quarta-feira, 3 de maio de 2017

SALMO 127 - TEMA: CÂNTICO DO TRABALHO E DA FAMÍLIA
TODO BEM PROCEDE DE DEUS. SALMO DE SALOMÃO

I-                   ESTABELECENDO O MODO CORRETO DE COMEÇAR

1.      “Se o Senhor não edificar a casa” (v.1). Quando se propôs a edificar uma casa ao Senhor, Salomão tinha a certeza de todo o esforço empreendido seria vão, caso não viesse do próprio Deus a aprovação.
2.      O mesmo ocorre conosco em qualquer tipo de empreendimento que queiramos fazer. Seja o novo templo, sejam as nossas casas, ou até mesmo a formação de um novo lar. É preciso que tenhamos à frente dos nossos projetos Aquele que é o edificador capaz.
3.      Muitas vezes queremos edificar a casa, que servirá como nosso refúgio, ou até mesmo edificar o lar, sem colocarmos Deus no negócio. É possível que tenhamos medo da resposta de Deus. O jovem que edificar o seu lar sob orientação divina não sofrerá dores (Pv 10.22).
4.      “Em vão trabalham os que a edificam”. Se Deus não determinar a bênção, ninguém mais a determinará. Edificar sem a bênção que vem de Deus é certeza de ruína: “É como um homem que constrói sobre a areia”.
5.      O lar edificado à margem de Deus, sem os seus ricos conselhos, sem a sua divina intervenção, é colocar em risco a felicidade pessoal e da família que vai sendo constituída.
6.      Não é incomum os jovens abrirem mão do direcionamento de Deus para o seu namoro e futuro casamento. Talvez tenham medo de Deus não aprovar aquele por quem está apaixonado. Por conta disso, assumem o risco e o possível prejuízo de um relacionamento conjugal natimorto.

II – CORRE-CORRE INÚTIL (v.2)

1.      A vida moderna é caracterizada por um corre-corre desenfreado. Quase não se tem tempo para nada. Ou, boa parte do tudo que devemos fazer fica para o dia seguinte. O drama é que o dia seguinte sempre será dia seguinte. Como a estória do ‘fiado só amanhã’.
2.      A inutilidade desse corre-corre é ressaltada pelo salmista. O acordar de madrugada, chegar tarde em casa, e descobrir que cansou à toa. Que dureza que falta de propósito! O salmo está tratando daqueles que correm demais, mas não têm tempo para Deus. Nem para Deus e nem para si mesmos.
3.      O cansaço é tanto que já não se sente o sabor do pão granjeado. Alguns chegam até a dizer que têm ‘comido o pão que o diabo amassou’.
4.       A busca incessante por mais, pode nos levar ao estresse e às doenças cardíacas e vasculares. Jesus mesmo nos adverte ao cuidado que demos ter (Mt 6.19-21).
5.      “Aos seus amados ele o dá enquanto dormem”. Jesus nos adverte a respeito da ansiosa solicitude pela vida, nos aconselhando: “Não vos inquieteis com o dia de amanhã” (Mt. 6.25-34).
6.      Aqueles que não trocam Deus por outra coisa, qualquer que seja, são abençoados. Não troca pelo marido, nem pela namorada e nem pelo namorado.
7.      O Senhor honra os seus fiéis. As portas são abertas pelo Senhor, e outras fechadas por Ele. O crente infiel pode sofrer as conseqüências da sua má postura. As janelas do céu, de escancaradas em forma de bênçãos, podem ser lacradas por cima, pelo Senhor. Somente Ele poderá abri-las, depois de nos rendermos humildes e sinceros.


