ficaremos mais santos após a participação, pois a ceia já é a participação dos santos.
A Ceia do Senhor é o momento de apagarmos dos nossos corações as mágoas de uns com os outros; é o momento exato para lembrarmos Jesus, que orou pelos pecadores que o matavam, e os perdoou.
A Ceia do Senhor é o momento de lembrarmos que, quaisquer que sejam as nossas diferenças, elas não são maiores que as ofensas que fizemos ao Senhor, mas mesmo assim, ele também nos perdoou.
Graças a Deus por tão grandioso perdão.
Amém

Pr. Eli da Rocha Silva
01/05/2011 – Igreja Batista em Jd. Helena – Itaquera – S.Paulo - SP
FAMÍLIA: COMO TUDO COMEÇOU

I – A FORMAÇÃO DO HOMEM

1. A sentença que dá constituição ao homem: “Façamos o homem”. O verbo no plural indica que mais de uma pessoa decidiram pela criação do homem. Os teólogos gostam de chamar de plural majestático: é a Trindade em ação (Gn 1.26a).
2. O homem é Adam da Adamah (2.7). Foi criado do pó da terra.
3. À criação do homem está escrito: à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. O homem recebeu os atributos de comunicação: espírito, razão, intelecto, vontade e sentimento; exerceria governo e tinha relativo poder. Ainda sobre a imagem: “Em certo sentido, a constituição física do homem e da mulher retrata a imagem de Deus, o que não ocorre no reino animal. Deus pôs nos seres humanos a imagem pela qual Ele apareceria visivelmente a eles (18.1,2,22) e a forma que seu Filho um dia viria a ter (Lc 1.35) (BEP).
4. “Macho e fêmea os criou” (v.27). O cumprimento do que está no v. 28 dependia da diferença física entre homem e mulher.

II – A UNIÃO EM FORMA DE CASAMENTO (IDEALIZAÇÃO DA FAMÍLIA)

1. Com pormenores, o cap. 2 discorre sobre a formação da família, a partir do casal: “O Senhor Deus disse: não é bom que o homem viva sozinho (Gn 2.18).
2. O homem, como primeiro humano criado precisava de companhia. Pois não era bom que o homem estivesse sozinho (Gn 2.18).
3. A solidão compreendia o homem como um ser incompleto; ser incompleto não é bom, disse Deus.
4. Para completar o homem, Deus decidiu dar do homem à mulher: “E a costela que o Senhor Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher, e lha trouxe” (Gn 2.22).
5. O estabeleceu o tipo de mulher que Deus que completaria o homem: “Uma auxiliadora que lhe fosse idônea” (Gn 2.18). Não passou pela mente de Deus criar uma competidora, mas uma auxiliadora.
6. Criada a mulher Deus a trouxe a Adão. Ali no Éden estavam as três pessoas importantes na união conjugal: Deus, o homem e a mulher. Então, diante de muitas testemunhas, Deus os uniu.
7. Podemos citar também duas questões importantes nesse ato criativo de Deus: a monogamia e a heterogamia. A união é monogâmica, pois Deus criou apenas Eva, e não um harém; é heterogâmica, pois Deus uniu um homem e uma mulher.
8. Por melhores que duas pessoas sejam, respeitáveis em suas ações e compromissos, muitas até admiradas por nós em seu caráter e cidadania, nada disso elimina o ideal divino da relação matrimonial homem-mulher, conforme Gn 1.27, 28.

III – DEIXANDO TUDO PARA PODER COMEÇAR

1. O pastor Jaime Kemp, na Bíblia da Família diz que ‘É difícil, mas necessário’. Não dá para começar a vida a dois, sem deixar de lado a vida ‘de muitos’: é preciso sair de casa (2.24).
2. A interferência dos pais nem sempre é vista de modo construtivo; há casos que o casamento começa já terminado, devido a imaturidade dos cônjuges ou de um deles. A relação conjugal tempo por base o ‘filhinho da mamãe’ ou a ‘filhinha do papai’ mina a estabilidade do casamento.
3. Deixar pai e mãe significa viver exclusivamente para o outro; o início da instituição familiar começa com a saída da casa da família genitora ou de afinidade.
4. A parte que decide não deixar pai e mãe não está apta para o casamento. Há casos, que um dos genitores precisa acompanhar o novo casal por não ter com quem ficar. Isso pode ser bom a princípio, mas pode transformar-se em prejuízo no futuro.
5. Famílias que vivem muito próximas umas das outras, sempre têm o que reclamar: é o conselho na hora errada, é a ‘passadinha’ demorada para ver os pais, é a interferência na criação dos filhos, etc
6. Muitas vezes usamos a proximidade com nossos pais para resolvermos parte dos nossos problemas: avós que buscam filhos na escola, cuidam dos netos em períodos de trabalho dos filhos; o que parece ser bom, se não for bem administrado, com cada um sabendo até onde vai o seu limite de influência, pode tornar-se um grande prejuízo para uma das partes, e no final, para a família.


