sexta-feira, 10 de outubro de 2014

“TEM CUIDADO DE TI MESMO...”. 1 TIMÓTEO 4.16

“TEM CUIDADO DE TI MESMO...”.

1 TIMÓTEO 4.16



         Esta expressão de Paulo dita a Timóteo, nos anos 64 a.C. continua atual e necessária.
         A falta de cuidado das pessoas com elas mesmas é mais antiga do que pensamos. A falta de cuidado é abrangente: saúde, finanças, educação, fé e piedade. Nas linhas da Bíblia do AT até o NT, são muitos os exemplos de pessoas que se descuidaram do trato que deviam ter pelas coisas da fé e do cotidiano.
         Vamos trabalhar algumas situações que, se os pastores tiverem cuidado não pagarão o alto preço do erro e da negligência.

I –

COMO PASTORES é possível que estejamos cuidando bem da doutrina. Temos seguido com cuidado a nossa Declaração de Fé Batista que tem como sua fonte a Bíblia.
Acredito que a grande maioria de nós vai bem quanto ao ensino bíblico, seguindo as verdades passadas para os apóstolos e pelos apóstolos (At 2.42).
MAS, COMO PASTORES, é possível que estejamos sendo negligentes em algumas áreas que têm peso e importante na condução da vida e do ministério.


II –

UMA DELAS é a saúde. Pode ser que alguns pastores não têm tido condições de cuidar de si mesmos, como orientou Paulo a Timóteo.
Paulo tinha preocupação com a saúde de Timóteo, que chegou a orientá-lo quanto às suas dores no estômago (1 Tm 5.23). O vinho, porque ele servia como um purificador da água (MacArthur).
PASTORES têm sofrido questões de ordem psicológica (recentemente um pastor cometeu suicídio). Alguns fatores que contribuem para que surjam doenças mentais, como depressão e outras patologias, são as incertezas da estabilidade pastoral, isto é, a continuidade à frente de uma igreja. Pastores que entendem que a dedicação ao ministério deve ser integral sofrem mais em relação ao ficar ou sair de uma igreja que pastoreie. Alguns não têm imóvel próprio e precisam da casa pastoral para acomodar a família. Por conta dessa situação, a saída precisa ser adiada por mais tempo, causando sofrimento para si e para a família.

NO LIVRO “Influências da Religião sobre a Saúde Mental”, ESETec, o prof. Francisco Lotufo Neto com outros autores, há uma sessão chamada “Estresse na vida de ministros religiosos. Cito apenas 3 ‘fatores de estresse na vida pastoral’.
1.     O pastor recebe neste mundo menos benefícios materiais que outra pessoa com a mesma formação e responsabilidade.
2.     Restrição do prazer pessoal, e negar a si mesmo a expressão normal das emoções.
3.     Pode perder seus objetivos e cair numa atividade incessante e sem sentido.
GLEASON (1977), em um seminário para sacerdotes listou os principais problemas assinalados por eles: excesso de atividade, perfeccionismo, falta de tempo para estudo, conflito de papéis, acontecimentos inesperados, conflitos na igreja, dificuldade em organizar, viver observado, necessidade de provar o próprio valor e de que trabalha bastante, não ter com quem confessor, o trabalho não apresenta resultados tangíveis, patologia dos paroquianos, tensões decorrentes de estressores do passado não corretamente resolvidos, e sentimentos de inferioridade.

III –

EM MEU TRABALHO COMO PASTOR E CONTADOR, tenho observado que alguns pastores não se preparam para a aposentadoria, ou para os acontecimentos inesperados.
Alguns casos:
Um pastor me relatou que não recolhe o INSS há 20 anos, se tiver um problema de saúde ou de morte deixará a sua esposa sem amparo.
Outro pastor negociou, quando da sua contratação, que a igreja pagasse 1 mês de INSS atraso e 1 atual, para que pudesse estar assegurado.
É bom lembrar que o INSS cuida da aposentadoria e também dos benefícios por afastamento do trabalho.
Pastores quando assumem ministério integral devem colocar na carta de intenções a parcela referente ao INSS.

Não é pecado os pastores fazerem planejamento financeiro, guardar recursos para os últimos anos de vida; esses últimos anos poderão ser aprazerados com serviços e ministério voluntário, se o pastor conseguir fazer poupança.

Enfim, como disse Paulo, Pastores tenham cuidado de si mesmos e da doutrina.


Pr. Eli da Rocha Silva
Bacharel em Teologia; Pós-graduado em Aconselhamento pela Teológica/2013

04/10/2014 - Reunião OPBB/SP – Subsecção Aibelec