A
IMPORTÂNCIA DA IGREJA NO CONTEXTO DO REINO
MATEUS
16.18; 18.15-20
INTRODUÇÃO
Nestes
dias, que muitos estão dando à igreja menos valor que ela tem, é bom pararmos
para refletir o que Cristo e os apóstolos pensaram dela.
I – PARA
JESUS, A IGREJA NÃO ERA COISA SEM IMPORTÂNCIA.
1. Se a
igreja não fosse importante no contexto do Reino, Jesus não perderia o seu
tempo edificando a Sua. Em Mateus Jesus explicita aos discípulos o Seu desejo;
para a maioria dos teólogos, em Atos temos o surgimento factual da igreja.
2. Se a
igreja não fosse importante no contexto do Reino, Jesus não diria a Pedro que
as chaves estariam à sua disposição e muito menos o poder de ligar e desligar
(Mt 18.18).
3. Não
é fácil entendermos o que Jesus quis dizer a Pedro com “dar-te-ei as chaves do
Reino”. Parece-nos que Jesus se referia a Pedro mesmo, como aquele que abriria
a oportunidade do Reino tanto aos judeus (At 2) como aos gentios (At 10).
4. No
presente texto, Jesus falava com Pedro na segunda pessoa do singular; se se
referisse à igreja, falaria na terceira pessoa do singular (dar-lhe). Mas, não
é um absurdo pensarmos que o poder foi estendido à igreja em Mt 18.18. A igreja
tem a missão de testemunhar do Reino, agregar ao Reino, e excluir do Reino.
5. Ladd
traz em sua Teologia do NT o que disse alguns teólogos sobre o poder que é dado
à igreja: “A igreja será mais forte que a
morte, e resgatará a todos os homens do domínio do hades para o reino da vida
(...) diante do poder do Reino de Deus operando por intermédio da igreja, a
morte perdeu seu poder sobre os homens e é incapaz de reivindicar uma vitória
final”.
6. Se
para Jesus a igreja não era coisa sem importância, significa dizer que o trato
que Ele terá conosco no fim de todas as coisas, será na mesma base da
importância que a ela dermos.
II –
A VISÃO SOBRE A IGREJA NO CONTEXTO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS
1. Igreja
idealizada por Jesus torna-se fato nos atos, nas ações dos apóstolos sob o
domínio do Espírito Santo. Nada do que foi feito sem o poder do Espírito se
faria (At 1.8).
2. A
igreja sem o Mestre ficou contemplativa (olhar perdido no céu); foi preciso
fazê-la descer à terra e tomar o seu caminho (voltaram para Jerusalém) (At
1.11,12).
3. O
grupo já não tinha a presença do Mestre, mas levou a sério os seus ensinos a
respeito da oração (“vigiai e orai”) e ‘perseveram unânimes em oração’.
4. Em
uma igreja muito parecida com a nossa (120 irmãos), que vivia em constante
oração, Pedro se levanta como um dos líderes; ele recobra o que Jesus dissera a
seu respeito algum tempo antes (Mt 16.18,19).]
5. Para
que vive pensando que a igreja é coisa sem muita importância, saiba que o
Espírito Santo visitou a igreja em perspectiva (120 irmãos), inaugurou-a e a
consolidou através dos dias (At 2.47). Cumpriu-se o que Jesus disse a Pedro e
aos demais discípulos.
6. A
igreja mostra a todos a sua importância como agência do Reino à medida que vai
crescendo, vai se espalhando por todos os lugares: Em Jerusalém (At 6.7), em
Samaria (At 8.4-8), em Damasco (Síria) (Atos 9.22); outros lugares (At
11.19-21), Grécia (At 18.1), Turquia (Éfeso) (At 19.1).
7. A
igreja, que para muitos hoje em dia é de pouca importância, sempre foi e será a
agência proclamadora do evangelho do Reino.
III-
A IGREJA E O QUE NÓS DEVEMOS SABER A RESPEITO DELA.
1. Ela
foi comprada com o seu próprio sangue (At 20.28).
2. Ela
é a reunião dos ‘santificados em Cristo Jesus’ (1 Co 1.2).
3. Na
igreja e a través da igreja é manifesta a ação do Espírito (1 Co 12.28).
4. Cristo
é o presente de Deus à igreja: “o deu à igreja” (Ef 1.22,23). Este verso deixa
bem claro que Cristo não está à parte da igreja, e nem a igreja, à parte de
Cristo. A Bíblia Anotada traz o seguinte comentário: “As igrejas locais deveriam ser miniaturas do corpo de Cristo, embora
seja possível haver membros de igrejas locais não genuinamente salvos e que,
portanto, não são membros do corpo de Cristo”. Richard J. Sturz em sua
Teologia Sistemática tem um capítulo com o seguinte título: A Igreja é Cristo.
E neste capítulo diz: “As igrejas são
amplamente reconhecidas como o único meio pelo qual os incrédulos podem ver
Cristo. Seus membros são suas mãos e pés; sua voz chamando as pessoas ao arrependimento.
A salvação vem pelo contato com seu corpo, a Igreja”.
5. O
ministério excelente atribuído por Deus à igreja (Ef. 3.10).
6. A
igreja vivendo a complexidade de estar e não ser (Jo 17.14-16). Muitas crentes
estão caindo nos braços do Diabo porque não conseguem viver a diferença.
7. Para
quem é adepto do ‘Cristãos sem igreja?’ Sturz escreveu: “...o cristão desenvolve a espiritualidade na comunhão dos crentes; e
não na prática de oração e meditação individual”.
8. O
grande momento que aguarda a igreja e a igreja o aguarda (1 Ts 4.1-17). A
igreja dos crentes mortos e a igreja dos crentes vivos, pela ressurreição e
transformação, formam uma única igreja de vivos glorificados.
CONCLUSÃO
Refletimos
sobre a importância da igreja de ontem, de hoje e de amanhã.
Ontem,
organizada; hoje, militante; amanhã, glorificada.
Amém.
Pr.
Eli da Rocha Silva
Igreja
Batista em Jd. Helena – José Bonifácio – S. Paulo - SP