CONCLUSÃO

Que Deus abençoe as nossas famílias.

Pr. Eli da Rocha Silva
01/05/2011 – Igreja Batista em Jd. Helena – Itaquera – S.Paulo - SP


sábado, 23 de abril de 2011

A EXPERIÊNCIA COM DEUS MUDA O INDIVÍDUO

I – A EXPERIÊNCIA QUE MUDOU JACÓ (GENÊSIS 28. 13-22).

1. Despertado do sono, Jacó declara a sua ignorância: “Na verdade, o SENHOR está neste lugar, e eu não o sabia” (v.16).
2. Jacó temendo (v.17) agiu reverentemente, com honra e respeito. Foi assim que se portou Jacó, exclamando: “Quão temível é este lugar!” Para Jacó, ali era um lugar de reverência. A NTLH usa uma variante hebraica e traduz assim: “Este lugar dá medo na gente”.
3. Jacó conclui: “É a Casa de Deus, a porta dos céus”. Portanto, lugar de adorar e fazer votos (v.18-22).
4. Jacó sentiu que a partir daquele dia não seria mais a mesma pessoa: ele teve uma experiência com Deus.
5. Jacó sentiu que devia selar a sua experiência fazendo votos a Deus: “Se Deus for comigo (...) certamente eu te darei o dízimo” (v.20-22). O voto de Jacó era baseado na promessa vs.13-15. Em razão da promessa alguns comentaristas dizem que é preferível pensarmos em Jacó dizendo: “Visto que Deus está comigo”.
6. A experiência com Deus o levou a comprometer-se com Deus: “O Senhor será o meu Deus” (v.21); “E a pedra, que erigi por coluna, será a Casa de Deus (...) eu te darei o dízimo” (v.22).
7. A nossa experiência de salvação, que é única, que é pessoal e intransferível, deve levar-nos a fazer votos e assumir compromissos de fidelidade com o Senhor.

II- A EXPERIÊNCIA QUE MUDOU ISAÍAS (ISAÍAS 6. 1-8).

1. A experiência de Isaías, em nada diferente nos resultados da de Jacó, vai transformá-lo em um homem capaz e operoso na obra de Deus.
2. Ele nos informa: “Eu vi o Senhor”. Isaías usa Adonay. Expressão que sendo falada em lugar de Yaveh, exprime reverência. Isaías estava vendo a Majestade.
3. Como se apresentava o Senhor: “Assentado sobre um alto e sublime trono”. Postura soberana.
4. Como Jacó, Isaías vê seres celestiais, que clamavam uns para os outros (v.2,3): “Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos”.
5. Aquele encontro, aquela experiência marcante com Deus, faria com que Isaías saísse da mesmice da vida sem rumo, sem alvo, sem propósito. Isaías saiu daquela experiência dizendo para si mesmo: “Nunca mais serei o mesmo outra vez”.
6. Isaías mostrou que não era mais o mesmo homem, quando se dirige a Deus e diz: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (v.8).
7. Nós também temos dado provas que não somos mais os mesmos outra vez?

III – A EXPERIÊNCIA QUE MUDA É CADA UM TOMAR A SUA CRUZ E SEGUIR JESUS

1. É muito bonito falar das experiências de Jacó, de Isaías, de Paulo e outros. Como vai a minha experiência com Deus? As experiências por serem pessoais, não se repetem na mesma proporção.
2. TOMAR A CRUZ É POSSIBILIDADE DE NUNCA MAIS SERMOS O QUE FOMOS; tomar a cruz é o chamado a autorrenúncia, tomar a cruz é a certeza de Cristo em nós.
3. A autorrenúncia, pela cruz, é o mesmo que dizer que Jesus Cristo é a suficiência que eu preciso.
4. Quando tomo a cruz, isto é, quando deixo que Jesus Cristo seja o meu Salvador e Senhor, estou dando a mim mesmo oportunidade de nunca mais ser o que fui.
5. Trata-se de uma decisão firme e pessoal: “Nunca mais serei o mesmo outra vez, eu não volto atrás, já decidi”.
6. A decisão por Jesus Cristo nos faz dignos Dele: “Quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim” (Mt 10.38). Jesus veio à terra para não sermos mais o que fomos, mas sermos o que Ele deseja que sejamos.
7. Vale para nós o que Ele disse aos discípulos: “Voltarei e vos levarei para mim mesmo”. Estar para sempre com Jesus é o resultado da NOSSA EXPERIÊNCIA COM DEUS.

