quinta-feira, 14 de agosto de 2008

SALMO 90 (REFLEXÃO)

SALMO 90

Moisés, o homem de Deus, reconhece:

I – A eternidade de Deus

90:1 Senhor, tu tens sido o nosso refúgio de geração em geração.
1. O salmista Moisés viveu o equivalente a três gerações; portanto podia dizer com firmeza o que disse a respeito do Senhor.
2. Considerando 40 anos por geração, Moisés não lamenta os 430 anos vividos pelo povo de Deus no Egito, reconhecendo-O como refúgio.

90:2 Antes que nascessem os montes, ou que tivesses formado a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade tu és Deus.
1. Como escritor do Gênesis, o salmista lembra que Deus já estava antes de todas as coisas.
2. Ele não tinha nenhuma dificuldade em crer em Deus como criador de todas as coisas (“Tivesses formado”). Moisés era criacionista.

II – A fragilidade do homem

90:3 Tu reduzes o homem ao pó, e dizes: Voltai, filhos dos homens!
1. Ele exalta a eternidade de Deus (v.2), e nos faz lembrar que somos passageiros.
2. Deus é eterno; nós temos data de nascimento.

90:4 Porque mil anos aos teus olhos são como o dia de ontem que passou, e como uma vigília da noite.
1. Por ser eterno, o chronos (o tempo que pode ser medido), é como nada diante de Deus.
2. Mesmo não querendo Moisés traçou um limite para Deus, talvez apenas para que entendêssemos o trânsito do Senhor no tempo.

90:5 Tu os levas como por uma torrente; são como um sono; de manhã são como a erva que cresce;
90:6 de manhã cresce e floresce; à tarde corta-se e seca.

1. O frágil homem é levado por Deus, como se leva algo que não consegue lutar contra a correnteza.
2. A nossa vida é tão breve quanto um sono; quando acordamos dizemos: Já?
3. Se o salmo foi escrito na peregrinação pelo deserto, talvez não fosse difícil ver as ervas belas de manhã e secas pelo calor do dia. Assim é frágil o homem comparado à eternidade de Deus.

III – A pecaminosidade da raça

90:7 Pois somos consumidos pela tua ira, e pelo teu furor somos conturbados.
1. Os idólatras foram sepultados nas areias do deserto (Gn 32.25-29).
2. “Somos conturbados”; “Aterrorizados pelo teu furor” (NVI). A possibilidade de ser justiçado por Deus faz o homem cair em pavor.

90:8 Diante de ti puseste as nossas iniqüidades, à luz do teu rosto os nossos pecados ocultos.
1. Tudo o que fizermos de errado está diante de Deus; como num livro, tudo está escrito.
2. Nos enganamos quando pensamos que podemos esconder algo de Deus: “Não escapam os nossos pecados secretos à luz da tua presença” (NVI).

IV – A brevidade da vida

90:9 Pois todos os nossos dias vão passando na tua indignação; acabam-se os nossos anos como um suspiro.
90:10 A duração da nossa vida é de setenta anos; e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, a medida deles é canseira e enfado; pois passa rapidamente, e nós voamos.
1. (v.9) Talvez uma lamentação do salmista, ou mesmo uma constatação. Os dias vividos no deserto foram marcados pela ira de Deus contra um povo rebelde.
2. (v.10) Os brasileiros estão chegando aos 80 anos como expectativa de vida. Entre os setenta e oitenta, a vida é marcada por canseira e enfado.
3. Oitenta anos ou cento e um (Dercy Gonçalves), o certo, é que todos nós passaremos.

90:11 Quem conhece o poder da tua ira? e a tua cólera, segundo o temor que te é devido?
90:12 Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios.

1. (v.11) O verso 12 é como uma resposta ao verso 11. Quem conhece? Com certeza Israel pode sentir o poder da ira de Deus nos quarenta anos de peregrinação. No deserto ficou a geração perversa;
2. O que fazer, já que muitas vezes não conseguimos achar o ponto de equilíbrio? Como ficar entre a ira de Deus e a reverência a Ele devida?
3. (v.12) Moisés só viu uma saída: “Ensina-nos a contar os nossos dias”. É possível que esteja em mente, a idéia de podermos olhar os dias passados, para que, vendo onde erramos, possamos nos corrigir nos anos ainda não vividos.
4. Outra coisa que também podemos apreender do texto, é a própria valorização da vida que é curta; vivendo os nossos dias intensamente em prol do reino de Deus, e as demais coisas nos serão acrescentadas.

V – Também suplica a graça de Deus sobre o Seu povo

90:13 Volta-te para nós, Senhor! Até quando? Tem compaixão dos teus servos.
90:14 Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que nos regozijemos e nos alegremos todos os nossos dias.
90:15 Alegra-nos pelos dias em que nos afligiste, e pelos anos em que vimos o mal.
90:16 Apareça a tua obra aos teus servos, e a tua glória sobre seus filhos.
90:17 Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; e confirma sobre nós a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos.

1. (v.13) Moisés estava cansado: já contava com mais de 80 anos. Ele não agüentava mais a dureza do deserto dos corações pecadores, e a conseqüente ação de Deus. Ele pede compaixão; pede que Deus volte-se para eles.
2. (v.14) A benignidade do Senhor como café da manhã, daria ao dia que chegou um novo brilho; e assim dia após dia.
3. (v.15) Os anos de aflição deveriam ser compensados por dias de alegria (Interessante a matemática de Moisés!). Se Moisés não teve a compensação em vida, com certeza a terá quando tornar a viver.
4. (v.16) Aqui, Moisés está pedindo feitos de livramento, de alegria, de paz e de prosperidade.
5. (v.17) Moisés roga ao Senhor que se agrade deles (“Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus”). Ele também não queria que todo o trabalho acabasse dando em nada; por isso pede a Deus a confirmação da obra das suas mãos. Anos mais tarde, Paulo vai dizer: “Sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1 Cor 15.58).

Pr. Eli da Rocha Silva
22/07/2008 Residência Irmã Dusolina

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