III – UM LAR ABENÇOADO POR DEUS


1.      A casa que começa bem edificada, com bases sólidas e bem planejada, não tem como alguma coisa dar errada. Mesmo que venham algumas dificuldades, a casa está sobre a rocha, e não se temerá a força do vento e das águas. Assim deve ser o lar cristão.
2.      A família sempre começa no pós-planejamento. O namoro, seja curto ou longo, serve para planejar. Se pensar que namoro é só beijar, beijar, não sobrará tempo para planejar. É natural que se queira casar. Então, por que não fazer tudo de forma planejada? Escreva, altere, incremente seus objetivos. O jovem, mesmo namorando, deve pensar na profissão (faculdade, ou mesmo curso técnico). Deixar para pensar depois de casados é muito arriscado; é possível que os filhos já estejam à porta.
3.      “Herança do Senhor são os filhos” (v.3). Na cultura hebraica, uma família numerosa era uma família abençoada. Não só por representar força de trabalho, mas também na defesa dos direitos e do patrimônio.
4.       Os filhos, como herança do Senhor, serão por Ele conduzidos. Os bons filhos alegram o lar, a alegria dos pais. Filhos crentes serão bons pais crentes. Os sacerdotes, Eli e Samuel tiveram o desprazer de terem filhos desobedientes e incrédulos.
5.      Como flechas na mão do guerreiro, assim os filhos da mocidade” (v.4). Os filhos da mocidade são os do pleno vigor do casal (óvulos e espermatozóides). Por terem sido pais ainda jovens, podem em tempos da velhice, ser por eles protegidos. Como flechas arremessadas pela força do arqueiro, eles são ligeiros em proteger os pais.
6.      “Feliz o homem que enche deles a sua aljava” (v.5 a). Estamos nos dias das aljavas vazias. Os casais querem poucos filhos; no máximo dois. A vida está dura para que se encha a casa de filhos; há muita violência no mundo; medo das más companhias. São estas as razões alegadas para aljavas vazias.
7.      “Não será envergonhado, quando pleitear com os inimigos à porta” (v.5b). Os bons filhos defendem a causa dos pais, defendem a sua honra; entram na briga por eles (Ver Rt 4.1-11).


CONCLUSÃO

Que possamos, na dependência de Deus, fazer do nosso lar o melhor lugar para se estar.
Que todas as nossas inquietações em relação ao futuro sejam amenizadas por Deus.
Que Ele possa edificar e nos guardar sempre.
Amém

Pr. Eli Rocha Silva

IBJH 04/05/2008

quarta-feira, 25 de março de 2015

SÓ SEREMOS VOZ DE DEUS ÀS NAÇÕES SE CRERMOS NAS PROMESSAS DE JESUS

SÓ SEREMOS VOZ DE DEUS ÀS NAÇÕES SE CRERMOS NAS PROMESSAS DE JESUS
MATEUS 28.20 - HINO DE ABERTURA: 154 CC

A igreja de Jesus Cristo avança através da história (1 d.C – 2015 d.C). A igreja, que ainda faz história, caminha a longa jornada confiante nas promessas de Jesus; sem a confiança nas promessas é melhor ficar em Jerusalém e estabelecer-se lá.
Mas não foi com a intenção do deixar a igreja acomodada que Jesus a edificou. Mas para que ela desejasse e conseguisse alcançar todas as nações como voz de Deus, é que Jesus lhe fez promessas. A igreja que saiu do cenáculo para o mundo; saiu porque confiou e recebeu o que Jesus prometera.
A igreja daqueles dias é a mesma. Não sei se é correto dizer que somos a continuidade daquela igreja; mas sei que é correto dizer que somos aquela igreja, porque a igreja é uma só.
O que nos difere são as questões relacionadas ao tempo, razão pela qual dizemos igreja do primeiro século, igreja do século 21.
Assim, Só seremos voz de Deus às nações se...
I – CRERMOS NA PROMESSA DA SUA PRESENÇA CONSTANTE
1.   Que a igreja foi enviada às nações não temos dúvidas. A igreja foi enviada desde os dias dos discípulos. Em pouco tempo a igreja já estava espalhada por várias nações (30 anos).
2.   O maior incentivo para os que são enviados é a promessa da presença daquele que os enviou. Essa presença não é para avaliação de desempenho, mas para que haja sucesso em cada ação desempenhada.
3.   A igreja que nasceu tendo os discípulos como os seus primeiros membros; já nasceu com funções e ministérios definidos: evangelização, integração e ensino. Na fundação ficaram definidos os ‘objetivos sociais’ da entidade organizada. Seria um prejuízo o desvio dos ‘objetivos sociais’ (e talvez esteja acontecendo com a igreja hoje).
4.   A tarefa da evangelização não seria fácil, e em muitos casos, frustrante e perigosa. Não foram poucos os que deram as suas vidas pela evangelização e não são poucos os que estão dando as suas vidas pela evangelização.
5.   Por ser uma tarefa difícil, e certo que alguns não conseguiriam suportar a pressão de fora, Jesus anima os chamados dizendo-lhes que estaria junto com eles. Jesus disse aos discípulos, o que ecoou para toda a igreja, que vem até hoje: “Eis que estou convosco” (Mt 28.20b).
6.   O grande benefício da presença de Jesus na igreja não é qualquer coisa comum; não se trata de uma pessoa ou de um líder qualquer; a presença na igreja e com a igreja é Daquele que disse: “Toda autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mt 28.18).
7.   A autoridade (eksousia) dada a Jesus era ampla; ela envolvia todas as esferas da vida no céu e na terra. A autoridade recebida Lhe dava o poder de fazer ou não fazer, Lhe dava poder sobre pessoas e coisas, domínio, e governo.
8.   Para que sejamos voz de Deus às nações, precisamos crer na promessa da presença Daquele que tem autoridade sobre todas as coisas.