Pr. Eli da Rocha Silva
24/04/2011 Igreja Batista em Jd Helena – Itaquera -SP

sexta-feira, 22 de abril de 2011

ENSINOS DA RESSURREIÇÃO
Mateus 28.1-10

I – NOS ENSINA A FUGA DA ROTINA: É O ENCONTRO COM O NOVO

1. Ainda não vi um programa de ressuscitação de pessoas; ainda não vi os líderes evangélicos fazendo os 21 dias de ressurreições.
2. A ressurreição nos ensina que fugimos do natural, trata-se do sobrenatural.
3. A ida das Marias ao túmulo de Jesus era a certeza e a busca pelo natural: Jesus está sepultado.
4. As Marias não imaginavam que estavam próximas à saída da rotina: quantos os sepultamentos elas devem ter presenciado, quantas outras vezes as mulheres podem ter ido a sepulcros para cuidar dos seus mortos.
5. As Marias não fariam o que fizeram aos outros mortos, porque aquele dia seria diferente dos outros dias.
6. Naquele domingo de Páscoa houve um terremoto (talvez localizado à região do sepulcro); naquele domingo de Páscoa teve anjo do Senhor, que removendo a pedra, assentando-se sobre ela.
7. Não era rotina anjos sobre pedras e guardas como se estivessem mortos (v.4); não era rotina as pessoas conversarem com anjos (v.5).

II – NOS ENSINA QUE A MORTE PODE SER VENCIDA

1. A morte é o nosso medo, é o nosso pavor. Vivemos com a sensação da morte perto: a dor no peito, a dor na cabeça, nos rins, na vesícula, etc, sempre pensamos que chegou a nossa hora.
2. É natural pensarmos que vamos morrer; não é natural ficarmos pensando em nossa ressurreição, pois é preciso que morramos antes.
3. A morte é tão certa que José, de Arimatéia, fez um sepulcro novo aberto na rocha (Mt 27.57-60). José decidiu se preparar em vida, porque a morte é certa.
4. O que o anjo sabia das mulheres: “Não temais; porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado” (v.5). O anjo fala do previsível, do natural; as mulheres viram onde Jesus fora colocado (Mt 27.61).
5. O anjo diz às Marias que Jesus não está ali no sepulcro; e antes que elas caiam em desespero ele diz: “Ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde jazia” (v.6).
6. O anjo era o portador das boas notícias, era ele o mensageiro. Mas o anjo transfere às mulheres a responsabilidade de serem as portadoras da boa notícia: “Ide, pois, depressa e dizei aos seus discípulos que ele ressuscitou dos mortos” (v.7).
7. As Marias, tomadas de emoções diversas saíram apressadamente para cumprir a missão (v.8). Mateus nos informa que Jesus aparece às mulheres (v.9); tal aparição confirma os fatos relatados pelo anjo (v.5-7).
8. A ressurreição de Jesus nos ensina que a morte pode ser vencida.

III – NOS ENSINA QUE RESSUSCITAREMOS, PORQUE ELE RESSUSCITOU

1. A ressurreição não era um tema desconhecido dos judeus e dos cristãos ( Jó 19.26,27; Dn 12.2); Jesus aborda o tema ressurreição (Jo 11.23); Marta declara saber sobre o tema (Jo 11.24); Jesus responde, se colocando como Aquele que confere a salvação (Jo 11.25-26); Paulo usa algumas de suas cartas para falar da ressurreição.
2. Paulo foi um apologeta da ressurreição; certamente ele a defendeu de forma oral e escrita. A sua defesa escrita da ressurreição está em 1 Coríntios 15; a sua doutrina da ressurreição está em Romanos 6; o seu desejo pessoal em relação à ressurreição está em Filipenses 3. 7-11.
3. O tema de 1 Co 15.1-19 (ARA) é: A ressurreição de Cristo, penhor da nossa ressurreição. Na ressurreição de Cristo temos a garantia da nossa ressurreição. As Escrituras falaram da morte e ressurreição de Cristo (v.3,4 – Ver Is. 53 ; Sl 16.8-11; Sl 22).
4. A ressurreição de Jesus foi um fato para as Marias, para os apóstolos e muitos outros (1 Co 15.5-8).
5. Paulo disse que era comum ouvir entre as pessoas que Jesus ressuscitou (v.12); Paulo também fala do desastre para a fé se Cristo não ressuscitou (v.13-17).
6. Por último, Paulo fala da inutilidade da esperança em Cristo só para esta vida; se a vida se resume apenas ao nosso tempo aqui, se não há uma esperança e expectativa de futuro da alma e de vida, porque a privação de tudo daqui? O homem poderia, caso tudo terminasse aqui, fazer valer só Ec 8.15.
7. Paulo ainda, na sua apologia da ressurreição: A ressurreição em relação à vida prática (ARA) 1 Co 15.29-34.

CONCLUSÃO

A ressurreição fortalece a nossa fé; a ressurreição nos ajuda a consolar os irmãos (1 Ts 4.13-18).
A ressurreição nos dá confiança mesmo diante da sentença de morte (2 Co 1.9-11).
Amém.

