terça-feira, 14 de setembro de 2010

A AFLIÇÃO COMO MOTIVAÇÃO DE BUSCA
OSÉIAS 6.1-3

Não é um absurdo dizermos que em tempos de aflição nos achegamos mais a Deus. Talvez algumas pessoas não, mas para a grande maioria vale esta máxima.
A busca de Deus em tempos de aflição é que faz com que muitas igrejas fiquem cheias hoje; as pessoas estão lá buscando o alívio para o sofrimento. Elas muitas vezes nem querem Deus, mas sim o seu favor. Para muitos nem o seu favor, o que lhe é mesmo uma obrigação por conta do seu ato criador.
Os próprios milagres de Jesus aconteceram em um contexto de aflição. Muitos curados foram salvos, outros apenas receberam o que buscavam e se deram por satisfeitos.
Oséias nos ensina o quanto Deus é capaz de fazer no seu próprio povo e em favor dele.
Três coisas que podemos aprender com o texto:

I – O CONVITE PARA RETORNAR (V.1)

1. O povo quis viver a sua própria vida. Deus não interferiu em nada para que eles não a vivessem. É certo que entre eles estavam os profetas para orientá-los.
2. A decisão de voltar ou não é um sentimento do próprio povo: “Tornemos para o Senhor”. Voltar é uma demonstração de coragem e confiança. Mesmo tendo errado contra Deus, o povo sente que haveria receptividade. “Aquele que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (Jo 6.37).
3. O retorno traria cura para as feridas. As maiores feridas são espirituais. Morrer sem tê-las curado é morrer duas vezes.
4. O povo não está acusando Deus pela aflição, mas constatando uma correção. Estar com Deus que os deixara ferir era melhor que estar em mãos inimigas. Todo filho volta para casa, mesmo sabendo que o pai o corrigirá.

II – HÁ ESPERANÇA PARA OS QUE RETORNAREM (V.2)

1. Este verso nos leva a pensar o quanto foi pesada a correção. O corrigido ficou em prostração? Signifique o que significar na mente do profeta, a certeza é que o povo de Deus seria levantado da sua prostração.
2. Muitas vezes queremos o alívio da aflição imediatamente. Tomamos os remédios que nos aliviam rapidamente, às vezes, até em doses maiores.
3. Na mente do profeta havia um tempo a ser percorrido até poder estar em pé diante do Senhor.
4. Haverá também um tempo até estarmos em pé na presença do Senhor. O tempo é o da passagem por este mundo.
5. Quem retorna para o Senhor vive alimentado pela esperança. A esperança é viver diante dele.

III- O COMPROMISSO DOS QUE RETORNARAM (V.3)

1. Voltar sem mostrar diferença, que aprendeu com as dificuldades, não tem valor algum. Quem sofre no mundo e volta precisa mostrar que aprendeu.
2. O filho pródigo não voltou fazendo exigências, mas humildemente, submeteu-se às ordens do seu pai.
3. Para o povo, voltar também foi decidir aprender mais de Deus: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor”. Nenhum conhecimento é completo, final. Apenas quem sabe que não conhece tudo aprende mais. Essa máxima em Oséias vale para o crente, hoje.
4. Para conhecermos alguém precisamos andar juntos. Assim, o povo só poderia conhecer mais de Deus se andasse com Ele. Nós os crentes, só conheceremos mais de Cristo à medida que andarmos com Ele.
5. “Como a alva, a sua vinda é certa”. Tal expressão nos faz lembrar o hino: “Sua vinda ao mundo é certa quando não o sei”. A despeito das dificuldades, tal certeza nos faz avançar e vencer todos os dias.
6. Por último, a outra expressão do profeta: “e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra”. Serôdia – chuva tardia, no fim da estação. Os hebreus chamam a última chuva, malkosh, pela qual o trigo ficava sazonado. E parece que o Profeta queria dizer pela palavra, geshem, a chuva primaveril. Mas o sentido é claramente este, que, embora os israelitas houvessem se tornado tão secos que não tivessem mais qualquer vitalidade, todavia, haveria tanta virtude na graça divina quanto na chuva, que frutifica a terra quando essa parece ser estéril (Calvino).

CONCLUSÃO
Quando em tempos de aflição formos acolhidos pelo Senhor, podemos e devemos fazer compromissos com Ele.
Compromisso de caminharmos e aprendermos mais Dele. Compromisso de combatermos todo o pecado que nos assedia sem trégua.
Somos mais que vencedores porque sabemos que como a alva, a sua vinda é certa.

Pr. Eli da Rocha Silva
14/09/2010

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