sexta-feira, 28 de novembro de 2008

COLOSSENSES 4.2-6_VIDA CRISTÃ SEM LIMITES

VIDA CRISTÃ SEM LIMITES


COLOSSENSES 4.2-6

Como podemos qualificar uma vida cristã sem limites?

I – SEM LIMITES PARA A PERSEVERANÇA (v. 2)

1. Talvez o que precisamos mais seja o exercício da perseverança. Quando perseveramos não desistimos diante de qualquer dificuldade.
2. A perseverança nos faz caminhar decididos a cada enfrentamento: “A tribulação produz perseverança” (Rm 5.3). Aprendemos quando ficamos calejados, experimentados, não insensíveis.
3. O conselho é perseverar na oração. Nem sempre somos atendidos de primeira. Quem desiste de orar é porque não tinha certeza de precisar ou não; quem precisa persiste.
4. Mas não devemos viver apenas a oração emergencial, mas orarmos em todo tempo; na paz e na guerra, na saúde e na doença; na pobreza e na riqueza.
5. A vigilância por vivermos em dias maus, não nos impede de darmos ações de graças. A oração respondida, com um sim ou com um não, é motivo de darmos graças.

II – SEM LIMITES PARA A INTERCESSÃO (v. 3,4)

1. A intercessão é um exercício de nobreza. Paulo via essa nobreza nos crentes de Colossos, por isso lhes pede a oração intercessória em seu favor.
2. Em Lucas 7 temos um triangulo intercessório: o centurião intercede por seu servo junto a Jesus e os judeus intercedem pelo centurião (v. 3-5).
3. Quando intercedemos por alguém deixamos por um instante de pensarmos em nós mesmos e nas nossas próprias dificuldades.
4. O pedido de Paulo era igualmente nobre: “Pra que Deus nos abra a porta à palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual também estou algemado”.

III – SEM LIMITES PARA A BOA CONDUTA PARA COM OS DE FORA (v.5,6)

1. O crente deve viver sob policiamento de si mesmo por causa dos que não são crentes. A expressão ‘portai-vos’ (ARA) tem o sentido de andar (ARC) em boa conduta.
2. Por estarmos no mundo, precisamos andar sabiamente para que não coloquemos empecilho àqueles que não são crentes.
3. O apelo é que aproveitemos as oportunidades para que de alguma forma façamos conhecido o mistério de Cristo.
4. Os que não pertencem à igreja virão para o evangelho através da palavra que lhes pregarmos.
5. Devemos ter uma palavra equilibrada, mesmo diante daqueles que nos ofendem por professarmos a fé no evangelho.
6. Devemos ter sempre a boa palavra para respondermos a cada um; não só a nossa palavra ‘temperada com sal’, mas a Palavra que temos recebido.


IV – SEM LIMITES NO ACOLHIMENTO

1. A vida em comunidade tem as suas dificuldades. Nem sempre estamos de acordo com o que pensa o outro.
2. A igreja muitas vezes torna a arena onde o plenário é o seu palco. Ali os diversos atores desenvolvem a prática cristã.
3. A igreja é formada por crentes de vários níveis, ou altura (estatura) cristã. Paulo escreve aos crentes de Roma e trata com eles sobre o acolhimento que deviam dar aos que pensavam diferente deles (Rm 14.1-6).
4. As diferenças no meio da igreja não devia ser motivo de desunião. Paulo pregava a unidade na diversidade.
5. O irmão mais experimentado não devia ser causa de tropeço para o mais fraco na fé.
6. Na vida cristã nós não devemos traçar limites para o acolhimento (Rm 15.7).

V – SEM LIMITES NAS COISAS QUE NOS FAZEM CAMINHAR JUNTOS (Rm. 12. 10-16).

1. No amor cordial (“Amai-vos cordialmente”) (v.10). Se temos dificuldades em mostrar cordialidade, o que se fará relação ao amor? Paulo estava cobrando um tipo de amor pleno de afeição (filostorgos). Trata-se do amor que vemos entre pais e filhos, que deve ser praticado entre os crentes (os irmãos da fé).
2. Nosso zelo com as coisas do Senhor deve ser crescente. Nada de preguiça e descuido; devemos servir ao Senhor com mais dedicação que um escravo, já que a expressão que temos em grego é to kyrío douleúontes. O que se espera de nós é que sejamos fervorosos de espírito (v.11).
3. Unidos quando o tempo é de adversidades (v.12). É muito fácil querermos estar juntos em momento de festa. É muito fácil estarmos no dia de sermos fotografados; o difícil é estarmos juntos quando tudo parece estar perdido. É basicamente isso que retrata o versículo doze.
4. O clima de fervor do versículo onze permanece nos corações dos crentes, tornando-os capazes de regozijarem na esperança. Regozijar naquilo que não têm e que não vêem, por isso que é esperança.
5. O exercício da esperança, criava nos crentes em Roma, um espírito paciente diante da tribulação. A alegria na esperança, a paciência na tribulação e fidelidade nas orações.

