domingo, 21 de setembro de 2008

O QUE NOS FAZ PARECIDOS COM UM DOS LADRÕES QUE ESTAVAM NO CALVÁRIO

O QUE NOS FAZ PARECIDOS COM UM DOS LADRÕES QUE ESTAVAM NO CALVÁRIO

I – UMA VIDA DE DESACERTOS (ERROS) (Romanos 3.23).

1. O que se sabe sobre os outros dois crucificados: pouco é dito sobre eles.
2. Mateus e Marcos, escrevem que eles eram ladrões (Mt 27.38 e Mc. 15.27). Alguns entendem, que a princípio, eles foram revolucionários políticos que caíram em desgraça, que por conta disso viveram criminosos.
3. Lucas os chama de malfeitores (kakoúrgous). O que os levou a ficarem separados do convívio social foi a escolha que fizeram.
4. Somos parecidos com eles porque também fazemos escolhas; algumas acertadas e outras não. Mas todas elas trazem resultados, ou melhor, conseqüências.
5. Podemos dizer que somos melhores que eles? Quais foram as suas transgressões? Pelo menos duas. Se nos voltarmos para o Decálogo (As dez palavras), podemos alistar: Não furtarás (Êxodo 20.15) e Não cobiçarás (v.17).
6. Baseados em Romanos 3.23, podemos dizer que eles erraram o alvo. E baseados no mesmo texto podemos dizer que também erramos o alvo, porque todos erraram o alvo.
7. O erro deles e os nossos, nos colocam aquém da glória de Deus, isto é, não conseguimos atingir o alvo proposto por Deus, que é a sua glória. Nós fomos criados para o convívio com glória de Deus (Isaías 43.7), a sua espetacular presença.
8. A palavra carecem, ou destituídos, como em algumas versões, é interessante em sua análise do texto grego, mas preocupante no que ela nos ensina. Alguém pode usar histeréo (carecem, destituídos), e recitar o verso assim: Por causa do meu pecado eu cheguei tarde demais. Exemplo: as cinco virgens loucas.
9. No que se refere aos desacertos, é possível que temos sido melhores que aqueles dois kakoúrgous no Calvário.


III – UMA VIDA MARCADA PELA NECESSIDADE DO ENCONTRO COM CRISTO

1. Para aqueles ladrões houve um encontro marcado pelo kairós. Como kairós, entendemos o tempo marcado e administrado por Deus. No tempo de Deus os três se encontraram no Calvário.
2. No tempo marcado por Deus, o tempo do sacrifício de Cristo na cruz, ali estavam os três para cumprirem as suas penas. A dos ladrões, porque erraram o alvo; estavam aquém da glória de Deus. A de Cristo, o fato de termos errado o alvo e estarmos aquém da glória de Deus.
3. Um dos ladrões aproveitou bem o kairós de Deus, e fez bom uso do chronos. O seu tempo era pouco; as horas passavam lentamente, mas passavam. Ele então resolveu aproveitar o pouco tempo que lhe restava e começa repreender o seu companheiro de infortúnio: “Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós na verdade com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez” (Lc 23.40,41).
4. Numa questão de tempo, onde vemos o kairós de Deus se consumando em Jesus; vemos também o chronos, como uma briga pessoal de um dos ladrões. Em tudo isso ele pode vislumbrar um novo tempo; ele pede a Jesus algo que o leve tranqüilo para o aionos. Ele não pediu para sair da cruz, o chronos venceria, mas ele queria uma chance para a eternidade.
5. Ele aproveitou aquele pouco tempo de encontro com Jesus. Jesus não passaria outra vez por ali. A cruz foi apenas uma vez. O Calvário terminaria ali a sua rude história de cruz.
6. Ele não deixaria Jesus passar por ele sem aproveitar essa última oportunidade. Assim como a mulher com o fluxo de sangue não deixou. Assim como os dez leprosos não deixaram. Assim como nós, que um dia aproveitamos o Mestre que passou por nós.
7. Ele pede a Jesus sem nenhum constrangimento (logo ele, um pecador aquém da glória de Deus): Lembra-te de mim quando vieres no teu reino (v.52).


III – A VIDA QUE TEREMOS POR CAUSA DE CRISTO

1. Jesus é surpreendente; Ele deixa o pessoal do ‘eu quero é mais’ desconsolado. Para quem não sabe, esse é o pessoal que vive querendo azedar a vida do próximo.
2. O pessoal do ‘eu quero é mais’ teve que ouvir Jesus dizer para onde iria aquele que até horas atrás era um salteador.
3. É possível que o pessoal do ‘eu quero é mais’ comentou entre si que o inferno era pouco para aquele malfeitor. Mas Jesus que é surpreendente, diz: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”.
4. O paraíso na cultura persa era um jardim fechado, um parque (o jardim doÉden). Aquele homem arrependido por ter vivido tanto tempo errando o alvo, aquém da glória de Deus, seria recebido em um lugar de delícias, de prazer.
5. Mesmo sendo um tema de difícil explicação o pós-morte, para Jesus, atravessar as portas de parádeisos, significava começar a viver o prazer do céu.
6. Aquele homem que durante toda a sua vida correu atrás dos prazeres fugidios, na cruz, ao lado de Cristo, em Cristo, achou a porta de entrada em parádeisos.
7. O próprio Jesus foi quem disse: Eu sou a porta, quem passar por mim achará alimento (João 10.9).

CONCLUSÃO

Em que podemos dizer que somos diferentes daqueles homens? Em nada, pois como eles, erramos o alvo e ficamos aquém da glória de Deus.
Como eles, mas apenas um aproveitou, tivemos um encontro com Cristo que marcou a nossa história.
Como aquele nosso irmão, que levou nas mãos as marcas dos seus pecados, Jesus levou as marcas dos deles e dos nossos pecados.
Em nada somos diferentes, pois o que nos aguarda é o paraíso.
Amém.

Pr. Eli da Rocha Silva
IBJH 21/09/2008

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