Pr. Eli da Rocha Silva
24/04/2011 – Igreja Batista em Jd Helena – Itaquera - SP

sábado, 9 de abril de 2011

A GRAÇA QUE NOS DÁ LIBERDADE
2 CORÍNTIOS 3.17

I – A GRAÇA É A LIBERDADE NO MESSIAS (CRISTO)

1. A liberdade pregada pelo profeta messiânico é ratificada pelo Messias-Cristo (Is 61.1 e Lc 4.18).
2. Jesus foi enviado ao mundo para:
a. dar liberdade aos cativos, através da graça que liberta;
b. dar vista aos cegos, por meio da luz da vida, livrando-os da cegueira do mundo e de Satanás;
c. tirar o peso dos que estão oprimidos, através do Seu jugo suave, que retira de nós o pesado fardo.
3. Eles, que também precisam da graça do Pai, devem aceitar o Messias falado pelos profetas.

II – A GRAÇA É A LIBERDADE PREGADA PELO CRISTO DE DEUS.

1. “Vós sereis livres”. Jesus reitera o que foi dito pelo profeta: Ele veio para dar liberdade aos cativos.
2. Mas a liberdade só será alcançada pelos cativos de fato (questão de consciência); os judeus não se viam escravos, pois não entenderam a proposição de Jesus (Jo 8.33).
3. Jesus estava falando da escravidão do pecado (v.34); Ele estava se referindo à pior das escravidões: o escravizado por Satanás.
4. Quem é escravo do pecado e de Satanás é forçado a viver segundo as concupiscências da carne e os desejos das motivações demoníacas (Ef 2.1-3).
5. Mas Cristo disse que não precisa ser assim; as pessoas não precisam viver escravas do pecado, fazendo a sua vontade, e longe de Deus: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (v.36).
6. Jesus falou aos seus compatriotas que não fizeram o mínimo de esforço para entender a Sua mensagem (v.37-47).

III – A GRAÇA É A LIBERDADE PELO ESPÍRITO

1. Pedro em seu sermão evangelístico diz aos judeus que, arrependidos e crentes “receberiam o dom do Espírito”. O que Pedro estava fazendo era confirmar o que Jesus lhes dissera poucos dias antes (Atos 1.5 e 8).
2. É perfeitamente claro para nós, que Pedro estava falando do recebimento do Espírito pela conversão (“Arrependei-vos”, “Sejam batizados em nome de Jesus Cristo”, “Recebam a remissão (perdão) dos pecados”).
3. O pecador remido passa a ser templo do Espírito; cumpre-se em sua vida o que Jesus disse aos discípulos (João 14.23); cumpre-se em sua vida o que Jesus disse aos judeus (João 8.36). Cumpre-se na vida do crente o que Paulo disse aos Coríntios: “Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (1 Co 3.17).
4. Nota B.E.MacArthur: “O cristão não está mais preso à condenação da lei e ao domínio de Satanás”. Não está preso à Lei, pois o fim da Lei é Cristo (Rm 10.4), isto é, ela nos encaminhou até chegarmos ao conhecimento e recebimento de Cristo (Gl 3.22-25). Ver ainda Gálatas 5.1
5. Em Cristo fomos de fato livres (Gl 5.1). Escrevendo a Timóteo, Paulo fala da condição daqueles que estão sem Cristo, e da responsabilidade dos pregadores (2 Tm 2.24-26).
6. Outro aspecto maravilhoso da habitação do Espírito no crente é a liberdade que nos é conferida por estamos em Jesus (Rm 8.1,2).
7. Termino com o comentário da B.E.P:
a. A verdadeira libertação começa quando o crente se une a Cristo e recebe o Espírito Santo (Atos 2.38);
b. A liberdade proporcionada por Cristo não é uma liberdade para o crente fazer o que quer (1 Co 10.23,24), mas para fazer o que deve (Rm 6.18-23);
c. A liberdade cristã deixa o crente livre para servir a Deus (1 Ts 1.9) e ao próximo (1 Co 9.19), segundo a justiça (Rm 6.18).

CONCLUSÃO

A graça que nos dá liberdade manifestou-se salvadora a todos os povos.
A liberdade pregada pelos profetas, confirmada por Cristo e em Cristo, nos alcançou e nos transportou para o reino da luz (Cl 1.12-14).
Amém.

Pr. Eli da Rocha Silva
Igreja Batista em Jd. Helena – Itaquera – São Paulo - SP

segunda-feira, 4 de abril de 2011

TÁ NO LIVRO...

"A igreja evangélica brasileira vive o pecado da tietagem. Pregadores e cantores são vistos e tratados como astros, como atores que sobem num palco para dar um show. Essa atitude é um sinal evidente de imaturidade e decadência espiritual"
Pr. Hernandes Dias Lopes - Livro: Comentário 1ª Carta aos Coríntios.- Hagnos)

FALA BREVE...

1Pe 4:7 Mas já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração.

