quarta-feira, 1 de abril de 2009

8 - Lições em Romanos 15.14-21

8- Lições em Romanos 15.14-21

A explicação de Paulo (ARA)


(v.14) - Eu, da minha parte, irmãos meus, estou persuadido a vosso respeito, que vós já estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento e capazes, vós mesmos, de admoestar-vos uns aos outros.

1. Mesmo tendo escrito a uma igreja, onde os membros, de alguma forma, pareciam ser intolerantes uns com os outros, Paulo acredita que eles já tinham chegado a um nível de maturidade plenamente aceitável, ou, elogiável.
2. Mesmo que houvesse alguma divergência em alguns pontos quanto à prática de certas coisas (Lei), aqueles crentes estavam ‘cheios de bondade’. Não havia entre eles um espírito belicoso, mas sim de virtude e beneficência. As divergências não eram grandes o bastante para criar uma divisão do grupo.
3. Mesmo que pairasse algum tipo de discordância pontual, de algum modo (questão de graça mesmo v.13), Paulo estava convencido de que eles estavam ‘cheios de todo o conhecimento’.
4. John Murray diz o seguinte: “Bondade é a virtude que constrangeria os crentes fortes a se absterem daquilo que prejudicaria os fracos; e o conhecimento é aquela realização que corrigiria as debilidades da fé” (Comentário Fiel pg. 570).
5. Com certeza a carta não foi dirigida a um grupo seleto de crentes, mas a todos. Assim sendo, todos os crentes estavam aptos à admoestação mútua, uma vez que já estavam ‘cheios de todo o conhecimento’.


(v.15) - Mas em parte vos escrevo mais ousadamente, como para vos trazer outra vez isto à memória, por causa da graça que por Deus me foi dada,


1. Paulo escreve ousadamente alicerçado em seu chamamento (1.1). Se em algum momento o apóstolo pareceu rude, isso era somente fruto do zelo que nutria por aqueles irmãos.
2. Se ele escreveu mais ousadamente ‘sobre alguns pontos’ (NIV), era apenas para fazê-los relembrar aquilo que já estavam inteirados. Como se a sua preocupação não fosse passar coisas novas, mas trazer à prática possíveis coisas já esquecidas. Talvez fazê-los voltar à prática do primeiro amor (AP 2.4,5).


(v.15) - para ser ministro de Cristo Jesus entre os gentios, ministrando o evangelho de Deus, para que sejam aceitáveis os gentios como oferta, santificada pelo Espírito Santo.

1. Finalizando o verso quinze temos: “Por causa da graça que por Deus me foi dada”. Que graça é essa? Sabemos que Paulo foi perseguidor da igreja de Cristo, mas aprouve a Deus chamá-lo para o ministério; este chamamento foi por graça somente. A ficha corrida de Paulo não o habilitava para a obra. A minha ficha e a sua também não; mesmo assim, por graça, fomos todos convocados.
2. Mesmo sendo um perseguidor da igreja, ele foi chamado para ser ‘ministro de Cristo Jesus entre os gentios’. Paulo era um serviçal em favor do evangelho; um servo subordinado a Cristo Jesus (leit0urgos), especialmente, a favor dos gentios.
3. A sua função era ministrar o evangelho de Deus como um sacerdote do Antigo Testamento. E ele usa a expressão hierourgounta, dando a entender que ele estava na condição de um servidor do templo, de um sacerdote. Assim como o judeu era aceito por intermediação do sacerdote, da mesma forma os gentios, pelo ministério de Paulo, podiam alcançar os benefícios do evangelho de Cristo Jesus, que é o nosso Sumo sacerdote.
4. Gosto da tradução na NIBB: “Servindo ao evangelho de Deus como sacerdote, para que os gentios sejam aceitáveis a Deus como oferta santificada pelo Espírito Santo” (Ver Rm 12.1).

(v.17) - Tenho, portanto, motivo para me gloriar em Cristo Jesus, nas coisas concernentes a Deus;

1. Confesso que é difícil entendermos e aplicarmos a expressão ‘me gloriar’. Mas é possível pensarmos em termos de satisfação, realização por conta do dever cumprindo, ou em cumprimento.
2. Paulo vai explicar à frente, que ‘gloriar em Cristo’, é tão-somente o fato de ter sido instrumento na ministração do evangelho.

(v.18) - porque não ousarei falar de coisa alguma senão daquilo que Cristo por meu intermédio tem feito, para obediência da parte dos gentios, por palavra e por obras,

1. Paulo se limitaria a falar das suas próprias experiências. O próprio apóstolo era a prova viva da transformação que Deus efetua na vida do homem.
2. “Para obediência da parte dos gentios”. O que os gentios puderam ver na vida do apóstolo serviu como sinal e prova de sua transformação, o que os levaria à mesma condição diante de Deus, ou seja, a obediência ao senhorio de Cristo.
3. Os seus ensinos e as suas obras, que não eram propriamente suas, mas de Cristo que realizava através dele, eram a autenticação do seu apostolado. A marca do seu ministério era Cristo realizando através dele.

(v.19) - pelo poder de sinais e prodígios, no poder do Espírito Santo; de modo que desde Jerusalém e arredores, até a Ilíria, tenho divulgado o evangelho de Cristo;

1. O ministério de Paulo foi por palavras e obras, mas na unção do poder do Espírito Santo.
2. Não é demais repetirmos, que o próprio Espírito Santo, autenticou o ministério de Paulo através do dinamismo conferido ao seu ministério e apostolado.
3. Duas vezes, no mesmo trecho, o apóstolo usa a palavra dynamei como fonte, ou força do trabalho que realizara. Sem esse poder do Espírito Santo não havia como ser uma testemunha fiel e produtiva no evangelho (Atos 1.8).
4. O apóstolo atendeu a delimitação do alcance do evangelho, em conformidade com Atos 1.8: Ilíria, ou Ilírico, que segundo John Murray trata-se da ‘antiga Iugoslávia e a Albânia’. Aqui, fazemos apenas uma alusão ao evangelho que é para todas as nações.

(v.20) - deste modo esforçando-me por anunciar o evangelho, não onde Cristo houvera sido nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio;

1. “Esforçando-me por anunciar o evangelho”. A divulgação do evangelho exige empenho e esforço dos evangelizadores. Não é uma obra que se faça sem nenhum sacrifício. Podemos ver isso na vida dos missionários atuais, daqueles que são enviados pelas nossas Juntas Missionárias.
2. Ao falar que se esforçava, o apóstolo Paulo estava dizendo, que na verdade, cumpria o seu desejo, a sua ambição de ser um pregador do evangelho. Pregar o evangelho era também um prazer e uma honra para o apóstolo (Ver explicações sobre a palavra Philotimeomai).
3. O apóstolo era um plantador de igrejas, um desbravador. Como tal, ele queria iniciar trabalhos novos. Só havia razão de empreender uma viagem missionária, apenas se houvesse lugares aonde Cristo não tivesse sido anunciado e, por conseguinte, confessado o nome (onomaste) por aqueles que o aceitaram.


(v.21) - antes, como está escrito: Aqueles a quem não foi anunciado, o verão; e os que não ouviram, entenderão.

1. Conforme acima, Paulo “adotava uma política pioneira na pregação do Evangelho” (F F Bruce, Romanos pg. 212).
2. Os gentios de todas as épocas teriam ao seu alcance a pregação do evangelho.


PR. Eli da Rocha Silva
01/04/2009 Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – São Paulo - SP

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