terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

JÓ 42.1-6 – HOJE OS MEUS OLHOS TE VEEM
“Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem” (v.5).

I – TODO HOMEM APRESENTA CARACTERÍSTICAS DE UM RELIGIOSO

1. Todo homem é religioso; mesmo que a sua religião seja dizer que não tem religião.
2. Jó era um religioso; em seu cuidado, ele mesmo fazia os sacrifícios necessários para (segundo ele) manter seus filhos bem com Deus (1.5).
3. Cornélio era religioso; fazia orações e esmolas (Atos 10.1,2). Tinha tudo para pensarmos que ele estava bem com Deus.
4. O fariseu era muito religioso: dava o dízimo de tudo, cumpria as obrigações no templo e não era um pecador como o publicano (Lc 18.9-14).
5. A mulher samaritana, à sua moda, era uma religiosa; ela sabia que era no monte Gerizim o local de adoração, que ela aprendeu na tradição com os seus pais (João 4.19-24). Mais ou menos o que acontece com os filhos dos evangélicos, até que creiam e sejam salvos.
6. Quem conhece a Deus só de ouvir, não consegue sentir a alegria daqueles que o conhecem na proximidade. A alegria do crente que tem proximidade com Deus é recebida sempre com ar de desconfiança ou de ‘coitado’.

II – COMO TODO HOMEM, PODEMOS LEVAR A VIDA OUVINDO, MAS NÃO VI-VENDO

1. Talvez alguém diga que ouvir já é bom negócio. Mas Jó entendeu que não bastava ser um bom ouvinte.
2. Talvez, como muitos hoje, Jó estivesse preso ao fato de ser um homem íntegro, reto e que se desviava do mal. Na verdade, ele era apenas um bom religioso, um bom cidadão.
3. Mas houve um momento em sua vida, em que ele mesmo percebeu que não era quem deveria ter sido, pois se contentava em ser apenas um ouvinte: “Eu te conhecia só de ouvir falar”.
4. Os nossos pais nos contaram de Deus, nos levaram à igreja, à EBD e davam dízimos e ofertas em nossos nomes; muitos guardam na memória o que aprenderam com seus pais, e se tornam apenas respeitadores de questões religiosas.
5. Parece que isso já nos basta, já nos garante alguma coisa; ficamos satisfeitos em receber as orações dos nossos progenitores crentes, mas não fazemos nada para mudar isso. Como Jó, podemos estar vivendo uma vida cristã só de ouvir falar.
6. Tiago também vai nos dizer que não basta ouvir (1.22-25).

III – TODO HOMEM PRECISA CONHECER DEUS DE COM ELE ESTAR

1. Jó nos enche de inveja (santa, claro!). Se antes ele só conhecia a Deus de ouvir, depois das experiências vívidas e vividas, ele diz que os seus olhos vêem o Senhor.
2. Para que não morramos de inveja, Jesus nos diz: “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14.9), e mais, “nós fazemos nele morada” (v.23).
3. Mas Jó precisou fazer confissão, antes de perceber que Deus lhe era próximo, íntimo. Primeiro ato da confissão: “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado” (42.2). Nem sempre nos colocamos diante de Deus com a visão do que Ele é; muitas vezes queremos tratá-Lo como um nosso igual.
4. Segundo ato da confissão: “Na verdade, falei do que não entendia; coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia” (v.3b). Deus coloca algumas situações diante de Jó para que ele as responda (cap. 40,41). Mas Jó, humildemente, coloca diante de Deus o tamanho da sua ignorância.
5. Não somos muito diferentes de Jó. Com a nossa teologia tentamos explicar o que não entendemos, tentamos trazer à luz os mistérios de Deus; enfim, vivemos tentando descobrir com quem Caim se casou, ou o dia do retorno de Cristo.
6. Jó se rendeu à sua ignorância; só assim ele pode desfrutar da proximidade e intimidade com o Senhor: “Agora os meus olhos te vêem” (v.5b). João nos ensina que a proximidade se dá com a confissão do pecado (1 Jo 1.9). O salmista também nos ensina que precisamos confessar os nossos pecados, e ele nos ensina em cores fortes (Sl 32.1-5). Jó não foi passivo e nem calou o seu pecado, ele mesmo disse: “Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza” (v.6).

CONCLUSÃO

“Agora os meus olhos te vêem”. Jó via a Deus através dos acontecimentos que lhe sobrevieram; Jó via a Deus, nas devidas proporções, através das palavras dos seus três amigos e de Eliú; Jó viu Deus nas coisas que Ele se permitiu revelar.
O que Jó tão bem nos ensina é que precisamos nos arrepender e confessar. Sem confissão não há perdão de pecados; sem confissão e perdão não há proximidade com Deus.
Sem confissão e perdão não há comunhão; sem comunhão não pode haver participação no corpo e no sangue de Cristo.
O pão é o vinho não são meras representações; eles são símbolos do sacrifício eficaz de Jesus na cruz por nós.

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