"O fim está próximo". Parece uma nota de alegria e descanso. Quando alguém está sofrendo dores, saber que o fim está próximo, é certamente um alívio. Seja o fim da dor ou da vida.

sábado, 2 de abril de 2011

ALGUNS DEVERES DOS CRENTES UNS PARA COM OS OUTROS
1 PEDRO 4.7-11




1Pe 4:7 Mas já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração;

1. “O fim está próximo”. Parece uma nota de alegria e descanso. Quando alguém está sofrendo dores, saber que o fim está próximo, é certamente um alívio. Seja o fim da dor ou da vida.
2. Nesta carta, o fim representa a volta de Cristo; a sua volta era ‘iminente’ na mente dos primeiros cristãos, e continua sendo nas mentes dos cristãos de hoje.
3. A palavra de Pedro é escatológica, e é também de alerta. Com o fim próximo, não podemos deixar que nos envolvam em coisas que não dizem respeito à vida que temos em Cristo.
4. Sobriedade, vigilância e oração é a palavra de ordem. Com sobriedade, não nos deixamos levar nem pelo fanatismo de pararmos tudo porque a vinda do Senhor se avizinha.
5. Vigiar em oração é a busca da comunhão e comprometimento necessário ao crente enquanto aguarda ansioso, mas não passivo.

1Pe 4:8 tendo antes de tudo ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados;

1. Ardente amor, ou, amor intenso, é o tipo de relacionamento entre os irmãos. Esse é o amor ágape; ele é despretensioso, é altruísta. O Pr. John MacArthur escreveu: “Esse tipo de amor exige que o cristão coloque o bem espiritual do outro acima dos seus próprios desejos, a despeito de ser tratado de maneira indelicada e desagradável ou até com hostilidade”.
2. “O amor cobre uma multidão de pecados”. Quando o amor do tipo ‘uns com os outros é vivido na igreja, os nossos irmãos nos perdoam com maior facilidade. A assembléia nos aceita com maior caridade, com maior respeito, com desejo de nos fazer crescer em espiritualidade, em maturidade.
3. Quando eu errar, não vou ser tratado como coitadinho, e nem terei dos irmãos a liberdade para pecar. A igreja que ama ampara o pecador e ajuda a limpar as suas chagas.

1Pe 4:9 sendo hospitaleiros uns para com os outros, sem murmuração;

1. Naqueles dias era comum e também necessário ser hospitaleiro. A hospitalidade não exigia que se conhecesse o hóspede (a palavra grega significa ‘amar aos estranhos’.
2. Em muitas vezes, a hospitalidade era também praticada como um cuidado especial pelo necessitado, principalmente, com os pregadores itinerantes.
3. É muito mais comum a prática da xenofobia (medo do estranho) do que a filoxenia (amor ao estranho).

1Pe 4:10 servindo uns aos outros conforme o dom que cada um recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.

1. A práxis eclesiástica: “Servindo uns aos outros”. O motivador da práxis: “O dom que cada um recebeu”. Sem a ação dos dons não conseguimos servir uns aos outros; e sem o fruto do Espírito, muito menos ainda.
2. “Como bons despenseiros”. Vamos tirar da despensa do nosso coração o que é necessário ao meu irmão. A graça recebida será por mim e por você distribuída em abundância aos que necessitam de da graça de Deus.


1Pe 4:11 Se alguém fala, fale como entregando oráculos de Deus; se alguém ministra, ministre segundo a força que Deus concede; para que em tudo Deus seja glorificado por meio de Jesus Cristo, a quem pertencem a glória e o domínio para todo o sempre. Amém.

1. Dois ministérios importantes na igreja: Palavra e Serviço (Atos 6.1-7). Tanto pastores, como diáconos, ou qualquer outro irmão que desempenhem tais funções para a glória de Deus.
2. Qualquer intenção que não seja a glória de Deus ao prestarmos um serviço na igreja deve ser rejeitada.
3. O texto termina com o que devemos saber com reverência: “Para que em tudo Deus seja glorificado por meio de Jesus Cristo, a quem pertencem a glória e o domínio para todo o sempre”.

Pr. Eli da Rocha Silva
03/04/2011 – Igreja Batista em Jd Helena - Itaquera
A IGREJA DOS SANTIFICADOS EM CRISTO
1 Coríntios 1. 1-17

O tema Igreja é apaixonante. Foi assim com Jesus: “Edificarei a minha Igreja”; foi assim com Paulo, haja vista, o grande interesse em organizá-las e nutri-las com a Palavra.
Escrevendo ‘à igreja de Deus que está em Corinto’, Paulo tem como finalidade confirmar aqueles santos em Jesus Cristo. A carta não tem como fim fazê-los desanimar no esforço empreendido para serem crentes, mas de reanimá-los e consertar as pequenas falhas e realinhar onde há divergência.