Assim, Só seremos voz de Deus às nações se...
II – CRERMOS NA PROMESSA QUE SEREMOS REVESTIDOS DE PODER (ATOS 1.8)
1.   Precisamos sair para as nações (gente de perto e de longe), acreditando que vamos no poder Daquele que nos convocou para a missão evangelizadora. Caso saiamos sem a crença que recebemos esse poder, é melhor que voltemos rapidamente.
2.   Que poder é esse? Dynamis tem várias conotações: força, poder miraculoso, capacidade. Então, poder é a virtude de realizações. Gosto da seguinte definição: “Um espírito de força, com o sentido de vigor viril em contraste com um espírito de covardia” Viril: (Visto em Jesus: “Sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder” Hb 1.3); Visto nos mártires (Hb 11.34).
3.   Embora a igreja (alguns na igreja), representada pelos crentes atuais, tenham desviado o foco ou a função desse poder, transferindo-o para a prosperidade, para a busca da cura do corpo, não devemos desacreditar que a maior função do poder seja mesmo o de testemunhar (até ser martirizado pela fé em Cristo).
4.   Sabedor das implicações da missão, Jesus não quis que os enviados fracassassem. A obra a ser realizada exigia uma capacitação especial, não humana, embora realizada através de homens e mulheres. Um grupo anêmico, fraco, desencorajado não suportaria as pressões que sobreviriam de todos os lados.
5.   O poder que Jesus disse que daria aos discípulos (Atos 1.8) trocaria a covardia pela ousadia, a inércia e fraqueza pelo dinamismo, a cegueira por visão espiritual e o fracasso por realizações sem conta.
6.   Crentes na promessa do poder, o crente é tomado pelo desejo de testemunhar em todos os lugares. Com esse desejo na alma, não há para o crente um tempo que não se possa testemunhar (Atos 16.27-40).

Só seremos voz de Deus às nações se...
III- CRERMOS NA PROMESSA DA SUA VOLTA (JO 14.3, 1 TS 4.17).

1.   A igreja não foi edificada por Jesus e esquecida no mundo. Não foi e não é intenção de Jesus que a igreja finque estacas aqui. Ele mesmo encheu a igreja de esperança quanto ao tempo do seu trabalho, do seu testemunho: “Estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.20b).
2.   Para Jesus, a igreja aqui na terra tem o seu testemunho já delimitado: até o fim dos tempos (Esse tempo está se cumprindo). Syntéleya = completar; aion = século, era, dispensação. Mas a igreja não trabalha pensando no fim do seu trabalho; ela trabalha no mundo, voltada para os céus, de onde vem Aquele que finaliza o seu trabalho. Razão pela qual a igreja não trabalha pensando em sua aposentadoria, embora clame: Maranata.
3.   A igreja trabalha aqui na expectativa e pensamento de Paulo, que disse: “Estar com o Senhor é muito melhor, mas...por causa de vocês, vou ficando por aqui” (Fp 1.23,24) (Expressão livre).
4.   Assim, a promessa que estimula a igreja, que a faz caminhar e vencer, é a da volta do Seu Senhor.
5.   É a certeza da volta do Seu Senhor que dá ânimo e coragem para a igreja diante das dificuldades e perigos de morte enfrentados no mundo.
6.   É a promessa da volta do Seu Senhor que dá à igreja a certeza do descanso dos embates e das muitas lutas daqui.

