sábado, 25 de junho de 2011

CRENTES PRONTOS PARA TESTEMUNHAR

EFÉSIOS 5.1-12

I – TESTEMUNHAR A PARTIR DE UM MODELO (v.1).

1. O que é um modelo. Ter um modelo não significa que copiaremos, significa que seguiremos um padrão.
2. A KJ traduz mimetai (imitar) como seguidores. Mas um seguidor nem sempre assume as características, o procedimento daquele que segue. Mas, por outro lado, imitar também parece estabelecer um distanciamento do original. Nós, nem sempre gostamos de adquirir um produto que seja imitação de outro.
3. É preciso, por outro lado, observarmos outra palavra do texto grego: agapeton teknon. As nossas bíblias traduzem como filhos amados e a KJ como crianças (children) amadas. Assim como a criança aprende por imitação, vendo os que os seus pais fazem, os crentes devem aprender com Deus pelo que Ele fez e faz.
4. De Deus somos todos crianças prontas para aprender; nos tornarmos crianças de Deus quando nascemos de novo (Jo 1.12 e 2 Co 5.7). Não nascemos sabendo; somos crianças nascidas na igreja para aprender de um único pai: Deus.
5. Deus é o modelo. Sendo Deus o modelo, quais são as características do modelo que devemos imitar? Perdoar (4.32) e amar (5.2).
6. Nosso aprendizado de Deus nos coloca em uma situação sem volta: perdão e amor. Quando não perdoamos e amamos uns aos outros, corremos o risco de não termos o DNA do nosso Pai celestial. O DNA é sempre feito para estabelecer uma relação de hereditariedade, de consangüinidade.
7. A relação de parentesco por DNA é natural, não precisa de documento para estabelecer uma relação de direitos; o direito também é natural. A figura do pai é presente na relação por DNA; ficamos dia a dia parecidos com o nosso ele. Sendo assim na relação de pessoas naturais, o é também no parentesco espiritual com Deus.
8. Somos convidados a testemunhar a partir do modelo que é Deus.

II – TESTEMUNHAR EM UM NÍVEL EXTREMADO

1. Mas o aprendizado é muito mais que palavras, ele é ação pura e simples. Para compreensão desse amor extremado, sem limites, Paulo usa o próprio Cristo para ser a sua pessoa, a materialização e personalização do amor.
2. O apóstolo estabelece a nossas ações em um parâmetro que indica continuidade: andai em amor (v.2). Está se falando aqui de um padrão de vida. Deus, como o nosso modelo, em tudo demonstrou amor (Jo 3.16); também não cobrou de nós nada que não fosse possível fazer.
3. Como crianças de Deus, vamos sendo ensinados como deve ser o nosso amor pelos irmãos. É um preço caro para esse amor que somos ensinados; o limite da demonstração desse amor está Naquele que não traçou nenhum limite: Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós (v.2).
4. A grande prova do meu amor pelo irmão é fazer morrer a mim mesmo; é fazer morrer o velho homem e as suas características nefastas, que causam danos ao próximo. É demonstrar pelos meus atos que o homem velho é uma figura do passado; e como passado ruim deve ser esquecido.
5. Quando faço morrer a mim mesmo, na força do poder que é de Deus, eu mesmo sou o sacrifício agradável a Deus (Rm 12.1). Mas sem esquecermos que o exemplo de sacrifício definitivo é Cristo mesmo.
6. Mas o nosso sacrifício pessoal (Rm 12.1) corre lado a lado com o de Cristo, sendo o Dele ‘oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave’; o nosso, igualmente, sacrifício agradável a Deus.
7. Aprendemos que o nosso procedimento tem o seu início em uma atitude extremada de amor: faço morrer a mim mesmo em favor do meu irmão.

III – TESTEMUNHAR A PARTIR DO NOVO QUE SOMOS

1. O novo frutifica em coisas novas, porque as coisas velhas já passaram. Viver com os olhos no retrovisor é prejudicar o futuro, é o risco de ver o que é bom depois que passou.
2. O novo que somos rompe com o velho que fomos. O apelo do apóstolo é pelo rompimento categórico e definitivo. É possível que alguns dos temas abordados por Paulo não tenha sido um dos nossos problemas, mas vale da mesma forma o ensino.
3. Para impudicícia (porneía) (v.3), podemos usar a palavra despudoramento, que é a falta de pudor. Vivemos em uma sociedade que sacraliza o profano. A lista de palavras relacionadas às atividades sexuais ilícitas: prostituição, adultério, fornicação e a promiscuidade.
4. Em seguida Paulo é geral, abrangente: toda sorte de impurezas ou cobiça (avareza). Alguns entendem que Paulo ainda está tratando de assuntos ligados à licensiosidade, ao desregramento, à licitude de tudo que é ilícito e imoral.
5. O que Paulo pede: (Que tais coisas) ‘nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos’, ou, ‘Não pode ser nem mesmo assunto de conversa entre vocês’ (NTLH). A linguagem dos santos deve ser outra.
6. Paulo dá agora uma lista grande de coisas que não podem ocupar lugar na vida dos crentes, são inconvenientes. Vou usar aqui a tradução católica chama Edição Pastoral: “O mesmo se diga a respeito de piadas indecentes, picantes ou maliciosas” (v.4). As nossas traduções trazem: “Nem conversação torpe, nem palavras vãs (tolas=pronunciadas por um louco; parvoíce=conversação de parvo, isto é, de um demente”). Também uma expressão que pode ser corrente entre os crentes, chamada insinuação suja.
7. O crente deve se mostrar novo como de fato é. Como: “Mas antes ações de graças”. A nossa fala deve ser eucarística, isto é, cheia de ações de graças. Palavras que promovam a comunhão. Comunhão é o prazer de estarmos juntos. Pessoas cheias de gracejos vãos ou indecentes, geralmente, não têm a nossa companhia (vv.6, 7 ARC).
8. Paulo vai encerrando o seu argumento (e eu também!), contrastando o que somos com o que fomos (v.8-12).
9. Devemos testemunhar a partir do novo que somos.


