terça-feira, 8 de março de 2011

A MORTE PARA O PECADO E A PUREZA DE VIDA (ARA)
VIVENDO PARA DEUS (NVI)
1 PEDRO 4.1-6

1Pe 4:1 Ora pois, já que Cristo padeceu na carne, armai-vos também vós deste mesmo pensamento; porque aquele que padeceu na carne já cessou do pecado;

1. Tendo Cristo como nosso exemplo de vida, não é absurda a possibilidade de sofrermos também; esse sofrimento pode fazer parte do plano de Deus estabelecido para nós (3.17).
2. Mesmo que esse sofrimento seja a ponto de nos levar à morte, na verdade, o crente estará sendo conduzido à presença de Deus em triunfo.
3. O que para o mundo é parece derrota, o crente estará mesmo caminhando em vitória. O mundo não vê as coisas pela ótica de Deus.
4. “Cessou do pecado”. A morte é o fim da dinâmica do pecado; na morte, o pecado não terá mais a possibilidade de nos assediar (Hb 12.1) e nos fazer presa dele.
5. Também acreditamos que em Cristo vencemos o poder do pecado; isto é uma vitória em vida, é algo que devemos vivenciar todos os dias. Em Cristo, o salário que era a morte por causa do pecado, passa a ser vida eterna (Rm 6.23).

1Pe 4:2 para que, no tempo que ainda vos resta na carne não continueis a viver para as concupiscências dos homens, mas para a vontade de Deus.

1. Pedro está mesmo falando de viver a vida sem a influência do pecado; o pecado não deve dirigir a nossa vida e nem os nossos pensamentos (Ver Rm 6.1-14).
2. Pelo menos para o apóstolo já não havia a expectativa de ainda viver muitos anos (É possível que ele estive entre os 60 e 70 anos de idade. A carta foi escrita entre 64 e 68 d.C).
3. Mas ele se dirige aos seus leitores: “tempo que ainda vos resta na carne”. É bem possível que Pedro já estivesse trabalhando as sua escatologia (v.7). A sua escatologia seria a dos seus leitores também.
4. Se nos resta tão pouco tempo, por que vivermos para a concupiscência dos homens? Por que vivermos em função do homem do pecado que quer lutar contra tudo que é bom, que vem de Deus?
5. Rompidos com o homem que quer nos encaminhar para o pecado, vivamos para Deus e para a sua vontade que é boa, perfeita e agradável (Rm 12.2). Por outro lado, devemos saber que se decidirmos agir ao sabor da nossa própria vontade, nada modificará o que Deus é.

1Pe 4:3 Porque é bastante que no tempo passado tenhais cumprido a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias.

1. Quando não conhecíamos Cristo a nossa vida era cumprir a vontade dos pagãos, dos incrédulos, daqueles que vivem de acordo com os apelos do mundanismo.
2. Assim como muitos crentes fieis lamentam o passado, por terem vivido atolados no pecado, Pedro não quer os crentes nas práticas que tinham antes de ser de Cristo (1.14).
3. A lista das práticas ímpias é de corar qualquer pessoa que tenha vergonha. Vejamos:
1. “Dissoluções” - Eles caminharam em dissolução, (εν ασελγειαις) de cada espécie de impureza, lascívia e luxúria. – Vida dissoluta e desregrada, sem limites ou restrições.
2. “Concupiscência” - Na cobiça, apetites irregulares (επιθυμιαις) e desejos de todos os tipos.
3. “Borracheiras” - Em excesso de vinho (οινοφλυγιαις e φλυω); ser inflamada com vinho.
4. “Orgias” – (κωμοις) KJV – revellings – de revel = deleitar-se. Banquetes com canções e bebedeiras (Bacanal). Posteriormente passou a designar também orgias sexuais.
5. “Bebedices” - Festa para bebedeira (ποτοις). Esta três palavras designam festas onde os seus participantes se dão aos excessos. (Happy hour).
6. “Abomináveis idolatrias” - (αθεμιτοις ειδωλολατρειαις), As abominações praticadas em suas festas de ídolo, onde eles não apenas adoraram o ídolo, mas fizeram isso com ritos mais impuros, obscenos e abomináveis. Este foi o estado geral do mundo gentílico.
7. Estas foram as práticas dos crentes antes de conhecerem a Cristo, mas que agora salvos, tinham que viver em novidade de vida

1Pe 4:4 E acham estranho não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós;

1. Os amigos de antes não se conformam em não vivermos mais a vida de antes; acham estranho não participarmos mais. Passam a dizer de forma jocosa: “Ele virou crente”. Eles nos acham loucos, mas a Bíblia nos diz que somos bem-aventurados (Sl 1.1).
2. A BV traz: “Tratarão vocês com desdém e escárnio”. Começam a dizer que queremos ser os tais, queremos ser melhores que eles, só nós vamos para o céu, parece que temos o rei na barriga, e assim por diante.
3. Mas nós os crentes não devemos achar estranho que digam tudo isto de nós; quando estávamos lá dizíamos as mesmas coisas dos crentes.

1Pe 4:5 os quais hão de dar conta ao que está preparado para julgar os vivos e os mortos.

1. Pedro aqui é definitivo, é c’est fini, põe fim à conversa. É o ‘e tenho dito’ de Pedro: “Os quais hão de dar conta ao que está preparado para julgar”.
2. O julgamento é para todos que transitaram ou transitam por aqui; para todos, sem exceção (Ap 20.11-15).

1Pe 4:6 Pois é por isto que foi pregado o evangelho até aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem segundo Deus em espírito.

1. “Por isto que foi pregado o evangelho até aos mortos”. Este versículo tem sido alvo de muitas interpretações e especulações. Ele é geralmente estudado em conjunto com 3.19,20.
2. Dentre as especulações temos a do chamado Evangelho da Segunda Oportunidade, que diz que Jesus evangelizou no Hades, para que os ímpios mortos tivessem outra oportunidade de salvação.
3. Outra diz que Jesus pregou o evangelho para que todos fossem indesculpáveis diante Dele.
4. Alguns acreditam que o inferno é apenas “um processo de pedagógico de purificação” (Emil Brunner citado no livro Imortalidade – Vida Nova), e que no final, os homens poderão sair dele por ser apenas temporário (Universalismo).
5. Outro conceito, até mais aceito entre os teólogos evangélicos, que podemos ver nas Bíblias de Estudo Anotada e MacArhtur, é que se trata dos crentes já mortos, mas que em vida receberam o evangelho.
6. Pedro estaria falando de pessoas que ouviram do evangelho enquanto estavam vivas; não há da parte do apóstolo nenhuma intenção de especular o destino dos mortos anteriores ao evangelho (Ver comentário da NVI).
7. “Fossem julgados segundo a carne, mas vivessem segundo Deus em espírito”. Os crentes que morreram por Cristo, que foram martirizados, receberam o julgamento segundo os homens (Atos 7 - Estevão), mas que viveram segundo Deus em espírito (At 7.59).
Pr. Eli da Rocha Silva
06/03/2011 – Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera - SP

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