CONCLUSÃO
Assim, Só seremos voz de Deus às nações se...
CRERMOS NA PROMESSA DA SUA PRESENÇA CONSTANTE
CRERMOS NA PROMESSA QUE SEREMOS REVESTIDOS DE PODER (ATOS 1.8)
CRERMOS NA PROMESSA DA SUA VOLTA (JO 14.3, 1 TS 4.17).

Pr. Eli da Rocha Silva
22/03/2015 – Igreja Batista em Jd. Helena – Itaquera – S. Paulo - SP


sexta-feira, 10 de outubro de 2014

“TEM CUIDADO DE TI MESMO...”. 1 TIMÓTEO 4.16

“TEM CUIDADO DE TI MESMO...”.

1 TIMÓTEO 4.16



         Esta expressão de Paulo dita a Timóteo, nos anos 64 a.C. continua atual e necessária.
         A falta de cuidado das pessoas com elas mesmas é mais antiga do que pensamos. A falta de cuidado é abrangente: saúde, finanças, educação, fé e piedade. Nas linhas da Bíblia do AT até o NT, são muitos os exemplos de pessoas que se descuidaram do trato que deviam ter pelas coisas da fé e do cotidiano.
         Vamos trabalhar algumas situações que, se os pastores tiverem cuidado não pagarão o alto preço do erro e da negligência.

I –

COMO PASTORES é possível que estejamos cuidando bem da doutrina. Temos seguido com cuidado a nossa Declaração de Fé Batista que tem como sua fonte a Bíblia.
Acredito que a grande maioria de nós vai bem quanto ao ensino bíblico, seguindo as verdades passadas para os apóstolos e pelos apóstolos (At 2.42).
MAS, COMO PASTORES, é possível que estejamos sendo negligentes em algumas áreas que têm peso e importante na condução da vida e do ministério.


II –

UMA DELAS é a saúde. Pode ser que alguns pastores não têm tido condições de cuidar de si mesmos, como orientou Paulo a Timóteo.
Paulo tinha preocupação com a saúde de Timóteo, que chegou a orientá-lo quanto às suas dores no estômago (1 Tm 5.23). O vinho, porque ele servia como um purificador da água (MacArthur).
PASTORES têm sofrido questões de ordem psicológica (recentemente um pastor cometeu suicídio). Alguns fatores que contribuem para que surjam doenças mentais, como depressão e outras patologias, são as incertezas da estabilidade pastoral, isto é, a continuidade à frente de uma igreja. Pastores que entendem que a dedicação ao ministério deve ser integral sofrem mais em relação ao ficar ou sair de uma igreja que pastoreie. Alguns não têm imóvel próprio e precisam da casa pastoral para acomodar a família. Por conta dessa situação, a saída precisa ser adiada por mais tempo, causando sofrimento para si e para a família.

NO LIVRO “Influências da Religião sobre a Saúde Mental”, ESETec, o prof. Francisco Lotufo Neto com outros autores, há uma sessão chamada “Estresse na vida de ministros religiosos. Cito apenas 3 ‘fatores de estresse na vida pastoral’.
1.     O pastor recebe neste mundo menos benefícios materiais que outra pessoa com a mesma formação e responsabilidade.
2.     Restrição do prazer pessoal, e negar a si mesmo a expressão normal das emoções.
3.     Pode perder seus objetivos e cair numa atividade incessante e sem sentido.
GLEASON (1977), em um seminário para sacerdotes listou os principais problemas assinalados por eles: excesso de atividade, perfeccionismo, falta de tempo para estudo, conflito de papéis, acontecimentos inesperados, conflitos na igreja, dificuldade em organizar, viver observado, necessidade de provar o próprio valor e de que trabalha bastante, não ter com quem confessor, o trabalho não apresenta resultados tangíveis, patologia dos paroquianos, tensões decorrentes de estressores do passado não corretamente resolvidos, e sentimentos de inferioridade.

III –

EM MEU TRABALHO COMO PASTOR E CONTADOR, tenho observado que alguns pastores não se preparam para a aposentadoria, ou para os acontecimentos inesperados.
Alguns casos:
Um pastor me relatou que não recolhe o INSS há 20 anos, se tiver um problema de saúde ou de morte deixará a sua esposa sem amparo.
Outro pastor negociou, quando da sua contratação, que a igreja pagasse 1 mês de INSS atraso e 1 atual, para que pudesse estar assegurado.
É bom lembrar que o INSS cuida da aposentadoria e também dos benefícios por afastamento do trabalho.
Pastores quando assumem ministério integral devem colocar na carta de intenções a parcela referente ao INSS.

