quarta-feira, 13 de março de 2013

Salmo 71


SÚPLICAS DE UM ANCIÃO

 

SALMOS 71 (DIVISÃO BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR)

 

 

I – A CONFIANÇA EM DEUS É DECLARADA (71.1-8)

 

v.1 Em ti, Senhor, me refugio; nunca seja eu confundido.

 

  1. O Salmista busca refúgio em quem pode lhe dar segurança; o seu refúgio é Yahweh.
  2. Não deixa sofrer a vergonha da derrota (BLH).

                                                                                                         

v.2 Na tua justiça socorre-me e livra-me; inclina os teus ouvidos para mim, e salva-me.

 

  1. É preciso recorrer ao que é justo,
  2. É bom ressaltar o seguinte: se formos injustos, também sofreremos a aplicação da justiça. O crente que tiver um comportamento ímpio será tratado como tal.
  3. A oração deve ser Ao que ouve as petições e salva.

 

v.3 Sê tu para mim uma rocha de refúgio a que sempre me acolha; deste ordem para que eu seja salvo, pois tu és a minha rocha e a minha fortaleza.

 

  1. Temos no Senhor a proteção que precisamos; Ele é o nosso refúgio e fortaleza.
  2. “Sempre me acolha”. O Senhor nos trata como o pai tratou o seu filho que voltou para casa; há sempre no Senhor a disposição de nos acolher quando a Ele recorremos. É sempre bom sabermos que podemos voltar para casa.

 

v.4 Livra-me, Deus meu, da mão do ímpio, do poder do homem injusto e cruel,

 

  1. Nas caminhadas do salmista ele precisava de proteção livramento do homem cruel.
  2. Assim, o salmista recorre a Elohim, ao Todo-poderoso. Afinal, “quem pode livrar como o Senhor?”.

 

v.5 Pois tu és a minha esperança, Senhor Deus; tu és a minha confiança desde a minha mocidade.

 

  1. O salmista ancião diz que de há muito confiava e esperava em Adonai Yahweh, no Senhor Deus.
  2. Duas coisas para a juventude: esperança e confiança no Senhor.

 

 

v.6 Em ti me tenho apoiado desde que nasci; tu és aquele que me tiraste das entranhas de minha mãe. O meu louvor será teu constantemente.

 

  1. O salmista confiava no Senhor desde muito moço; (v.5), mas aqui ele amplia a sua busca pelo favor de Deus: “desde que eu nasci”.
  2. O envolvimento do salmista com a providência divina era desde o útero ("entranhas da minha mãe") (v.6). O divino parteiro.
  3. Ele assumiu um compromisso de adoração com o Senhor ("O meu louvor será teu constantemente"). Ele assumiu um compromisso de gratidão.

 

 

v.7 Sou para muitos um assombro, mas tu és o meu refúgio forte.

 

  1. “Um assombro (portento)”. Havia algo na pessoa do salmista que causava espanto, admiração, assombro.
  2. Podemos pensar que o cuidado, a ação de Deus em favor do salmista causava medo aos seus inimigos.
  3. Em relação a nós, podemos também dizer que os homens ficam espantados, pasmados, admirados quando vêem as bênçãos sobre os fiéis.   NTLH: “A minha vida tem sido um exemplo para muitos porque tu tens sido o meu forte defensor”.

 

 

v.8 A minha boca se enche do teu louvor e da tua glória continuamente.

 

  1. O salmista tinha muitos motivos para louvar a Deus; da sua boca saia cânticos de adoração.
  2. O salmista parece que brilhava em adoração. Há um brilho especial no verdadeiro adorador.

 

 

II – A CONFIANÇA EM DEUS PRATICADA NA ORAÇÃO (71.9-13)

 

v.9 Não me enjeites no tempo da velhice; não me desampares, quando se forem acabando as minhas forças.

 

  1. Mas, o salmista sabe que haverá um tempo de poucas forças; com os cabelos brancos a marca da responsabilidade da experiência, mas também de pouco vigor. O servo quer continuar sob o amparo do Senhor em sua idade avançada.
  2. Quando as forças se vão, já não podemos adorar no templo, mas o Senhor está em todo lugar; fazemos do nosso coração e da nossa casa o templo para adorá-lo.

 

v.10 Porque os meus inimigos falam de mim, e os que espreitam a minha vida consultam juntos,

 

  1. Os inimigos do salmista não davam um tempo, pensavam continuamente em fazer-lhe mal.
  2. “Consultam juntos”. O conselho dos ímpios é contra o justo.

 

 

v.11 dizendo: Deus o desamparou; persegui-o e prendei-o, pois não há quem o livre.

 

  1. Os adversários espreitam e dizem que há desamparo e fragilidade; já não tinham o mesmo assombro dos tempos antigos. Os inimigos concluíram que o ancião estava só, que  Elohim - Deus não era mais por ele.
  2. Para eles, o salmista era apenas um ancião, alguém que não podia mais sair em batalhas, alguém que sofria o peso da idade. Eles subestimaram o salmista e o seu Deus.

 

 

v.12 Ó Deus, não te alongues de mim; meu Deus, apressa-te em socorrer-me.

 

  1. Novamente podemos dizer: Quem pode livrar como o Senhor? O salmista mais uma vez recorre ao Senhor, a Elohim.
  2. O perigo era iminente, os inimigos estavam às portas; era necessário um apressamento no socorro.

v.13 Sejam envergonhados e consumidos os meus adversários; cubram-se de opróbrio e de confusão aqueles que procuram o meu mal.