I – A SAUDAÇÃO À IGREJA DOS SANTIFICADOS EM CRISTO (v.2)

1. A saudação é para a igreja de Deus em Corinto. Era uma saudação para todos os que habitavam em Corinto e professavam Cristo. Não era para uma igreja localizada em um lugar em particular, na rua tal, número tal, mas para todos os que se reuniam para adorar a Deus, em espírito e em verdade.
2. Paulo chama aquele povo de ‘igreja de Deus’. A igreja é o grupo dos que foram chamados para ser de Deus; ‘de’ Deus é sinônimo de possessão, de propriedade; a igreja é de Deus e ‘não de qualquer indivíduo’ (Rieneccker & Rogers). Por melhor que alguém seja, a igreja não lhe pertence.
3. Outra coisa bonita que Paulo fala daqueles irmãos, é que eles eram ‘santificados em Cristo’. Nós somos santos dependentes, isto é, a nossa santificação se dá pelo fato de estarmos Naquele que é santo, e Aquele que é santo estar em nós. O Pr. Hernandes Dias Lopes chama isso de santificação posicional; quando nos posicionamos em Cristo que é santo, então, somos santos Nele. Não santidade à parte de Cristo.
4. Ainda, Paulo reforça a questão da vida dos santos em Cristo. Santo significa: separado e consagrado para determinado fim. Os crentes devem viver de modo santo e em santificação; trata-se de uma condição (posicionamento) quanto de um processo (continuidade). Esse progresso abraçado conduz o crente à glorificação.
5. A igreja de Deus não se limita a uma região geográfica, a uma denominação, ou a uma raça em particular (nem mesmo Israel), mas a ‘todos que em qualquer lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo’.

II – AÇÃO DE GRAÇAS PELA IGREJA DOS SANTIFICADOS EM CRISTO

1. “Sempre” – em todo o tempo. Desde o momento dos primeiros convertidos até quando a carta foi escrita. O apóstolo era em extremo grato a Deus pela vida da igreja que estava em Corinto.
2. A gratidão do apóstolo, a graça dada a Deus, o louvor de Paulo foi ‘a propósito da sua graça, que vos foi dada em Cristo Jesus’ (v.4). A gratidão é a conscientização de que não merecemos nada, e mesmo assim, Deus estendeu suas mãos de misericórdia e compaixão sobre nós.
3. A condição da igreja em Corinto: “Porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento” (v.5). Tais palavras devem ter soado como elogio da parte do apóstolo. Aqueles crentes em Corinto eram mesmo cheios de graça da parte de Deus. Aqueles crentes foram ensinados na palavra e tiveram o conhecimento da verdade que liberta (João 8.32).
4. Podemos dizer sem medo de errar, que todos os crentes, em todos os tempos, também são enriquecidos em Cristo, com toda a sorte de bênçãos espirituais (Ef. 1.3). O que pode estar acontecendo com um ou outro membro, é a dificuldade de perceber, de sentir, de querer mesmo andar em bênçãos espirituais.
5. Paulo continua elogiando a igreja: “Assim como o testemunho de Cristo tem sido confirmado em vós” (v.6). Os efeitos da aceitação do evangelho eram visíveis naqueles crentes; não havia neles um nominialismo evangélico; eles eram crentes mesmo. A confirmação não é no âmbito da igreja, mas na atuação no mundo.
6. A igreja em Corinto era farta em recursos espirituais (v.7). Toda essa gama de dons conduziria os crentes, à vida santa e em santificação tratada inicialmente por Paulo, até o ‘dia de nosso Senhor Jesus Cristo’ (v.8).
7. A igreja de hoje está na mesma condição daquela, isto é, caminhando em testemunho e santificação até que o Senhor venha.

III – A EXORTAÇÃO À IGREJA DOS SANTIFICADOS EM CRISTO.