Não é pecado os pastores fazerem planejamento financeiro, guardar recursos para os últimos anos de vida; esses últimos anos poderão ser aprazerados com serviços e ministério voluntário, se o pastor conseguir fazer poupança.

Enfim, como disse Paulo, Pastores tenham cuidado de si mesmos e da doutrina.


Pr. Eli da Rocha Silva
Bacharel em Teologia; Pós-graduado em Aconselhamento pela Teológica/2013

04/10/2014 - Reunião OPBB/SP – Subsecção Aibelec

sábado, 15 de fevereiro de 2014

A FÉ NÃO É DE TODOS

PORQUE A FÉ NÃO É DE TODOS
(2 TESSALONICENSES 3.2)

1.     A fé não é de todos, mas existem aqueles que são do grupo da fé, da mesma fé.
2.     Mesmo os que têm fé vivem aqueles momentos que parece que a fé se foi; talvez tomados pelo desespero, pela oração não respondida.
3.     Para alguns o sentimento é de que a fé vai minguando, vai ficando ralinha, insuficiente para bater, pedir, porque o dar-se-vos-á passa a ser uma coisa distante.
4.     O pensamento de que a fé se foi, ou está quase partindo, deu um sentimento e uma inspiração para alguém escrever: “Se a fé por vezes falta, quando o sol não posso ver”. O que fazer então quando tudo parece perdido mesmo, e à nossa frente apenas escuridão e desespero? O autor do hino dá resposta à suas próprias angústias: “A Jesus eu digo humilde: Oh, vem meu piloto ser”.
5.     Algumas vezes nós mesmos escondemos o sol porque quisemos dirigir as nossas vidas. Mas quando percebemos que não podemos, é urgente que nos humilhemos diante de Deus e peçamos que ele volte a tomar a direção, voltar a ser o nosso piloto.
6.     Outro escritor poetizou em cima dos problemas da sua fé: “Oscilando minha fé”. Quando a nossa fé vive de momentos fortes e de momentos muito fracos; quando deposito a fé em que tudo não vai dar certo mesmo?   O autor responde: “Cristo valerá”. E ele completa: “Seu amor por mim não muda, sim, me valerá”.
7.     Como já dissemos, a fé deficiente pode ser uma constatação; uma vez constatada, é preciso querer melhorar. Conscientes da fé deficiente, os discípulos disseram a Jesus: “acrescenta-nos a fé”.
8.     A fé precisa também ser fortalecida, dinamizada, alimentada. Paulo fazia todo um trabalho de fortalecimento da fé da igreja (Atos 16.1-5).
9.     Algumas pessoas têm uma fé diferenciada, uma fé singular, uma fé que não foi vista em lugares que deveriam ser o berço da fé. Jesus disse a respeito do centurião de Cafarnaum: “Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé como esta” (Mt 8.10).
10.                       A fé pode ser colocada em ação, ser operosa, fazer as coisas acontecerem. Paulo exaltou a operosidade da fé dos crentes da Tessalônica (1 Ts 1.3).
11.                       O apóstolo Paulo na inspiração do Espírito e pela sua própria constatação, disse a respeito das pessoas dos seus dias, que “A fé não é de todos”. Nós hoje podemos fazer a mesma constatação. Mas que não seja uma autoconstatação; que não cheguemos ao fim com a sensação de não termos guardado a fé e perdido a carreira.
12.                       Encerrar com o hino 322 CC


