sábado, 19 de dezembro de 2009

ELES NÃO ENTENDERAM O ESPÍRITO DO NATAL

ELES NÃO ENTENDERAM O ESPÍRITO DO NATAL


LUCAS 24.21A


Assim como os dois discípulos no caminho de Emaús, muita gente ainda não entendeu o espírito do Natal.

Os dois discípulos disseram das suas expectativas em relação a Jesus: “Nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel”.

A respeito da redenção eles estavam corretos. Mas, estavam incorretos, na questão 'tempo' e 'consumação', pois não perceberam que, verdadeiramente Jesus proveu a redenção. Vamos dizer que, eles não entenderam o ‘tempo’ e a ‘consumação’ da redenção.

Tem muita gente que ainda não entendeu o ‘tempo’ e a ‘consumação’ da redenção.

O tempo da redenção, diz respeito a Jesus nascer na plenitude dos tempos, ou seja, na hora fixada por Deus.
Quanto ao tempo, para muitos o tempo do Natal é de apenas poucos dias; ele dura menos que a ressaca das festas e das comilanças.
Mas o Natal deve ser duradouro, pois o objeto da sua própria existência é eterno.
Devemos dizer Não ao Natal do endividamento, e sim, ao Natal que nos solta de tudo que é vaidade, passageiro e sem significação. Jesus é o Natal que nos liberta. Ele mesmo disse: “Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”.


Os discípulos de Emaús não se aperceberam que o Redentor veio; também não perceberam que o bebê nascido em Belém, anunciado pelos profetas, morto pelo seu povo, ressuscitado ao terceiro dia, andava lado a lado com eles, ouvindo suas lamúrias e suas decepções.
Pobres discípulos de Emaús; pobres homens desses nossos dias, que não entenderam ainda que o Natal é ‘consumação’.
Não consumação com efeito consumista, mas consumação com efeito de redenção, de resgate, de pagamento que liberta. Jesus disse: “Tudo está consumado”.
O empresário poderá dizer ao fechar o balanço, tudo está consumado, pois tudo foi consumido. O crente fecha o balanço que é a sua própria vida e diz: Glória a Deus! Tudo está consumado, a salvação se efetivou, a salvação aconteceu, o Redentor veio aqui, viveu entre nós e para si nos resgatou.

Que este Natal seja libertário para todos.
Que este Natal seja a consumação individual, que nos transporta dos pés da manjedoura para os pés da cruz.

Amém.

PR. Eli da Rocha Silva
Igreja Batista em Jd. Helena – Itaquera S.Paulo

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Como Preparar Sermões Expositivos

LIDERANÇA


Como Preparar Sermões Expositivos

Estratégia para aprimorar as Sagradas Escrituras

Por: John Stott



DESENVOLVENDO O TEMA

Havia um pastor episcopal que era muito preguiçoso e há muito tempo já havia desistido de preparar os seus sermões. Sua congregação era de pessoas de pouco cultura, Ele tinha o dom da oratória, de modo que era muito fácil para ele pregar sem qualquer preparação. Além de preguiçoso, ele também era muito piedoso, de modo que racionalizava sua preguiça como muitas vezes os piedosos fazem. Ele fez um voto muito solene: jamais voltaria a preparar os seus sermões, falaria de improviso e confiaria que o Espírito Santo lhe daria o que falar. Por alguns meses, tudo correu muito bem.

Certo dia, faltando 10 minutos para as 11 horas, na manhã de domingo, um pouco antes de o culto começar, quem entra pela porta da igreja? O bispo. Era uma visita de surpresa. Ele sentou-se num dos bancos. O pastor ficou imaginando o que deveria fazer. Não havia preparado o seu sermão. Pensou que podia enganar a congregação, mas sabia que não conseguiria enganar o visitante. Ele foi até ao bispo, cumprimentou-o e lhe disse: "Acho que devo explicar-lhe uma coisa. Alguns anos atrás eu fiz um voto de que nunca iria preparar os meus sermões, mas confiaria no Espírito Santo". "Está tudo bem", disse o bispo, compreendendo muito bem a situação. O culto começou, mas, no meio do sermão, o bispo levantou-se e saiu. Quando o culto terminou, o pastor foi para o vestíbulo da igreja. Encontrou sobre a mesa um bilhete com a letra do bispo e nele estava escrito o seguinte: "Eu te absolvo do teu voto".

Agora quero contar-lhes outra história, desta vez, de um pastor presbiteriano arrogante. Este pastor morava ao lado da igreja. Ele costumava vangloriar-se de que todo tempo que precisava para se preparar era o tempo que gastava para ir de casa à igreja. Você pode imaginar o que os presbíteros fizeram. Mudaram a casa para 8 km de distância. Assim, ele tinha mais tempo para preparar os sermões.

Agora, para os batistas eu queria citar o caso de Spurgeon ter como hábito vir ao púlpito despreparado. Dizer isso de Spurgeon seria um erro imperdoável!

Espero que concordem comigo que temos que preparar nossos sermões. Como fazer isto? É uma questão muito subjetiva. Não há maneira única de preparar sermões. Cada pastor tem que fabricar o seu próprio método. Seria um erro simplesmente copiar um do outro. No entanto, penso que a maioria passa por 5 estágios na preparação depois de ter escolhido o texto. É sobre esses que quero falar-lhes. Vamos partir do princípio de que você já tenha escolhido o texto.

1. estágio - Meditar sobre o texto

É necessário ler e reler o texto bíblico. Depois tem que lê-lo e relê-lo mais uma vez. É preciso fazê-lo girar em sua mente, vez após vez. É necessário ruminá-lo como o animal bovino rumina o capim. Sugá-lo como o beija-flor suga a flor. Chupá-lo como uma criança chupa uma laranja, até que não haja mais nada para tirar dela. É preciso preocupar-se com o texto como um cachorro preocupa-se com o seu osso. Essas são algumas metáforas que mostram como você pode envolver-se com o texto.

Talvez você esteja se perguntando: o que significa a palavra "meditar"? Acho que é uma combinação de estudo e oração. Gosto de passar o tempo de meditação ajoelhado, com a Bíblia aberta à minha frente, não porque eu adore a Bíblia, mas porque adoro o Deus da Bíblia. A posição de estar de joelhos é uma posição de humilde expectativa. À medida que eu estudo aquele texto, usando a mente que Deus me deu, estou clamando ao Espírito Santo por iluminação. Meditação é estudo regado com oração.

Conheço pastores que são grandes estudantes. Precisavam ver as suas bibliotecas. As paredes estão cobertas de livros. E sobre suas mesas há pilhas e pilhas de comentários, de dicionários e de chaves bíblicas. Parecem estar sempre afogados em livros. Eu admiro seu estudo, mas eles não oram muito.

Eu conheço pastores que cometem o erro oposto. São grandes homens de oração, mas não estudam muito. Vamos manter juntos estudo e oração. 2Timóteo 2.7 é um grande texto. Nele, Paulo escreve: "Considera o que digo, porque Deus te dará compreensão em todas as coisas". Nós fazemos a nossa parte, que é estudar ou considerar, e Deus dá o entendimento. Não devemos separar aquilo que Deus uniu.

Enquanto você medita, é bom fazer perguntas a si mesmo. Pergunte-se: "O que o texto quer dizer?", "O que o texto diz?". Primeiro, você estará tratando do significado do texto e, em segundo lugar, você estará tratando da mensagem do texto para o dia de hoje.

Precisamos perguntar-nos as duas coisas. Precisamos perguntá-las na hora certa. Muitos pastores estão tão ansiosos em conseguir uma mensagem para hoje, que não se disciplinam em descobrir o significado do texto, e não chegam a descobrir a sua mensagem para os dias de hoje. Precisamos manter os dois juntos, em equilíbrio.

Não posso falar agora sobre interpretação bíblica, mas quero dar-lhes um princípio básico. Foi enunciado por um homem chamado E.D. Hirsh. Seu livro é chamado "Validade na Interpretação". Nesse livro ele não trata apenas de intepretação bíblica.

Os princípios são os mesmos quando você interpreta qualquer documento. Pode ser um documento literário, um documento legal ou um documento bíblico. O grande princípio é o seguinte: O texto quer dizer aquilo que seu autor quis dizer. Portanto, a pergunta é: "O que o autor quis comunicar quando ele escreveu?".

Devemos pensar sobre as palavras e o que elas significaram quando ele as usou. Não podemos interpretar até ouvirmos o que o autor quis dizer com suas palavras. Eu lhes imploro que não omitam esse estágio da sua preparação. É uma disciplina essencial para cada um de nós. Mas também não podemos parar aí.

Uma vez entendido o significado do texto, vamos descobrir o que ele diz para nós hoje. Podemos pensar sobre as pessoas em nossa congregação e nos perguntar: "o que o texto tem a dizer para eles?". Nesses dois estágios não há qualquer substituto para o tempo.

Dê a si mesmo tempo para meditar. Não corra para pegar os comentários cedo demais. Faça a sua meditação própria, com a Bíblia aberta, de joelhos, usando
a iluminação do Espírito, usando a sua mente. Durante todo esse tempo vá escrevendo seus pensamentos. Não precisa haver uma ordem particular para isso. Qualquer pensamento que venha à sua mente é digno de ser escrito. Aqui chegamos, então, ao segundo estágio.

2. estágio - Isole o pensamento dominante

Todo texto tem um tema principal. Devemos meditar sobre ele até que esse princípio central surja. Qual é a ênfase principal da Palavra de Deus nesta passagem? O que Deus está dizendo neste texto? Nosso dever é meditar e orar para penetrarmos neste texto; até que nos submerjamos nele; até que ele passe a controlar a nossa mente e a colocar em fogo nosso coração; e até que nos tornemos servos do texto.

Alguns pregadores não são servos, mas senhores do texto. Eles torcem e manipulam o texto de modo a fazê-lo dizer o que eles querem. Temos que nos arrepender quando fazemos isso com a Palavra de Deus. Devemos permitir que a Palavra de Deus nos controle e não controlar a Palavra de Deus.

3.° estágio - Prepare o material para ajudar o pensamento dominante

Há duas coisas que vão ajudar nisto. A primeira é negativa e a segunda positiva. Em primeiro lugar, seja impiedoso em rejeitar o que é irrelevante. O que temos diante de nós até agora é uma porção de idéias que, sem pensar, nós escrevemos e aqueles pensamentos dominantes que já deixamos bem claros. Temos agora que colocar em ordem todo esse material de modo que ele se subordine e siga o pensamento dominante.

Muitos de nós achamos essa tarefa muito difícil. Talvez tenhamos idéias cintilantes, talvez tivemos pensamentos abençoados que anotamos no papel e queremos arrastá-los para o sermão de qualquer maneira. Não o faça! Tenha a coragem de deixá-los de lado. Eles se tornarão úteis em alguma outra ocasião. Mas se eles agora não servem ao pensamento dominante, deixe-os fora. Isso exige grande determinação mental. Em segundo lugar, devemos subordinar o material de modo que ele sirva ao tema.Isso me leva a dizer algo sobre estrutura, palavras e ilustrações.

Todo sermão tem que ter uma estrutura. Muitos pregadores, é claro, têm três pontos. É possível ter apenas dois, ou quatro, ou até mesmo 5, como acontece comigo agora. Mas é impressionante a frequência com que nós voltamos aos três pontos. Há uma condição que é essencial para uma boa estrutura: Ela deve ser natural e não artificial.

Alguns de vocês já devem ter ouvido falar de Alexander Maclaren. Foi um grande pastor batista na lnglaterra, no século passado. Algumas de suas exposições da Bíblia ainda são impressas hoje. Ele era especialista nesta estrutura natural. Os amigos costumavam dizer que ele guardava algo em seu bolso. Era um pequeno martelo dourado. Com esse martelo dourado ele batia sobre o texto. À medida que ele batia sobre o texto, esse se abria nas suas divisões naturais. É disto que todos nós precisamos: de um martelinho dourado.

Mudando a metáfora, as divisões do texto têm que se abrir como as pétalas de uma rosa abrindo-se ao sol. É importante que dividamos a Palavra de Deus naturalmente, não impondo uma estrutura artificial sobre o texto.

As palavras também são extremamente importantes. Todos percebemos isso quando temos que mandar um telegrama. Temos apenas 12 ou 15 palavras e passamos muito tempo preparando a nossa mensagem de modo que nossas palavras não sejam mal entendidas.

Cremos que Deus Se deu ao mesmo trabalho. Creio na inspiração verbal da Bíblia, ou seja, que a inspiração se estendeu às mesmas palavras que Deus escreveu. Se as palavras foram tão importantes para Deus, tem que ser importantes para nós.

Não estou sugerindo aqui que leiamos os nossos sermões. Creio, porém, que é uma boa disciplina na nossa preparação, que escolhamos bem as palavras que vamos usar para expressar os nossos pensamentos. Além de exatas, as palavras têm que ser simples. Não tem sentido falar como se tivéssemos engolido um dicionário.

Sejamos simples no nosso palavreado e também vívidos, de modo que as palavras transmitam uma imagem mental às pessoas que estão ouvindo. Quero particularmente exortar os pregadores mais jovens a levarem bastante tempo escrevendo e preparando o sermão. Só depois de termos feito isso durante 5 ou 10 anos é que vamos aprender a colocar os nossos pensamentos em palavras claras.

