sábado, 8 de novembro de 2008

O DESENCANTO DE JÓ E A RESPOSTA DE JESUS

O DESENCANTO DE JÓ E A RESPOSTA DE JESUS

JÓ 14.1-22; JOÃO 11.25,26

INTRODUÇÃO

O Pr. Charles R. Swindoll escreveu um livro maravilhoso a respeito de Jó (Mundo Cristão).
No livro, Swindoll traça um perfil de Jó e de seus amigos. Jó à vezes aparece confuso, deprimido e choramingão.
Jó na verdade, falava do que sabia, via e sentia; ele falou das suas próprias marcas, das suas próprias incertezas.
Quem já não teve o seu dia Jó? E alguns até mesmo com as feridas.


I – O DESENCANTO DE JÓ NOS FAZ REFLETIR

1. Refletir que a nossa vida não passa de breve tempo (v.1). São muitos os textos bíblicos que falam da brevidade da vida (Leia as referências em sua Bíblia).
2. Ele compara o breve tempo às coisas de curta duração: a flor e a sombra. O comentarista Matthew Henry diz: “Todos nós descendentes de Adão temos vida curta. Toda sua exibição de beleza, felicidade e esplendor cai diante do golpe da enfermidade ou da morte, como a flor diante do machado; ou se desvanece como a sombra” (Conciso Comentário da Bíblia pg. 376).
3. Além de viver breve tempo ele é cheio de inquietação, diz Jó. Para Moisés, há um tempo da vida que não passa de cansaço e enfado (Sl 90.10). Muitas são as nossas inquietações: a saúde, o vestuário, a profissão, a casa, a aposentadoria, os remédios, e por último, a sepultura aonde vão nos depositar. Não ficamos nenhum minuto sem pensar como vai ser o amanhã. Que bom se aprendêssemos com Jesus (Mt 6.19-34).
4. Jó trata de um assunto que, em teologia, chamamos de determinismo. Na teologia de Jó, que não difere neste aspecto da nossa, os nossos dias estão determinados por Deus (v.5). Por mais robusto que alguém seja, por mais saudável que alguém se apresente, não passará um segundo do encontro marcado com o Deus.
5. Jó parece estar preocupado com os olhos de Deus. Primeiro ele diz: “Sobre tal homem abres os teus olhos” (v.3). Nenhum mortal passará despercebido por Deus; os dedos de Deus, que guiam os seus olhos na lista, não passarão por cima de nenhum nome de homem mortal. Em um segundo momento ele parece pedir um tempo: “Desvia dele os teus olhos” (v.6). Big Brother ou Big God, na verdade Jó quer mesmo que Deus dê um tempo, pois nenhum mortal suporta a presença do Senhor.
6. O desencanto de Jó nos faz refletir que de fato a nossa vida acaba como um conto rápido, quando começamos gostar, acabou.

II – JÓ E A SUA ARTE DE COMPARAR

1. O homem Jó, compara a si mesmo com uma árvore cortada. Há esperança para a árvore (v.7-9); para homem apenas uma expectação do nada (v.10-22).
2. O tronco (toco) da árvore que fica ainda na terra se renovará e os seus rebentos não cessarão (v.7). É o que vemos nas ruas da cidade: novos brotos em árvores cortadas.
3. Sendo o livro de Jó classificado como poético, é hora de fazer poesia; foi o que Jó fez: “Se envelhecer na terra a sua raiz, e no chão morrer o seu tronco, ao cheiro das águas brotará, e dará ramos como a planta nova” (v.8,9). O que pensou Jó ao dizer à fragrância das águas? O que ele pensou eu não sei. Mas fiz o seguinte: levantei-me, fui até o fundo do quintal, onde tenho algumas árvores frutíferas, e tentei sentir o cheiro das águas, pois havia chovido muito no dia anterior. O que senti foi o cheiro gostoso da terra molhada, regando e umidecendo as raízes das minhas plantas. Que delícia!
4. Para Jó, o homem parece ter menos valor (v.10-22). Pena que ele não leu o que disse Jesus: “Porventura não valeis vós muito mais do que as aves?” (MT 6.26). Não valemos muito mais que as árvores?
5. Que desencanto, que depressão, que desassossego de alma. Jó estava mesmo na pior. Nos dias de hoje alguém o mandaria tomar um antidepressivo.
6. Como a gota d’água que faz chegar ao limite, ele diz: “Morrendo o homem, porventura tornará a viver?” (v.14). Quem vai nos dar a resposta é o próprio Jesus. Que aliás, poderá conversar, se não é que já conversou, sobre o tema com o nosso amigo Jó.

III – HÁ ESPERANÇA PARA O HOMEM

1. Cerca de 1500 anos depois, Jesus vai tratar do tema que inquietava Jó (Jó 14.14): “Morrendo o homem porventura tornará a viver?”.
2. Mandaram mensageiros com a triste notícia para Jesus: “Lázaro está enfermo” (João 11.3). Jesus diz a todos que estavam por ali, que aquela enfermidade não seria para morte, mas para glória de Deus e glorificação do Filho (v.4).
3. Jesus demorou dois dias no lugar onde estava (v.6), e chegou à casa de Lázaro, sendo este já sepultado há quatro dias (v.17).
4. Sepultado? Mas Jesus não disse que a enfermidade não era para morte? Teriam enterrado Lázaro vivo? Teria Jesus errado? Nada disso! Nem enterraram Lázaro vivo e nem Jesus errou. Na verdade o pensamento de Jesus estava além do túmulo de Lázaro.
5. Diante das irmãs chorosas, Jesus diz a Marta: “Teu irmão há de ressuscitar” (v.23). Crente na teologia da ressurreição ela diz já saber que seu irmão ressuscitaria, mas “na ressurreição, no último dia” (v.24).
6. Jesus aproveita o ‘gancho’ para nos ensinar o que precisamos saber; disse Ele: “Eu sou a ressurreição e a vida” (v.25). Ela estava, em outras palavras dizendo, Eu sou a ressurreição para Jó, para Davi, para Lázaro. Para os do passado, por crerem que Jesus viria, para os do presente, por crerem que Jesus veio para dar a vida que é eterna; a vida que é maior que os poderes do túmulo.
7. Mas a resposta que Jesus quis arrancar de Marta foi se ela era capaz de crer ou não (v.26). Ela diz a Jesus o que todos nós devemos dizer: “Sim, Senhor, respondeu ela, eu tenho crido que tu és o Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo. “João 11:27”.
8. Jesus podia ter parado por ali mesmo; já havia dado o seu recado. Mas Ele vai até o túmulo e diz: “Lázaro, vem para fora” (v.43); e em seguida: “Desatai-o, e deixai-o ir” (v.44). Jesus é a esperança para o ferido, que mesmo como árvore plantada, marcada pela dor, ressurgirá para glória de Deus Pai.

CONCLUSÃO

Se como Jó, em alguns momentos temos deixado a dor e a tristeza marcar o nosso coração, saibamos que em Jesus há esperança.
Jesus é a esperança para mim, para você e para todas as pessoas.
Jesus é a esperança da vida que é eterna; a vida que transcende os limites da sepultura.
Ele nos diz: “Todo o que vive e crê em mim não morrerá eternamente” (v.26)
Crês tu isto?
Amém.

Pr. Eli da Rocha Silva
IBJH 9/11/2008

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