Pr. Eli Rocha Silva

16/02/2014 – IGREJA BATISTA EM JD HELENA – ITAQUERA- S.PAULO

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

PECADO E GRAÇA NA MESMA CASA

PECADO E GRAÇA NA MESMA CASA
LUCAS 15.11-32

I – O PECADOR COMO O FILHO PRÓDIGO
1.    Amava o pai, mas queria viver a sua própria vida.
2.    O pai, mesmo tendo ensinado o que havia de melhor na educação israelita, não pode segurar o seu filho sob os seus cuidados e na conduta da Torá.
3.    Em artigo na revista CH (Fev/Mar), Karen S. Prior escreveu: “Um pai, embora tente ser ‘perfeito’, não garante a fé de um filho”.
4.    Não é difícil percebermos essa verdade em alguns lares cristãos. É bem verdade que alguns pais perdem os filhos porque não servem como exemplos de fé; para eles a fé professada pelos pais parece mesmo piada.
5.    Mas vamos pensar do lado positivo; o lado de pais fiéis. Karen escreveu: “O Pai de Adão e Eva era perfeito e, mesmo assim, eles se rebelaram contra ele”.
6.    Podemos ver exemplos de rebelião no próprio povo de Deus quando andou pelo deserto; eles chegaram a lamentar não estar mais no Egito. Nas suas murmurações eles acharam que deviam ter morrido no Egito ou no deserto (Nm 14.1-4). Pediu, tá pedido; Deus respondeu. Foi o que aconteceu (v.22,23).
7.    O filho pródigo é bem o exemplo de quem acha que as coisas podem ser melhores do que são, embora tudo esteja muito bom.
8.    Para o jovem não era suficiente as horas em volta da mesma para ler e decorar a Torá; para o jovem não era mais suficiente os encontros nas proximidades do templo, ou nas horas entre uma atividade religiosa e outra. Como falamos na Quarta-feira, muitos jovens não fazem mais da igreja um lugar de encontro.
9.    Na casa daquele pai havia um pecador que sairia e seria pródigo: gastaria seus bens, sua moral e sua saúde.

II – O PECADOR COMO O FILHO QUE NÃO PARTIU
1.    O filho que não partiu parecia amar o pai e o bem-estar que esse amor proporcionava.
2.    Mas o filho que ficou também tinha as mesmas aspirações e desejos do que partiu; de algum modo ele também queria ser pródigo. Ele disse ao seu pai: “Te sirvo a tanto tempo e nunca me deste um cabrito para alegra-me com meus amigos” (v.29).
3.    Parece que o jovem vivia na casa, porque nunca decidiu partir, mas vivia uma vida sem sentido, sem alegria, sem prazer. É possível que haja na casa muita gente desgostosa, mas sem coragem de partir, sem coragem de querer morrer no deserto.
4.    O rapaz que ficou joga na cara do seu pai que merecia um tratamento melhor, porque nunca transgrediu uma ordem sua (v.29). Parece outro rapaz que disse que era bom o bastante para ter a vida eterna; mas caso faltasse alguma coisa era só Jesus falar.
5.    O filho que ficou decidiu curtir a sua indignação, e não a festa (v.28). Parece uns e outros de nós, que têm dificuldade de receber na casa aquele que pecou mais (segundo sua própria concepção).
6.    O filho que ficou, ficou a ponto de ter um ataque de nervos; ficou uma fera com seu pai (v.30). Imagino a forma áspera, contundente que ele se dirigiu ao seu pai.
7.    O filho que ficou nos deixa pensando a respeito de muitos que não vão mas também não são. Quer entender? Parece aqueles que nunca abraçam o mundo mas também nunca abraçam a igreja (Ap 3.15,16).

III – O PAI QUE PERDOA E AMA A AMBOS
1.    O pai que teve que administrar os egos dos seus dois filhos: um que partiu e outro que ficou.
2.    Entra em cena o pai, ou melhor, o pai nunca saiu de cena. O pai não sai de cena porque é graça pura, é pura graça.
3.    Por ser graça, o pai não gastaria o precioso tempo de abraçar para recriminar; por ser graça, o pai não perderia a oportunidade de abraçar e cheirar gostoso, mesmo que o filho estive em péssimas condições.
4.    Por ser graça pura, o pai não perder o precioso tempo fazendo contas, se o momento era de colocar sandálias, roupas e o anel que reintegrava ao seio familiar.
5.    No artigo de Karen, podemos perceber o quanto o pai era pródigo em amor; ela escreveu: “É um amor que espera pacientemente, em oração e até mesmo em sofrimento”. Podemos dizer que ele era também pródigo em graça.
6.    Mas o pai não demonstrou graça e amor apenas ao filho que voltou bem diferente do dia da sua partida; ele mostrou graça também para o filho que nunca foi, mas parece que também nunca ficou.
7.    O pai vai ao seu encontro para ‘conciliá-lo’ (“insistiu com ele”). É assim que Deus faz conosco. Ele veio até nos para que entrássemos em sua casa.
8.    O filho que se colocou em uma condição de servo, de escravo, ou como um mero trabalhador, não percebeu que tudo o que era do pai era dele também (v.30).
9.    É possível nos perdermos em muito trabalho e abrirmos mão da comunhão. Podemos cair no risco de sermos serviçais eclesiásticos e nunca usufruirmos da comunhão com o Senhor da casa, da igreja.
10. O pai mostrou que amava a ambos os filhos, que não havia preferência. Deus nos mostra pela parábola que nos ama igualmente. Podemos dizer que Deus também foi pródigo em seu amor para conosco (Jo 3.16).
11. Coisa que apenas um pai amoroso pode dizer: “Era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos...” (v.32).