Agora, as ilustrações. Eu sei que uma das minhas fraquezas na área da pregação é que não uso ilustrações suficientes. A mesma coisa acontece com meus livros. Depois que um dos meus livros havia sido publicado, um amigo me escreveu profundamente crítico quanto àquela obra contendo tão poucas ilustrações: "Seu livro é como uma casa sem janelas; é como um bolo sem frutas".

Achei que as observações do meu amigo foram muito rudes, mas, infelizmente, elas eram bem exatas. Por isso todos nós precisamos de ilustrações. Qual o propósito de uma ilustração? É tornar concreto o que é abstrato.

Alguns minutos atrás eu escrevia sobre meditação. "Meditação" é uma palavra abstrata. Muitas pessoas nem sabem o que é meditação, de modo que eu tentei torná-la uma palavra concreta. Eu lhes dei quatro imagens sob forma de palavras. Devemos ruminar o texto, como uma vaca rumina o capim. Penetrá-lo, como um beija-flor penetra a flor. Preocuparmo-nos com ele como o cachorro se preocupa com seu osso.

Passamos da vaca para o beija-flor, do beija-flor para a criança, da criança para o cachorro. Cada uma dessas coisas era uma imagem em sua mente. Eu usei essas ilustrações deliberadamente, a fim de transformar o que era abstrato em algo concreto.

Há um provérbio oriental que explica isso: "eloqüente é aquele que consegue transformar o ouvido em olho, de modo que os seus ouvidos possam ver aquilo que ele fala". Portanto, temos que usar a nossa imaginação, para que as pessoas vejam o nosso pensamento.
Data: 14/12/2009 10:17:51
Fonte: www.creio.com.br

sábado, 12 de dezembro de 2009

VAMOS CANTAR...ESTÁ CHEGANDO O NATAL!

VAMOS CANTAR...ESTÁ CHEGANDO O NATAL!


O Natal é uma das datas mais esperadas. Não só pelos presentes que recebemos (quando alguém se lembra de nós), mas também pelas coisas que podemos dar.
O Natal é o dia do nascimento de alguém. Oh! Que alegria o seu natal! é o que cantamos dominicalmente. Quando alguém nasce recebe presentes, e os pais dão lembranças aos que visitam o bebê.
O Natal nos lembra Jesus. O Natal não deve lembrar apenas presentes, mesa farta e encontro de familiares, roupa nova para estar na igreja. O Natal deve nos lembrar Jesus. Para o crente todo dia é dia de lembrar Jesus.
Jesus, Deus que se fez menino para vir habitar conosco.
O Natal de Jesus se deu em uma pequena vila chamada Belém Efrata, pequena entre as milhares de Judá (Mq 5.2).


1) LUGAR PARA CRISTO.

Não havia lugar de luxo para deixarem Jesus nascer. A hospedaria estava lotada; havia apenas um presépio que poderia ser alugado com algum desconto. Quis Deus que Jesus já começasse sem ter onde reclinar a cabeça. O lugar do seu nascimento foi em um presépio, que o dicionário diz ser ‘lugar onde se recolhe o gado; curral; estábulo’. Local naturalmente aromatizado.
Não havia lugar adequado para nascer o menino; Maria transformou o presépio, naturalmente aromatizado, no melhor lugar para por o menino. Maria, delicadamente, envolveu-o em panos, e deitou o seu bebezinho no ‘tabuleiro em que se põe comida aos animais no estábulo’ (Manjedoura). (Lc 2.1-7). (A IGREJA CANTA 31 CC (1,2))




2) CRISTO EM BELÉM
PASTORES TAMBÉM

Naquela mesma região havia pastores que estavam no campo, à noite, tomando conta do rebanho (Lc 2.8). Não sabemos quantos eram. Não sabemos sobre o que conversavam, se faziam revezamento durante a noite, se jogavam paciência ou não para passar a noite, até que chegasse o dia.
Sabemos que, alta noite, Luz celeste do Senhor, os cercou com resplendores. Os pastores ficaram apavorados. Talvez se fossem nós hoje, que vivemos apavorados diante de tanta criminalidade, faríamos uso do famoso pernas para que te quero?!.
Mas o anjo do Senhor diz a eles: Não temais (‘Acalmem-se, acalmem-se, respirem fundo...’). Estou trazendo boas notícias, notícias de alegria. É que hoje, na cidade de Davi, vos nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor (Lc 2.10,11). (A IGREJA CANTA 32 CC (1,2)).

3) NATAL

De repente muda o cenário, não se trata de um anjo apenas, mas uma grande multidão do exército celestial apareceu junto ao anjo, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens a quem ele ama (v.13,14).
Todo o temor se dissipou, os corações voltaram à calma. A harmonia do canto angelical traduziu em novas cores aquele novo cenário. (A IGREJA CANTA 27 CC).

4) NASCEU O REDENTOR

Os anjos tendo cumprido a missão se retiraram. Os pastores reflexivos ainda, se confabulam, fazem uma rápida assembléia extraordinária e decidem: Vamos já até Belém para ver isso que aconteceu e que o Senhor nos revelou (v.15). Havia tanta pressa, e todos queriam participar daquele momento de proclamação, que fico imaginando: o que eles fizeram com o rebanho? (Se fossem todos irmãos, certamente deixariam o caçula para cuidar dos lobos!).
Quando eles chegaram ao local, viram que os anjos lhes contaram toda a verdade, todos os fatos puderam ser comprovados: Nasceu o Redentor. (A IGREJA CANTA 28 CC).

5) NOITE DE PAZ

Quando os pastores entraram, viram o bebê no seu bercinho, e de tão alegres e eufóricos que estavam, começaram a falar todos ao mesmo tempo. Maria coloca o indicador nos lábios e em gestos e sons suaves lhes diz: ‘Falem baixinho, o bebê dorme!’. É noite de paz. Em uma noite de paz nós ouvimos até os grilos que cantam suas suaves canções. A cantoria da sapaiada parecem cantigas de ninar. É Maria nos dizendo: falem baixinho, o bebê dorme! (A IGREJA CANTA SUAVEMENTE 30 CC).

6) LUGAR PARA CRISTO

Por que veio Jesus? Por que veio de modo tão simples? A sua vinda foi simples, a sua vida também. Jesus deixou o seu reino de luz, e baixou a este mundo tão vil.
A respeito de Maria, Lucas escreve que ela via tudo, ouvia a todos, mas guardava todas essas coisas, meditando sobre elas no coração (v.19, 51b); assim foi com os pastores e com os doutores. Maria estava cuidando do Salvador do mundo.
Jesus veio para revelar-nos amor (Jo 3.16). Jesus nasceu para morrer em favor de todos os crentes. Mas Jesus continua o mesmo ontem, hoje e sempre. Ele convida as pessoas nos seguintes termos: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e meu fardo é leve".
Jesus ainda quer achar lugar; para todos que disserem: “Em minha alma há lugar; ó vem já!”, Jesus dirá: “Um lugar Te darei Eu nos céus”. (A IGREJA CANTA 31 CC (3,4)).
Que assim seja: que Cristo encontre nestes dias muitos corações para nascer.

PR. Eli da Rocha Silva
Igreja Batista em Jardim Helena – S Paulo - SP

sábado, 28 de novembro de 2009

AS MARCAS DA CARREIRA CRISTÃ

AS MARCAS DA CARREIRA CRISTÃ

GÁLATAS 6.11-17


Na indústria e comércio a marca é tudo. Algumas empresas, mesmo que deixem de operar, conservam a marca para futura negociação. Não se pode abandonar uma marca imediatamente, é preciso fazer uma transição. Novamente: a marca é tudo. Uma boa marca simboliza respeito; a ruim gozação.
Nós também somos levados pelas marcas; lamentamos quando, por razões financeiras e contenção de gastos, por desemprego, temos que abandonar as boas marcas. Pode ser muito grave deixar de comprar o remédio de marca trocando-o por um genérico.
Paulo quis falar de outro tipo de marca aos gálatas; ele falou das marcas que autenticavam o seu apostolado. Não de uma marca que se leva na memória, em canudo (diploma), em referências pessoais, mas no corpo.
O apóstolo parte para o confronto. Parece que ele não tinha nada a perder! Não tinha mesmo, pois ‘o morrer é lucro’ (Fp 1.21). O apóstolo tomou a cruz de Cristo como sua e não fazia questão nenhuma de ‘descer’ da cruz.
A carta aos gálatas teve momentos de acidez; Paulo ‘pegou’ pesado contra os judaizantes, contra os circuncidadores de crentes.
Paulo propõe para si mesmo alguns motivos que marcam a sua profissão de fé.


I - GLORIAR-SE NA CRUZ COMO MARCA DA CARREIRA CRISTÃ (v.14)

1. Fazer um prosélito devia ser motivo de aplausos, de ufanização (gloriar-se). Os fariseus queriam que os gentios fossem circuncidados (At 15.1-5). A circuncisão era uma cirurgia (sem anestesia!) como a cirurgia de fimose.
2. Ser judaizante era a prática de convencer alguém a aderir ao judaísmo, ou apelar à circuncisão para ser salvo.
3. No passado, quando ganhávamos alguém para Cristo, havia um grupo que perguntava ao novo crente se ele foi batizado com o Espírito Santo (com o sinal de falar em línguas estranhas). Coitados dos crentes anteriores aos pentecostalizadores, morreram todos sem o batismo no Espírito Santo!
4. Havia da parte dos proselitistas da galácia um tipo de ostentação (v.12). Possivelmente se achavam melhores que os demais; eram filhos de Abrão, eram todos do pacto.
5. Sendo a circuncisão a forma de ser salvo (At 15.1), o circuncidado deve viver sob a Lei. Mas os próprios circuncidados, que se tornaram circuncidadores não guardavam a Lei de Moisés (v.13).
6. Paulo, que foi cincuncidado ao oitavo dia (Fp 3.5) não tinha por que gloriar-se nisso. Ele mesmo diz: “Longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo” (v.14).
7. Qualquer motivo de alegria, de jubilo e de satisfação seria apenas no caso de vivenciar a cruz de Cristo; vivenciar nele mesmo, Paulo, e através daqueles que fossem alcançados pela mensagem da cruz.
8. Hoje muito pouco se fala da cruz. O assunto principal são quantos apartamentos, carros, dinheiro o indivíduo conseguiu. Há uma pregação de prosperidade sem a cruz. Trata-se da prosperidade apenas para este mundo. Caiu no esquecimento a pergunta da parábola dita por Jesus: “Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado para quem será?” (Lc 12.20).


II - O SER NOVA CRIATURA COMO INÍCIO E MARCA DA CARREIRA CRISTÃ (v.15)

1. Paulo quer ensinar que a circuncisão cumpriu o seu tempo, teve o seu valor, foi um sinal entre Deus e o seu povo, mas, cumpriu o seu tempo (Gl 5.1-5).
2. O ensino é que em Cristo ter sido circuncidado ou não é de pouca importância (Gl 5.6). Em Cristo foi inaugurado um novo tempo.
3. A marca do novo tempo é ser nova criatura. No novo tempo não há a obrigação de se fazer isto ou aquilo. O novo tempo não é marcado com rituais estabelecidos pela Lei.
4. Quem está em Cristo é nova criatura (2 Co 5.17), assim, Nele ficam abolidos sinais do antigo pacto (circuncisão e sacrifícios).
5. Se a circuncisão fazia um judeu (judaizava); ser nova criatura faz um crente. O novo criado é incluído no corpo de Cristo. Não mais o Israel antigo, cheio de alianças, faça e não faça; agora, o Israel de Deus, composto de judeu e de gentios.
6. A sentença para o novo ser criado é: “As coisas velhas já passaram”. Ficaram para trás os rituais, os cabritos e o sangue derramado no propiciatório. A boa notícia é: “Eis que tudo se fez novo”.
7. A nova criatura não se efetiva pela troca do rosto ou do nome, mas da renovação da nossa mente e da formação de Cristo em nós (Matthew Henry). A nova criatura não muda de endereço, não quebra seus cartões (aprende a usá-los), não despreza os amigos antigos (vê neles a razão do seu trabalho), não troca de matrimônio (faz renovação de pacto).
8. A nova criatura se efetiva na prática de valores novos: bebia (não bebe mais); vivia da prostituição (não vive mais); era cambalacheiro (passa a ter credibilidade); não queriam vê-lo nem pintado de ouro, agora é aceito como barro mesmo, coisa que todos nós somos.



III - LEVAR NO CORPO AS MARCAS DE JESUS COMO MARCA DA CARREIRA CRISTÃ (v.17).

