quinta-feira, 26 de maio de 2011

A IGREJA E AS SUAS RELAÇÕES COM AS PESSOAS E COM O ESTADO
(Igreja, Cidadania e Estado Brasileiro)



A igreja, embora seja de caráter espiritual, e esta é a proposta de Jesus ao edificá-la, é também um ente social com relações com o Estado de direito. Como tal, a igreja deve obrigações para com o Estado, e este, de acordo com a Constituição, conferir a ela os direitos e também as obrigações na Carta Magna exarados.
A Constituição Brasileira oferece aos seus entes religiosos a liberdade de cultuar, e a igreja usufrui o direito de cultuar com ampla liberdade; ela também tem o benefício da Imunidade Fiscal, isto é, sobre ela não pode o Estado atribuir obrigações tributárias, exceto contribuições e taxas.
Em relação à religião o Estado Brasileiro é laico, ele não impõe sobre ninguém qualquer tipo de religião, e dá o direito também de as pessoas não terem religião alguma, e até mesmo, divulgar, em ampla liberdade de expressão, que não acreditam em Deus, se assim achar que devem. O que não se admite é a violação do direito do outro de manifestar sua crença ou deixar de manifestar. Assim em o Estado de Brasileiro, e assim deve continuar sendo.
Como evangélicos, fica notório entre nós, um certo desejo de termos um Brasil cristão evangélico. Buscamos isso na expressão bíblica ‘Feliz é a Nação cujo Deus é o Senhor’; mas com tristeza vemos que a própria Nação que era do Senhor não o tinha como próprio Senhor.
Precisamos também, dentro da percepção de estado laico, que a igreja não pode impor sobre o Estado aquilo que ela entende como correto, moral e aceitável, já que apenas ela deixa-se reger com base em preceitos cristãos; o Estado não tem a Bíblia como regra de fé e prática. Também é fato, que nós evangélicos nem sempre escolhemos outros evangélicos para nos representarem nas Câmaras e no Senado Federal; e, quando os escolhemos, eles são conhecidos como minorias.
A igreja tem também responsabilidade social; ela não vive apenas com o pensamento no céu, como nos diria Paulo, pois o céu é uma realidade futura, embora possamos gozá-lo dentro do aspecto do ‘já e ainda não’. Assim sendo, a igreja tem que dar a sua contribuição à sociedade para minorar os problemas das pessoas, sejam elas evangélicas ou não, pois a necessidade e as carências são iguais para todos.
Temos visto nos últimos dias no Brasil, especialmente nas leis que tramitam no Congresso Nacional, as dificuldades que os crentes evangélicos têm em se posicionar por este ou aquele assunto polêmico. As discussões giram em torno de temas como aborto, homofobia, direitos de pessoas do mesmo sexo em união estável, entre muitos outros assuntos.
Quando digo ‘dificuldade em se posicionar’, lembro-me bem das muitas críticas recebidas pelo Pr. Ricardo Gondim, quando se disse favorável aos direitos dos homoafetivos em união estável. É isto ou não é uma dificuldade de posicionamento dos evangélicos? (Falo em relação às críticas dos evangélicos ao pastor). Pensemos o seguinte: quando estudamos Paulo, não o lemos tecendo criticas severas aos incrédulos, mas sim, aos crentes que quisessem viver como tais.
Quando dizemos que a igreja é uma entidade livre em seus pensamentos e práticas, e que o Estado é laico, não estamos com isso estabelecendo um conflito, mas dizendo que não somos favoráveis a todas as leis que nos são impostas. Devemos ter preservado, pela Constituição Federal, o direito de dizer não às leis que conflitem com o que cremos e praticamos.
A igreja deverá sempre respeitar as autoridades constituídas, é um preceito bíblico, mas ela não poderá dizer sim, quando a sua liberdade de viver segundo a Bíblia estiver em risco.



Pr. Eli da Rocha Silva
26/05/2011

sábado, 21 de maio de 2011

EM NOVIDADE DE VIDA OU COM O VELHO JEITO DE SER?
ROMANOS 6.4 “ANDEMOS EM NOVIDADE DE VIDA”.

I – A VIDA SEM NOVIDADE ALGUMA

É a vida do homem comum; o homem comum é o homem sem Deus; é o homem pós-desobediência. O homem comum é aquele que não entende as coisas de Deus, pois elas se discernem espiritualmente.
O homem em estado de obediência é aquele que vivia em permanente comunhão com Deus (Deus conversava com o casal no jardim). Infelizmente, o estado de inocência não durou muito tempo; é possível que o estado de inocência tenha sido menos que cem anos, visto que Adão gerou Sete com 130 anos (Gn 5.3).
Adão e sua família passaram a viver uma vida sem novidade alguma; a vida natural, a vida de todos os pecadores. A vida natural tem como base algumas características:
1. Em estado de espera de morte (Rm 6.23).
2. Em estado de provocar morte (Gn 4.5,8,9): Ira, Inveja, homicídio mentira e dissimulação.
3. Em estado de separação permanente de Deus (Gn 4.16). Caim afastou-se definitivamente da presença de Deus (Ver Gn 4.11-15).
4. O estado de separação prevaleceu para todos os homens. Canta Feliciano Amaral: ‘O homem sem Deus é alma em tormento é alma sem paz; é como a folha murcha que não pode voltar’.
5. A vida sem novidade é o que o autor aos Hebreus diz em 10.25 e o que Paulo diz a respeito de Demas (2Tm 4.10). A respeito de Demas, é preciso notar que ele voltou para a vida que tinha antes, para uma cidade que rejeitou o evangelho (Atos 17.1-14).
6. A vida sem novidade é a vida ausente de Deus, seja na igreja, seja no lar.