 

  1. Esta é uma oração retributiva; os adversários devem receber o mal que sempre procuraram para o servo do Senhor.
  2. Para nós que não conhecemos e não vivemos o tipo de cultura da época, estranhos muito a aplicação deste tipo de oração. Estranhamos quando um irmão ora pedindo a justiça de Deus contra alguém.

 

 

 

III – A CONFIANÇA EM DEUS JUSTIFICADA (71.14-24)

 

v.14 Mas eu esperarei continuamente, e te louvarei cada vez mais.

 

  1. Para o salmista velho não seria nenhuma dificuldade continuar esperando pelo Senhor. Diz outro salmo: “Esperei confiadamente pelo Senhor”.
  2. Enquanto se espera louva. É bem verdade que somos mais adoradores quando as graças vêm.

 

v.15 A minha boca falará da tua justiça e da tua salvação todo o dia, posto que não conheça a sua grandeza.

 

  1. O salmista se propõe ser um arauto do Senhor, anunciador dos atos poderosos e de justiça do seu Deus.
  2. O salmista se mostra ignorante quanto a quantidade de fatos e dos feitos maravilhosos do Senhor. Gosto da versão ARA que diz: “Ainda que eu não saiba o seu número”.

 

v.16 Virei na força do Senhor Deus; farei menção da tua justiça, da tua tão somente.

 

  1. O idoso e cansado salmista não se apoiava na sua própria força; o seu vigor era agora coisa do passado, apenas uma lembrança. Assim ele diz: “Sinto-me na força do Senhor Deus” (Is 40.30,31).
  2. O tempo que lhe restasse de vida seria para exaltar Adonay Yahweh. Caso não pudesse estar no templo, a sua casa seria o local de rememorar a justiça do Senhor às gerações mais novas.

 

v.17 Ensinaste-me, ó Deus, desde a minha mocidade; e até aqui tenho anunciado as tuas maravilhas.

 

  1. O velho salmista teve Elohim como seu instrutor o seu mestre desde muito jovem (Salmo 119 trata do jovem que teme ao Senhor).
  2. Passado o tempo, o salmista agora velho, continuava fiel a Elohim que o instruiu (Davi começou cedo a servir a Deus).

 

v.18 Agora, quando estou velho e de cabelos brancos, não me desampares, ó Deus, até que tenha anunciado a tua força a esta geração, e o teu poder a todos os vindouros.

 

  1. O salmista não estava acabado, sentia que podia realizar muito na causa do Senhor; ele não queria ser esquecido por Elohim.
  2. O velho salmista era um exemplo para as gerações mais novas. Não podemos desprezar os nossos velhos; com eles está a experiência e a indicação de um bom caminho.

 

v.19 A tua justiça, ó Deus, atinge os altos céus; tu tens feito grandes coisas; ó Deus, quem é semelhante a ti?

 

  1. Não existe um lugar que Elohim não tenha acesso: “A tua justiça, ó Deus, atinge os altos céus”.
  2. O salmista louva a Deus e exalta os seus grandes feitos.
  3. O salmista declara a singularidade de Deus: “Quem é semelhante a Ti?”.

 

v.20 Tu, que me fizeste ver muitas e penosas tribulações, de novo me restituirás a vida, e de novo me tirarás dos abismos da terra.

 

 

  1. O fato de servir a Deus não isentou o salmista de muitos males e tribulações. É um erro pregarmos que os que aceitam o evangelho não sofrem mais (Jo 16.33). “Tu” – o salmista entendia que todas as coisas são permitidas por Deus.
  2. Podemos perceber uma visão antecipada da doutrina da ressurreição? Não seria demais pensarmos que havia esperança da vida depois da morte pelos fiéis do Senhor. Ainda no AT, o próprio Deus fala a Daniel a respeito do tema (Cap.12).
  3. O foco imediato no pensamento do salmista seria a libertação dos males, da dor e da angústia.

 

v.21 Aumentarás a minha grandeza, e de novo me consolarás.

 

  1. Os adversários novamente reconheceriam a boa mão do Senhor sobre aquele que quiseram fazer mal. O idoso salmista continuaria em situação de honra.
  2. O Senhor que permitiu as tribulações ao salmista (v.20), seria o mesmo que traria o consolo.

 

v.22 Também eu te louvarei ao som do saltério, pela tua fidelidade, ó meu Deus; cantar-te-ei ao som da harpa, ó Santo de Israel.

 

  1. A velhice não deve nos tirar o gosto pela adoração. É verdade que o salmista busca uma adoração mais tranquila, mais intimista.
  2. Na ARA aparece para ‘fidelidade’: “Celebro a tua verdade”. As letras das canções entoadas pelo salmista exaltam, engrandecem do nome do Senhor.

 

v.23 Os meus lábios exultarão quando eu cantar os teus louvores, assim como a minha alma, que tu remiste.

 

  1. O salmista adoraria a Deus por inteiro, isto é, não só de lábios, mas com a sua própria alma.
  2. À medida que Deus ia alargando os dias do salmista velho, parecia mesmo, um resgate da alma, um livramento da morte.

 

v.24 Também a minha língua falará da tua justiça o dia todo; pois estão envergonhados e confundidos aqueles que procuram o meu mal.

 

1.    Novamente o salmista diz que não se calaria e que continuaria enaltecendo o seu Benfeitor, o seu Juiz, o seu Ajudador.

2.    O salmista termina a sua composição fazendo lembrança dos seus inimigos, pois eles ‘estão envergonhados’.

 

 

 

Pr. Eli da Rocha Silva

Março de 2013 – Igreja Batista em Jardim Helena – S. Paulo – SP

Consulta: Comentário AT – Champlin

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