1. É melhor encerrar a carta: “Quanto ao mais, ninguém me moleste”; “De agora em diante”. Não me causem mais problemas. Paulo precisou escrever a carta para combater os judaizantes porque os crentes se deixaram enrolar, e certamente, isso lhe trouxe alguns dissabores.
2. Para os judaizantes, acostumados com marcas externas, o apóstolo poderia mostrar algumas; ele trazia no corpo as marcas de Jesus.
3. Quando Paulo diz não me moleste, ele não está pedindo clemência, não está ‘amarelando’, está apenas dizendo que as marcas que traz no corpo são mais que suficientes para autenticar o seu apostolado.
4. Trazer no corpo as marcas de Jesus não o fazia maior ou melhor que qualquer apóstolo, mas o qualificava para continuar sofrendo pelo seu Salvador.
5. Para quem quer sinais, nada melhor que os sinais da carreira cristã. Mas os sinais, as marcas que Paulo e outros apóstolos levaram sobre si é o que menos queremos.
6. O evangelho atual (pregado por muitos) não fala de marcas, e sim de facilidades. Eu mesmo já incorri em erro, ao pensar que elegendo evangélicos em todas as esferas políticas, o país melhoraria, a corrupção acabaria. Eu estava pensando em facilidades!
7. Paulo não buscava facilidades, ele buscava oportunidades; muitas vezes as oportunidades vêm carregadas de dificuldades (estou fazendo referência ao testemunho cristão).


CONCLUSÃO

A carreira cristã tem sido de tiro curto para muitos, não dura mais que a primeira dificuldade. Não significa que a semente do evangelho não nasceu, é que há muitas pedras no caminho.
Que o evangelho continue sendo a razão de ser e menos a de ter. Como disse Paulo: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1 Cor 15.19).
Que Deus nos abençoe na compreensão das realidades espirituais, num mundo que se dirige apenas pelas questões materiais.
Amém.

PR. Eli da Rocha Silva – 29/11/2009
Igreja Batista em Jardim Helena

terça-feira, 10 de novembro de 2009

QUANDO NOS RESTA APENAS ESPERAR

QUANDO NOS RESTA APENAS ESPERAR

DANIEL 6.1-28


I – DE CATIVO A UMA POSIÇÃO IMPORTANTE NO REINO PERSA

1. Daniel chegou à posição importante na condução dos negócios do reino de Dario (v.2). Daniel foi colocado como um dos três presidentes.
2. Havia em Daniel ‘um espírito excelente’, o que fez com que se destacasse dos demais (v.3).
3. Daniel era fiel e homem sem culpa ou erro (v.4). Não havia como alguém acusá-lo de qualquer deslize ou de infidelidade nas coisas que era responsável.
4. A fidelidade a Deus levou Daniel a ser fiel também com as coisas dos homens, deste mundo.

II – A FIDELIDADE DO SERVO DE DEUS QUE SE DESTACA PODE LHE TRAZER DIFICULDADES TEMPORAIS.

1. Dario intencionava colocar Daniel na posição de primeiro-ministro (v.3). A intenção do rei não foi vista com bons olhos pelos demais (v.4). É bom lembrarmos que Daniel era um estrangeiro na Babilônia (1.1-7).
2. Como os homens do mal não viam do que acusar Daniel, persuadiram o rei, a estabelecer um decreto que, apenas a ele as pessoas poderiam recorrer no espaço de trinta dias (v.7); qualquer que desobedecesse o decreto real deveria ser lançado na cova dos leões.
3. Daniel tinha compromisso de oração com Deus, o que foi usado pelos homens do mal contra ele (v.5). Mas nada mudou a rotina daquele homem de oração (v.10).
4. Como não mudou a sua rotina, Daniel quebrou o decreto real e foi acusado diante do rei Dario (v.11-13).
5. Daniel estava em dificuldades; o decreto real não podia ser revogado (v.8). O rei não teria como favorecer ou ajudar Daniel, embora tentou fazê-lo (v.14). Os homens do mal não saiam da ‘cola’ do rei (v.15).
6. O rei Dario, penalizado, manda prender Daniel, mas antes que ele fosse jogado na cova dos leões, o próprio rei lhe diz: “O teu Deus, a quem tu continuamente serves, que ele te livre” (v.16). Não foi da parte do rei um lavar das mãos como fez Pilatos, mas um desejo sincero do seu coração.


III – QUANDO AS COISAS PARECEM DIFÍCEIS SÓ NOS RESTA APENAS ESPERAR

1. O destino de Daniel parecia selado, assim pensavam todos (v.17), menos para o rei, que muito estimava Daniel (v.18).
2. Dario logo de manhã busca a Daniel, na esperança que o seu Deus, o Deus vivo o tenha livrado dos leões (v.19).
3. Do fundo da cova, Daniel saúda o rei (v.21), e lhe disse o modo como Deus operou em seu favor (v.22). No caso de Daniel, por razões e propósitos divinos ele foi poupado.
4. Daniel foi poupado porque crera em Deus. Muitos outros que também creram não foram poupados, por razões e propósitos divinos (Hb 11).
5. Os acusadores de Daniel pagaram o preço da inveja e da maledicência, tomaram do próprio remédio (v.24).
6. Deus transformou uma situação má em bem, e o seu Nome foi divulgado em todo o Império (v.25-27). A fidelidade de Daniel a Deus fez com que prosperasse até o próximo reinado (v.28)


CONCLUSÃO


Daniel entendeu que nada podia fazer pó si mesmo; ele sabia que não havia nada a fazer, a não ser esperar.
Daniel esperou e Deus agiu em sua vida segundo os Seus propósitos.
Deus também quer agir em nossas vidas, mas sempre, de acordo com os Seus propósitos.
Mantenhamos a nossa fidelidade. Fidelidade foi a marca na vida de Daniel.
Amém.

PR. Eli da Rocha Silva

(Res. Irmã Dusolina – 10/11/2009)

sábado, 7 de novembro de 2009

NOVAMENTE – REFLETIR E PARTICIPAR

NOVAMENTE – REFLETIR E PARTICIPAR

1 CORÍNTIOS 11. 23-34

A noite da Ceia do Senhor sempre abrirá um espaço para a reflexão.

I – A REFLEXÃO COMO UMA HISTÓRIA A SER CONTADA (V.23-25)

1. Paulo repassa aos crentes coríntios o que ele mesmo havia aprendido com o Senhor (v.23). Mesmo tendo aprendido com o Senhor, como o apóstolo diz, na verdade os fatos que ele passará a enumerar eram sobejamente conhecidos. Já havia, pelo menos, 20 anos passados da morte e ressurreição do Senhor.
2. O ponto de referência para se falar da Ceia foi a noite da traição do Senhor. Na última Ceia estavam juntos o traidor e o traído: “Mas eis que a mão do que me trai está comigo à mesa” (Lucas 22:21) – disse Jesus.
3. A Ceia e traição (entrega do Senhor) aconteceram na Quinta-feira. Tudo deveria terminar em comunhão, congraçamento. Era Páscoa, os judeus lembravam o livramento de Deus quando ainda no Egito. Mas, Jesus e Judas sabiam: aquela noite seria noite de trairagem.
4. A história segue a sua cronologia: primeiro o pão, depois, o cálice (MT 26.26,27). Mas a participação não é feita de qualquer jeito, de qualquer maneira. Não se pode tomar dos elementos sem antes dar graças (1 Co 11.24,25 – Lc 22.17,19). Há mais que motivos para ser dar graças. É possível que alguém já não entenda a Ceia por que já não entende o que é ser cristão; esse na verdade, não passa apenas de um comensal.
5. Jesus pede aos seus amigos algo que gostamos em relação aos nossos amigos; em outras palavras seria: Não se esqueçam de mim. Para não cair no esquecimento o pedido do Senhor da Ceia, Lucas e Paulo deixam a expressão registrada.

II – A REFLEXÃO SOBRE A RAZÃO DE TOMAR DOS ELEMENTOS (V.26)

1. A Ceia do Senhor trazia pontos de reflexão. O discípulo deve pensar no que está fazendo ao participar. A reflexão não cai em coisas menores tais como, a origem do trigo que fez o pão ou há quanto tempo está armazenado o vinho. No nosso caso, se o pão é Pullman ou Panco, se o vinho (suco de uva) Salton ou Uvete.
2. A reflexão deve levar o participante até os pés da cruz, pois nela estava o pão e dela descia o vinho: o corpo e o sangue de Jesus. Qualquer pensamento fora disso mostrará que o discípulo já não consegue ter na memória a razão do sacrifício do seu Mestre.
3. Nós que não temos o dom de evangelista devemos ficar mais que felizes em podermos participar da Ceia; a Ceia é anunciação. Quando participamos evangelizamos, somos mensageiros (kataggellete) do que Cristo fez por nós.
4. Se alguns entre nós já têm esquecido o que Cristo fez, não nos custa lembrar: Ele morreu para remissão dos nossos pecados. A sua morte foi sacrificial (isto é, teve um real significado) e vicária (isto é, fez em nosso lugar).
5. Quem já havia esquecido, lembrado está; estando bem, pode participar.


III – A REFLEXÃO COMO FATOR DE IMPEDIMENTO PARA QUEM NÃO SABE O QUE FAZ

1. Jesus nos ensinou os pormenores da Ceia; Paulo nos lembra a história da Ceia. Ele nos fez entender cada elemento representativo do seu corpo. Nos pormenores, entendemos que aqueles que participam do corpo na ceia, participam porque já foram alcançados pelo pão que veio do céu; nas lembranças, a obrigação de sabermos por que lançamos mão dos elementos.
2. Jesus toma o pão e o cálice, o seu próprio corpo e sangue que são dados em favor dos discípulos (1 Co 11.24). Os discípulos foram aqueles, somos nós, e serão outros amanhã.
3. Há uma implicação grave em torno da participação. Paulo fala a respeito de se tomar dos elementos indignamente (anaxios). Indignidade sentiu o filho pródigo ao refletir a respeito de si mesmo: “Já não sou digno – oukéti eimì áxios” (Lc 15.19.
4. A implicação de se participar indignamente, sem discernir o corpo: “Será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor (v.27); come e bebe para sua própria condenação (v.29)”.
5. A igreja reunida se rende a um momento de celebração. A comunhão não se dá tão-somente por se estar junto, mas por esperar uns pelos outros (v.33).
6. Quando falamos igreja, estamos nos referindo àqueles que são do corpo, que são de Cristo, que têm o mesmo DNA espiritual. Nesse aspecto a Ceia é excludente. Mas a Ceia, por ser proclamadora, chama todos a uma inclusão no corpo de Cristo.

CONCLUSÃO
Que a igreja possa entender, e discernir cada ato da ceia do Senhor.
Que possamos participar com entendimento.

Pr. Eli da Rocha Silva
IBJH 08/11/2009

sábado, 31 de outubro de 2009

POR QUE DEVEMOS VIVER A VIDA CRISTÃ COM OBJETIVIDADE

POR QUE DEVEMOS VIVER A VIDA CRISTÃ COM OBJETIVIDADE

2ª TIMÓTEO 1.12


Será que devemos aprender como se vive a vida cristã ou já chegamos ao máximo que alguém possa chegar? Há ainda alguma coisa que devemos aprender? Será possível que alguém seja cristão, mas não saiba por que e para que entrou nessa?
É preciso que saibamos por que vamos à igreja, por que nos tornamos membros nela, por que contribuímos financeiramente com ela e o que aspiramos. Paulo nos ensina que a vida cristã não é um exercício de alienação.
Paulo ensina e encoraja Timóteo a viver a vida cristã e a exercer o ministério para o qual foi chamado. Paulo nos ensina como viver a vida cristã com objetividade.

I - VIVER A VIDA CRISTÃ COM OBJETIVIDADE NÃO NOS DEIXA ENVERGONHAR DO EVANGELHO NEM ENVERGONHÁ-LO

“Sofro, mas não me envergonho”

1. Podemos pinçar do texto esta primeira expressão de Paulo, como uma situação possível na vida de qualquer cristão. Observem que ele não diz ‘sofro e gosto’. Paulo não era masoquista; havia uma razão no seu sofrimento.
2. Ele diz a Timóteo o que Deus fez para que cristãos como ele pudessem suportar o sofrimento: “Porque Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (1.7). Vamos dizer assim: Por termos o Espírito não temos um espírito que tem medo, pelo contrário, o Espírito capacitou o nosso espírito com o seu poder (Atos 1.8). Complementarmente à coragem, o amor e a moderação.
3. Talvez Paulo estivesse querendo dizer que quando agimos com um espírito corajoso e resoluto ele não deve perder a afeição e a benevolência que é sempre em favor de outros, mas, sobretudo, amor ao evangelho; também, cheio de autodisciplina, controle das emoções.
4. Paulo apela ao seu discípulo Timóteo que também não se envergonhe do testemunho (do martírio) do Senhor, com o qual ele precisava se empenhar (“ser-me-eis testemunhas”), e nem dele, Paulo, prisioneiro de Jesus.
5. Paulo não queria ver aquele jovem crente cabisbaixo, estigmatizado por estar associado a um preso, embora por uma causa nobilíssima, o evangelho.
6. Parece que ouço Paulo gritar: “Pelo contrário, participa comigo dos sofrimentos do evangelho segundo o poder de Deus” (v.8). Continuo imaginando Paulo, agora mudando o tom da sua voz: “Ele nos salvou e nos chamou com uma santa vocação,...” (v.9-11).
7. Paulo é direto, sem meias palavras, ao dirigir-se a Timóteo e a todos que querem viver a vida cristã com objetividade: “Por essa razão sofro também essas coisas, mas não me envergonho” (v.12a).