II – A VIDA IMPACTADA PARA SER DIFERENTE

Mas a vida pode ser diferente, e para sentirmos a diferença, ela deve ser impactada por algo. Todo impacto deixa marcas, e a vida impactada pela palavra de Deus tem marcas indeléveis (marcas que não podem ser apagadas).
A vida sem novidade pode ser resultado de uma vida sem marca indelével; o encontro não foi marcante, não fez diferença, não fez sair da rotina. O outro dia foi igual ao anteontem; entre eles, o dia que poderia ter feito a diferença.
A vida impactada pela Palavra de Deus, pela aceitação de Cristo, é o encontro que faz de alguém o que nunca tinha sido. Vamos ver algumas pessoas que foram impactadas pelo encontro com Cristo.

1. Quatro pescadores na Galiléia (Mt 4.18-22): “Eles deixaram tudo e o seguiram” (v.22).
2. O centurião que teve o seu servo curado (Mt 8.5-13): “Vai-te, e seja feito conforme a tua fé. E, naquela mesma hora, o servo foi curado” (v.13).
3. O paralítico em Cafarnaum (Mt 9.1-8): “(Jesus) disse, então, ao paralítico: Levanta-te, toma o teu leito e vai para a tua casa” (v.6).
4. Os judeus com a pregação de Pedro (At 2.14-41): “Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas” (v.41).
5. A pregação de Filipe em Samaria (At. 8.1-8): “E houve grande alegria naquela cidade” (v.8).
6. Saulo (Paulo) na estrada para Damasco (At. 9.1-19). O verso 20 nos diz a respeito de Saulo (Paulo): “E logo pregava, nas sinagogas, a Jesus afirmando que este é o Filho de Deus”. A diferença do Saulo (v.2) para o Saulo (v.22).
7. Quando alguém tem o encontro com Cristo, a sua vida não pode ser mais a que foi até ali; há de verdade, um divisor de águas (de vida): a.C e d.C.

III – RESULTADOS DA VIDA EM NOVIDADE

Paulo escreve aos Romanos e diz que devemos andar em novidade de vida. Aos coríntios diz que em Cristo tudo se fez novo. Com Cristo na vida é impossível continuar sendo o que fomos antes. Podemos então inferir, que quem continua igual não teve o encontro com Cristo.
Paulo escreve aos efésios e diz: “Quem furtava não furte mais” (4.28). O ‘mais’ de Paulo não significa que quem furtava deve continuar furtando o mesmo que furtava (atitude do velho homem); mas que deixasse definitivamente tal prática, que nunca mais furtasse.
Aos crentes em Roma, Paulo diz que o encontro com Cristo causa uma diferença radical: “Não ofereçam os membros do seu corpo ao pecado (...) mas a Deus” (Rm 6.13).
Aos crentes em Corinto, Paulo lembra a conduta antiga de alguns deles, para contrastar com a nova conduta em Cristo (1 Co 6.9-11): “lavados, santificados e justificados”.
Uma pequena lista das atitudes daqueles que foram salvos e receberam a novidade de vida:
1. Pensar nas coisas de cima (Col 3.1-3)
2. Pensar com a mente de Cristo (1 Co 2.16): “Nós porém temos a mente de Cristo”.
3. Viver a vida de Cristo (Gl 2.20): “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim”.
4. Viver a vida para Cristo (Fp 1.21): “Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro”.
A lista pode ser acrescentada com muitas outras coisas que marcaram e marcam a nossa vida de convertidos, de salvos em Cristo. Cada um pode fazer a sua lista particular, e perceber o quanto Cristo mudou a sua vida. Mas é possível, também, fazermos uma lista, do quanto não deixamos Cristo mudar a nossa vida.

CONCLUSÃO

A vida sem novidade alguma é a vida do homem natural, que vive em função de si mesmo; vive na base do seu egoísmo. A pessoa egoísta pensa e age assim: ‘Se não for para mim não será para mais ninguém’.
A vida impactada para ser diferente foi o que aconteceu conosco, mas ainda não aconteceu com muitos outros. A vida impactada nos ensina que agora somos o que não fomos antes: deixamos a vida velha e fomos feitos novos.
Os resultados da vida em novidade são perceptíveis; alguém é capaz de dizer que não somos mais a mesma pessoa.
Antes de alguém perceber que você mudou, perceba-se outra pessoa. Note que os seus anseios não são mais os mesmos.
Quando vivemos em novidade de vida damos um basta ao velho jeito de ser. Mas o velho jeito de ser que tivemos no passado continuará tentando nos fazer retroceder; mas, para que isso não ocorra Paulo diz: “Andem no Espírito e jamais satisfareis a cobiça da carne” (Gl 5.16).

