sábado, 7 de fevereiro de 2009

E QUANDO A PORTA FOR FECHADA?

E QUANDO A PORTA FOR FECHADA?

GÊNESIS 7.16; MATEUS 25.10

INTRODUÇÃO


É muito decepcionante quando precisamos estar em algum lugar, e ao chegar lá deparamos com as portas fechadas. É possível que já tenha acontecido conosco, pelo menos uma vez. Os estudantes quando prestam as provas da FUVEST, já chegam estressados ao local, e alguns perdem a oportunidade por chegarem com alguns minutos de atraso.
Estar na hora certa no lugar certo, não é apenas questão de sorte, mas também, de planejamento, precisão e vontade.
Existem pessoas que não ‘se ligam’ às questões de horário, cumprimento de obrigações, ou de respeito com aqueles que marcaram hora.
A palavra porta é muita significativa no contexto do Reino. Podemos colocar as expectativas do Reino desde o Gênesis até o Apocalipse. Aliás, o Reino é a herança preparada desde a fundação do mundo (Mt. 25.34).
Vamos relembrar dois momentos onde, a porta fechada tornou-se dramática para os que ficaram do lado de fora.

I – A PORTA FOI FECHADA AOS CONTEMPORÂNEOS DE NOÉ

1. A maldade foi crescente, desde Caim até os dias de Noé (e até hoje). Quando a Bíblia diz que Enoque andou com Deus (Gn 5.24), podemos inferir que havia grande número de pessoas que não andavam.
2. Moisés nos informa que a maldade do homem se multiplicou, e que dia a dia só pensavam o que era mau (Gn 6.5).
3. A terra estava corrompida e cheia de violência (v.11). Qualquer semelhança com os dias de hoje não são mera coincidência.
4. Noé, semelhante a Enoque, ‘andava com Deus” (v.9). Quando Lameque gerou a Noé disse: “Este nos consolará dos nossos trabalhos, e das fadigas de nossas mãos, nesta terra que o SENHOR amaldiçoou” (Gn 5.29). Lameque viveu mais 595 após ter gerado Noé; tempo suficiente para ensinar o seu filho (e também aos demais) a temer ao Senhor.
5. Por temer ao Senhor, Noé foi estabelecido por Deus como aquele que preservaria o remanescente (Bíblia Anotada, Nota de Gn 5.29). O remanescente dos fiéis. Metusalém (avô) e Lameque (pai) morreram próximos aos dias da entrada de Noé na arca. Portanto, puderam assistir os esforços de Noé no cumprimento da ordem de Deus.
6. Terminada a arca, entraram Noé e esposas, seus filhos e suas noras (Gn 7.13). Como Lameque teve mais filhos e filhas (Gn 5.30), não é demais especularmos que seus irmãos e sobrinhos tenham ficado de fora. A salvação por ser individual, não está atrelada a níveis de familiaridade e consangüinidade.
7. Entraram também na arca, pares de animais, macho e fêmea; “e o Senhor fechou a porta após ele” (Gn 7.16). Kidner diz que: “A expressão mostra lindamente o toque paternal de Deus no limiar mesmo do juízo. O mesmo cuidado aqui demonstrado encaminha a nossa salvação à sua conclusão (Gênesis, Mundo Cristão pg. 85).
8. Qual seria a reação de Noé diante do desespero de seus parentes, caso ele tivesse o domínio de abri e fechar a porta? Como somos afetados pelas relações de família, é possível que faríamos de tudo, se pudéssemos, para salvar os nossos parentes.
9. Mas, a porta foi fechada, e qualquer oportunidade de mudança de caráter, de fé, de Deus foi encerrada.


II – A PORTA FOI FECHADA ÀS VIRGENS LOUCAS.