1. Até o verso 9 vemos Paulo preparando o terreno para, com muito cuidado e zelo, falar aos irmãos acerca do que tinha ouvido a respeito deles ( v.11).
2. Mesmo sendo rica em todas as coisas (v.5), a igreja de Deus em Corinto precisa acertar algumas situações: ‘Muito antes de concretizar-se a “comunhão”, há divisão’ (Leon Morris).
3. A igreja está em processo de santificação, e nesse processo, ela precisa expurgar tudo que atrapalhe a comunhão entre os irmãos. Paulo então roga em nome de Jesus (v.10), para que eles acertem as questiúnculas pessoais; “Rogo-vos (...) que faleis todos a mesma coisa, e que não haja entre vós divisões”.
4. Quais eram as divisões? A divisão era marcada pela lealdade a certos líderes (Bíblia Anotada). A divisão não era apenas de liderança, mas, possivelmente, de doutrina e de costumes. Cito novamente o Pr. Hernandes: “A igreja evangélica brasileira vive o pecado da tietagem. Pregadores e cantores são vistos e tratados como astros, como atores que sobem num palco para dar um show. Essa atitude é um sinal evidente de imaturidade e decadência espiritual”.
5. Para a continuidade da igreja e ‘o testemunho de Cristo’ confirmado neles, era preciso acabar com as dissensões e as preferências imediatamente, e que todos fossem ‘inteiramente unidos na mesma disposição mental e no mesmo parecer’. A igreja que tinha tudo para ser exemplo, parecia mais um palco de UFC (Ultimate Fighting Championship), de luta de vale tudo.
6. “Sejam inteiramente unidos”. Sem trinca alguma; um conserto perfeito, onde as partes deixem de existir, fazendo uma única peça. A união das partes pode até ser um processo traumático, mas precisa ser colocado em execução.
7. “Unidos (...) na mesma disposição mental e no mesmo parecer”. Dois textos evidenciam isto em Atos em relação à igreja nascente (2.44 e 4.32). Os tempos eram outros (54 d.C), a região e o povo também (gentílico), mas a mensagem era a mesma que fora pregada em 33 d.C.
8. Paulo intima os irmãos a voltarem à sanidade mental, à verdade do evangelho: “Acaso está Cristo dividido?” (v.13). O apóstolo escreve um sermão em forma de carta para trazer a igreja à unidade “para que não se anule a cruz de Cristo”. Em Cristo, descemos dos nossos tronos e acercamos a sua cruz.
9. Quando nos rendemos à palavra da cruz a comunhão renasce entre nós.

CONCLUSÃO

A igreja cristã, que é de Deus, fundada por Jesus, deve testemunhar e deixar ver a sua perfeita comunhão.
Tal comunhão deve encher o mundo de inveja, e a nós, de humildade e da simplicidade que se vê em Cristo.
Fomos chamados à comunhão de Jesus e dos irmãos; sem Aquele, não haverá esta.
Que Deus nos abençoe com graça e misericórdia.
Amém

Pr. Eli da Rocha Silva
03/04/2011 – Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera

domingo, 27 de março de 2011

FALA BREVE...

"Sabermos que Deus cuida de nós não deve ser estímulo à negligência, ao desleixo e a manutenção da guarda baixa; sobriedade e vigilância, prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém".

sábado, 26 de março de 2011

TÁ NO LIVRO...

"Descobrir os dons de Deus na família pode ser algo bastante simples. Jesus lhes dará a oportunidade de construir relacionamentos. À medida que os forem construindo, vocês conhecerão os dons que Ele reservou para cada um. Os dons e os talentos vão ficando muito visí¬veis quando nos aproximamos mais das pessoas. E quando se encontra alguém que não reconhece os dons divinos nos outros podemos ajudá--lo, apontando-os. Deve ter sido isso o que Paulo pediu que Timóteo e Tito fizessem. Eles certamente não estavam escolhendo equipes para controlar os outros. Identificavam e escolhiam aqueles que conheciam a verdade do Evangelho e que haviam sido transformados por ela" (Livro: Por que você não quer ir mais à Igreja? - Editora: Sextante)

sábado, 19 de março de 2011

A IGREJA E O ESPÍRITO
JOÃO 16.7-14

A PREOCUPAÇÃO:
Temos feito do nosso lar um lugar para viver o evangelho ou viver a vida da igreja? Há alguma diferença?
Quando vivemos o evangelho em casa, o nosso assunto fica relacionado às coisas realizadas por Deus em nossa vida; o evangelho é a nossa prática, é a nossa conversa diária. Falamos da importância do poder do Espírito Santo em nos orientar e nos modificar. Quando recebemos um irmão em casa é pura emoção e espiritualidade, é comunhão de fato.
Quando vivemos a igreja em casa, o nosso assunto é outro; ficamos presos às quatro paredes, somos crentes técnicos, queremos sempre melhorar o nosso campo de atuação; o que menos fazemos é nos preocupar com o outro. Afinal, somos técnicos. Quantas vezes eu defendi a instituição e atropelei o meu irmão!
Parece que nós nos tornamos crentes confusos; já não sabemos separar a igreja local da igreja que vive o evangelho.
Mas igreja não precisa ser assim, ela não precisa que vivamos a insensibilidade da tecnicidade; dos frios relatórios e dos planos megalomaníacos.
A igreja deve ser o melhor lugar para se estar; deve ser o lugar onde os irmãos primam pela comunhão e pelos bons relacionamentos; lugar aonde o forasteiro chega e sente que deve fazer parte da família.
Precisamos conhecer o que o Espírito faz na igreja com resultados na vida dos crentes, ou, na vida dos crentes, com resultado na igreja.