CONCLUSÃO

Que Deus nos dê a coragem de testemunhar Dele em qualquer circunstância. Chegaremos aos tempos que testemunhar vai exigir de nós muita coragem. O mundo não caminha para que seja diferente disso.
Mas o nosso testemunho deve partir do novo que somos; da vida plena e abundante que recebemos de Cristo. O mundo não compreenderá o que é a novidade de vida, e não precisamos esperar isso dele.
Que Deus nos abençoe neste mundo tão carente Dele.
Amém.

Pr. Eli da Rocha Silva
26/06/2011 – Igreja Batista em Jd Helena – Itaquera – S.Paulo

sábado, 4 de junho de 2011

OS DEVERES DO MINISTÉRIO
1 PEDRO 5.1-4 - NVI (Entre parênteses ARA)


v.1 - Portanto, apelo (Rogo) para os presbíteros que há entre vocês, e o faço na qualidade de presbítero como eles e testemunha dos sofrimentos de Cristo, como alguém que participará da glória a ser revelada:

1. O apelo inicial é para os anciãos da comunidade, para os líderes, que são presbíteros, que são pastores. Em nossos dias, nas igrejas batistas e outras mais tradicionais, são considerados os ‘pastores’.
2. Mesmo tendo se apresentado como apóstolo em 1.1, Pedro agora se coloca como igual entre os ministros (presbítero como eles). Fica ressaltada a importância daqueles que ministravam entre o povo de Deus.
3. Pedro teve o privilégio de estar com Cristo e ser Sua testemunha. Mas a participação não foi como testemunha, mas também como mártir, e no futuro, participará da glória que há de ser revelada.

v.2 - pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir.

1. O apelo aos líderes, é que pastoreiem (poimánate) o rebanho (poímnion=rebanhozinho) de Deus. O rebanho pertence a Deus, os líderes, são apenas apascentadores; eles têm responsabilidade em cuidar do rebanho, zelar por ele, alimentá-lo e protegê-lo. Pedro aprendeu do próprio Jesus a responsabilidade pastoral (Jo 21.15-17).
2. “Olhem por ele” (episkopountes). O pastor é o supervisor do rebanho; é aquele que vê vir o lobo e deve protegê-la, diferente do que é mercenário (assalariado) (Jo 10.12).
3. Pedro começa a discorrer sobre o modo de pastorear, de supervisionar, de cuidar das ovelhas do Senhor: não forçado, não por obrigação. Caso haja alguma obrigação ou algum constrangimento, que seja da parte de Deus.
4. “Sórdida ganância” (ARA) – lucro vergonhoso (Gr.). “Digno é o obreiro do seu salário” contrasta com a busca de vantagem em pastorear. “Desejo de servir”, isto é, com entusiasmo e zelo devotado (Chave lingüística NT grego).

v.3 - Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho.

1. Os pastores não devem ser dominadores, agir como dono do rebanho, exercer controle completo. É bem verdade que alguns gostam do domínio completo, vivem melhor se forem mandados. Aquele que nos confiou o rebanho foi para que dele cuidássemos com zelo, como quem há de dar contas (Hb 13.17).
2. Pedro, mesmo sendo apóstolo, não usou dessa credencial para dominar, machucar ou fazer sofrer aqueles que estavam aos seus cuidados. Pedro foi bem diferente dos ditos ‘apóstolos’ modernos.
3. A responsabilidade pastoral é grande. Pedro diz que os pastores devem servir como exemplos ao rebanho. Ser exemplo de alguém não é fácil; o futuro do outro pode depender do que ele vê em nós.
4. Em se falando de igreja, é muito provável que os líderes de amanhã serão como nós somos hoje. Cada um pode pensar por si mesmo se isso será bom ou será o naufrágio da comunidade.

v.4 - Quando se manifestar o Supremo Pastor, vocês receberão a imperecível coroa da glória.

1. Pedro não acha ruim que sejamos chamados de pastores; ele acredita na figura do pastor. Mas é preciso que cada pastor saiba que acima dele está o Supremo Pastor.
2. Conheço um pastor que gosta de dizer que ‘nós pastores somos reservas, o Supremo Pastor é o titular’. Podemos dizer como Paulo disse: somos apenas sinergoí (cooperadores) (1 Co 3.9).
3. Os pastores, que são presbíteros, que são anciãos, receberão o reconhecimento do seu trabalho quando Cristo vier em glória, na sua manifestação. Eles podem até não ser reconhecidos no tempo presente, podem até não ser respeitados como pastores que são.
4. O prêmio da soberana vocação? A imarcescível coroa de glória (Ver 1 Pd 1.4). A coroa de glória não se deteriora com o tempo, ela não murcha, ela não cai de moda, ela não vira peça de museu.


Pr. Eli da Rocha Silva
05/06/2011 – Igreja Batista em Jd. Helena