II - VIVER A VIDA CRISTÃ COM OBJETIVIDADE NÃO NOS DEIXA INSEGUROS QUANTO À FÉ

“Eu sei em quem tenho crido”

1. Diferente de muitos, que apenas seguem a onda; que estão sem saber por que, que são sem saber se de fato são, Paulo reafirma a sua certeza, a sua firmeza de fé: “Eu sei em quem tenho crido”. Aconteça o que acontecer ‘eu sei em quem tenho crido’.
2. Em minhas palavras falo Paulo: “Timóteo e demais crentes, estou tranqüilo, não serei movido um centímetro das minhas convicções; eu não tenho dúvidas a respeito Daquele a quem direciono a minha fé; a minha convicção, a minha fé está alicerçada em bases sólidas, não pendem para qualquer coisa, mesmo que aparente piedade e visão angelical”. Muitos têm mudado tão facilmente as suas convicções.
3. Muitos têm levado a vida cristã, tão sem objetividade, que já não conseguem cantar a fidelidade do Senhor: “A Ti, ó Deus, fiel e bom Senhor” já não diz mais nada.
4. Outros estão tão distantes, que já perderam a ideia do que o Espírito Santo é capaz de fazer, por isso já não se encantam quando cantam: “A Ti, ó Deus, real Consolador, Divino fogo santificador. Que nos anima e nos acende o amor, Aleluia! Aleluia!”.
5. Aqueles que já não crêem como a princípio creram, que já se esqueceram dos atributos de Deus, tais como Onipotência, Onipresença e Providência, é impossível que se cante: “A Ti, Deus trino, poderoso Deus, Que estás presente sempre junto aos teus; A ministrar as bênçãos lá dos céus, Aleluia! Aleluia!” (Aliás, o hino 1 do CC é um compêndio teológico). Em uma época como a de hoje, onde se cantam tanta ‘droga’, seria bom voltarmos aos livros teológicos cantados (hinários).
6. Para nós todos Paulo grita a plenos pulmões: “Eu sei em quem tenho crido”.



III - VIVER A VIDA CRISTÃ COM OBJETIVIDADE NOS DEIXA SEGUROS QUANTO AO FUTURO

“Ele é poderoso para guardar o meu tesouro até aquele dia”

1. Paulo aqui está aludindo ao seu fiel depositário; Àquele que de modo algum perderá o controle sobre algo que lhe fora confiado. Ele o chama de poderoso.
2. O termo grego para poderoso é dunatós. Os hebreus quando se referiam a Deus como Todo-Poderoso, usavam El Shaddai, pois foi assim que Deus se apresentou a Abrão (Gn 17.1).
3. Estas duas palavras expressam que Deus é Todo-Suficiente e Onipotente. O conceito de Toda-suficiência e Onipotência de Deus é reforçado em João 10.29: “E ninguém pode arrancá-las da mão de meu Pai”.
4. O que Paulo tinha em confiança com Deus era o seu ‘tesouro’. O que seria o tesouro de Paulo? Era um conjunto de coisas: sua própria vida, a sua fé, o seu galardão, o seu ministério, o seu chamado e o próprio evangelho.
5. Sendo Deus o fiel depositário, o bem em custódia, será ‘devolvido’, entregue ao seu dono no dia aprazado. Qual o tempo determinado para a custódia? “Até aquele dia”.


CONCLUSÃO

Para o apóstolo Paulo a vida cristã deve ser vivida com objetividade, seja ela tranqüila ou cheia de sobressaltos.
Por saber em Quem cria, o apóstolo não pediu a Deus que mudasse um vírgula da sua história de sofrimentos por causa do evangelho.
Que Deus nos encha dessa mesma firmeza!

PR. Eli da Rocha Silva 01/11/2009
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – São Paulo - SP

domingo, 25 de outubro de 2009

OPERAÇÃO RADICAL

OPERAÇÃO RADICAL

ATOS 2.37,38

INTRODUÇÃO

Podemos chamar de operação radical, a retirada de tudo aquilo que atrapalha a saúde de alguém. A princípio, a operação radical é sugerida por quem dá o diagnóstico. Encarar ou não a operação depende somente do diagnosticado. A operação radical, no caso uma cirurgia, mudará o futuro daquele à qual submetido.
Portanto, a ideia de se tratar algo a partir da raiz visa mesmo uma alteração, uma modificação e um novo direcionamento.
Como evangélicos, precisamos falar de uma operação igualmente radical, chamada conversão. É dito sobre a palavra conversão que ‘é a transformação de uma coisa em outra’. Para os gregos a conversão era a metanoia, que significa a mudança da mente; termo usado por Lucas em Atos 2.38.
Mas, Pedro para arrependei-vos, usa em aramaico a palavra Teshuvah: é uma expressão geralmente traduzida como “arrependimento”, mas significa “retorno”, literalmente. Teshuvah para o judeu significa o retorno para casa. O filho pródigo, tendo retomado a sua consciência decidiu pela sua Teshuvah (Lc 15.17,18). Este é o conceito judaico de Teshuvah - um retorno às raízes, ao seu mais íntimo ser.
Em Joel 2.12,13, e em muitos outros textos do AT temos um chamado ao povo para que retorne (shûb em Hebraico) para Deus, mas é também o verbo clássico da conversão.
Como vimos, a expressão usada por Pedro para arrependimento, que em hebraico é "teshuvah", vem de "shub", que significa "dar meia volta e voltar". O próprio Jesus dizia ao povo: "Teshuvah (Retornem) de seus pecados para Deus, porque é chegado o reino dos céus" (Mat. 4.17). Teshuvah (arrepender-se, retornar é na verdade a restauração de relacionamento. Assim fez o filho pródigo, assim devem fazer todos os pecadores.
Como em toda operação radical, que exige o envolvimento de algumas pessoas, com estratégias e execução, no que se refere à conversão, em nada é diferente. Para que haja mudança no pecador, para que ele seja de fato uma nova criatura, é preciso que Deus substitua o seu coração, transforme a sua mente e o faça reviver.



I – A SUBSTITUIÇÃO DO CORAÇÃO

1. Essa cirurgia é de alto risco; a própria situação do indivíduo já mostra o perigo que se avizinha, é preciso um transplante imediato.
2. Para capítulo 36 de Ezequiel, como subtítulo temos dos versos 16 até 38 o seguinte: Restauração de Israel. No verso 22 o profeta escreve: “Assim diz o Senhor”. Fica muito claro o desejo de Deus em relação ao seu povo: “Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne” (Ezequiel 11.19-21; 36.26).
3. Deus faria uma cirurgia de grandes proporções no peito de Israel: “Tirarei de vós o coração de pedra”. O coração de pedra é sinônimo de insensibilidade, de falta de sentimentos (daí a expressão coração duro!).
4. Todo aquele que vive na prática do pecado tem o seu coração endurecido, seja ele religioso ou não (Ver Marcos 3.1-6).
5. Alguém com o coração endurecido corre o risco de não ouvir o que Deus lhe fala, que Deus o chama: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o coração” (Hb 4.7); e, “Irmãos, cuidado para que nunca se ache em qualquer de vós um coração perverso e incrédulo, que vos desvie do Deus vivo” (Hb 3.12).

II – A TRANSFORMAÇÃO DA MENTE

1. Nunca ouvimos dizer da troca de um cérebro por outro, de uma mente por outra, mas Pedro diz aos seus ouvintes da possibilidade da mente renovada (Atos 2.38). Para um público em paranóia (v.37), Pedro sugeriu a metanóia (v.38). (Paranóia é um termo utilizado por especialistas em saúde metal para descrever desconfiança ou suspeita altamente exagerada ou injustificada).
2. Como já sabemos, Metanóia é uma palavra de origem grega e significa arrependimento, conversão (tanto espiritual, bem como intelectual), mudança de direção e mudança de mente; mudança de atitudes, temperamentos.
3. Embora pareça que por si só o homem seja capaz de decidir mudar, na verdade não é o que ocorre, o que acontece de fato, é que Deus opera no homem que se expõe à Sua Palavra a possibilidade de chegar a crer (“A fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo” Rm 10.17).
4. A conversão, como ato imprescindível, para quem quer escapar do inferno e ir para o céu é explicado (pelo menos se tenta!) pelos teólogos da seguinte forma: “Há dois lados da compreensão da conversão, o ato livre e soberano da misericórdia divina e a decisão humana consciente de voltar-se para Deus, o que vai além da contrição e tristeza” (DITAT pag. 1533).
5. Paulo diz aos leitores de Éfeso que o homem é salvo pela graça, mediante a fé, e que nada procede dele mesmo, mas que tudo é dom de Deus (Ef 2.8).
6. Ao pecador só resta uma coisa a fazer: crer. É difícil crer? Deixe que o Espírito Santo trabalhe a crença em você. É dito que o único momento que o Espírito age no incrédulo é para convencê-lo que é pecador (João 16.8); convencido que é pecador, o próximo passo é arrepender-se e em seguida crer em Cristo para a salvação.



III – A RESTAURAÇÃO DA VIDA (EF. 2.1-7)

1. Para completar o processo, ou pelo menos a reflexão, vamos abordar o que Paulo escreve aos efésios: “1.Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, 2. nos quais outrora andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos de desobediência, 3. entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. 4. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, 5. estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), 6. e nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas regiões celestes em Cristo Jesus, 7. para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco em Cristo Jesus” (Ef 2.1-7).
2. A ação de Deus no pecador é admirável. Primeiro Ele agiu como Supremo médico cardiologista: transplantou um coração de carne no lugar do de pedra; Segundo Ele agiu como Supremo médico neurologista: fez uma intervenção na nossa mente (mudou a nossa mente); e, Terceiro: Cristo modificou o nosso estado por um processo de ressuscitação, dando-nos a vida eterna: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados” (v.1). (Ver Rm 6.4).
3. Em João 6.63, Jesus diz e João escreve: “O espírito é o que vivifica”. Esteja em foco o espírito do homem ou o Espírito Santo, a verdade é que sem espírito e sem o Espírito não há vida.
4. Em Ezequiel 37.1-10, temos nesse texto a ideia da vivificação, ou o retorno à vida. John Taylor (Com. Ezequiel) diz a respeito do verso 5: “Abrange não somente o fôlego vital do homem, que lhe é dado ao nascer e deixa seu corpo no seu último alento, como também o Espírito de Deus que outorga este fôlego”. Sobre os versos 9 e 10 ele diz: “A obra de reavivamento é de Deus, do começo ao fim. Se o homem pessoalmente desempenha qualquer papel, é somente em obediência à orientação de Deus”.
5. Algo importante e excelente acontece por temos recebido de novo a vida: “Nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus” (v.6); somos colocados em posição de destaque. E aqui, cabe ressaltar, que a posição de destaque está reservada apenas aos que foram vivificados.
6. Aos demais, os não vivificados, está reservada uma expectação horrível de afastamento de Deus, longe das regiões celestiais, caminhando a passos largos para as regiões infernais.


CONCLUSÃO

Deus em Cristo fez em nós a obra completa através de uma operação radical.
Assim concluímos com o que já dissemos:
A ação de Deus no pecador é admirável. Primeiro Ele agiu como Supremo médico cardiologista: transplantou um coração de carne no lugar do de pedra; Segundo Ele agiu como Supremo médico neurologista: fez uma intervenção na nossa mente (mudou a nossa mente); e, Terceiro: Cristo modificou o nosso estado por um processo de ressuscitação, dando-nos a vida eterna.
Amém

25/10/2009 - PR. Eli da Rocha Silva -
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – São Paulo - SP

sábado, 17 de outubro de 2009

É PRECISO INTERPRETAR CORRETAMENTE OS TEMPOS

É PRECISO INTERPRETAR CORRETAMENTE OS TEMPOS

LUCAS 12.54-59


I – OS EXPERTS EM MUDANÇAS DO TEMPO (CONHECIMENTO NATURAL)

1. O lavrador de antigamente seguia, por visualização ou por tradição, os tempos para que pudesse iniciar o seu plantio. Hoje, são usados mapas meteorológicos, índices pluviométricos e de aridez, registro de temperatura, indicação de ventanias e outros (Mesmo assim, muitas vezes as previsões vão por água abaixo).
2. Jesus diz (v.54) aos seus ouvintes que eles tinham a capacidade de entender as mudanças de tempo e clima apenas observando: Uma nuvem vinda do ocidente (Mar Mediterrâneo) era sinal de chuva; talvez estivesse aí o tempo de plantar (Ec 3.2).
3. (v.55) O vento sul, trazia o calor do Neguebe (denominação de uma região desértica que fica no Sul da Palestina, abaixo da linha das cidades de Belém e Hebrom. Este lugar é amplamente árido e seco); talvez fosse o tempo de colher (Ec 3.2).
4. Não há da parte de Jesus nenhuma crítica aos conhecimentos meteorológicos dos seus ouvintes, pelo contrário, Ele acentua o quanto eles são entendidos: “E assim acontece...e assim ocorre).
5. As pessoas são dadas a quererem saber coisas do futuro através da meteorologia (questão de segurança), outros pela astrologia (curiosidade e crendices). Recentemente ouvi algumas irmãs (de outra igreja) conversando, e uma irmã grávida falou de alguém que, através da lua na data da fecundação seria possível saber o sexo do bebê. Dá para acreditar? Vai orar minha irmã!
6. Esse tipo de gente crente é bem possível que Jesus mandaria plantar batatas. Aliás, era o tipo de gente que vivia querendo aprender com o Mestre, vivia querendo aprender, vivia querendo aprender...


