segunda-feira, 26 de julho de 2010

A UNIVERSALIDADE DA AÇÃO DO EVANGELHO
1 TIMÓTEO 2.1-6

I - UMA UNIVERSALIDADE EXPOSTA COMO UM DEVER

1. O dever de interceder. É obrigação da igreja ser intercessora. A oração em todos os seus aspectos e formas tem caráter mundial, universal: “Em favor de todos os homens” (v.1).
2. As necessidades são abrangentes, e o comportamento dos crentes devem estar ligados às necessidades em todas as frentes: “Em favor dos reis e das autoridades” (v.2a). Muitas vezes temos vontade de fazer orações imprecatórias e não intercessórias, dada a nossa insatisfação com os governantes, com as autoridades constituídas; mas, tal insatisfação não deve nos levar à negligência pela oração favorável a eles.
3. A igreja não deve ter sua visão limitada ao seu pequeno espaço, ao seu pouco número de membros, pois a sua atuação é local, mas é também universal. O crente que estiver em viagem, em qualquer parte do mundo, ou fora dele, dirá aos outros que é membro da igreja tal em tal lugar; isso mostra a abrangência da igreja local, que se espalha quando saímos por todos os lugares do mundo.
4. O pedido de Paulo aos crentes, sendo praticado, trará resultados práticos e salutares para a igreja: “Para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito” (v.2 final). Não devemos pensar que Paulo estivesse pensando em sombra e água fresca ao pedir que a igreja orasse pelas autoridades (Embora queiramos isso!).
5. A vida tranquila e mansa de Paulo, com certeza não significava a possibilidade de a cada final de semana, descer até o litoral ou para o sitiozinho do interior. A vida tranquila e mansa de Paulo era a possibilidade de viver a fé sem sobressaltos; de pregar o evangelho sem perturbações; de se viver em comunidade sem impedimentos das autoridades.
6. Podemos terminar esta seção com as palavras de Paulo: “Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador” (v.3). O que é bom e aceitável? As nossas orações, as nossa preocupações com todos os homens, inclusive os que estão em eminência (Neste ano teremos eleições; é bom que se faça orações preventivas).


II - UMA UNIVERSALIDADE COMO EXPOSIÇÃO DO DESEJO DE DEUS

7. O que Deus deseja? Deus tem todo o poder, não poderia Ele fazer cumprir todos os seus desejos? Sim, e não. Sim, porque ninguém é capaz de limitar Deus, ou impedi-lo de agir (“Agindo eu, quem impedirá? Is 43.10-13).
8. E não, porque Deus não age em desacordo ao que Ele mesmo deu para o homem, ou seja, a liberdade agir por si mesmo, sem interferências ou impedimentos.
9. O desejo de Deus: “Que todos os homens sejam salvos” (v.4). Em relação a Paulo e a igreja isso já era uma realidade, ele mesmo disse: “Nosso Salvador” (v.3). Mas não era e não é uma realidade em todos.
10. Deus manifestou a Jonas o seu desejo em relação a Nínive (Jn 4.11). Mas o desejo de Deus deveria ser realizado mediante a pregação, com aceitação voluntária pelos ninivitas. Deus não promoveu uma conversão nacional sem que houvesse arrependimento de pecados, como não fará nesses dias. Aliás, a conversão é nacional na soma da conversão individual; nenhum rei tem o poder de salvar por decreto.
11. Parece que Deus tem um desejo que se divide em duas partes: salvação e pleno conhecimento da verdade. Será que Paulo não inverteu a ordem? Alguns eruditos crêem que não. Acontece que o pleno conhecimento é um privilégio dos salvos, pois o homem natural não entende as coisas espirituais (1 Co 2.11-16).
12. Apenas o crente pode crescer dia-a-dia no conhecimento das coisas de Deus. Hoje, nós sabemos um pouco mais que ontem. Infelizmente, muitos crentes continuam como nasceram; outros, pior ainda, já não têm a chama do primeiro amor.
13. Para outros, o pleno conhecimento da verdade é sentença preliminar para que o homem seja salvo. Assim, o que todos os homens devem conhecer vem as seguir (v.5-6).

III - A UNIVERSALIDADE DA PROVIDÊNCIA DE DEUS

14. O que todos nós crentes já sabemos: “Porquanto há um só Deus”. Nós somos de uma religião monoteísta; cremos que há um só Deus (Dt 6.4).
15. Paulo diz que há um problema, pois o fato da necessidade de um mediador deixa isso muito claro. Não são muitos os mediadores, os negociadores de uma causa: “Há um só Mediador entre Deus e os homens” (v.5). E o melhor de tudo, é que o próprio Deus providenciou o Mediador (Jo 3.16). Isto escancara para nós mesmos o quanto somos incapazes de fazer alguma coisa por nós mesmos.
16. O Mediador é Cristo Jesus, homem (v.5). Cristo Jesus, refere-se Àquele que foi feito capaz de fazer a mediação (Foi ungido para isso). Jesus-homem, refere-se Àquele que teve plena identificação com a raça humana.
17. João escreve que temos um Advogado junto ao Pai; alguém que intercede por nós garantindo a defesa da nossa causa (1 Jo 2.1).
18. Paulo reforça o alcance da mediação: “O qual a si mesmo se deu em resgate por todos” (v.6a). Deus deseja que todos os homens sejam salvos, e Cristo se deu em resgate de todos. A salvação está disponível a todos que queiram recebê-la. Ainda está disponível.
19. A salvação que foi oferecida a todos é eficaz apenas na vida do que crê. Ela é universal quanto a sua disponibilização e individual em sua aceitação.
20. Dar-se de si mesmo faz parte do caráter voluntário de Jesus. Primeiro Ele deixou a sua glória para identificar-se com os homens. Paulo explica isso quando escreve aos crentes de Filipos (Fp 2. 58). Texto sobejamente conhecido dos crentes fala da kenosis, do esvaziamento de Jesus da glória que tinha (Jo 17.5,6) para habitar entre nós (Jo 1.14).
21. Segundo, Ele foi levado à cruz como homem, perfeitamente identificado com os demais homens e mulheres. Mas diferente de nós, Ele viveu sem pecado, não falhou em nada.


CONCLUSÃO

A universalidade do evangelho coloca a igreja como destaque, quando cobra dela a intercessão e a ação evangelizadora.
A igreja mostra a todos os homens, através da ação do evangelho, qual é a vontade de Deus em relação a todos os homens.
Cabe à igreja mostrar também, que Deus constitui a Jesus Cristo como único Mediador entre Ele e os homens.
O Mediador demonstrou o seu caráter voluntário quando deixa a glória e desce para morrer na cruz por todos os homens.
Mas a igreja deve dizer a todos que, embora Jesus morreu por todos os homens, apenas os crentes serão beneficiados por tamanho sacrifício.
Amém.

Pr. Eli da Rocha Silva 04/07/2010
Igreja Batista em Jardim Helena - Itaquera - S.Paulo - SP

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