CONCLUSÃO
Como podemos ver, havia pecado e graça na mesma casa. Não sei se podemos comparar isso com as nossas casas ou com a igreja. Mas é certo dizer que a igreja é um lugar de pecadores; pecadores redimidos e pecadores pecadeiros.
Sendo pecadores redimidos ou pecadores pecadeiros, é salutar saber que vivemos próximo a alguém que é cheio de graça e de amor.
Lembramos de Paulo que disse que onde abundou o pecado superabundou a graça (Rm 5.20).
Como o que partiu, ou como o que ficou, graças a Deus que nos abraça cheio de graça.
Amém.


Pr. Eli da Rocha Silva

16/02/2014 – Igreja Batista em Jd. Helena – Itaquera – S. Paulo - SP

sábado, 8 de fevereiro de 2014

O céu não é de todos.

O CÉU NÃO É DE TODOS
PORQUE
A FÉ NÃO É DE TODOS (2 TS 3.2)

“Para o céu por Jesus irei (bis)
Grande é o meu prazer, de certeza ter,
Para o céu por Jesus irei”.

O céu é uma certeza para muitos, talvez uma dúvida para alguns, e sem opinião formada para outros.
Paulo chega a dizer que a fé não é de todos, logo, o céu que é resultado da fé, parece lógico não ser de todos.
Quanto à fé, parece haver fé e fé genuína; o oposto à fé genuína é a fé aparente, superficial e sem resultados práticos. Podemos dizer que a fé genuína conduz a pessoa à pratica de alguma coisa (Tg 2.14-26).
A fé não genuína é capaz de conduzir alguém às reuniões, ao ágape e à ceia do Senhor; mas tal não é capaz de conduzir ao céu.
Somente através da fé genuína é possível agradar a Deus.
Paulo disse a Timóteo que a fé que ele tinha estava no mesmo nível da dos seus antepassados; Timóteo tinha a ‘fé sem fingimento’ (2 Tm 1.5).
Como a fé não é de todos, não devemos estranhar que alguns abandonem a fé. É bem verdade que as pessoas dizem continuar com a fé embora a neguem com as suas práticas.
Quando as pessoas começam a perder a fé, elas encontram tempo para tudo menos para agradar a Deus através de sua fé.
Não devemos estranhar que pessoas não tenham tempo para Deus; falta de tempo para Deus é falta de fé.
A fé deficiente pode ser uma constatação; uma vez constatada, é preciso querer melhorar. Conscientes da fé deficiente, os discípulos disseram a Jesus: “acrescenta-nos a fé”.
Não devemos estranhar o fato de vermos entre nós pessoas que não estão preocupadas em ter a sua fé aumentada, robustecida, genuinizada e operosa.
É possível que para alguns a fé seja apenas uma canção antiga: “Fé mais fé, amor mais amor, quem não tem peça ao Salvador; pois sem fé e sem amor não pode agradar ao Senhor”.
Jesus deixou uma triste notícia a respeito da fé nos últimos dias: “Quando vier o Filho do homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lc. 18.8).
Parece que não são muitos os que cantam com o coração aquela canção antiga: “Em nada ponho a minha fé, senão na graça de Jesus”.
Mesmo vivendo tempos de incredulidade, de falta de fé, ainda podemos cantar a fé (Ler 365 CC).
Como canção permanente, para reavivar a nossa fé devemos continuar crendo em Cristo (370 CC).
Mas devemos lembrar o que disse Paulo: “A fé não é de todos”. Como está a nossa fé? Temos fé?

Pr. Eli Rocha Silva