sábado, 7 de novembro de 2009

NOVAMENTE – REFLETIR E PARTICIPAR

NOVAMENTE – REFLETIR E PARTICIPAR

1 CORÍNTIOS 11. 23-34

A noite da Ceia do Senhor sempre abrirá um espaço para a reflexão.

I – A REFLEXÃO COMO UMA HISTÓRIA A SER CONTADA (V.23-25)

1. Paulo repassa aos crentes coríntios o que ele mesmo havia aprendido com o Senhor (v.23). Mesmo tendo aprendido com o Senhor, como o apóstolo diz, na verdade os fatos que ele passará a enumerar eram sobejamente conhecidos. Já havia, pelo menos, 20 anos passados da morte e ressurreição do Senhor.
2. O ponto de referência para se falar da Ceia foi a noite da traição do Senhor. Na última Ceia estavam juntos o traidor e o traído: “Mas eis que a mão do que me trai está comigo à mesa” (Lucas 22:21) – disse Jesus.
3. A Ceia e traição (entrega do Senhor) aconteceram na Quinta-feira. Tudo deveria terminar em comunhão, congraçamento. Era Páscoa, os judeus lembravam o livramento de Deus quando ainda no Egito. Mas, Jesus e Judas sabiam: aquela noite seria noite de trairagem.
4. A história segue a sua cronologia: primeiro o pão, depois, o cálice (MT 26.26,27). Mas a participação não é feita de qualquer jeito, de qualquer maneira. Não se pode tomar dos elementos sem antes dar graças (1 Co 11.24,25 – Lc 22.17,19). Há mais que motivos para ser dar graças. É possível que alguém já não entenda a Ceia por que já não entende o que é ser cristão; esse na verdade, não passa apenas de um comensal.
5. Jesus pede aos seus amigos algo que gostamos em relação aos nossos amigos; em outras palavras seria: Não se esqueçam de mim. Para não cair no esquecimento o pedido do Senhor da Ceia, Lucas e Paulo deixam a expressão registrada.

II – A REFLEXÃO SOBRE A RAZÃO DE TOMAR DOS ELEMENTOS (V.26)

1. A Ceia do Senhor trazia pontos de reflexão. O discípulo deve pensar no que está fazendo ao participar. A reflexão não cai em coisas menores tais como, a origem do trigo que fez o pão ou há quanto tempo está armazenado o vinho. No nosso caso, se o pão é Pullman ou Panco, se o vinho (suco de uva) Salton ou Uvete.
2. A reflexão deve levar o participante até os pés da cruz, pois nela estava o pão e dela descia o vinho: o corpo e o sangue de Jesus. Qualquer pensamento fora disso mostrará que o discípulo já não consegue ter na memória a razão do sacrifício do seu Mestre.
3. Nós que não temos o dom de evangelista devemos ficar mais que felizes em podermos participar da Ceia; a Ceia é anunciação. Quando participamos evangelizamos, somos mensageiros (kataggellete) do que Cristo fez por nós.
4. Se alguns entre nós já têm esquecido o que Cristo fez, não nos custa lembrar: Ele morreu para remissão dos nossos pecados. A sua morte foi sacrificial (isto é, teve um real significado) e vicária (isto é, fez em nosso lugar).
5. Quem já havia esquecido, lembrado está; estando bem, pode participar.


III – A REFLEXÃO COMO FATOR DE IMPEDIMENTO PARA QUEM NÃO SABE O QUE FAZ

1. Jesus nos ensinou os pormenores da Ceia; Paulo nos lembra a história da Ceia. Ele nos fez entender cada elemento representativo do seu corpo. Nos pormenores, entendemos que aqueles que participam do corpo na ceia, participam porque já foram alcançados pelo pão que veio do céu; nas lembranças, a obrigação de sabermos por que lançamos mão dos elementos.
2. Jesus toma o pão e o cálice, o seu próprio corpo e sangue que são dados em favor dos discípulos (1 Co 11.24). Os discípulos foram aqueles, somos nós, e serão outros amanhã.
3. Há uma implicação grave em torno da participação. Paulo fala a respeito de se tomar dos elementos indignamente (anaxios). Indignidade sentiu o filho pródigo ao refletir a respeito de si mesmo: “Já não sou digno – oukéti eimì áxios” (Lc 15.19.
4. A implicação de se participar indignamente, sem discernir o corpo: “Será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor (v.27); come e bebe para sua própria condenação (v.29)”.
5. A igreja reunida se rende a um momento de celebração. A comunhão não se dá tão-somente por se estar junto, mas por esperar uns pelos outros (v.33).
6. Quando falamos igreja, estamos nos referindo àqueles que são do corpo, que são de Cristo, que têm o mesmo DNA espiritual. Nesse aspecto a Ceia é excludente. Mas a Ceia, por ser proclamadora, chama todos a uma inclusão no corpo de Cristo.

CONCLUSÃO
Que a igreja possa entender, e discernir cada ato da ceia do Senhor.
Que possamos participar com entendimento.

Pr. Eli da Rocha Silva
IBJH 08/11/2009

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