VI – SEM LIMITES NO COMPARTILHAMENTO (V.13).

1. Compartilhamento é a essência da vida comunitária. Quem não quer compartilhar (Koinoneo), ou ter comunhão, que não se filie à igreja; igreja é lugar de exercitarmos compartilhamento.
2. Compartilhar as necessidades dos santos, é colocarmos em sua mesa o pão que temos na nossa; é disponibilizarmos o remédio, que por graça divina, não necessitamos; é darmos a vara de pescar que ele não tem; é indicarmos para a vaga no trabalho, etc
3. Para o crente do primeiro século não era incomum oferecer pousada aos missionários itinerantes; não era incomum acolher os irmãos que estavam sendo perseguidos; não era incomum acolher o cristão estrangeiro. A hospitalidade é a demonstração de amor ao estrangeiro (filoxenía).

VII – SEM LIMITES PARA ABENÇOAR (V.14).

1. Paulo em outro lugar disse: “Nos tem abençoado com toda sorte de bênção”. Se temos sido abençoados de modo tão pleno, tão diversificado, por que temos tanta dificuldade em sermos abençoadores?
2. Paulo dá um mandamento difícil de digerir, mas em nada diferente do que Jesus ensinou. Está difícil de digerir? Ora que digere.
3. O que se espera do crente é a prática sem limites da bênção. Paulo diz: “Abençoai, e não amaldiçoeis”. Em outras palavras: Invoque as bênçãos de Deus sobre alguém (Murray). E ainda, não amaldiçoeis ninguém.
4. A vida koinônica é de fato maravilhosa. Apenas quando sabemos viver a koinonia podemos brilhar no exercício do versículo quinze: “Alegrai-vos com os que se alegram”. A nossa igreja tem vivido dias de alegria. Alguns chegam a brincar, dizendo que tudo acaba em bolo; como temos sido felizes vivendo a prática da nossa koinonia. Mas a alegria não nos anestesia; há momentos que choramos.
5. Faz parte do conselho de Paulo: “Chorai com os que choram”. Quando choramos as dores de alguém com esse alguém, as nossas lágrimas têm o poder de consolar. Se não sabemos consolar com palavras, consolemos com nossas lágrimas.

VIII – SEM LIMITES PELA CAUSA DO EVANGELHO

1. O apóstolo Paulo não impunha limites à sua responsabilidade de pregar; chegou até dizer que a sua vida só teria importância se completasse o ministério que recebeu do Senhor (Atos 20.24).
2. Jesus disse: “Vocês serão felizes por sofrerem injurias e perseguições por minha causa” Mt. 5.11
3. O autor de Hebreus diz: “Na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue” Hb 12.4
4. Paulo novamente: “Sei estar humilhado, como também ser honrado” Fp 4.12. E ainda: “Não me envergonho do evangelho” (Rm 1.16).

IX- SEM LIMITES PARA PERDOAR

1. É comum nos tornarmos o perdão uma coisa difícil de ser praticada. Pessoas têm dificuldades em pedir perdão; pessoas têm dificuldades em perdoar. Parece que isso é coisa de pessoas.
2. Um conferencista na área de liderança e motivação, mostrou como exemplo de perdão, o cachorro. Ele disse que por mais que briguemos com ele, às vezes damos até umas chineladas, mas poucos instantes depois ele está novamente do nosso lado. Mas parece que não é assim com as pessoas.
3. Preocupado com a questão do perdão, um discípulo (Pedro) de Jesus quer saber, até quantas vezes deve alguém perdoar o seu irmão (Mt. 18.21); o próprio discípulo estabelece um número (sete vezes?). O discípulo foi além dos rabis, que estipulavam até três vezes para se perdoar o ofensor.
4. Jesus lhe responde: “Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (v.22). Fazendo matemática: 70x7=490. Na verdade Jesus estava estabelecendo que não há limites de vezes para se perdoar o ofensor. Se o nosso irmão pecar contra nós 52 vezes ao ano e pedir perdão, passaremos 9,5 exercendo o perdão. Mas será que há alguém que peque contra o seu irmão 1 vez por semana?
5. Se o meu irmão pecar contra mim só uma vez por trimestre, e pedir perdão, eu passarei 122 anos perdoando o irmão. É Jesus de fato sabia mesmo o limite do perdão. E para exagerar: 1 perdão ao ano= 490 anos de perdão

EM TEMPO: Caso haja algum erro matemático, favor perdoar.


CONCLUSÃO

Oportunamente escreveremos um pouco mais sobre vida cristã sem limites.
Amém.

Pr. Eli da Rocha Silva

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