sábado, 2 de abril de 2011

A IGREJA DOS SANTIFICADOS EM CRISTO
1 Coríntios 1. 1-17

O tema Igreja é apaixonante. Foi assim com Jesus: “Edificarei a minha Igreja”; foi assim com Paulo, haja vista, o grande interesse em organizá-las e nutri-las com a Palavra.
Escrevendo ‘à igreja de Deus que está em Corinto’, Paulo tem como finalidade confirmar aqueles santos em Jesus Cristo. A carta não tem como fim fazê-los desanimar no esforço empreendido para serem crentes, mas de reanimá-los e consertar as pequenas falhas e realinhar onde há divergência.

I – A SAUDAÇÃO À IGREJA DOS SANTIFICADOS EM CRISTO (v.2)

1. A saudação é para a igreja de Deus em Corinto. Era uma saudação para todos os que habitavam em Corinto e professavam Cristo. Não era para uma igreja localizada em um lugar em particular, na rua tal, número tal, mas para todos os que se reuniam para adorar a Deus, em espírito e em verdade.
2. Paulo chama aquele povo de ‘igreja de Deus’. A igreja é o grupo dos que foram chamados para ser de Deus; ‘de’ Deus é sinônimo de possessão, de propriedade; a igreja é de Deus e ‘não de qualquer indivíduo’ (Rieneccker & Rogers). Por melhor que alguém seja, a igreja não lhe pertence.
3. Outra coisa bonita que Paulo fala daqueles irmãos, é que eles eram ‘santificados em Cristo’. Nós somos santos dependentes, isto é, a nossa santificação se dá pelo fato de estarmos Naquele que é santo, e Aquele que é santo estar em nós. O Pr. Hernandes Dias Lopes chama isso de santificação posicional; quando nos posicionamos em Cristo que é santo, então, somos santos Nele. Não santidade à parte de Cristo.
4. Ainda, Paulo reforça a questão da vida dos santos em Cristo. Santo significa: separado e consagrado para determinado fim. Os crentes devem viver de modo santo e em santificação; trata-se de uma condição (posicionamento) quanto de um processo (continuidade). Esse progresso abraçado conduz o crente à glorificação.
5. A igreja de Deus não se limita a uma região geográfica, a uma denominação, ou a uma raça em particular (nem mesmo Israel), mas a ‘todos que em qualquer lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo’.

II – AÇÃO DE GRAÇAS PELA IGREJA DOS SANTIFICADOS EM CRISTO

1. “Sempre” – em todo o tempo. Desde o momento dos primeiros convertidos até quando a carta foi escrita. O apóstolo era em extremo grato a Deus pela vida da igreja que estava em Corinto.
2. A gratidão do apóstolo, a graça dada a Deus, o louvor de Paulo foi ‘a propósito da sua graça, que vos foi dada em Cristo Jesus’ (v.4). A gratidão é a conscientização de que não merecemos nada, e mesmo assim, Deus estendeu suas mãos de misericórdia e compaixão sobre nós.
3. A condição da igreja em Corinto: “Porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento” (v.5). Tais palavras devem ter soado como elogio da parte do apóstolo. Aqueles crentes em Corinto eram mesmo cheios de graça da parte de Deus. Aqueles crentes foram ensinados na palavra e tiveram o conhecimento da verdade que liberta (João 8.32).
4. Podemos dizer sem medo de errar, que todos os crentes, em todos os tempos, também são enriquecidos em Cristo, com toda a sorte de bênçãos espirituais (Ef. 1.3). O que pode estar acontecendo com um ou outro membro, é a dificuldade de perceber, de sentir, de querer mesmo andar em bênçãos espirituais.
5. Paulo continua elogiando a igreja: “Assim como o testemunho de Cristo tem sido confirmado em vós” (v.6). Os efeitos da aceitação do evangelho eram visíveis naqueles crentes; não havia neles um nominialismo evangélico; eles eram crentes mesmo. A confirmação não é no âmbito da igreja, mas na atuação no mundo.
6. A igreja em Corinto era farta em recursos espirituais (v.7). Toda essa gama de dons conduziria os crentes, à vida santa e em santificação tratada inicialmente por Paulo, até o ‘dia de nosso Senhor Jesus Cristo’ (v.8).
7. A igreja de hoje está na mesma condição daquela, isto é, caminhando em testemunho e santificação até que o Senhor venha.

III – A EXORTAÇÃO À IGREJA DOS SANTIFICADOS EM CRISTO.

1. Até o verso 9 vemos Paulo preparando o terreno para, com muito cuidado e zelo, falar aos irmãos acerca do que tinha ouvido a respeito deles ( v.11).
2. Mesmo sendo rica em todas as coisas (v.5), a igreja de Deus em Corinto precisa acertar algumas situações: ‘Muito antes de concretizar-se a “comunhão”, há divisão’ (Leon Morris).
3. A igreja está em processo de santificação, e nesse processo, ela precisa expurgar tudo que atrapalhe a comunhão entre os irmãos. Paulo então roga em nome de Jesus (v.10), para que eles acertem as questiúnculas pessoais; “Rogo-vos (...) que faleis todos a mesma coisa, e que não haja entre vós divisões”.
4. Quais eram as divisões? A divisão era marcada pela lealdade a certos líderes (Bíblia Anotada). A divisão não era apenas de liderança, mas, possivelmente, de doutrina e de costumes. Cito novamente o Pr. Hernandes: “A igreja evangélica brasileira vive o pecado da tietagem. Pregadores e cantores são vistos e tratados como astros, como atores que sobem num palco para dar um show. Essa atitude é um sinal evidente de imaturidade e decadência espiritual”.
5. Para a continuidade da igreja e ‘o testemunho de Cristo’ confirmado neles, era preciso acabar com as dissensões e as preferências imediatamente, e que todos fossem ‘inteiramente unidos na mesma disposição mental e no mesmo parecer’. A igreja que tinha tudo para ser exemplo, parecia mais um palco de UFC (Ultimate Fighting Championship), de luta de vale tudo.
6. “Sejam inteiramente unidos”. Sem trinca alguma; um conserto perfeito, onde as partes deixem de existir, fazendo uma única peça. A união das partes pode até ser um processo traumático, mas precisa ser colocado em execução.
7. “Unidos (...) na mesma disposição mental e no mesmo parecer”. Dois textos evidenciam isto em Atos em relação à igreja nascente (2.44 e 4.32). Os tempos eram outros (54 d.C), a região e o povo também (gentílico), mas a mensagem era a mesma que fora pregada em 33 d.C.
8. Paulo intima os irmãos a voltarem à sanidade mental, à verdade do evangelho: “Acaso está Cristo dividido?” (v.13). O apóstolo escreve um sermão em forma de carta para trazer a igreja à unidade “para que não se anule a cruz de Cristo”. Em Cristo, descemos dos nossos tronos e acercamos a sua cruz.
9. Quando nos rendemos à palavra da cruz a comunhão renasce entre nós.

CONCLUSÃO

A igreja cristã, que é de Deus, fundada por Jesus, deve testemunhar e deixar ver a sua perfeita comunhão.
Tal comunhão deve encher o mundo de inveja, e a nós, de humildade e da simplicidade que se vê em Cristo.
Fomos chamados à comunhão de Jesus e dos irmãos; sem Aquele, não haverá esta.
Que Deus nos abençoe com graça e misericórdia.
Amém

Pr. Eli da Rocha Silva
03/04/2011 – Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera

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