II – OS IGNORANTES DO NOVO TEMPO QUE CHEGOU (DESCONHECIMENTO ESPIRITUAL)


1. Jesus que não era de ferro e nem tinha sangue de barata, não aguentou e mudou o tom: “Hipócritas! Vocês sabem interpretar o aspecto da terra e do céu. Como não sabem interpretar o tempo presente?” (v.56). Com certeza Jesus não falou hipócritas como se diz: eu te amo.
2. As multidões ainda não tinham entendido o que estava acontecendo naquele tempo (kairós): ‘A presença de Jesus é o sinal dos tempos, a conclamação urgente de Deus a uma decisão...a maior parte do povo ainda não percebeu o significado de sua presença entre eles’ (Tolbert comenta Lucas, Broadman).
3. Algumas pessoas nem percebem que coisas novas estão acontecendo, que as velhas já passaram. Presas às coisas do passado, alguns crentes ainda não conseguem discernir para as suas vidas o tempo de Deus. Jesus os questiona as multidões: “Como então não sabeis discernir este tempo?”
4. Tolbert (Broadman) comentando Lucas disse: “Este tempo, ou melhor, o tempo presente, é um novo e decisivo período no tratamento de Deus para com o homem. Tempo (kairós) é uma palavra que tem importantes conotações religiosas. Significa, basicamente, o importante momento decisivo, como é determinado por Deus. É um auspicioso momento de oportunidade, porque Deus chama o povo a arrepender-se. Mas é também um momento carregado de possibilidades de perigo e tragédia. O kairós é também um momento passageiro. Hoje Deus se comunica com eles na pessoa de Jesus; amanhã ele já se terá ido, e o kairós terá passado”.
5. O grande perigo em relação ao tempo é a procrastinação. Procrastinar é a mania de deixar para amanhã. Alguém escreveu o seguinte: “Há muitas maneiras de não atingir o sucesso, mas uma das mais seguras será a procrastinação. Quem procrastina está de fato a sabotar-se a si próprio”.
6. Procrastinar, empurrar com a barriga, deixar para amanhã, é o risco que ninguém pode correr quando o assunto é o seu destino eterno.




III – DECIDIR ENQUANTO SE ESTÁ A CAMINHO, POIS AINDA HÁ TEMPO

1. Jesus convida os seus ouvintes a uma reflexão: “E por que não julgais também por vós mesmos o que é justo?” (v.57).
2. Jesus usa outro termo para dizer aos ouvintes que é preciso aproveitar as oportunidades: “Quando, pois, vais com o teu adversário ao magistrado” (v.58) Temos aqui a palavra ‘adversário’, que para muitos intérpretes trata-se da figura do credor e do devedor.
3. A sugestão é que se faça as pazes ainda a caminho dos tribunais; enquanto ainda é tempo. Tolbert diz: “Um devedor inteligente devia fazer toda sorte de esforços para resolver o seu problema, com o homem a quem devia, antes que o caso fosse levado à corte”.
4. Jesus está alertando a todos quanto ao tempo de fazer acertos. O convite, ou a sugestão a todos, é que o momento é de promover a paz com Deus. Paulo disse algo a respeito disso: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1).
5. Aqueles que não aproveitarem o tempo da oportunidade para acertar as contas, se depararão com o Justo Juiz que decretará a sentença. Diz Leon Morris: “Os pecadores não deviam poupar esforço algum para ficarem de bem com Deus. Quando Ele finalmente condena um homem, a penalidade será aplicada até as últimas conseqüências”.
6. A proposta de Jesus é que todos devem livrar-se dos embaraços do pecado e procurar o perdão de Deus.

CONCLUSÃO

É importante que saibamos interpretar os tempos para podermos tomar atitudes enquanto é tempo.
Alguns, por faltar tempo, dizem que se tiver um tempinho pensarão a respeito das coisas de Deus.
É triste dizer que muitos, por não terem dado um tempo, já sem tempo estão para tomar decisão.

PR. Eli da Rocha Silva
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera –S.Paulo - SP

NOVO TEMPO - NOVO TEMPLO

AMADOS IRMÃOS E AMIGOS,
NÓS DA IGREJA BATISTA EM JARDIM HELENA ESTAMOS VIVENDO UM NOVO TEMPO, E ESSE NOVO TEMPO REQUER DE NÓS UM NOVO TEMPLO.
NO DIA O8 DE OUTUBRO FOI ASSINADO O CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE DOIS LOTES ADQUIRIDOS PELA IGREJA (500 M2).
ESPERAMOS QUE MUITO BREVE O NOSSO ENDEREÇO PASSE A SER AV. NAGIB FARAH MALUF (JD. HELENA)PROX. ESTAÇÃO JOSÉ BONIFÁCIO DA CPTM.
PEDIMOS AS ORAÇÕES DE TODOS, POIS DURANTE 35 MESES ESTAREMOS PAGANDO A PARTE FINANCIADA.
LOUVAMOS A DEUS PELAS BÊNÇÃOS CONCEDIDAS.
AMÉM
PR. ELI DA ROCHA SILVA
NOSSO ATUAL ENDEREÇO: RUA ENGº ROMEU BELLUOMINI, 142 - JD. HELENA - CJ. JOSÉ BONIFÁCIO - ITAQUERA

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

TEU CHAMAR NÃO VOU RESISTIR

TEU CHAMAR NÃO VOU RESISTIR
Êxodo 3, 4; Isaías 61-8; Atos 9.1-19

Quando alguém diz que não vai resistir ao chamado está querendo dizer o seguinte: 1) A chamada é irresistível, pois Deus chama definitivamente; assim, atenderá prontamente; 2) Poderá também significar que, mesmo que tente demover Deus de tal intenção, haverá um momento que o chamado cede.


I – MOISÉS E O DIREITO À CONTESTAÇÃO

1. Moisés disse ao próprio Deus da sua incapacidade (Êxodo 3.11). Deus ouviu, respeitou Moisés, mas não abriu mão dele.
2. Em dado momento, Moisés se coloca diante de Deus como alguém que poderia significar perda de tempo e investimento (Êxodo 4.10). Deus novamente insiste com Moisés com argumentos irrefutáveis (v.11,12). Deus propõe a Moisés o que Jesus proporia aos discípulos séculos mais tarde (Lucas 12.11,12). Na verdade, o que foi dito a Moisés valeu para os discípulos e vale para nós também.
3. Moisés estava decidido a não atender o chamado de Deus, e lhe diz: “Ah, Senhor! Peço-te que envies outro que queiras enviar” (4.13). Por cinco vezes Moisés relutou contra Deus e o chamado específico (Êxodo 3.11, 13; 4.1, 10, 13).
4. Mas parece que Moisés extrapolou no seu direito de contestar, e quase Deus ‘perde a paciência’ com ele: “Então a ira do Senhor acendeu-se contra Moisés” (Êxodo 4.14).
5. Mas Deus que é cheio de misericórdia e graça, fez algumas concessões a Moisés (v.14-16). Moisés por fim pode dizer: Teu chamar não vou resistir.

II – ISAÍAS, O ÚLTIMO DA LISTA

1. O próprio Isaías se coloca como o último da lista: “Sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de lábios impuros” (Is. 6.5). Qual igreja cometeria a loucura de chamar alguém assim para servir-lhe? Ainda bem que a igreja não se preocupa com o que fomos antes da conversão!
2. Houve da parte de Isaías coragem em dizer das suas origens; houve da parte de Deus o interesse de qualificá-lo mesmo sabendo das suas origens (v.6,7). A qualificação foi sem anestesia mesmo: “E tocou-me a boca com a brasa”(v.7). Algumas vezes o chamado é feito de forma dolorosa, e em nada diferente é o cumprimento da missão (profeta Jonas).
3. Aqui repito o que já disse em março de 2009: “Alguém devia ser enviado a cumprir uma tarefa. A questão era: A quem enviarei? Tudo era uma questão de disponibilidade, talvez não fosse tanto de capacidade. Podemos ver em Isaías a disponibilidade e a qualificação. Não quero confundir qualificação com experiência e maturidade no exercício da função. A qualificação de Isaías, para mim, está no versículo sete: “A tua culpa foi tirada, e o teu pecado, perdoado” (v.7)”.

III – PAULO, CREDENCIADO PELO SENHOR

1. O chamamento de Paulo é emblemático, é exemplar, é sui generis. Paulo, quando Saulo, era o tipo de gente que todo crente quer distância e muita distância.
2. Quando ainda era Saulo, ele esteve presente no apedrejamento de Estevão “E as testemunhas puseram as suas roupas aos pés de um jovem chamado Saulo” (At 7.58); “E Saulo aprovou a sua morte” (8.1).
3. Saulo era um jovem impetuoso no cumprimento das coisas em que acreditava: “Saulo, porém, assolava a igreja; entrando pelas casas, arrastava homens e mulheres e os colocava na prisão” (8.3).
4. Saulo parecia estar enlouquecido contra os crentes; ele estava decidido a dar um basta, um ponto final ao crescimento da igreja: “Saulo, porém, ainda respirando ameaças de morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote (9.1) e pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso encontrasse alguns do Caminho, tanto homens como mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém (v.2)”.
5. O que Saulo não sabia estava para acontecer: Deus mudaria o escrito da sua história. Vamos imaginar que Saulo já tenha se programado da seguinte forma: ‘Já liquidamos com o tal do Estevão e já coloquei muitos na prisão; agora vou a Damasco, sufoco esse movimento religioso, e estando bem na fita, logo chego a um posto de destaque entre os bons do Império’. Os sonhos do jovem Saulo.
6. Saulo não sabia que seria dirigido, não pelas coisas que pensava serem as melhores, mas pelas que diriam a ele que deveriam ser feitas (v.6). Mas o que houve com Saulo para tão radical mudança? O Caminho apareceu-lhe no caminho para Damasco (v.3-6).
7. Ao encontrar-se com Jesus, os planos e a vida de Saulo mudaram, e o próprio Senhor disse a respeito dele: “Porque ele é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios, reis e israelitas; pois eu lhe mostrarei quanto lhe é necessário sofrer pelo meu nome” (v.15,16).
8. Fico imaginado Saulo (Paulo) dizendo:
a. Dá-me paixão pelas almas, Senhor
b. Quero amar como amas, oh Deus
c. Eu abro mão dos meus sonhos e planos
d. Prá realizar tua vontade em mim.
e. Teu chamar não vou resistir
f. Meu querer é tua vontade cumprir
9. Depois de todas essas coisas Saulo pode dizer, já como Paulo: “Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte” (Fp 1.20). Por Ti, darei minha vida.

CONCLUSÃO

Deus nos chama para a salvação e para o serviço (modo geral).
Mas Deus chama alguns de um modo específico, irresistível e intransferível (Moisés até que tentou!).
Que possamos entender e atender quando Deus nos chamar.
Amém.

PR. Eli da Rocha Silva – 11/10/2009
Igreja Batista em Jardim Helena

domingo, 20 de setembro de 2009

CRISTO VAI HOJE PASSAR

CRISTO VAI HOJE PASSAR

Foram muitas as vezes que Jesus se deparou com alguém que sabia que não iria mais vê-lo; basta apenas que façamos um tour pelos quatro evangelhos para nos certificarmos disso. Para essas pessoas tratava-se de uma oportunidade única.
Podemos dizer que nada mudou em vinte séculos; as pessoas precisam ser informadas que Cristo vai hoje passar.
O hino 245 do Cantor Cristão levanta três questões que devem fazer parte da nossa reflexão diária: 1. Há hoje alguém esperando para Jesus encontrar? 2. Há inda alguém duvidando do seu poder de salvar? Há inda alguém demorando para Jesus aceitar? Para as três questões podemos responder Sim! A nossa proposta é discorrermos sobre alguns casos de pessoas que não deixaram para amanhã.

Primeiro Caso – A cura de um leproso (Lucas 5.12,13).

Para Lucas era apenas um homem anônimo. O que o diferenciava das demais era o fato de ser um leproso (“tomado pela lepra”).
Ao ver Jesus aquele homem compreendeu que estava ali, diante dele, quem poderia torná-lo limpo. Ele humildemente apela à vontade de Jesus (“Se quiseres”). Jesus quis, e o homem ficou limpo.

Segundo Caso – O centurião de Cafarnaum (Lc 7.1-10)

“Tendo ouvido falar de Jesus” (v.3). Quantos não têm ouvido falar de Jesus, mas não fazem disso a diferença!
Não foi assim com aquele centurião (chefe de cem soldados); ao ouvir falar Jesus ele mandou uma comitiva, solicitando que Ele viesse até sua casa para curar o seu servo ‘a quem muito estimava’.
Jesus ficou admirado com a fé do centurião, e concede aquilo que ele pediu (v.9,10).



Terceiro Caso – A filha de Jairo (Lc 8.40-42,49-56)

Jairo estava com a sua única filha, de doze anos, enferma à beira da morte (v.42). Jairo prostrado aos pés de Jesus implora em favor da sua filha, pedindo que Jesus fosse até sua casa (v.41).
Quando Jesus chega à casa de Jairo a menina já estava morta, mas o Senhor pegando-a pela restaurou-lhe a vida (v.54,55).

