sábado, 14 de fevereiro de 2009

QUANDO DECIDIR PODE TRAZER UMA DESCONFORTÁVEL SENSAÇÃO

QUANDO DECIDIR PODE TRAZER UMA DESCONFORTÁVEL SENSAÇÃO

MATEUS 16.24-27

Muitas vezes nos levantamos de manhã com a nítida sensação de perda; talvez alguns a chamariam de ‘angústia sem explicação’. E, se alguém nos perguntasse o que está acontecendo, certamente não teríamos nenhuma resposta.
Qual a sensação de alguém que, quando se vê diante de Jesus e precisa Lhe responder ao convite? O que será que passa na cabeça de tal pessoa? É possível que seja um instante de muitas inquietações.
No entanto, chega um momento que é preciso descer do muro. Decidir por Cristo é a decisão mais importante na vida de alguém; mas na mentalidade capitalista, as decisões são baseadas no ‘ o que eu vou ganhar com isso?’.
Por se tratar de uma decisão nitidamente pessoal, Jesus dá aos seus ouvintes a possibilidade de tomarem uma posição.
Jesus diz: “Se alguém quiser vir após mim...” (v.24).

I – PARECE DESCONFORTÁVEL? DECIDA POR SI MESMO QUERER VIR.

1. Não há da parte de Jesus nenhuma imposição àquele que quer ser seu discípulo. Isso fica muito claro na forma como Jesus se dirige aos seus ouvintes.
2. Aqueles que ouviam o discurso deveriam avaliar qual decisão tomar. A paixão de Cristo se avizinhava; o Mestre seria entregue e morto (v.21). Pedro chama o Mestre para o canto para repreendê-lo (v.22), mas é imediatamente colocado em seu devido lugar (v.23).
3. Ir para Jerusalém era uma escolha de risco, mas também inadiável. Por isso Jesus começa a dizer aos discípulos que deveriam refletir sobre descer ou não com Ele: “Se alguém quiser vir após mim” (v.24).
4. Cada discípulo deveria avaliar e decidir. Para eles, podia parecia um contrato de risco, contendo a possível cláusula: ‘Qualquer que for encontrado com o carpinteiro chamado Jesus, que anda por aí ensinado contra César, será levado às barras do tribunal’.
5. Quando Josué decidiu, com sua casa, servir ao Senhor, disse ao povo de Israel: “Escolhei hoje a quem sirvais” (Josué 24.15). O povo deveria fazer a escolha por si mesmo; Josué já tinha feito a sua escolha.
6. Para Jesus, querer segui-Lo era só questão de vontade, de decisão e de avaliação. Descer a Jerusalém era questão de livre-arbítrio, livre vontade.
7. Seguir a Jesus é atender aos apelos do Espírito Santo ao coração quebrantado. Deus é Aquele que quebra os corações.

II – PARECE DESCONFORTÁVEL? NEGUE-SE A SI MESMO

1. ‘Eu me basto (me amo), eu não sei viver sem mim’. Eu sou o centro; todas as coisas têm que girar em torno de mim. Alguns querem tomar para si os atributos da divindade: “Sem mim nada podeis fazer” (Jesus, João 15.5).
2. Renúncia é a palavra que passa fazer parte do dicionário dos que seguem a Jesus. A renunciar a si mesmo é o que se espera de quem passa a seguir Jesus.
3. Muitos querem seguir a Jesus, desde que Ele os aceite sem que renunciem a nada. A vida cristã não é de lazer permanente, embora isso seja importante.
4. Por ser pastor, muitas vezes fico triste, quando vejo que alguns crentes vivem apenas de lazer e nunca do dever (A não ser que o seu lazer faça parte do seu dever).
5. Jesus tocou no ponto de maior dificuldade do ser humano: a auto-renúncia. Há muita gente que quer ser crente, mas acha muito difícil renunciar algumas coisas por Cristo.
6. Assim escreve Fenton: “As condições para o discipulado são, portanto, o rompimento de todos os elos que prendem um homem a si mesmo” (Mateus, NCBC, pg. 174).
7. Jesus estava dizendo que é preciso mudar as prioridades e rearranjar as pessoas, isto é, saia do centro e entronize o Senhor.

III – PARECE DESCONFORTÁVEL? TOME A SUA CRUZ E SIGA A JESUS

1. Ir a Jerusalém já era perigoso, imagine ter que tomar a cruz e seguir o Mestre. Foi justamente o que Jesus propôs aos seus discípulos.
2. Na cabeça dos discípulos aquilo tinha uma representação muita clara; todos já tinham visto alguém sendo crucificado, e ainda tendo que levar a sua própria cruz. Quando os pais podiam disciplinar os seus filhos, eu pedia que as meninas buscassem a minha cinta (Era um drama só!).
3. Levar a própria cruz era o início da dor da sentença. Primeiro, a dor moral, pois a pessoa era zombada e maltratada durante o trajeto até o local da crucificação; segundo, a dor física, pois a pessoa era cravada no madeiro.
4. Não que os discípulos tenham sido crucificados, mas significa que seguir a Jesus era tomar para si o compromisso de, se preciso for, sofrer pelo evangelho (o que certamente aconteceu com muitos deles).
5. João escreve o que Jesus disse aos seus discípulos: “No mundo tereis aflições” (João 16.33). Jesus não disse aos discípulos que segui-lo seria um mar de rosas. Mas disse e Mateus escreveu: “Quem perder a vida por minha causa, este a preservará” (Mateus 16.25b).
6. Mas é preciso saber que, aqueles que têm dificuldade em renunciar certas coisas da vida, ou até mesmo tentar poupá-la quando confrontado por causa de sua fé, Jesus diz: “Quem quiser preservar a sua vida, irá perdê-la” (Mateus 16.25a).
7. O próprio Jesus deixou um exemplo do perder e ganhar a vida, quando contou aos discípulos a parábola do Rico e Lázaro (Lucas16.19-31) .


CONCLUSÃO


Se tomar uma decisão parece ser uma desconfortável sensação, é preciso saber que não é possível passar todo o tempo em cima do muro.
Saiba que tudo dependerá de uma decisão pessoal (“Se alguém quiser”).
Que tudo passa pela autonegação, e a disposição de tomar a cruz como compromisso e seguir o Mestre.

Pr. Eli da Rocha Silva – 15/02/2009
Igreja Batista em Jardim Helena – Itaquera – São Paulo - SP

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