I – A IGREJA NASCE DA AÇÃO DO ESPÍRITO

1. “Ele convencerá” (v.8). A igreja nasce da ação do Espírito; o crente nasce da ação do Espírito. É Ele quem chega para nos convencer, para tratar conosco.
2. O Espírito nos convence de termos pecado, de sermos pecadores, e que se assim continuarmos recairá sobre nós o juízo de Deus.
3. Por maior pecador que alguém seja, o seu maior pecado é a rejeição de Jesus. O próprio Jesus deixou isso muito claro ao explicar o que Ele mesmo disse (v.8): “Do pecado, porque não creem em mim” (v.9).
4. Crer no caráter messiânico da Sua vinda; crer na sua divindade, sendo Jesus o Filho de Deus; crer que a salvação vem Dele; crer e aceitar Seu Senhorio.
5. O Espírito nos faz entender que o juízo de Deus está decretado sobre o mundo, e que o mundo jaz no maligno (v.11 – 1 Jo 5.19). O Espírito nos faz entender que, se escolhermos o lado do diabo, nós seremos condenados ao inferno juntamente com ele.
6. O Espírito nos faz entender que escolher o diabo é a pior e mais desastrosa das escolhas. Mas, vamos deixar claro que são poucos os que escolhem o diabo com entidade espiritual, como pessoa; quando alguém escolhe o sistema do mundo escolheu o lado em que o diabo está.

II – A IGREJA VIVE DA AÇÃO DE ANDAR NO ESPÍRITO

1. “Andai no Espírito”. Fomos escolhidos por Deus, e a Ele escolhemos. Quando escolhemos e fomos escolhidos? Quando fomos convencidos pelo Espírito Santo.
2. O Espírito falou tremendamente em nossos corações; Ele nos falou dos riscos que corríamos por não termos e não sermos de Cristo. Como resultado do Seu convencimento, preferimos e quisemos Cristo.
3. A aceitação de Cristo nos colocou em outro patamar, em outra esfera, ou, podemos dizer, em outro mundo. Estamos no mundo dos que andam no Espírito (Gl 5.16).
4. O nosso caminhar não é uma alienação; não significa que vivemos no mundo da lua (‘aluenados’). Quando Paulo nos deixa pensando em nossa ressurreição juntamente com Cristo (“se fostes” – fomos ou não?), ele nos sugere a busca e os pensamentos do alto (Cl 3.1,2).
5. Repito: Não é uma sugestão de alienação do mundo. Na verdade, eu e você devemos entender que existe um mundo melhor, além do horizonte; um mundo que você não vê, mas sente que há.
6. Voltando aos gálatas, a palavra de ordem é: “Andai no Espírito”. Paulo está falando do melhor modo de conduzirmos a nossa vida; trata-se de um novo hábito.
7. O resultado de ‘andar no Espírito’, é que não nos submeteremos aos desejos homem do pecado, aquele que insiste em lutar em nosso interior.
8. A igreja, cada crente, só terá sobrevida (vida depois desta) caso submeta a sua vida ao controle do Espírito na caminhada do Espírito.

III – A IGREJA MORRERÁ SE FAZER MORRER O ESPÍRITO

1. “Não apagueis o Espírito”. Ainda na temática a Igreja e o Espírito, outra situação que Paulo levanta é o ‘abafamento’ da ação do Espírito (1 Ts 5.19).
2. Logo acima falamos da nossa disposição de querermos andar no Espírito; agora, falaremos de deixarmos (ou não) que o Espírito ‘ande’ em nós, ou que Ele ‘queime’ em nós como cantamos: “Ateia o fogo do alto céu em cada coração” (171 CC).
3. Quando apagamos o Espírito da nossa vida? Quando não ouvimos mais a sua voz; quando o nosso pecado não nos permite ouvi-Lo. A barulheira do nosso pecado supera em muito a suavidade do Espírito.
4. Quando queremos viver para nós mesmos, sem nos preocuparmos com o tipo de vida que Deus quer para nós, apagamos a ação do Espírito.
5. Davi definiu bem essa questão no Salmo 51.10-12. Davi deixou-se vencer pelo pecado, e no seu estado de pecaminosidade, chegou a temer pela retirada do Espírito da sua vida.
6. Quando digo que a Igreja morrerá se fazer morrer o Espírito, não estou sugerindo que ela tem esse poder de matá-lo, mas que onde não há o Espírito há morte.
7. A igreja precisa deixar o Espírito agir; as ações da igreja devem ser pautadas pela ação do Espírito. Quando o Espírito age entre nós não há exageros.

CONCLUSÃO
A igreja precisa do poder espiritual para vencer neste mundo (161 CC); se não precisasse não teria vindo o Espírito.
Precisamos parar de discursar e de fazer debates teológicos sobre o Espírito Santo. O Espírito é dinamismo e não letra morta dos compêndios, dos livros de teologia.
A igreja nasceu da ação do Espírito; A igreja vive da ação de andar no Espírito; A igreja morrerá se fazer morrer o Espírito.
Que Deus nos abençoe.

Pr. Eli da Rocha Silva
20/03/2011 – Igreja Batista em Jd. Helena - Itaquera