Quarto Caso – A cura de uma mulher com hemorragia (Lc 8.43-48)

No trajeto até a casa de Jairo (v.42b), uma mulher que há doze anos sofria de uma hemorragia, tocou a borda do manto de Jesus; e a sua hemorragia estancou imediatamente (v.44). A mulher não conseguiu ficar todo o tempo no anonimato; Jesus lhe diz: “Filha, a tua fé te salvou; vai em paz” (v.48).
São usadas em relação à mulher três palavras que refletem tudo o que aconteceu com ela. 1) Ela recorreu a muitas pessoas que não puderam curar (Therapeutênai); 2) Ela depois de tocar em Jesus, declara-lhe que fora curada (iáthe – teve a saúde restaurada); 3) Jesus diz à mulher: “A tua fé te salvou”. Jesus não usa nenhuma palavra relacionada à cura física (Therapeuo, iaomai ou hugies), mas sésokén (salvo) (Certo comentarista disse que a palavra sesoken (da raíz sozo=salvar) tem uma alegre ambigüidade. Pode significar sarado, restaurado e salvo). Ao encontra-se com Jesus a mulher recebeu a cura física e a cura espiritual. Ela não deixou para amanhã.

Quinto Caso – A cura de dez leprosos (Lc 17.11-19)

Caso entendamos que há cura sem salvação e salvação sem cura, isso pode ser visto claramente neste texto. Jesus disse que dez foram os purificados (v.17). Mas apenas a um deles Jesus diz: “A tua fé te salvou (sesoken)” (v.19).

Sexto Caso – O cego de Jericó (Lc 18.35-43)

O cego de Jericó não deixou para amanhã a possibilidade de ser curado. Quando Jesus se aproxima da cidade, o cego, após clamar é trazido até o Senhor. Jesus lhe pergunta o que ele quer que seja feito. O cego quer tornar a ver (v.41). Jesus cura o homem, e este salvo (sesoken), passa a ser um seguidor de Jesus (v.42).

Sétimo Caso – Zaqueu, o publicano (Lc 19.1-10)

Zaqueu, diferente das personagens anteriores, era rico; podia ter um dos melhores planos de saúde em Jericó; mas algo lhe faltava: precisava conhecer Jesus. Ele soube que Jesus estava na cidade; seria hoje ou nunca; amanhã podia ser muito tarde.
Por ser de pequena estatura, Zaqueu corre à frente da multidão e sobe em uma figueira para ver o Mestre passar (v.4). Jesus manda que ele desça da árvore porque que pousar em sua casa (v.5).
Os invejosos de plantão murmuraram, dizendo que Jesus foi ser hóspede de um homem pecador (v.7).
Zaqueu tocado pela presença do seu hóspede, o próprio Jesus, declara diante de todos que a partir daquele encontro estava mudado (v.8).
Jesus, diante de todos, e para tristeza dos invejosos disse: “Hoje, houve salvação (sotería) nesta casa” (v.9). Jesus declara também a missão do Filho do Homem: “Buscar e salvar (sôsai) o perdido” (v.10).

Para terminar:

O leproso, o centurião, Jairo, a mulher com hemorragia, os dez leprosos, o cego de Jericó e Zaqueu não deixaram para amanhã. Essas personagens sabiam que não podiam esperar outra oportunidade. E você vai deixar a sua decisão para quando?
Lembre-se: o Mestre vai hoje passar.

PR. Eli da Rocha Silva
Igreja Batista em Jardim Helena – 20/09/2009

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

AS BEM-AVENTURANÇAS NA VIDA DAQUELE QUE SERVE A DEUS

AS BEM-AVENTURANÇAS NA VIDA DAQUELE QUE SERVE A DEUS


O crente é diferente do incrédulo. Não é um absurdo acreditarmos nesta verdade. Não é diferente por que tenha feito algo para sê-lo; é diferente por que Deus fez nele a diferença.
As bem-aventuranças retratam o perfil daquele que serve a Deus e sabe que deve esperar Nele.


(Mateus 5:3) - Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;

Na sua humildade o crente reconhece a soberania de Deus.
Promessa: “Deles é o reino dos céus”.

(v.4) - Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;

O crente não se conforma com a miséria do mundo, sendo assim, é consolado pelo Senhor. Mas, é muito mais abençoado quando ele aprende a chorar a sua própria miséria.
Promessa: “Serão consolados”.

(v.5) - Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;

A pátria que o crente almeja é bem diferente desta que está tão acostumado. Trata-se de uma pátria que serão cidadãos dela apenas aqueles que conseguem viver a mansidão ainda nesta.
Promessa: “Herdarão a terra”.

(v.6) - Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;

Todos os dias somos sobressaltados por injustiças praticadas, sendo que algumas delas contra nós mesmos. Mas o crente não toma nada a força e nem se iguala aos injustos na busca do direito. Deus satisfará plenamente de justiça aqueles que esperam Nele.
Promessa: “Serão fartos”.

(v.7) - Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;

O crente não deve se fechar diante das necessidades do seu próximo. Ele deve mover o seu coração em favor daqueles que vivem em situação difícil, e alguns, até completa miséria. A maior miséria do homem é o seu próprio pecado.
Promessa: “Alcançarão misericórdia”.

(v.8) - Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;

A vida cristã deve ser o exercício da pureza. Com o crente passa até ser regra principal. Há até um imperativo em relação à vida de pureza: “Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pd 1.16).
Promessa: “Verão a Deus”.

(v.9) - Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;

O crente é pacificador por natureza, porque em Cristo obteve a paz com Deus (Rm 5.1). É inconcebível um crente que ama a guerra. Caso haja um crente assim, é duvidoso que ele mesmo tenha alcançado a paz com Deus.
Promessa: “Serão chamados filhos de Deus”.

(v.10) - Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;

O crente é feliz quando for perseguido por fazer a vontade de Deus.
Promessa: “Deles é o Reino dos céus”

(v.11) - Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.

Ser crente pode representar um “alto custo”. Jesus disse aos discípulos que eles não estariam isentos de sofrerem perseguição por causa Dele. Em recente artigo na revista Ultimato, Ricardo Barbosa escreve: “O chamado de Cristo para sermos seus discípulos, com seu ‘alto custo’, é o único caminho possível para a liberdade. A única opção para a verdadeira humanidade. A única esperança para a nossa sociedade enferma. Se seguir a Cristo exige muito, lembre que não segui-lo vai lhe custar muito mais”.


PR. Eli da Rocha Silva,
Igreja Batista em Jardim Helena 18/09/2009

sábado, 1 de agosto de 2009

O JOVEM É A SENTINELA DO SEU PRÓPRIO CAMINHO

O JOVEM É A SENTINELA DO SEU PRÓPRIO CAMINHO

SALMO 119.9

Quando afirmamos que o jovem é a sentinela do seu próprio caminho, queremos dizer que ele o guardará do modo como bem lhe convier.
Mas, ser jovem (adolescente) significa também, viver a plenitude das incertezas, das incompreensões de si mesmo. Acrescente-se a isso tudo a administração das outras incompreensões.
Aqui, deixo transparecer um pouco do que nós mesmos vivemos em nossa juventude. A nossa juventude passada na igreja na década de 1970 (Parece que foi ontem!). Nós adultos, fomos jovens um dia.
Como jovem que viveu a igreja, e isso desde o rol de berços (No interior do Paraná nem existia isso), aprendi desde cedo que eu deveria ser a sentinela do meu próprio caminho.
Embora a maioria das traduções use a expressão ‘purificará o seu caminho’, estou usando uma versão alternativa que traduz ‘guardará’ para a palavra hebraica zakah (ser claro, puro, limpo) (NIBB). Assim sendo, uso o texto da seguinte forma: “Como o jovem guardará puro o seu caminho?”.

I – O DRAMA JÁ COMEÇA NO ESTABELECER DO PRÓPRIO CAMINHO

1. A juventude é o tempo das definições e indefinições. Foi assim com todos os que passaram por essa fase. Alguns decidiram com mais firmeza o seu próprio caminho; outros viveram incertezas diante das muitas possibilidades e dos diversos conselhos. (Nós adultos gostamos de aconselhar (geralmente para que sejam como nós mesmos)).
2. Desde muito pequenos somos induzidos à escolha dos melhores caminhos. Não raro os pais dizem para os seus pequenos: “Não passe por aí; passe por ali”. São as primeiras escolhas, e elas, por indução.
3. Mas nós crescemos, e os nossos pais já não nos induzem como faziam. Começamos assim, a decidir pelo que julgamos ser o melhor para nós mesmos.
4. Para alegria de todos os jovens, quero dizer que, os pais nunca deixarão de dar um palpite em sua vida. Peça você ou não; queira você ou não. Os pais têm o divino direito de opinar, reclamar, e de indicar um melhor caminho sempre. O filho crescido não perde a qualidade de filho.
5. Digo então para qualquer jovem: deixe os seus pais o seu drama quando for estabelecer o seu próprio caminho. Não faça dos seus pais o inimigo da hora.


II – ESTABELECIDO O CAMINHO, QUEM SE JUNTA A MIM NESSA TRILHA?

1. Caminho ou trilha. O caminho dá maior ideia de amplitude, de largueza, de espaço. Mas, muitas vezes, parece mesmo que estamos na trilha, ou seja, apertados em um trajeto que parece nos levar sozinhos. Engano, nunca se anda sozinho neste mundo. E ainda bem que isso nunca acontecerá.
2. Deixe a sua trilha e corra livre por um caminho amplo, preenchido por aqueles que ajudam a escrever sua história. São eles: Deus, a família, a igreja, a sociedade e o Estado.
3. Na família você chega para fazer a diferença. Antes de você a família era menos alegre. Na família somos dependentes sendo disciplinados para a independência. Quando a Bíblia diz que é preciso ensinar à criança o caminho em que deve andar, está sugerindo que haverá um dia de plena independência. Na verdade somos todos interdependentes.
4. Na igreja aprendemos a ser melhores. A igreja tem a característica de fazer pessoas melhores. Alguém me disse esta semana: ‘Depois que ele passou a frequentar a igreja, melhorou muito’. O jovem crente tem parcela do seu conhecimento, das suas atitudes, das coisas que faz e deixa de fazer moldadas pela sua convivência na igreja. A igreja é formadora de bons cidadãos; e a sociedade agradece.
5. Na sociedade vemos o fruto da família e da igreja. O que o jovem representa na sociedade é o resultado das suas próprias decisões, mas que por não andar sozinho na trilha do caminho, deixou-se moldar por valores da família e da igreja. Embora não o faça, é bom pensarmos: ‘O Estado agradece’
6. O Estado agradece, porque o jovem formado em família, com reforço da igreja, saberá respeitar as suas normas, regras e leis.


III – GUARDANDO PURO O CAMINHO DA JUVENTUDE.

1. Diante de um mundo que oferece tantas opções, não tinha como o salmista não ficar preocupado; o salmista anônimo estava preocupado com a juventude. A família, a igreja e o Estado deixarão de existir com o fim da juventude.
2. Vamos pensar na preocupação do salmista: “Como o jovem guardará puro o seu caminho?”. A preocupação antiga é a mesma de hoje; nós temos a mesma preocupação do salmista. Qual dos pais de hoje não têm preocupação com os seus filhos?
3. A preocupação do salmista era tanto social como religiosa. Mas sabemos que a religiosa falava mais alto nas suas perturbações. O jovem que recebe e pratica a instrução bíblica tem muito mais chance de sobreviver em um mundo perverso e corrompido. Veja o seguinte dado: “A “onda jovem”, fenômeno de crescimento populacional na faixa etária entre 15 e 24 anos detectado pelos demógrafos, tem aspectos preocupantes. Pesquisas indicam o crescimento da violência provocada por jovens que tem como principais vítimas a própria juventude com uma média de 42 mortes por dia. Nunca fomos tão jovens, tão violentos, tão sem emprego e tão sem educação. Nunca, numericamente, o Brasil teve tantos habitantes na faixa etária entre 15 e 24 anos. Nunca tantos jovens ficaram sem acesso a escola e, em conseqüência, a empregos dignos. Com isso, agrava-se uma atmosfera propícia ao aumento da violência, violência esta de que os jovens não apenas são os principais atores, mas as primeiras vítimas”. (Fonte: www.sinpro-rs.org.br).
4. Ainda outro dado: “A ONU estima que 7.400 pessoas sejam infectadas diariamente pela Aids no mundo, 45% delas têm entre 15 e 24 anos.
Um total estimado em 2,7 milhões de pessoas contrai o HIV a cada ano em todo o mundo. São 500.000 jovens infectados diariamente por DSTs (excluindo o HIV). Mais da metade das novas infecções por HIV ocorrem entre jovens dos 15 aos 24 anos” (Fonte:www.abcdaids.com.br).
5. A preocupação do salmista, que são as nossas também, devem continuamente fazer eco em nossas mentes. Mas o próprio salmista oferece a solução para as incertezas do tempo de juventude: “Vivendo de acordo com a tua palavra”. A palavra de Deus jamais deverá cair em desuso na vida de qualquer jovem crente.
6. É menos importante se você usa a Bíblia impressa ou arquivos microprocessados. O que importa mesmo é que o jovem deixe Deus falar ao seu coração.
7. A igreja de hoje, não espera nem mais nem menos, do que esperaram o salmista e Paulo dos jovens dos seus dias. Disse Paulo a Timóteo: “Ninguém te menospreze por seres jovem, mas procura ser exemplo para os fieis, na palavra, no comportamento, no amor, na fé e na pureza” (1 Tm 4.12).



