sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A IGREJA E A PRÁTICA DAS (MESMAS) OBRAS
Apocalipse 2.2, 5 e Efésios

À igreja em Éfeso Jesus falou que conhecia as suas obras (v.2); e também falou: “Volta à prática das primeiras obras”.
O Pr. Shedd em seu livro ‘Avivamento e Renovação’ diz: “Embora Jesus não tenha feito uma lista dessas obras, podemos imaginar uma lista com base na carta de Paulo aos efésios”.
Vamos terminar 2010 pensando na carta de Paulo aos efésios e na sua possível lista:

1. Uma consciência viva de que todas as reuniões, cultos e atividades da igreja estariam enraizados em um desejo intenso de louvar a gloriosa graça de Deus, demonstrada na redenção proporcionada em Cristo (Ef 1.6): “Nos concedeu gratuitamente no Amado”. Seria um drama humano termos que pagar o que recebemos de Deus gratuitamente.
2. Uma consciência da incomparável grandeza do poder de Deus para com os irmãos (1.19) e de que esse poder estaria disponível para os que estão em condições de pedir, uma vez que crêem que Cristo está entronizado muito acima de todo governo, autoridade, poder e domínio (1.21).
3. Uma consciência do privilégio de o cristão ter ressuscitado dentre os mortos em transgressões e pecados para assentar com Cristo nos lugares celestiais (2.6).
• Os reflexos da percepção da graça: 1) merecíamos castigo, mostrou-nos misericórdia; 2) merecíamos permanecer mortos, nos fez viver juntamente (sinezoopoíesen) com Cristo. O fato de Jesus voltar à vida nos garantiu o privilégio de termos vida com Ele. Não se trata da vida que passa (bios), mas daquela que é eterna (zoe).
• Ao nos tirar do poder da morte à qual estávamos presos pela transgressão e o pecado, Deus nos deu mais privilégios: “Nos fez assentar nas regiões celestiais em Cristo Jesus” (v.6). Por meio de Cristo fomos tirados de uma situação e colocados em uma condição: da desonra para a honra. Assim disse Calvino a respeito do que afirmou Paulo: “É como se ele quisesse dizer que fomos transferidos do mais profundo inferno ao próprio céu”.
4. Uma convicção de que a razão por que Deus comprou a Igreja foi para fazer boas obras que Ele preparou antes, para que as pratiquem. E essas ações amorosas deveriam ser realizadas com alegria (2.10).
5. Uma consciência real da habitação de Cristo nos corações dos membros, por meio do Espírito (3.16,17).
6. Uma dedicação indomável à unidade da igreja, mantida pelas atitudes de humildade, mansidão, paciência e aceitação um dos outros (4.2-3).
• Com humildade reconhecemos que dependemos de outras pessoas. A vida cristã não é algo que possa ser vivida no isolamento. Somos dependentes uns dos outros, como diz o hineto: “Eu preciso de você, você precisa de mim”.
• Mansidão é outro aspecto da conduta cristã que devemos deixar transparecer. A mansidão nos encaminhará para um bom testemunho para com os de fora, e não escandalizaremos os de dentro (da igreja).
• (Paciência) Longanimidade, isto é, perseverança. Muitos são os desafios e as aflições no mundo. Se a mansidão nos ensina a não perdermos a cabeça, a longanimidade nos ensina a não perdermos a esperança.
• Suportando-vos em amor. Sabendo que suportar não é fácil, o apelo é que isso seja feito em amor. O amor nos aperfeiçoará naquilo em que falhamos.
7. Um compromisso diante de Deus de aceitar o dom gracioso que Ele deu a cada membro e de aplicar o uso desse dom para um empenho máximo na edificação mútua dos membros, bem como no crescimento da igreja (4.7-16).
8. Um compromisso com a renovação do modo de pensar segundo o padrão do “novo homem”, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade (4.23,24).
9. Um compromisso com o perdão mútuo, imitando o trato de pecadores, “assim como Deus os perdoou em Cristo” (4.32).
10. Um compromisso com a transparência e a colocação de tudo na luz (5.13).
11. Um compromisso com o aproveitamento de todas as oportunidades para a glória de Deus (5.16).
12. Um compromisso com o enchimento pelo Espírito (5.18). Na mesma sentença Paulo trata de um aspecto muito importante na vida do crente mas, que se divide em duas questões: o encher-se. O encher-se negativamente: de vinho; o que deve ser rejeitado pelo crente. O encher-se positivamente: do Espírito; o que deve ser a busca diária do crente.
13. Um compromisso com a música que louva, de coração, ao Senhor (5.19).
14. Um compromisso diante de Deus para manter o coração sempre grato, “dando graças constantemente a Deus Pai por todas as coisas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo (5.20).
15. Um compromisso de amor dos maridos por suas esposas, como Cristo amou a igreja, e das esposas se sujeitarem aos seus maridos (5.22-33).
16. Um compromisso com os filhos para criá-los na instrução bíblica e no conselho do Senhor (6.4). Hoje nós temos vivido a cultura do ‘melhor na igreja do que no mundo’, mas muitas vezes os filhos estão mesmo é no mundo; nós nos enganamos e eles também. Na volta de Jesus não será aplicado o critério ‘melhor na igreja do que no mundo’.
17. Um compromisso de diariamente vestir a armadura completa de Deus (6.10-18). Sem a armadura de Deus nos tornamos vulneráveis; já entramos na guerra para perder. A vida cristã é uma guerra fora e dentro; brigamos com os de lá e com os de cá; morrem de lá e morrem de cá.

FINALIZANDO
Os comentários de Paulo, listados pelo Pr. Russel Shedd, contemplam tudo o que precisamos como indivíduos e Igreja, ou devemos acrescentar algo mais?
Acredito que não precisamos acrescentar mais nada. Basta apenas vivermos a visão de Paulo para a Igreja, que continuaremos praticando as obras que enaltecem o nome de Deus, e nos ensinam a viver cada dia o que de fato somos: apenas servos.
Que Deus nos abençoe na busca desse alvo de sermos apenas o que devemos ser.

Pr. Eli da Rocha Silva
31/12/2010 – Igreja Batista em Jardim Helena - Itaquera

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