sábado, 22 de setembro de 2012


A IMPORTÂNCIA DA IGREJA NO CONTEXTO DO REINO
MATEUS 16.18; 18.15-20

INTRODUÇÃO
Nestes dias, que muitos estão dando à igreja menos valor que ela tem, é bom pararmos para refletir o que Cristo e os apóstolos pensaram dela.

I – PARA JESUS, A IGREJA NÃO ERA COISA SEM IMPORTÂNCIA.

1.   Se a igreja não fosse importante no contexto do Reino, Jesus não perderia o seu tempo edificando a Sua. Em Mateus Jesus explicita aos discípulos o Seu desejo; para a maioria dos teólogos, em Atos temos o surgimento factual da igreja.
2.   Se a igreja não fosse importante no contexto do Reino, Jesus não diria a Pedro que as chaves estariam à sua disposição e muito menos o poder de ligar e desligar (Mt 18.18).
3.   Não é fácil entendermos o que Jesus quis dizer a Pedro com “dar-te-ei as chaves do Reino”. Parece-nos que Jesus se referia a Pedro mesmo, como aquele que abriria a oportunidade do Reino tanto aos judeus (At 2) como aos gentios (At 10).
4.   No presente texto, Jesus falava com Pedro na segunda pessoa do singular; se se referisse à igreja, falaria na terceira pessoa do singular (dar-lhe). Mas, não é um absurdo pensarmos que o poder foi estendido à igreja em Mt 18.18. A igreja tem a missão de testemunhar do Reino, agregar ao Reino, e excluir do Reino.
5.   Ladd traz em sua Teologia do NT o que disse alguns teólogos sobre o poder que é dado à igreja: “A igreja será mais forte que a morte, e resgatará a todos os homens do domínio do hades para o reino da vida (...) diante do poder do Reino de Deus operando por intermédio da igreja, a morte perdeu seu poder sobre os homens e é incapaz de reivindicar uma vitória final”.
6.   Se para Jesus a igreja não era coisa sem importância, significa dizer que o trato que Ele terá conosco no fim de todas as coisas, será na mesma base da importância que a ela dermos.

II – A VISÃO SOBRE A IGREJA NO CONTEXTO DOS ATOS DOS APÓSTOLOS

1.   Igreja idealizada por Jesus torna-se fato nos atos, nas ações dos apóstolos sob o domínio do Espírito Santo. Nada do que foi feito sem o poder do Espírito se faria (At 1.8).
2.   A igreja sem o Mestre ficou contemplativa (olhar perdido no céu); foi preciso fazê-la descer à terra e tomar o seu caminho (voltaram para Jerusalém) (At 1.11,12).
3.   O grupo já não tinha a presença do Mestre, mas levou a sério os seus ensinos a respeito da oração (“vigiai e orai”) e ‘perseveram unânimes em oração’.
4.   Em uma igreja muito parecida com a nossa (120 irmãos), que vivia em constante oração, Pedro se levanta como um dos líderes; ele recobra o que Jesus dissera a seu respeito algum tempo antes (Mt 16.18,19).]
5.   Para que vive pensando que a igreja é coisa sem muita importância, saiba que o Espírito Santo visitou a igreja em perspectiva (120 irmãos), inaugurou-a e a consolidou através dos dias (At 2.47). Cumpriu-se o que Jesus disse a Pedro e aos demais discípulos.
6.   A igreja mostra a todos a sua importância como agência do Reino à medida que vai crescendo, vai se espalhando por todos os lugares: Em Jerusalém (At 6.7), em Samaria (At 8.4-8), em Damasco (Síria) (Atos 9.22); outros lugares (At 11.19-21), Grécia (At 18.1), Turquia (Éfeso) (At 19.1).
7.   A igreja, que para muitos hoje em dia é de pouca importância, sempre foi e será a agência proclamadora do evangelho do Reino.

III- A IGREJA E O QUE NÓS DEVEMOS SABER A RESPEITO DELA.

1.   Ela foi comprada com o seu próprio sangue (At 20.28).
2.   Ela é a reunião dos ‘santificados em Cristo Jesus’ (1 Co 1.2).
3.   Na igreja e a través da igreja é manifesta a ação do Espírito (1 Co 12.28).
4.   Cristo é o presente de Deus à igreja: “o deu à igreja” (Ef 1.22,23). Este verso deixa bem claro que Cristo não está à parte da igreja, e nem a igreja, à parte de Cristo. A Bíblia Anotada traz o seguinte comentário: “As igrejas locais deveriam ser miniaturas do corpo de Cristo, embora seja possível haver membros de igrejas locais não genuinamente salvos e que, portanto, não são membros do corpo de Cristo”. Richard J. Sturz em sua Teologia Sistemática tem um capítulo com o seguinte título: A Igreja é Cristo. E neste capítulo diz: “As igrejas são amplamente reconhecidas como o único meio pelo qual os incrédulos podem ver Cristo. Seus membros são suas mãos e pés; sua voz chamando as pessoas ao arrependimento. A salvação vem pelo contato com seu corpo, a Igreja”.  
5.   O ministério excelente atribuído por Deus à igreja (Ef. 3.10).
6.   A igreja vivendo a complexidade de estar e não ser (Jo 17.14-16). Muitas crentes estão caindo nos braços do Diabo porque não conseguem viver a diferença.
7.   Para quem é adepto do ‘Cristãos sem igreja?’ Sturz escreveu: “...o cristão desenvolve a espiritualidade na comunhão dos crentes; e não na prática de oração e meditação individual”.
8.   O grande momento que aguarda a igreja e a igreja o aguarda (1 Ts 4.1-17). A igreja dos crentes mortos e a igreja dos crentes vivos, pela ressurreição e transformação, formam uma única igreja de vivos glorificados.

CONCLUSÃO

Refletimos sobre a importância da igreja de ontem, de hoje e de amanhã.
Ontem, organizada; hoje, militante; amanhã, glorificada.
Amém.

Pr. Eli da Rocha Silva
Igreja Batista em Jd. Helena – José Bonifácio – S. Paulo - SP

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