CONCLUSÃO

Os jovens têm tudo para realizar a obra do Senhor: têm vigor, força, dons e talentos. Mas para que sejam úteis à obra na casa de Deus e no Seu reino, precisam ser as sentinelas do seu próprio caminho.
Estabelecido o caminho, os jovens devem buscar ajuda na família, na igreja e entre amigos sinceros, para que não caminhem sós a trilha da vida.
Que Deus abençoe a nossa juventude.
Amém.

PR. Eli da Rocha Silva 02/08/2009
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – São Paulo - SP

domingo, 19 de julho de 2009

IGREJA - DEIXE-SE CONHECER

IGREJA - DEIXE-SE CONHECER

FILIPENSES 4.1-7


I – ATRAVÉS DE SUA ALEGRIA

1. Antes de Paulo falar da alegria, da moderação e da dependência divina, ele falou de comunhão; falou da sua própria comunhão com os irmãos, através do amor que sentia por eles.
2. Aprendi nas palestras durante a Convenção, que o pastor deve ser amável, afetuoso, compreensivo, etc. Assim foi Paulo em relação aos crentes filipenses (v.1); gosto da tradução (NKJ): “Meus irmãos, a quem amo e de quem tenho saudades, minha alegria e coroa, permanecei assim firmes no Senhor, amados”.
3. Havia em Filipos duas irmãs na fé, Evódia e Síntique, que estavam em pé de guerra. Paulo que amava os irmãos escreve: “Suplico a Evódia e a Síntique que restabeleçam a boa convivência no Senhor” (v.2). As divergências que venhamos a ter em muitas questões não devem atrapalhar a nossa boa convivência no Senhor. O apóstolo ressalta a importância das duas irmãs, na cooperação do Evangelho (v.3).
4. “Regozijai-vos”. A Chave Lingüística Grega diz que Chaírete, está no Presente do Indicativo Ativo, demandando uma ação habitual e contínua. O texto paulino é reforçado por pántote, que significa sempre.
5. O crente deve deixar-se conhecer pela alegria cristã. Muitas são as dificuldades e as perseguições, mas nada disso deveria roubar dos crentes a alegria. A alegria é fruto das coisas que alcançamos tão-somente em Cristo; não há outro lugar onde podemos buscar a alegria que só se alcança Nele.




II – ATRAVÉS DA SUA MODERAÇÃO (v.5).

O que é moderação? s. f. 1. Ato! ou efeito de moderar; 2. Atenuação; 3. Afrouxamento; 4. Comedimento, prudência; 5. Mediania; meio-termo; 6. Diminuição.
1. Aprendemos com Ralph P. Martin que tal moderação acontece quando o crente apresenta o espírito pronto para abrir mão da retaliação, quando são ameaçados, ou provocados, por causa de sua Fe (Com. Filipenses Mundo Cristão).
2. A NKJ traduz: “Seja a vossa amabilidade conhecida por todas as pessoas”. As pessoas dirão do crente: ele enfrentou toda a provocação sem perder a moderação (ARA), a amabilidade (NKJ) e a bondade (NIBB); é também gentileza e paciência.
3. A Chave Lingüística Grega diz o seguinte a respeito da palavra que Paulo aplica à vida dos crentes em Filipos: “Denota uma firmeza paciente e humilde, capaz de submeter-se a injustiças, desgraças e maus tratos, sem ódio ou maldade, confiando em Deus a despeito de tudo”.
4. É possível que em algum momento o mundo mexa conosco, para saber até onde vai a nossa moderação e a nossa amabilidade.
5. O crente não deve cair em desespero, perder a alegria ou a paciência: “Perto está o Senhor”. Seja a vinda para toda a igreja, ou para algum membro em particular, o Senhor está nos ajudando em nossa paciência.


II – ATRAVÉS DA DEPENDÊNCIA DE DEUS (v.6, 7).

1. “Não andeis ansiosos de coisa alguma” (v.6). Paulo nos faz lembra Jesus e Pedro. Na verdade, a ansiedade é uma grande perda de tempo e saúde; quem pode mudar o curso das coisas por estar ansioso?
2. O conselho é que não andemos ansiosos por coisa alguma, porque todas as coisas podem ser colocadas diante de Deus pela nossa oração e súplica e por fim, com gratidão em nossos corações.
3. Paulo escrevia em um contexto diferente do nosso, ele escrevia da prisão. O apóstolo não fora preso como um malfeitor, mas como alguém que soube sofrer por causa do evangelho, e sem retaliar.
4. O apóstolo fala de algo que ele estava experimentando na prisão. Não que ele precisou ser preso para experimentá-la, mas naquele lugar, ele aprendeu que de fato é possível: “E a paz de Deus, que excede a todo entendimento” (v.7). A paz que excede todo entendimento é possível na vida do crente, porque ela não depende de coisas fora dele.
5. Paulo estava preso, e com ele, presa a paz; os cristãos poderiam ser perseguidos, mas com eles, perseguida a paz; onde estiver o crente, a paz que não é limitada por explicações racionais está presente: é a paz de Deus.
6. Mas a paz, além de nos deixar serenos, é ativa, é funcional: “guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”. A paz se coloca com um vigilante ativo, como um guarda, a proteger coração e mente do cristão. A paz guarda o centro das nossas vontades (kardia) e das nossas ações (nóema).
7. A paz nos guarda Nele; nós estamos ligados a Ele; o crente recebe os benefícios da paz, pois está em Cristo Jesus.

CONCLUSÃO

Paulo queria ver em Filipos, uma igreja que:
Deixasse transparecer a sua comunhão
Que a sua alegria não fosse coisa circunstancial
e que vivesse em amabilidade diante das incertezas da vida
e mesmo diante de tais incertezas e se percebesse dependente de Deus.

Amém.

PR. Eli da Rocha Silva
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – São Paulo - SP

sábado, 11 de julho de 2009

O CUIDADO DE DEUS CONOSCO (OU O DEUS CONOSCO CUIDA DE NÓS)

O CUIDADO DE DEUS CONOSCO (OU O DEUS CONOSCO CUIDA DE NÓS)
1 PEDRO 5.6-11

Qualquer que seja a ordem da sentença não vai alterar a confiança que temos em Deus.
Pedro, que até fraquejou (talvez tenha se esquecido do Deus conosco), nos incentiva a acreditarmos no que ele sentiu e provou.

(v.6) Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte;

1. Pedro diz que devemos nos humilhar diante de Deus (v.6); como amadureceu o nosso querido irmão apóstolo. Quando Jesus quis lavar-lhe os pés, ele não consentiu. Logo depois, queria tomar banho (João 13).
2. Mas a nossa humilhação, segundo Pedro, deve ser sob um maravilhoso lugar: à sombra da poderosa mão de Deus (lembrei-me do Salmo 91). Que gostoso lugar para a nossa humilhação. Bendita humilhação que nos encaminha para a exaltação.
3. Exaltação que é no tempo próprio; no tempo de Deus. Trata-se de coisa theokairótica.
4. Tem que ser no tempo oportuno, pois trata-se de um tempo exato, que não acontece nem antes nem depois, em nenhuma menor medida de tempo que possamos imaginar.

(v.7) lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.
Pedro agora é salmódico: “Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele o fará”. (37.5).
1. A palavra entregar traduz gâlal, que é rolar. Então poderíamos ler: Role o teu caminho sobre o Senhor. Muitas vezes os problemas são tão enormes que não podemos carregá-los, administrá-los ou qualquer coisa que o valha.
2. Pedro diz que devemos lançar; o salmista diz que devemos entregar. Prefiro entender que no final dará no mesmo. O importante é que o problema não fique conosco.
3. Se você jogar tudo sobre Deus, não queira atalhar. Ah, também não diga como Ele deve ou não deve fazer. Não seria sensato de sua parte (de nossa parte).
4. “Porque Ele tem cuidado de vós”. Como é bom sabermos disso. Que o digam os distraídos e aqueles que pensam que atingiram a maioridade, aqueles que se dizem donos dos próprios narizes. Saibam todos: “Deus ‘se importa com aquilo que se passa na vida de vocês’ (Mueller)”.
(v.8) Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar;

1. Pedro aqui falou do que ele mesmo sentiu na pele. Quando devia apoiar o Mestre no cumprimento da missão, deixou-se influencia por Satanás (Mat 16.23);
2. No momento de orar, caiu em pesado sono, deixando o Mestre orando só.
3. A NIBB traduz assim a primeira parte do verso: “Tende bom senso e estai atentos”. Os crentes devem viver em alerta máximo, pois o inimigo não manda e-mail dizendo o dia e hora.

(v.9) ao qual resisti firmes na fé, sabendo que os mesmos sofrimentos estão-se cumprindo entre os vossos irmãos no mundo.

1. Saber que Deus cuida de nós não deve ser estímulo à negligência, ao desleixo e a manutenção da guarda baixa: sobriedade e vigilância, prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.
2. Pedro não manda que a gente chame o diabo para a briga, assim como Tiago (4.7), só manda que o resistamos; ao que Pedro acrescenta: “firmes na fé”.
3. Pedro não nos manda praticar outro exercício, que não seja a firmeza na fé. A fé não permite que abandonemos a fé (fé que tivemos quando cremos, e a fé que conservamos porque um dia cremos).
4. Existem crentes sofrendo em todos os lugares do mundo. Não eram apenas os leitores de Pedro que sofriam; os não leitores também passavam pelas mesmas aflições por conta do Evangelho que professavam.
(v.10) E o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, confirmar e fortalecer.

1. O Deus de toda graça não abandona os seus chamados para a vida eterna e, mesmo que haja sofrimento, será por um pouquinho de tempo.
2. O sofrimento cristão não é motivo de desistência, mas de resistência. Deus mesmo se encarrega de nos aperfeiçoar (nos completa); de nos confirmar (nos estabelece, somos ‘concretados’, fixados); e, de nos fortalecer (pela força do seu poder nos anima e capacita).

(v.11) A ele seja o domínio para todo o sempre. Amém.

1. A Deus, que toma para si as nossas ansiedades,
2. Que nos faz, por seu próprio poder, capazes de pela fé, vencermos o maligno;
3. “Domínio para todo o sempre”.

Amém.

PR. Eli da Rocha Silva 12/07/2009
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – S.Paulo - SP

VIVENDO SOB O PRISMA DA ESPERANÇA

VIVENDO SOB O PRISMA DA ESPERANÇA

FILIPENSES 3.15-21

Viver sob o ponto de vista da esperança consiste em caminharmos contra qualquer coisa que se possa medir com a régua do previsível.
Quando Abrão deixou Harã, ele fugia do previsível
Quando Moisés deixou o Egito, deixou o previsível (ser filho da filha de Faraó), para cuidar do rebanho que não era seu.
Quando os primeiros discípulos abandonaram as redes, deixaram o previsível (negociantes de peixes), para aprenderem sob uma nova proposta.
Quando Jesus deixou os céus, deixou o previsível (continuar com a glória que tinha), para acreditar na proposta do Pai: que eu e você aceitaríamos o seu sacrifício (João 3.16).
Quando Paulo deixou um futuro, humanamente brilhante (ser um medalhão no Sinédrio), para correr riscos através dos mares.
Quando eu e você, deixarmos de acreditar apenas no que vemos, e passarmos viver sob o prisma da esperança.


I – VIVEMOS SOB O PRISMA DA ESPERANÇA, QUANDO NÃO PERDEMOS O FOCO

1. Parece muito comum dizer o que a esperança faz conosco, mas não é comum dizer o que a falta de esperança faz com os demais. Mas, a princípio é bom dizer o que ela faz conosco.
2. A esperança nos encaminha para o alvo, que a princípio, pode não ser visto e nem conhecido (Abrão): “Vai para a terra que eu te mostrarei”. Abrão saiu e foi.
3. Paulo disse: “Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão” (v.13). O apóstolo reafirma com outras palavras, que de fato, para ele, as coisas velhas já passaram. Pena que a mulher de Ló não teve a mesma percepção e decisão.
4. Crio aqui (ou relembro um neologismo): ‘Mulherdelósismo’. É uma pena que muitos se deixam levar pela fraqueza de amar o que se deixou para trás. Imaginem Abrão, a cada parada, olhando o seu álbum de fotografias para lembrar Harã; ou Moisés, para lembrar o Egito! Lamentavelmente, como a mulher de Ló, o povo de Israel não esquecia os pepinos e os melões do Egito.
5. Paulo diz, o que serviu para ele, e serve para nós também: que nós fomos conquistados para nos conformarmos com Cristo (na morte, na ressurreição e na glorificação) (v.10-12).


