segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

DIAS DE RECONCILIAÇÃO
TEXTO: 2 CORÍNTIOS 5.14-21

O Natal e o Ano Novo parecem marcar uma vida nova; temos uma sensação de término de período e início de outro. Não estou falando do calendário, mas sim de sensações internas, da psique, das emoções.
Talvez seja também o tempo de darmos um basta às coisas que precisam ser deixadas para trás, de modo que não venham a interferir no período que está próximo a ser iniciado.
Caso em não queira fazer a ruptura com o velho, estarei fadado a iniciar o novo com os velhos vícios, as mesmas intrigas e desavenças e as mesmas inimizades.
Estes últimos dias são dias de reconciliação; mas, a reconciliação não começou hoje, ela é antiga, ela é de iniciativa divina. Podemos até dizer que divinos são também os que buscam a reconciliação. Não divinos por natureza, mas divinos por retratar a imagem e a semelhança de Deus.
Temos alguns casos de reconciliações na Bíblia que mudaram a história de todos os envolvidos. Falarei apenas de dois.

I – JACÓ E SUA RECONCILIAÇÃO COM ESAÚ (GN 32.1-33.20)

1. Não vou mover uma palha para buscar reconciliação com fulano! Talvez seja esta a palavra de que sofreu quando lhe fizeram tanto mal. Na história de Jacó e Esaú, de que lado você quer ficar? Jacó aproveitou o momento de maior fragilidade de seu irmão para ficar com o que era dele (Gn 25.29-34).
2. Tendo feito o acordo sob juramento, tempos depois, de modo fraudulento, Jacó se apossa do bem comprado (Gn 27.1-29).
3. Esaú, a parte cedente do contrato de compra e venda chega logo após Jacó ter sido abençoado; queria ele também a bênção que vendera tempos antes. Mas Isaque diz que não há mais bênção (27.36-41).
4. Jacó parte para Harã para fugir da ira homicida do seu irmão Esaú. Em Harã constituiu família, ficou rico, e por fim, resolveu voltar. O triste na história: reencontrar o seu irmão Esaú.
5. Somos assim também: sofremos o trauma de reencontrar as pessoas que ferimos. Tais traumas acontecem em família, em amizades e igreja. Mas dia menos dia temos que recolocar as coisas em bons termos. Não foi diferente com Jacó. Não será diferente conosco.
6. Jacó começou a criar situações em sua mente marcada pela dívida (Gn 32. 4-8). Mas Jacó também orou a Deus; cria ele que o Senhor lhe faria bem naquelas horas de dificuldades (v.9-12). Ele não só ora por livramento, mas lembra Deus das promessas feitas a ele (v.12).
7. Podemos dizer que aprendemos com Jacó o seguinte: é preciso orar antes para depois buscar a reconciliação.
8. Depois da oração foi preciso agir; Jacó continua a jornada rumo a Esaú. Jacó sabia e sentia: Deus está comigo. E Deus foi mesmo com ele e tudo aconteceu em clima de plena harmonia. Nada lembrava as circunstâncias dos temos de desarmonia (33.1-11).
9. Não há barreira que não possa ser transposta; não há dor que não possa ser superada; não há amargura que não possa ser curada; não há inimizade ou desavença que não possa ser perdoada.
10. Estamos em dias de reconciliação.

II – A HUMANIDADE RECONCILIADA COM DEUS

1. O texto que lemos fala também de reconciliação; o pecado nos intrigou com Deus. Ficamos intrigados com Deus e com todo mundo. Quando estamos intrigados e alguém olha para nós, perguntamos com cara de poucos amigos: Tá olhando o que?
2. Deus é amor; nós somos a imagem de Deus (Gn. 1.27). O triste é que não conservamos todo esse amor; não somos tão cheios de amor assim.
3. Para o nosso bem Deus é amor. Para o nosso bem Deus não se deixou levar pelo nosso desamor. Para o nosso bem Deus tomou a iniciativa: “Tudo provém de Deus” (2 Co 5.18). Somos ruins nas tomadas de iniciativa, então: “Deus nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo”.
4. A reconciliação é traumática: de um lado a morte de Cristo, do outro, a minha luta no reconhecimento que sou pecador, e que tal morte foi culpa minha. Mas Deus considerou que devia ser assim e nos reconciliou por meio do Filho na sua carne, isto é, na sua morte substitutiva.
5. Teologicamente é dito que Deus agiu por graça para não jogar sobre a humanidade a sua ira e a sua justiça (Colin Kruse). A graça manifesta foi na carne do Filho, o que nos libertou do acréscimo da pena: “não imputando aos homens as suas transgressões” (v.19).
6. Os nossos pecados não foram somados, mas poderiam ser somados se Deus assim quisesse, mas Ele não quis que fosse assim. Significa dizer que não temos mérito nenhum em todo este acontecimento de salvação. Nós éramos na verdade pessoas que deviriam ser condenadas, mas Deus preferiu não somar as nossas transgressões, e assim, perdoá-las de fato.
7. Celebrada a reconciliação é restabelecido o relacionamento e, em lugar de ira, a paz que excede todo entendimento. Não basta dizer que houve reconciliação; é necessário que a paz celebrada seja verificada por atos.
8. Para nós, a reconciliação promovida por Deus nos tirou do inferno, a casa que nós mesmos íamos preparando; para nós, a reconciliação promovida por Deus nos coloca na casa de muitos aposentos preparada pelo próprio Senhor (Jo 14.2).
9. Estamos em dias de reconciliação.

CONCLUSÃO
Deus trabalhou para que Jacó tivesse um excelente encontro com o seu irmão Esaú
Deus trabalhou para que nós tivéssemos um excelente encontro com Ele através de Jesus o Seu Filho.
Estamos em dias de reconciliação. Por que deixar para amanhã o que você precisa fazer hoje!?
Amém

Pr. Eli da Rocha Silva
18/12/2011 – Igreja Batista em Jd Helena

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