Que Deus nos abençoe.

Pr. Eli da Rocha Silva
22/05/2011 – Igreja Batista em Jd. Helena – Itaquera – S.Paulo - SP

quinta-feira, 5 de maio de 2011

DE BOAS PALAVRAS TRANSBORDA O MEU CORAÇÃO
SALMO 45. 1 a

O salmo é conhecido como o relacionamento entre Cristo e a sua igreja.
Talvez se tratasse de uma canção nupcial.

Mas do salmo, vamos falar da intenção do salmista conforme nos diz na parte a do verso 1: “De boas palavras transborda o meu coração”.
Imediatamente nos lembramos de um hineto antigo: “Meu coração transborda de amor”.

I – GRATIDÃO PELO LAR – BOAS PALAVRAS QUE TRANSBORDAM DO CORAÇÃO

1. Ao nos reunirmos neste lar, o nosso coração também transborda de alegria e de boas palavras de gratidão para o Senhor;
2. A alegria não é de um só, mas de toda a comunidade dos crentes (Rm 12.15 a). A comunidade de crentes caminha com as dificuldades do outro, seja na oração ou na ação direta.
3. O lar é mais que a casa; existem casas que não são lares. Hoje não só estamos na casa, mas também em um lar.
4. Um dicionário define lar assim: Lugar em que se acende fogo na cozinha; (fig.) pátria; família; casa de habitação.
5. O dicionário de símbolos traz:

Lareira, Lar. Símbolo da vida em comum, da casa, da união do homem com a mulher, do amor, da conjunção do fogo com o seu receptáculo. Enquanto centro solar, que aproxima os seres, por seu calor e sua luz - além de ser também o local onde se cozinha a comida - a lareira é centro de vida, de vida dada, conservada e propagada. Por isso foi sempre honrada em todas as sociedades. Tornou-se, mesmo, um santuário no qual se pede a proteção de Deus, celebra-se o seu culto e guardam-se as imagens sagradas. (1) CHEVALIER, J., GHEERBRANT, A. Dicionário de Símbolos (mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números). 12. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1998.

6. A casa só tem razão de ser e de alegria quando é um lar. A casa vazia não é um lar.
7. Uma Casa Não É Um Lar (A House is Not a Home)
-Glee

Uma cadeira ainda é uma cadeira
Mesmo quando não há ninguém sentado lá
Mas uma cadeira não é uma casa
E uma casa não é um lar
Quando não há ninguém lá para te abraçar,
E ninguém lá para você dar um beijo de boa noite.

A sala ainda é uma sala
Mesmo quando não há nada além de melancolia;
Mas uma sala não é uma casa,
E uma casa não é um lar
Quando nós dois estamos separados
E um de nós tem um coração quebrado.

De vez em quando eu chamo seu nome
E de repente, seu rosto aparece
Mas é apenas um jogo louco
Quando ele termina, ele termina em lágrimas.

Querida, tenha um coração,
Não deixe que um erro nos mantenha separados.
Eu não estou destinado a viver sozinho.
Transforme esta casa em um lar.
Quando eu subir as escadas e virar a chave,
Oh, por favor esteja lá ainda apaixonada por mim.


8. O filho pródigo também entendeu que o lar é o melhor lugar para se estar; a princípio ele queria ser apenas um servo da casa, mas o seu pai o restaurou como membro do lar, da família (Lc 15.19).
9. A gratidão a Deus pelo lar deve fazer parte da nossa vida.


II – GRATIDÃO PELA VIDA – BOAS PALAVRAS QUE TRANSBORDAM DO CORAÇÃO

1. A vida é um presente de Deus (Assim diria o Gabriel, que chama a Dani de Vida).
2. Mais uma vez a comunidade de crentes se faz presente no momento de agradecer pela vida.
3. O lar é um lugar de felicidade quando nele celebramos a vida. A vida pode ser celebrada nas pequenas coisas, nos pequenos acontecimentos.
4. A vida pode ser celebrada na busca de um coração sábio (Sl 90.12). Ou seja, usarmos sabiamente o tempo de que dispomos (Anotada).
5. Para o crente os anos de vida não são a sucessão de dias sem razão de ser; há um propósito da parte de Deus para os seus filhos. Assim pensava o salmista Moisés.
6. Viver os dias com sabedoria é apegar-se a Deus e à sua Palavra; é sábio dedicar a Deus os melhores anos da vida.
7. Os melhores anos são os anos produtivos. Mas nos rendemos também ao salmista que diz: “Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor” (Sl 92.14). Quem? Os justos (v.12).
8. Hoje é dia de ação de graças, é dia de festa, é dia de comunhão e celebração; é dia de deixar transbordar o coração de boas palavras.

Amém.

Pr. Eli da Rocha Silva
05/05/2011 - Culto Residência Gabriel e Daniela