II – VIVEMOS SOB O PRISMA DA ESPERANÇA, QUANDO SABEMOS A QUEM SEGUIR

1. Quem já não se viu perdido na cidade grande; ou, quem devia falar e não sabia o que dizer; ou, quem não já se viu em apuros? Quando vivemos sob o prisma da esperança, sabemos quais os exemplos que devem ser seguidos.
2. Paulo está propondo uma conformação em cadeia (série, sucessão): Paulo com todos os outros se conformando a Cristo (v.17).
3. Cristo é o exemplo a ser imitado e perseguido pelos crentes, mas Paulo tem a coragem de se apresentar também como modelo de imitação: “Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo” (1Co 11:1).
4. Havia o perigo dos crentes se deixarem levar por péssimos modelos: “Muitos andam entre nós...que são inimigos da cruz de Cristo” (v.18). Qualquer indivíduo, que ensine que é possível ir para o céu sem Cristo, torna-se inimigo da sua cruz.
5. “A glória deles está na sua infâmia” (v.19). É provável que Paulo estive falando a respeito dos gnósticos que ensinavam: “que qualquer coisa feita no corpo, até mesmo o pior dos pecados, não tem valor algum porque vida verdadeira existe no reino espiritual apenas (Internet)”. Diziam que: “o conhecimento e superior à virtude” (Bíblia Anotada).
6. “O fim deles é a perdição” ( v.19). Paulo observa que esses doutrinadores, que estão no meio da igreja, mas que não são do grupo dos salvos, terão como destino a perdição. Não será diferente com aqueles que se deixarem levar pelos seus ensinos.




III - VIVEMOS SOB O PRISMA DA ESPERANÇA, QUANDO CREMOS NO EVANGELHO.

1. Crer no evangelho é crer em Cristo e nos ensinos dos apóstolos. Os apóstolos não inventaram um evangelho, mas ensinaram como recebido do Senhor. Os primeiros apóstolos in loco; e Paulo, ele mesmo diz: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei” (1 Co 11.23 a).
2. As palavras de Jesus, ditas aos discípulos quando da sua despedida (João 14.2,3), são agora relembradas por Paulo:
• Assim disse Jesus: “Na casa de meu Pai há muitas moradas, vou preparar-vos lugar”
Assim disse Paulo: “Pois a nossa pátria está nos céus” (v.20);
• Jesus: “Voltarei e vos receberei para mim mesmo”;
Paulo: “de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo”.
• Jesus: “Para que onde eu estou estejais vós também”.
Paulo nos ensina que, para podermos estar com Jesus, que é o nosso Salvador, Ele: “transformará o corpo da nossa humilhação, para ser semelhante ao corpo da sua glória” (v.21).
3. Paulo ensina uma esperança que só há no crente: a vida na pátria que está no céu. Muitos estão lutando pela pátria daqui mesmo. Que dó! (Alguns certamente dirão), deixar aqui tudo que conseguimos com tanto esforço?
4. Mas para o verdadeiro crente, o céu é inegociável. O evangelho, que nos ensina viver sob o ponto de vista da esperança, não nos deixa cair nessa horrenda troca.


CONCLUSÃO


Como começamos terminamos: a esperança nos ensina a viver fora das realidades aparentes.
Nós aprendemos pela esperança, a tirar o foco do que se pode ver, para as coisas que não vemos, mas sabemos que estão lá (Hb 11.1).
A esperança também nos ensina seguir o modelo por excelência: Jesus
A esperança nos alivia do fardo que deixaremos aqui, porque o que nos faz feliz, e a pátria que está lá.
Amém.

PR. Eli da Rocha Silva 12/07/2009
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – São Paulo - SP

quarta-feira, 8 de julho de 2009

REFLEXÕES NA PRIMEIRA CARTA DE JOÃO (8)

REFLEXÕES NA PRIMEIRA CARTA DE JOÃO (8)

CAPÍTULO 2. 24-29

(v.24) Portanto, o que desde o princípio ouvistes, permaneça em vós. Se em vós permanecer o que desde o princípio ouvistes, também vós permanecereis no Filho e no Pai.

1. João não quer passar pela mesma tristeza de Paulo, quando este, reprova o comportamento dos crentes da Galácia, por terem se desviado tão depressa do verdadeiro Evangelho (Gl 1.1-9).
2. Os ensinos que os crentes receberam no princípio da fé, quando foram convertidos pela ação do Espírito Santo, deviam permanecer neles; eles receberam o mesmo ensino dos primeiros crentes (Atos 2.42), e nesse ensino deviam permanecer.
3. O Evangelho de Cristo, pregado pelos apóstolos e evangelistas, permanecendo nos crentes, significa que eles conservam a comunhão com o Filho e com o Pai. Mas o contrário disso também é verdade: aquele que deixar o evangelho deixa também o Filho e o Pai. De vez em quando a igreja, infelizmente, precisa desligar do seu rol aqueles que abandonaram o evangelho.

(v.25) E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna.


1. “Como resultado dessa lealdade ao Filho e ao Pai e dessa comunhão com Eles, gozaremos “a vida eterna” prometida. A terrível conseqüência da herética negação do Filho era a perda da vida, bem como do Pai” (Stott).
2. Para os que permanecem no Evangelho (no Filho e no Pai) permanece a promessa. O autor da carta aos Hebreus nos permite fazer a seguinte ponte com o texto de João: “Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança: porque fiel é o que prometeu... E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna” (Hebreus 10.23 e 1 Jo 2.25).

(v.26) Estas coisas vos escrevo a respeito daqueles que vos querem enganar.

1. Tudo o que João escreveu até agora (e a continuidade da carta), tem como objetivo, alertar os crentes do perigo de darem ouvidos aos falsos mestres.
2. Os falsos mestres, os falsos apóstolos, os falsos pastores ou qualquer um (até anjos) que ensine algo diferente do evangelho de Cristo devem ser evitados.
3. João não diz que eles quiseram seduzir, e pararam porque não tiveram êxito, ele diz: “querem vos seduzir”. Trata-se de uma atividade constante, continuada. E hoje, o engano está muito mais facilitado de entrar sorrateiramente em nossas casas: pela TV, pelo rádio, Internet e outros meios de comunicação.

(v.27) E quanto a vós, a unção que dele recebestes fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como vos ensinou ela, assim nele permanecei.

1. A unção é o próprio Espírito que recebemos (Ver Comentário Reflexão 7 sobre o v.20).
2. João não está dizendo que devemos abrir mão dos verdadeiros mestres; pois assim não havia necessidade de Cristo estabelecer na igreja apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres (Ef 4.11).
3. O que devemos entender da sua afirmação, é que o próprio Espírito ilumina aqueles que servem a Deus através da proclamação e do ensino do Evangelho de Cristo.
4. “Permanecei nele”. Há uma indicação de permanência Nele, assim como Ele mesmo disse, e João escreveu em seu Evangelho (João 15.1-10).




(v.28) E agora, filhinhos, permanecei nele; para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança, e não fiquemos confundidos diante dele na sua vinda.

1. Tendo insistido para os crentes permanecerem Nele, João deixa algumas linhas escatológicas para os seus leitores.
2. O Cristo pregado por João há de manifestar-se, e aqueles que permanecerem Nele vão encontrá-Lo de cabeça erguida, com confiança.
3. Jesus se manifestará na sua vinda (parousia), e os que estiverem Nele não ficarão envergonhados; estarão de pé diante do Senhor, ou estarão reverentemente ajoelhados, para receberem-No ou serem por Ele recebidos (ambas as coisas estarão acontecendo).
4. Os outros, aqueles que não permaneceram Nele, não terão a mesma confiança dos crentes fiéis; ficarão confundidos, envergonhados e cairão em desgraça, afastados para sempre do Senhor.



(v.29) Se sabeis que ele é justo, sabeis que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele.

1. Os crentes, leitores de João, e os crentes de todas as épocas, sabiam e sabem que Deus é justo, e por sermos filhos de Deus, devemos refletir a sua imagem e semelhança (Gn 1.26).
2. O que se espera dos crentes é a prática da justiça, do contrário, tal indivíduo não pode dizer que é crente. Como está a nossa prática da justiça?


PR. Eli da Rocha Silva
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – São Paulo – SP
(Nota: as reflexões 1 a 7 podem ser lidas em: www.pastor-elirocha.blogspot.com)

sábado, 4 de julho de 2009

NA SUA OPÇÃO O SEU DESTINO

NA SUA OPÇÃO O SEU DESTINO
(CADA CABEÇA UMA SENTENÇA)

ROMANOS 8.1-18

Há uma guerra freqüente, e dessa guerra podemos sair vivos e sem ferimento algum. A guerra é espiritual; Paulo nos diz que é guerra de ‘gente’ grande; guerra entre a carne e o Espírito.
É a guerra das incompatibilidades: a carne não se compatibiliza com o Espírito, e nem este com ela. Essa incompatibilidade, que nunca será resolvida, vai fazendo os seus estragos séculos após séculos. Não que o Espírito assim queira!
Paulo lamentou a sua vida conflituosa (Rm 7.18). Como não somos melhores que Paulo em nada, aliás, somos bastante parecidos, só temos é que também lamentar.
Não é demais dizer que podemos fazer a nossa opção.

I – A OPÇÃO DE VIVER SEGUNDO A CARNE

Por estar infectada pelo pecado, ao fazer esse tipo de escolha, o que se consegue é estar exposto a três coisas em relação a Deus:
1. Tornar-se incapaz de agradá-lo (v.8). Por querer agradar a si mesmo, nenhum homem é capaz de, ao mesmo tempo, agradar a Deus. O próprio Jesus disse que não é possível servir a dois senhores, pois há o risco de agradar a um e desagradar ao outro.
2. Tornar-se inimigo de Deus. Não é da natureza da carne fazer amigos: basta que leiamos a carta aos Gálatas. A vida na carne empurra o homem para a inimizade contra Deus, queira ou não queira o homem (v.7). Quem é inimigo de Deus é também inimigo de seus semelhantes. Viver a inimizade é ultrapassar o carro e ferir aquele que atrapalhava.
3. Tornar-se forte candidato à morte. A morte é o pensamento natural daqueles que vivem na carne, porque a carne cogita a morte (v.6 a). E a morte é o destino fatal dos que não têm Deus. Não é se trata da morte física, mas da morte espiritual. A nossa inclinação natural é para o afastamento eterno de Deus.

II – A OPÇÃO QUE NOS AFASTA DE QUALQUER CONDENAÇÃO


Cristo é a opção que muda o nosso destino, uma vez que somos senhores dele, e ele, fruto da nossa vontade livre e soberana.

1. Paulo diz que “já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (v.1). A não condenação é apenas para os que estão em Cristo, porque a condenação é a sentença daqueles que não estão Nele (João 3.18).
2. Por meio de Cristo, o crente foi liberto da morte para a vida (v.2). Essa libertação nos capacita a deixar a vida no pecado, que na verdade é morte, por causa natureza pecaminosa. Mas, não só nos capacita deixar uma, mas também a buscar outra; a outra que buscamos (e alcançamos!) é a vida por excelência.
3. O que a Lei, que se tornou inoperante (adunatov) para fazer, por “por estar enfraquecida pela carne (natureza pecaminosa, Deus o fez (operou)” (v.3). Deus fez como conhecemos por Jesus (João 3.16); Deus fez como ratifica Paulo: “enviando seu próprio Filho”. O que Deus fez? “Condenou o pecado na carne”. Em outro texto Paulo escreve sobre a vitória sobre a morte (1 Co 15.55-57).
4. O Filho enviado por Deus ao mundo deu do seu Espírito, conferindo apenas aos crentes os seguintes privilégios:
• Termos o próprio Cristo em nós (v.10);
• Sermos habitação do Espírito (v.11);
• Sermos filhos de Deus (v.14, 16, 17).
• Sermos herdeiros de Deus juntamente com Cristo (v.17)
• Participantes com Cristo do seu sofrimento e glória (v.17).





III – A OPÇÃO DE VIVER SEGUNDO O ESPÍRITO

Se de um lado, a carne afasta o homem de Deus, o Espírito o reabilita, trazendo-o para Deus. Como vimos, a reabilitação é concedida por meio de Cristo Jesus.
Se aqueles que são controlados pela natureza pecaminosa sofrem as conseqüências do pecado, os que são dirigidos pelo Espírito, podem viver em perfeita harmonia com Deus. Essa harmonia acontece porque:

1. Ao vivermos de acordo com o Espírito, a nossa mente estará voltada para as coisas que Ele deseja (v.5b). Será um absurdo, que não vejam em nós o fruto do Espírito; será um absurdo, que não vejam em nós os dons do Espírito; será um absurdo, que não vejam em nós a glorificação do Filho, coisa que o próprio Espírito faz (João 14.14).
2. Vida e paz é a mentalidade do Espírito (v.6b). 1) A vida não é uma expectativa para o futuro, ela é uma realidade presente. 2) A paz é mais que a ausência de guerra; a paz é a serenidade em meio às guerras. A paz não resulta da estabilidade econômica, social ou política; a paz é fruto do Espírito. Ter paz é saber ultrapassar o carro sem ferir aquele que atrapalhava.


CONCLUSÃO

Sendo nos foi dada a responsabilidade de optar, é imperativo que assim façamos. Ninguém poderá escolher por procuração.
A opção pela carne é o afastamento eterno de Deus;
A opção por Cristo afasta de nós qualquer condenação e nos habilita a andarmos pelo Espírito.
Assim seja.

PR. Eli da Rocha Silva
05/07/2009 – Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – S. Paulo - SP