quarta-feira, 1 de julho de 2009

REFLEXÕES NA PRIMEIRA CARTA DE JOÃO (7)

REFLEXÕES NA PRIMEIRA CARTA DE JOÃO (7)

CAPÍTULO 2. 18-23

(v.18) Filhinhos, esta é a última hora; e, conforme ouvistes que vem o anticristo, já muitos anticristos se têm levantado; por onde conhecemos que é a última hora.

1. Alguns autores concordam que havia uma expectativa da iminência da volta do Senhor, isto é, já no fim do primeiro século (Ver Rm 13.11).
2. Quando escreveu aos Tessalonicenses a sua segunda carta, Paulo disse que eles não deviam deixar-se enganar, “supondo tenha chegado o dia do Senhor” (2.2); um dos sinais da vinda do Senhor está em 2.3. Paulo escreveu a sua carta em 51 d.C.
3. Tendo João escrito a sua primeira carta em 90 d.C, com certeza o cenário político já não era o mesmo do tempo de Paulo.
4. João sentiu na própria pele (Ap. 1.9) o ódio daqueles que eram anticristos, e por conseguinte, anticristãos. O próprio Jesus alertou os seus discípulos de que estariam expostos às atividades anticristãs daqueles que odeiam o evangelho (João 17.6-26).


(v.19) Saíram dentre nós, mas não eram dos nossos; porque, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; mas todos eles saíram para que se manifestasse que não são dos nossos.

1. É possível que os anticristos (v.18) se levantaram e saíram da própria comunidade cristã.
2. Quando saíram da comunidade cristã, os falsos crentes puderam ser vistos como na verdade eram, pois a máscara da falsa piedade caiu.
3. A saída do grupo de falsos crentes (joio) possibilitou que, de modo muito mais visível, os verdadeiros crentes (trigo) professassem a Jesus como seu Senhor e Cristo.


(v.20) Ora, vós tendes a unção da parte do Santo, e todos tendes conhecimento.

1. A Bíblia de Estudo Vida traz a seguinte nota: “Aqui, a unção do Espírito Santo significa um tipo de certificado. A nossa unção sugere que estamos completos em Cristo. Essa unção também dá a entender uma contínua presença e ministério interno do Espírito, protegendo-nos de falsos mestres e líderes e auxiliando-nos a discernir entre o certo e o errado”.
2. Hoje há muita confusão em relação ao assunto ‘unção’. Tem muitos crentes rogando unção; mas, a qual unção eles estão se referindo? O recebimento do Espírito, sendo ato único e definitivo, acontece quando, pelo convencimento do próprio Espírito, reconhecemos nossos pecados e confessando-os, aceitamos o sacrifício e o senhorio de Cristo.
3. Os benefícios de termos o Espírito, entre muitos, são: o selo (Ef 1.13), o dinamismo (Atos 1.8) o fruto (Gálatas 5.22ss) e os dons (Romanos 12.6-8; 1 Co 12 e 14 e Efésios 4.11).


(v.21) Não vos escrevi porque não soubésseis a verdade, mas porque a sabeis, e porque nenhuma mentira vem da verdade.

1. João não teve a intenção de dar um ensino novo, mas reforçar na mente e coração da comunidade de crentes, as coisas que eles já sabiam.
2. O problema principal na igreja era a infiltração dos falsos ensinos, das heresias. Homens que se diziam cristãos, e tinham até cadeira de mestres na comunidade, quiseram implantar a heresia do gnosticismo e do docetismo.
3. Gnosticismo: “Gnósticos acreditam que a matéria é essencialmente perversa e que o espírito é bom. Como resultado dessa pressuposição, os Gnósticos acreditam que qualquer coisa feita no corpo, até mesmo o pior dos pecados, não tem valor algum porque vida verdadeira existe no reino espiritual apenas (Internet)”. Diziam que: “o conhecimento e superior à virtude” (Bíblia Anotada).
4. Docetismo: “Jesus já existia como homem quando o "espírito de Cristo" veio controlá-lo, não houve verdadeira encarnação de Cristo, nem o Cristo sofreu ou morreu, tão somente o Cristo Divino apossou-se de Jesus, quando de seu batismo, e o abandonou quando de sua morte na cruz. O homem Jesus em sentido algum seria Deus, mas tão-somente um homem um pouco melhor e mais sábio do que os demais” (Internet).


(v.22) Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse mesmo é o anticristo, esse que nega o Pai e o Filho.

1. A falsa doutrina ensinava ser inconcebível a possibilidade do Jesus, homem, ser o Cristo, sendo este divino.
2. Os falsos mestres eram a continuidade da semente da dúvida plantada pelo diabo: “Se é o Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães” (Mat. 4.3). Satanás falhou em sua tentação, mas mesmo assim conseguiu implantar a dúvida e a mentira.


(v.23) Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai; aquele que confessa o Filho, tem também o Pai.

1. A negação do Filho é abrir mão do Pai; confessar o Filho, é ter também o Pai; qualquer exclusão de Um leva o indivíduo a não ter Nenhum.
2. Jesus mesmo se encarregou de explicar o estreito relacionamento Dele com o Pai, quando Filipe lhe pede que lhes mostre o Pai (João 14.8-11).



PR. Eli da Rocha Silva
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – São Paulo – SP
(Nota: as reflexões 1 a 6 podem ser lidas em: www.pastor-elirocha.blogspot.com)

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