1. Depois de um dia de correria nada como um gostoso cochilo. Há um ditado popular que diz que ‘se cochilar o cachimbo cai’. Em algumas culturas, até entre os evangélicos, o cachimbo é tolerado. Quantos crentes não deixaram o seu cachimbo cair! Não entro no mérito do uso ou não, afinal, trata-se de questão cultural!!!
2. Jesus dando instruções sobre os últimos dias, conta a parábola das dez virgens (Mt. 25. 1-13). As dez virgens eram as damas de honra que acompanhavam a noiva, mas aqui representam os crentes (a igreja).
3. As madrinhas eram as responsáveis pela iluminação do trajeto até o local das núpcias. Keener (Comentário Bíblico Atos NT pg. 119) discorrendo sobre o casamento em aldeias da Palestina escreve: “Após um dia inteiro de danças e brincadeiras, as madrinhas deixam a noiva com quem haviam estado, e vão ao encontro do noivo, erguendo as tochas. Então, o escoltam até a noiva, que, por sua vez, juntamente com as madrinhas, escolta o noivo até sua casa”.
4. Por tardar o noivo, elas adormeceram (Mateus 25.5). É possível que pelo costume cultural, passaram o dia em danças e brincadeiras, e algumas delas, esqueceram de suas responsabilidades. Algumas igrejas têm dormindo porque se tornaram igrejas de entretenimento (Leiam o capítulo “Igrejas Amigáveis” John MacArthur, Livro: Com Vergonha do Evangelho). Nada contra o lazer.
5. As madrinhas eram dez virgens. Porém o texto diz que cinco dentre elas eram néscias e cinco prudentes (v.2). Para as néscias, o grego traz morós, estulto, cabeça fechada (“cabeça de bagre?”), lento, imprudente. Para as prudentes, o grego traz phronimos, sábio, sensato, refletido. Keener lembra que ‘era costume o noivo atrasar-se’. “As prudentes, além das lâmpadas, levaram azeite nas vasilhas” (v.4). As néscias ficaram curtindo a vida, vendo a banda passar. Afinal, como alguns pensam, o que importa é o lazer, a cabeça sem muitas preocupações.
6. “Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! Saí ao seu encontro” (v.6). Foi um corre-corre, cada uma pegando a sua lâmpada e se preparando para o esperado encontro (para algumas, nem tanto). As néscias perceberam que dormiram no ponto, já não havia azeite suficiente; o jeito era recorrer às outras moças. As prudentes não forneceram o azeite porque eram sensatas: “Para que não nos falte a nós e a vós outras” (v.8,9). A reserva que as prudentes levavam não era suficiente para dez, mas apenas para cinco.
7. Há certas coisas que não podemos passar para os outros, e entre elas a nossa salvação. Diz Tasker: “A graça salvadora, ensina-se aqui, é uma possessão pessoal e intransferível. Quando chegar o dia final da salvação, ninguém poderá livrar o seu irmão. Cada qual será, com respeito a isto, o árbitro do seu próprio destino” (Mateus, Mundo Cristão pg. 185).
8. Assim que as virgens insensatas saíram para comprar o azeite que faltava o noivo chegou, “as que estavam apercebidas entraram com ele para as bodas; e fechou-se a porta” (v.10). Quando as outras voltaram, as portas estavam fechadas, e elas não tiveram outra chance (v.11, 12).

III – ATÉ QUANDO A PORTA PERMANECERÁ ABERTA PARA OS DE HOJE?

1. A porta pode ser o dilema de muitos. A porta fica aqui, fica ali; lisa ou trabalhada, camarão ou não?
2. Enquanto muitos não acham a porta, pois ela é estreita, os dias passam. Os dias passam tão rápidos, que a dor do parto é agora só uma lembrança (amanhã a Raíssa completa um mês).
3. Jesus disse: “Eis que estou à porta, e bato” (Ap 3.20). Ele disse isto à Igreja de Laodicéia, que o deixou do lado de fora. Era uma igreja cristã sem Cristo
4. A todos os que querem ouvir Jesus disse: “Eu sou a porta” (Jo. 10.9). A todos que estão sem rumo Jesus se apresenta como o caminho e também como a porta.
5. Mas, para andar pelo caminho e entrar pela porta nenhum homem será forçado. Não haverá ninguém que tenha entrado sem ter escolhido entrar no Reino.
6. Mas até quando a porta estará aberta aos que nos ouvem pregar ano após ano? Morrem os ouvintes e morrem os pregadores. Haverá um tempo que alguns não poderão mais ouvir. E aí?

CONCLUSÃO

Para Noé não foi fácil ver de dentro, os seus parentes que estavam fora.
Não foi motivo de alegria para as virgens prudentes verem as amigas excluídas da festa.
Não será dia de alegria quando a porta for fechada e os nossos ficarem fora. Não será para os que ficarem fora.
Que todos parem para pensar? E quando a porta for fechada?

Pr. Eli da Rocha Silva
IBJH 08/02/2009

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